FLÁVIA FOREQUE – da Folha de São Paulo
Em seu último pronunciamento em rede nacional de rádio e TV
em 2011, a presidente Dilma Rousseff afirmou que o país vai manter o combate à
corrupção e a "qualquer tipo de desvio ou malfeito" no próximo ano. O
primeiro ano de governo de Dilma foi marcado pela saída de políticos envolvidos
em suspeitas de irregularidades. Ao todo, seis ministros deixaram a Esplanada
dos Ministérios nessa condição: Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo
Nascimento (Transporte), Wagner Rossi (Agricultura), Pedro Novais (Turismo),
Orlando Silva (Esporte) e Carlos Lupi (Trabalho). "Teremos força também
para continuar a luta incessante contra a corrupção e qualquer tipo de desvio
ou malfeito. (...) Juntos, nós brasileiros vamos continuar melhorando
econômica, social e politicamente, e reforçando nossos valores morais e
éticos", afirmou a presidente. A fala durou dez minutos e foi gravada no
Palácio da Alvorada, residência do chefe do Executivo. Dilma discursou
longamente sobre o cenário econômico mundial e mostrou otimismo diante da
economia nacional. "Muitos anos atrás, boa parte do mundo progredia e o
Brasil ficava parado, marcando passo. Agora, ao contrário, boa parte do mundo
estagnou e o Brasil acelera", avaliou.
DÉCADA PERDIDA
Ela citou a criação de empregos no Brasil (2 milhões neste
ano) e o "bom crescimento" nacional como exemplos da situação positiva
em que o país se encontra. "Vamos enfrentar todos os desafios para que uma
possível piora no cenário mundial não nos traga maiores problemas. Ficou longe
no tempo aquela fase que foi chamada de década perdida." No mês passado, a
diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Christine Lagarde,
afirmou que a economia mundial corre o risco de entrar em uma "década
perdida". No pronunciamento, a presidente garantiu ainda que as empresas
irão ampliar seus investimentos "e os trabalhadores terão garantido assim
o seu emprego e aumentarão o seu consumo". "Você vai poder equilibrar
sem medo e sem susto sua economia doméstica, da mesma maneira que o Brasil vem
fazendo com a grande economia", disse.