Eliana Calmon ganha força e povo quer fim da “caixa preta”


Ministra Eliana Calmon

Ficou difícil para o Supremo Tribunal Federal sustentar as liminares concedidas nos últimos dias de trabalho da corte pelos ministros Marco Aurélio e Ricardo Lewandowisk, suspendendo as ações em tribunais pelo CNJ, em razão de pressões de associações corporativas da magistratura.  A corregedora Eliana Calmon agora está mais confortável para as ações que empreendia, não somente pelo maciço apoio da opinião pública como pela confirmação da Coaf - Conselho de Controle de Atividades Financeiras – que, nesta terça-feira irá conversar com o presidente do TJ-SP, que pressiona para moralizar o judiciário daquele estado. A conversa será sobre movimentações financeiras atípicas operadas por juízes e servidores de tribunais entre 2000 e 2010. O órgão confirma que, neste período, um estranho fato aconteceu que deve ser investigado: nada menos de uma movimentação atípica no Judiciário por seus integrantes que movimentaram R$ 855,7 milhões de forma suspeitas. As associações de magistrados que obtiveram as liminares tentaram fazer crer que houve quebra do sigilo bancário de juízes, desembargadores e funcionários, quando isso não aconteceu. A ação, sem nominar, foi da Coaf que tem o dever de fazê-lo. A corregedora conversou ontem com o presidente do TJ-SP, desembargador Sartori. Ao final, disse que ela foi “bastante transparente”. Acredita que não houve quebra de sigilo ilegal, como acusam entidades representativas da magistratura. Assim, com os esclarecimentos que surgem, a missão do STF de apreciar as liminares do final do ano passado ficam sob holofotes. Assim como em outros poderes, a opinião pública quer no Judiciário o mesmo tratamento: limpeza e fim da “caixa preta” do poder.
Informações do Bahia Notícias.