Landisvalth Lima
.... em Brasilia a presidenta
Dilma Rousseff parar de usar os programas sociais como base fundamental de sua
reeleição. Além dos Bolsas-quaisquer-coisas, temos o
Minha-Casa-quaisquer-coisas que, somados ao “nunca jamais na história desse
país” e ao “apostadores do pessimismo” vão pavimentando a estrada ilusória
deste país, com vocação sacrificada para a convivência com a democracia. É bom
se lembrar do que disse o jornalista Fernando Rodrigues, da Folha de São Paulo:
“O Brasil terá neste ano sua sétima eleição presidencial direta consecutiva. O
vencedor tomará posse em 1º de janeiro de 2015. Quando a cerimônia for
realizada, será um fato histórico inédito.” É verdade. Não se pode negar que
estamos na nossa melhor era, mesmo com os escândalos de plantão, verdadeiros
testes da nossa paciência com o uso inadequado da democracia. Mas há um preço
altíssimo. A classe média está pagando a conta. E é uma conta absurda: o
Impostômetro da ACSP (Associação Comercial de São Paulo) – que mede a
arrecadação de impostos federais, estaduais e municipais – atingiu a marca
recorde de R$ 1,7 trilhão nesta terça-feira (31), por volta das 13h40. O valor
corresponde aos tributos pagos pelos brasileiros desde o dia 1º de janeiro de
2013. Em 2012, o Impostômetro ficou em R$ 1,5 trilhão em impostos arrecadados,
número alcançado no dia 9 de dezembro de 2013. É muita grana, principalmente quando
medimos o nível da educação e da saúde públicas no Brasil. O que aumentou no
país, verdadeiramente, foi a corrupção, o gasto com propaganda oficial e a
ineficiência dos serviços públicos. Não dá para ficar feliz só em saber que
este dinheiro está sendo canalizado também para as chamadas bolsas sociais.
Elas são importantes e não podem ser eliminadas jamais do orçamento, mas
precisam de objetividade mais nítida e não podem, de maneira nenhuma, serem
utilizadas como moeda de troca eleitoral. Se Dilma ganhar pelos seus méritos,
que são quase nenhuns, pode-se dizer do nosso conservadorismo. Se ganhar uma
proposta do passado, pode-se dizer da nossa raiva. Se ganhar uma proposta nova,
diferente, pode-se dizer que somos loucos e insensatos ao acreditar no desconhecido,
no inusitado. Mas o que hoje é velho e o que está posto eram os novos e
inusitados do passado. O problema é que eles não corresponderam ou corresponderam
apenas parcialmente. O novo sempre será salutar, até porque é uma possibilidade
concreta de beirarmos aquilo que chamamos de felicidade.
.... na Bahia o Estado pensar primeiro
no cidadão. Aqui, o ser humano é sempre segundo plano. As negociatas, os
desejos dos poderosos, a manutenção dos privilégios estão sempre a tomar o
espaço da administração pública nos três poderes. Recentemente assistimos ao
escândalo do afastamento de desembargadores do TJ, de escândalos envolvendo
juízes e, agora, a consequência desta política nefasta: o Tribunal de Justiça
da Bahia julgou apenas 10,88% – de um passivo com 4.237 processos de corrupção
envolvendo agentes públicos (Governador, prefeitos, vereadores, deputados,
funcionários públicos...). Ou seja, 3.776 ficaram em aberto. O resultado só é
melhor que o do Piauí. E acreditem, no Brasil, a taxa é de pouco mais de 53%. A
Justiça baiana é a Idade Média da Justiça do Brasil e a Justiça brasileira é a
Idade Média da Justiça europeia. Na Europa, em média, um processo contra corrupção,
envolvendo tudo, até a apelação, demora cerca de 3 anos, no máximo. Aqui, o
mensalão já passa dos oito e ainda não terminou. Agora, se você roubar a
galinha do vizinho e for denunciado, não tendo grana para pagar advogado ou não
sendo parente de gente importante, vai para a cadeia rapidinho e, quando cumprir
a pena, terá um trabalhão desgraçado para sair de lá, se sobreviver! E não
preciso ir muito longe para reafirmar isso: este blog é uma das vítimas desta
Justiça lerda. Desde Outubro de 2011 está censurado por denunciar desvios de
conduta de um agente público. Não se tem nem mesmo o direito de provar que se
está certo porque os processos não andam. E estas coisas são aceitas como algo
comum. Até na política, o velho PT aceitou que o governador tirasse um
candidato do bolso do colete, como fez Lula, como fez o finado ACM. Silêncio
total. Nenhum questionamento. Vassalagem democrática! E aqui vale também as
últimas palavras ditas no parágrafo anterior. Só que na Bahia o novo chega já
de meia idade. Aqui, mesclar o novo com parte do velho parece ser o nosso
caminho mais próximo para a felicidade, ou para uma possibilidade dela.
.... em Heliópolis o prefeito
Ildefonso Fonseca realmente colocar em prática o que disse na última reunião
com os aliados. E é fácil perceber que a coisa está demorando. Ainda não entrou
nos eixos. Prova são as reclamações dos moradores da Rua Francisco Claudino
(Chico de Minininha), conhecida por Rua do Açude. A prefeitura fez um serviço
com a máquina Patrol e o que estava ruim ficou pior. Seria até positivo vermos
que o prefeito está se preocupando em consertar o que está errado, mas está
nítida a falta de planejamento e de um estudo mais detalhado. Seria o caso da
contratação de um engenheiro. Os agentes públicos de Heliópolis não valorizam
profissionais que estudaram anos. Acham que pagar 3 ou 4 mil a um engenheiro é
um absurdo, mas há secretários ganhando quase isso para não fazer nada. Fato é
que a bagaceira está lá e o problema aumentou. Os moradores reclamam e os
problemas precisam ser resolvidos. Poderíamos aqui culpar o operador da motoniveladora,
mas todos sabemos que ele apenas seguiu ordens. Todos são testemunhas da trégua
que tenho dado ao prefeito, desde que ele esteve em minha casa para tentar uma
união em torno de sua administração. Estou disposto a ajudar, mas até agora não
foi feito um grupo de estudos para planejar nada. Claro que sei que estão
fechando o ano de 2013, mas uma coisa não invalida a outra. Já era hora de uma
equipe fazer os estudos para 2014. A demora inviabiliza o novo ano que se
inicia. Se 2013 não deu certo, há muito a ser feito e o tempo urge. Há demandas
na área da educação, temos um concurso em andamento, há problemas seculares na
área de saúde, nos outros serviços públicos etc... O tempo não para. Além
disso, as vaidades, o espírito de poder, o orgulho, a falta de humildade, o
medo de ser engolido pelo talento do outro, o egoísmo e a incompetência nos
ajudam a ficar ainda mais longe desta tão sonhada felicidade. E para aqueles
que acham que uma posição num cargo qualquer, arranjado por força da amizade ou
do prestígio, é a mais pura felicidade, é bom lembrar que os felizes não são os
que beijam uma única vez, mas aqueles que beijam sempre.
Feliz 2014 para todos os
leitores do LANDISVALTH BLOG.