PPS, PSB e Rede passam a elaborar
juntos programa de governo de Eduardo Campos. Campos e Marina foram a sede do
PPS entregar diretrizes de programa
A direção do PSB e da Rede
Sustentabilidade, capitaneadas pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e
pela ex-senadora Marina Silva reuniram-se, na sede do PPS, com o presidente do
partido, deputado Roberto Freire (SP), com o líder da legenda na Câmara,
deputado Rubens Bueno (PR), parlamentares e outras lideranças políticas para entregar
o documento contendo as diretrizes iniciais que vão compor o programa de
governo da aliança.
A partir dessa iniciativa, o PPS
passa a participar, oficialmente, da elaboração do programa de governo de
Campos. No encontro, o governador pernambucano lembrou que o PCB/PPS e o PSB já
travaram muitas lutas juntos no passado e afirmou que os dois partidos sempre
tiveram muita proximidade. Segundo o governador e pré-candidato a presidente,
as ideias do documento estão colocadas em debate, que será fundamentado em três
pontos principais: preservar as conquistas, melhorar a democracia e retomar o
desenvolvimento sustentável, já que, na sua avaliação, o país parou. “Nossa
dinâmica econômica está muito menor do que a do mundo”.
Mudança
Campos voltou a condenar o modelo
de desenvolvimento econômico do governo do PT, falou sobre seu esgotamento, a
concentração de renda que ele gera e a existência de “indicadores
preocupantes”. Segundo o governador, a união do PSB com o PPS significa o
“realinhamento do campo progressista”. Ao se referir ao governo petista
declarou: “O que está aí não vai legar nada de bom para o país; se eu estivesse
convencido de que a continuidade era boa para o país estaríamos caminhando
juntos (com o PT)”.
O governador afirmou ainda que
sabia que iria encontrar o PPS na sua jornada rumo ao Palácio do Planalto,
“ajudando a encontrar o caminho” do que é possível empreender para melhorar a
vida dos brasileiros. “Estamos confiantes de que o Brasil não vai querer a
reeleição, por mais que eles (os petistas e seus aliados) tenham tempo de
televisão (na campanha) e poder”. Campos deixou claro também que espera
compartilhar com o PPS não só o programa de governo, mas as alianças nos
estados.
A ex-senadora Marina Silva
ressaltou que o país vive um “atraso na política governamental” e disse que é
preciso buscar conquistas possíveis. Ela defendeu a aliança programática da
pré-candidatura de Eduardo Campos e condenou as composições políticas baseadas
na “oferta de pedaços do Estado”.
Roberto Freire
“Tínhamos uma ideia na origem e
estamos reencontrando essa ideia de tentar mudar o Brasil”, disse o deputado
Roberto Freire ao receber o documento das mãos de Eduardo Campos, referindo-se
à aposta que um dia o PPS fez no governo do PT. O partido rompeu com a administração
Lula em 2004. Segundo Freire, o que levou o PPS a buscar a aliança com Campos
foi a premência de viabilizar uma alternativa para o Brasil.
Segundo o presidente do PPS, o
país enfrenta estrangulamentos, e é necessário “tomar outra direção”. Na
avaliação de Freire, a eleição presidencial de 2014 “será presidida pelo
princípio da mudança”. Ele ressalvou, porém, que não basta o novo pelo novo, e
citou o caso da prefeitura de São Paulo como exemplo de mudança para pior. “A
liderança de Eduardo Campos demonstra que essa aliança busca uma mudança com
responsabilidade”.
Freire disse ainda que Eduardo e
Marina são “muito bem-vindos e que o PPS vai ajudar no programa de governo por
meio da Fundação Astrojildo Pereira, dirigida pelo vereador Raul Jungmann, de
Recife. “A mudança concreta aqui se inicia”, afirmou ao final do encontro.
Participaram do encontro no PPS
os deputados federais do PPS Arnaldo Jardim (SP), Stepan Nercessian (RJ) e a
deputada Carmen Zanotto. Também estavam presentes a deputada distrital e
pré-candidata ao governo do Distrito Federal, Eliana Pedrosa; o vice-prefeito
de Manaus e pré-candidato ao governo do Amazonas, Hissa Abrahão; o deputado
estadual licenciado e secretário de Gestão Pública do Estado de São Paulo, Davi
Zaia; o tesoureiro do partido e secretário de Pesca de Alagoas, Regis
Cavalcante; e o dirigente do PPS-SP Carlos Eduardo Fernandes. Dentre os
representantes do PSB, estavam o senador Rodrigo Rollemberg (DF), o líder do
partido na Câmara, deputado Beto Albuquerque (RS), e o prefeito de Recife
Geraldo Júlio.
Diretrizes lançadas
Eduardo Campos e Marina Silva apresentam as Diretrizes de um futuro governo |
O PSB de Eduardo Campos e a Rede
Sustentabilidade de Marina Silva lançaram na manhã desta terça-feira (4) em
Brasília as diretrizes para o programa de governo da coligação, ocasião em que
Marina afirmou de forma categórica que o candidato à Presidência é o governador
de Pernambuco.
"Vice é o candidato quem
define, e o candidato é ele [Campos], vocês têm ainda alguma dúvida
disso?", disse a ex-senadora, que em outubro aderiu ao projeto do PSB após
ver fracassar a tentativa de criação de sua própria legenda, a Rede. A
declaração de Marina, que figura na frente de Campos nas pesquisas eleitorais,
foi em resposta à pergunta sobre se já aceitou ser vice na chapa presidencial
do atual governador de Pernambuco. Antes do lançamento das diretrizes, que está
sendo realizado em um auditório da Câmara dos Deputados, Marina e Campos foram
à sede do PPS oficializar o convite para que o partido integre a coligação. Ao
chegar à Câmara, Campos brincou sobre a questão da vice. "Tenho que ver
com a Marina o que ela disse para saber o que ela quer que eu diga." Ao
seu lado, Marina emendou: "Tudo o que [os repórteres] quiserem colocar na
minha boca, eu nego."
O documento com as diretrizes da
aliança listam cinco prioridades de governo da dupla, caso sejam eleitos: 1)
"Estado e democracia de alta intensidade"; 2) "Economia para o desenvolvimento
sustentável"; 3), "Educação, cultura e inovação"; 4)
"Políticas sociais e qualidade de vida" e 5) "Novo urbanismo e
pacto pela vida". O documento faz considerações genéricas sobre esses
temas e servirá de base para discussões regionais que formatarão o projeto
final de governo. Na introdução do documento, Campos e Marina, que foram
aliados da gestão federal do PT – Marina até 2008; Campos até setembro de 2013–
afirmam que "o modelo esgotou-se a olhos vistos, mas as forças políticas
que o operam esforçam-se para mantê-lo".
SÃO PAULO
Apesar do discurso de unidade
entre Marina e Campos, há várias divergências na montagem dos palanques
estaduais, especialmente em São Paulo, onde a Rede quer uma candidatura própria
apesar de o PSB negociar o apoio à reeleição de Geraldo Alckmin (PSDB). Marina
explicitou nesta terça esse cabo de força: "O entendimento da Rede em São
Paulo é que temos que ter candidatura própria, pelas inúmeras razões que são
conhecidas".
Informações da Assessoria de Imprensa
do PPS e da Folha de São Paulo.