Atendimentos médicos que não duram mais do que 15 minutos
tornam-se frequentes, o que provoca o erro no diagnóstico e na prescrição de
remédios. O que você pode fazer se tiver sido vítima dessa prática
Monique Oliveira e Luciani Gomes – Revista ISTOÉ – edição 2196.
A cena é cotidiana nos consultórios médicos: entre o bom-dia
e o até logo dados pelo profissional, passam-se apenas 20, 15 e, às vezes,
inacreditáveis três minutos. Quando muito, dá tempo apenas para falar dos
sintomas mais aparentes, pegar na mão uma lista de exames a ser feitos ou de
remédios a ser tomados. Para que servem e quando mesmo devem ser tomados?
Difícil lembrar, já que as explicações foram tão rápidas que nem deu para
memorizá-las como se deveria. Também é evidente que o médico não teve tempo
para avaliar com a precisão necessária o que foi prescrito. Trata-se de uma
realidade cada vez mais frequente, tanto no Brasil quanto em outros lugares do
mundo. Inclusive em consultórios particulares, essas consultas, que mais se
parecem com um drive-thru de lanchonete, são registradas. E isso contribui para
as estatísticas judiciais que mostram aumento nos casos de erros médicos.
A banalização das consultas a jato é tão grande que levou a
uma distorção. Hoje, ser atendido em 15 minutos é considerado um privilégio. Um
estudo da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo,
campus de Ribeirão Preto, em São Paulo, deixou isso claro. Os pesquisadores
acompanharam 480 consultas na rede pública e mediram, de cronômetro na mão, o
tempo que cada doente passava no consultório. Logo em seguida, perguntaram o
nível de satisfação com a consulta. Quem foi atendido entre 11,4 e 15 minutos
considerou o atendimento excelente. Os que ficaram de 7,6 a 11,3 minutos
acharam a consulta boa. Já os que permaneceram com o médico de 3,8 a 7,5
minutos consideraram-na regular e apenas os que ficaram de 0,1 a 3,7 minutos –
ou seja, nem quatro minutos – acharam que foram mal atendidos.
Veja reportagem completa clicando aqui.