Sandro Freitas - do Bahia Notícias
A ex-ministra diz que pode ganhar ou perder, mas vai conhecer o chão da Bahia. Para Eduardo Campos, Eliana Calmon é “uma referência da vida pública brasileira”. Ela se filia ao PSB/Rede nesta quinta-feira (19).
A ex-ministra diz que pode ganhar ou perder, mas vai conhecer o chão da Bahia. Para Eduardo Campos, Eliana Calmon é “uma referência da vida pública brasileira”. Ela se filia ao PSB/Rede nesta quinta-feira (19).
A ex-ministra Eliana Calmon aceitou a tarefa da Rede e vai disputar o Senado |
Antes de se filiar ao PSB, a
ex-ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a baiana Eliana Calmon, fez
um gesto que deixou claro o motivo principal pelo qual escolheu concorrer ao
Senado pela legenda, o convite de Marina Silva. Na noite desta quarta-feira
(18), Eliana se filou à Rede Sustentabilidade, em um evento na capital baiana,
antes da festa marcada para esta quinta-feira (19), quando vai se filiar ao
PSB. Durante o evento desta noite, ela garantiu que não tem como objetivo
“ganhar ou perder”, apesar de deixar claro que vai buscar a vitória, mas quer
quitar uma “grande dívida” com o povo da terra onde nasceu. “Quero ganhar, mas
se não conheci minha terra, a Bahia, eu tenho essa grande dívida com meu povo.
Conheço pouco a Bahia, de livro e biblioteca. Mas, se não conheço o chão da
Bahia, vou conhecer”, prometeu. Durante o evento, a ex-ministra explicou o
motivo de ter entrado na política. “Não aguentei os apelos que recebi quando
era corregedora [nacional de Justiça]. Comecei a ganhar espaço que não esperava
com minha atividade de disciplinadora, de inconformada com o estado das
coisas... Comecei a receber e-mails, visitas e verifiquei que não tinha o
direito de sepultar a esperança que depositavam em mim. No espaço do Poder
Judiciário não podia fazer mais nada, porque se esgotou minha tarefa como
corregedora, e descobri neste caminhar que o Poder mais forte da República é o
Legislativo, capaz de mudar o destino da nação através da reforma e foi neste
momento que vislumbrei a possibilidade de continuar a servir meu país”,
detalhou.
Segundo Calmon, o primeiro
convite para entrar na política veio do PSB e, depois, “outros tantos”. No
entanto, uma pessoa foi decisiva. “Me impressionou muito Marina [Silva], que
quando esteve comigo me disse: ‘Seria um sonho ter você na Rede’. Foi a
primeira pessoa que compreendeu a colocação que fiz. Todos que me convidavam
para a política me diziam: ‘É muito mais fácil ficar em Brasília, porque a
eleição é mais fácil’. Me diziam: ‘Fui governador, senador, deputado, fiz
campanha e dormia todos os dias na minha casa’. Eu disse que não tenho nada a
ver com o Distrito Federal. Minhas origens, história, família, todos estão na
Bahia. Me pareceu que se optasse por Brasília, por ser mais fácil, estaria
deixando o caminho que tracei”, relatou a nova candidato ao Senado. Durante o
discurso de filiação, a baiana ainda fez questão de ressaltar que vai trabalhar
para continuar o combate à corrupção e aos “problemas graves” da Bahia, que
também acontecem “em todos os estados da federação”. Ao final, Eliana Calmon
deixou nas entrelinhas um recado para outros partidos que a convidaram. “Estou
muito feliz por ter feito a escolha certa [ingressar na Rede e PSB]. Lógico que
não estaria se estivesse, para fins eleitoreiros, em palanques com quem não
acreditasse, com pessoas que não pudesse olhar nos olhos, pedir conselhos.
Portanto, estou aqui com vocês, Marina e Eduardo [Campos, presidente nacional
do PSB e governador de Pernambuco], e estou feliz. Partirei para as eleições e,
podem anotar, não serei minhoquinha de asfalto”, avisou.
Para Eduardo Campos, Lídice e
Eliana podem dar novas esperanças aos baianos
PSB e Rede apresentam alternativa eleitoral viável para a Bahia |
Apresentado durante o evento como
“futuro presidente do Brasil”, o governador de Pernambuco e líder nacional do
PSB, Eduardo Campos, rasgou elogios a ex-senador Marina Silva e a nova
integrante do grupo e futura candidata ao Senado, a ex-ministra do Superior
Tribunal de Justiça, Eliana Calmon. Durante o evento de filiação da magistrada
à Rede Sustentabilidade, na noite desta quarta-feira (18), o socialista
classificou a baiana como “uma referência da vida pública brasileira” e fez uma
relação do evento desta noite com a filiação de Marina Silva ao PSB. Com um
discurso pautado por mudanças estruturais para o futuro e com um pé no
desenvolvimento sustentável – que adotou após a adesão da ex-verdista – o presidenciável
também comparou a eleição dele para o governo pernambucano com a possibilidade
de Eliana Calmon vencer a disputa para o Senado. “Com a experiência de quem já
partiu com 4% [de intenções de voto], contra duas máquinas poderosas e em cima
de um caixote na feira e de um carrinho de som, contra grandes trios...
Ganhando a consciência e envolvendo as pessoas, como Marina envolveu em 2010...
Estou seguro que aqui estamos dando um grande passo para melhorar a Bahia, o
Brasil, e a política. Se não melhorarmos a política não vamos melhorar nada no
Brasil”, declarou Campos, que também creditou à ex-senadora o fato de Eliana
Calmon ter ingressado no PSB, o que aconteceu devido à ex-senadora e “através
da Rede”.
Horas depois de se reunir com o
governador Jaques Wagner (PT), o presidente do PSB deixou claro que a campanha
para governadora da senadora Lídice da Mata está mais do que lançada, ao
mencionar a tarefa que “assumiu” como pré-candidato a presidente. “Eu poderia
estar em Pernambuco discutindo sucessão estadual, pensando em ser colega da
ministra Eliana Calmon em Brasília, para poder compensar o que o PSB vai perder
no Senado com a eleição de Lídice para o governo”, pontuou Campos. Confiante,
como manda o figurino, ele ainda destacou a responsabilidade que as duas
baianas terão, caso eleitas. “Resolvemos trilhar um caminho mais complexo,
porque não é simples mudar a engrenagem da política. Essa é a tarefa de pessoas
como Eliana Calmon e militantes políticos como Lídice da Mata”, sinalizou. Ao
lado da atual senadora, da magistrada e de Marina Silva, o cacique socialista
também prometeu percorrer “toda a Bahia”, logo antes de dar uma alfinetada no
governo petista, ao dizer que o PSB e a Rede buscam “resgatar a esperança do
povo baiano”. Logo depois, um assopro: “Respeitando a todos que conosco vão
debater”.