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Poucas & Boas nº 110: Onde está a mudança?

Poucas & Boas 2018.14


Estelionato eleitoral em Sergipe
Tallysson de Valmir e Belivaldo Chagas (no alto); Valdevan Noventa (embaixo) e o vereador Valdelício (ao lado)
A eleição de Belivaldo Chagas foi um verdadeiro estelionato eleitoral. A Rodovia asfaltada de Simão Dias a Poço Verde acabou no povoado Triunfo. Assim como ela, outras obras começaram antes do pleito e pararam depois do resultado da eleição. Para completar, a última parcela da primeira parte do 13º salário do servidor, que deveria estar em conta agora dia 15, vai se juntar à primeira parcela da segunda parte do salário natalino, espera-se, no dia 20. O aumento dado aos professores, a partir agora de dezembro, está na pindaíba. Ninguém mais acredita no que o governador fala. O portal do Sintese agora está batendo no governador que ajudou a eleger.
Nem tudo é novo na CMH
Na última segunda-feira (10), a Câmara Municipal de Heliópolis encerrou mais ano legislativo. Como é praxe, a cada dois anos é feita a renovação da mesa diretora da casa. Desde a eleição da vereadora Ana Dalva para presidir o Poder Legislativo, tínhamos esperanças de que havia no ar uma nesga de transformação no modo de pensar e agir. Mudou muita coisa no prédio, nas instalações. Sempre o administrador de plantão vem e traz algo de novo para a casa, de objetos ou reformas. Mas a reeleição do vereador Valdelício Dantas da Gama é a prova concreta de que a mentalidade política de Heliópolis não mudou nadica de nada!
Oposição pífia
Se pelo lado do governo qualquer mudança pode significar perigo, pelo lado da oposição era de se esperar que jogasse mais gasolina no fogo ou chutasse o pau da barraca. Nada! Foi uma eleição tão melancólica quanto aquela em que o vereador Mendonça antecipou o pleito para evitar surpresas. Valdelício teve 8 votos. Apenas um solitário se negou a participar da reeleição: o vereador Doriedson. Vale Lembrar que Valdelício foi eleito pelo governo, se elegeu presidente da câmara pela oposição e, com a ida do vereador Manoel do Tijuco para as hostes de Ildinho, sabendo que não seria mais o voto de minerva, o presidente voltou ao governo. Valdelício passou a perna nos dois lados, mas usou e abusou da oposição e ainda teve os votos da maioria dos vereadores.
Colhendo milho
Não faltaram articulações de bastidores para não conduzir Valdelício mais à cadeira de presidente. Surgiram os nomes de Ana Dalva e Maria de Renilson. Depois o vereador Ronaldo colocou seu nome na disputa. Nada evoluiu porque o medo da guinada de Valdelício para a oposição estava no máximo. Os opositores chegaram a tentar diálogo com Ana Dalva, mas ela alegou que o que começou quando chegou à presidência foi desconstruído pela própria oposição, quando esteve na administração da Câmara. Para ela, querer mudança só quando se está na oposição é hipocrisia. Quem planta milho só pode colher milho!
Contas de Ildinho
As contas do prefeito Ildinho, rejeitadas pelo TCM, pode ainda ter um final feliz. É que alguns pagamentos devem ser desvinculados da folha de pagamento de pessoal e o índice cai abaixo dos 54%. Os advogados da Prefeitura Municipal já entraram com recurso para tanto. Além disso, a Câmara dos Deputados aprovou uma lei que beneficia o prefeito que gasta muito com despesa de pessoal. O projeto muda a Lei de Responsabilidade Fiscal, que penalizava o município que ultrapassava o limite de gastos com a folha de pagamentos. Apenas o PSDB e PSL, partido do presidente eleito Jair Bolsonaro, eram contra a proposta. As demais legendas orientaram a favor da medida ou liberaram a bancada para que cada deputado votasse como quisesse. Foram 300 votos favoráveis à proposta, 46 contrários e cinco abstenções. Em porteira que entra um boi, entra uma boiada!
Pura aparência!
Deu na coluna Raio Laser, da Tribuna da Bahia, nesta sexta-feira (14) que sindicatos que representam o funcionalismo estadual prometem fazer, junto ao eleitor, a caveira dos 39 deputados da base do governo que votaram a favor do pacotaço do governador Rui Costa na Assembleia que aprovou, entre outras medidas, a elevação da alíquota de contribuição dos servidores à Previdência de 12% para 14%. Seria uma forma de inibi-los para a votação da próxima segunda-feira. Isso é só aparência. Todos sabiam o que aconteceria e estes sindicatos ajudaram muito na eleição do governador Rui Costa. Estão preocupados mesmo em manter suas posições. Na próxima eleição estarão nos mesmos lugares e votarão nos mesmos.
Contas reprovadas
Segundo o portal Infonet, de Aracaju, os recém-eleitos deputado federal Fábio Henrique (PDT), deputado estadual Talysson de Valmir (PR) e senador Rogério Carvalho (PT) tiveram suas contas de campanha reprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), em julgamentos realizados nesta sexta-feira (14). Fábio Henrique teve as contas rejeitadas por ter feito contratações de serviços antes da abertura da conta de campanha. O relator Diógenes Barreto considerou que a prática consiste em “irregularidade insanável”. Rogério Carvalho teve as contas reprovadas por ter recebido doações de fonte proibida, além da desaprovação, foi determinada a devolução de R$72 mil ao Tesouro. No caso de Talysson de Valmir, o indeferimento da prestação de contas ocorreu por conta de “falhas consistentes no registro” e pela comprovação fora do prazo da compra de três toneladas e meia de fogos de artifício, no valor de mais de R$76 mil.
Grande negócio!
A eleição de Valdevan 90 para deputado federal em Sergipe é o prova concreta de que eleição no Brasil pode ser também um grande negócio! 
Belivaldo, 28 pessoas e 50 mil
O governador Belivaldo Chagas (PSD) terá de devolver cerca de R$50 mil ao Tesouro Nacional. A determinação foi expedida nesta sexta-feira, 14, pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), em sessão de julgamento das contas eleitorais. Ele teria feito um pagamento de alimentação a 28 pessoas de uma empresa de marketing contratada durante a campanha eleitoral. Até em eleição a coisa soa a falcatrua. Meu Deus! Que país é este?
Prisões de graúdos em Sergipe
Deu no blog do Ediberto de Souza, no portal Infonet: Não se surpreendam se a Polícia Federal prender uma dezena de prefeitos sergipanos. Pelo que se sabe, tem uma penca de gente graúda suspeita de integrar a quadrilha que meteu a mão grande nos recursos do transporte escolar. E para agravar a situação dessa turma, um dos envolvidos teria “dedurado” os comparsas em troca de redução da pena. Os suspeitos são acusados de pagar por serviços não prestados, por quilometragem superior à percorrida pelos ônibus, e por número de veículos superior ao disponibilizado. Estes crimes já são investigados há algum tempo pela Polícia Federal. Aliás, em agosto passado, o ex-governador Jackson Barreto (MDB) jurou que “se me apertarem, vou dizer o que esses prefeitos fazem com o dinheiro do transporte escolar”. Tomara que, em sendo comprovado o roubo do dinheiro público, os culpados sejam presos e permaneçam um bom tempo atrás das grades.