Em Brasília foram mais de 20 mil |
Ao menos 12 cidades, além do
Distrito Federal, registraram protestos contra a corrupção nesta quarta-feira
(12). O maior número de manifestantes foi anotado em Brasília, onde a PM
(Polícia Militar) contou a presença de 20 mil. Já em Manaus foram apenas 15. Organizado
por meio da rede social Facebook, o grupo já havia feito na capital federal o
mesmo protesto no feriado de 7 de Setembro, quando aproximadamente 10 mil
pessoas compareceram à Esplanada dos Ministérios. Parte do grupo carregou uma
pizza gigante, desenhada em um painel de 15 m. Outros levaram faixas com a
mensagem como "País rico é país sem corrupção", fazendo alusão ao
slogan do governo Dilma Rousseff, e "País rico é país sem miséria". Na
maioria dos casos, os manifestantes misturaram aos protestos contra a corrupção
em Brasília mensagens de indignação contra políticos locais envolvidos em
escândalos.
Em São Paulo, cerca de 3.000
pessoas participaram do ato na avenida Paulista, segundo estimativa da Polícia
Militar. Elas protestaram pelo fim do voto secreto no Congresso Nacional, pela
aplicação da Lei da Ficha Limpa e pela transformação da corrupção em crime
hediondo. Os participantes pediram também 10% do PIB para a educação. Um rapaz
foi preso após quebrar, com pedras, vidraças do Mc Donald's e do HSBC na
Paulista. Ele foi levado ao 8º DP e, segundo a polícia, foi identificado como
skinhead. Em Santos (SP) houve uma manifestação que contou com a presença de 60
pessoas.
Comunidade Mandela-RJ, presente. |
No Rio de Janeiro, segundo os
organizadores, o protesto reuniu 2.500 pessoas na avenida Atlântica, em
Copacabana. A manifestação foi uma reunião de diversos movimentos que, com
vassouras verdes e amarelas nas mãos, pediam desde o fim da impunidade, a saída
do governador Sérgio Cabral (PMDB) até a nacionalização das jazidas de petróleo
do pré-sal.
OUTROS LOCAIS
Manifestante preso em São Paulo |
Em Florianópolis, segundo a PM,
o protesto reuniu cerca de 300 pessoas, que caminharam na avenida Beira-Mar
Norte durante a manhã exibindo cartazes e usando camisetas com frases contra a
corrupção. Em Belo Horizonte, cerca de 200 pessoas marcharam da Praça da
Liberdade com cartazes e faixas seguiram em passeata até a praça Sete, no
centro. Em Goiânia, segundo a PM, 2.500 pessoas participaram da marcha. Os
manifestantes seguiram da Praça Universitária à Praça Cívica, em um percurso de
dois quilômetros pela avenida Universitária. Eles vestiam roupas pretas. Em
Recife, o protesto reuniu cerca de 150 pessoas. O grupo, animado por um carro
de som, saiu da praça de Boa Viagem e caminhou cerca de um quilômetro, na orla.
Em Salvador, o ato também reuniu aproximadamente 150 pessoas. Os manifestantes
caminharam cerca de dois quilômetros, do Cristo da Barra até a Base Aérea. Em
Curitiba, cerca de 500 pessoas participaram do protesto --a maioria eram
jovens, com idades entre 15 e 20 anos. Quando o grupo caminhava por uma avenida
do centro da cidade, um veículo avançou duas vezes, de ré, em direção aos manifestantes.
Ninguém foi atingido. No Rio Grande do Sul, cerca de 50 integrantes do grupo
Anonymous se reuniram no parque da Redenção, em Porto Alegre, para distribuir
panfletos que convidavam para uma caminhada no próximo sábado até a praça da
Matriz, onde ficam as sedes do Legislativo e Executivo gaúcho. Os manifestantes
vestiam roupas pretas e máscaras de Guy Fawkes, inglês que inspirou personagem
terrorista da história em quadrinhos e do filme "V de Vingança". O
grupo diz que, após a caminhada, irá acampar na praça da Matriz até o domingo
para protestar "contra a corrupção e a impunidade". Não houve nenhum
incidente na tarde desta quarta, segundo a Brigada Militar. Em Fortaleza (CE),
o protesto reuniu cerca de 500 pessoas. Os participantes, animados por um carro
de som, fizeram uma caminhada carregando faixas e cartazes com frases como
"reaja, omissão mata". Em Belém, Teresina, São Luís e Maceió, cidades
onde manifestantes tinham marcado marchas semelhantes por meio de redes
sociais, não houve registro de protestos, segundo a PM.
Informações da FOLHA DE SÃO
PAULO. Fotos de Rafael Andrade e Eduardo Anizelli (Folhapress) e Ueslei
Marcelino (Reuters).