A história virou o livro "Vida Roubada", de Jaycee Lee Dugard
Jaycee Lee Dugard |
Sequestrada em 1991, aos 11 anos, na frente de uma parada de
ônibus escolar, a autora americana Jaycee Lee Dugard foi mantida em cativeiro
durante 18 anos. Tratada por seus captores, o casal Phillip e Nancy Garrido,
como escrava sexual, foi obrigada a realizar todo tipo de desejos doentios e
teve dois filhos nascidos da relação forçada. Lee revela os desvarios aos quais
foi submetida durante a infância, a adolescência e parte da vida adulta no
livro "Vida Roubada" (Best Seller, 2011 – vendido na Livraria da
Folha de São Paulo). A escritora narra as violências físicas e psicológicas
pelas quais passou, assim como a solidão que sentiu, uma vez que, durante
longos períodos, seus captores eram as únicas pessoas no mundo com quem tinha
contato. A garota era mantida em um anexo construído no jardim da casa dos
Garrido. A vítima também fala da chegada de seus bebês e de que maneira eles a
ajudaram a sobreviver, tornando-se companhias que eram como filhos e irmãos ao
mesmo tempo. Apesar das passagens chocantes, a história tem final feliz. Lee
conseguiu escapar de seus captores em agosto de 2009, quando o sequestrador
decidiu levar as filhas dos dois para ajudá-lo a distribuir panfletos
religiosos na Universidade Berkeley e um policial desconfiou da relação dele
com as crianças. O caso criou ainda mais polêmica na época, pois o predador
sexual sugeriu à imprensa de que ele seria a real vítima no caso, com a
justificativa de que, após conviver durante anos com a menina, teria passado a
sofrer abusos morais por parte dela. Phillip Garrido e sua mulher foram condenados
à prisão perpétua.
Phillip e Nacy Garrido: sequestradores condenados |
BBC
Em julho de 2011, Jaycee Dugard concedeu sua primeira
entrevista à TV desde a sua libertação em 2009. De acordo com Jaycee Lee
Dugard, passar o martírio para o papel foi a única maneira que ela encontrou de
conseguir organizar e superar ao trauma, que assombrava o seu dia a dia mesmo
quando já estava liberta. Ela espera que o testemunho mostre as pessoas que é
possível superar mesmo as situações mais difíceis.
Informações de FOLHA.COM.