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Poucas & Boas nº 110: Onde está a mudança?

Governador do Rio preso pela Lava Jato

Pezão foi preso hoje pela Polícia Federal (foto: Fabiano Rocha/O Globo)

O governador do Rio Luiz Fernando Pezão foi preso nesta quinta-feira, 29, pela Polícia Federal, no Palácio Laranjeiras, sede do Governo do Estado. A ordem judicial é do ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Pezão foi vice-governador do Rio na gestão Sérgio Cabral (MDB) entre 2007 e 2014. Cabral está preso desde novembro de 2016, condenado a mais de 180 anos de prisão. A Operação Lava Jato atribui ao ex-governador o comando de um esquema milionário de corrupção e propinas. Além de Pezão, outras oito pessoas foram presas segundo nota da Procuradoria-Geral da República. A PF cumpre um total de 30 mandados, que estão sendo cumpridos nas cidades do Rio de Janeiro, de Piraí, de Juiz de Fora, Volta Redonda e Niterói.
Além das prisões, o ministro Felix Fischer, autorizou buscas e apreensões em endereços ligados a 11 pessoas físicas e jurídicas, bem como o sequestro de bens dos envolvidos até o valor de R$ 39,1 milhões. De acordo com as investigações que embasaram as medidas cautelares, o governador integra o núcleo político de uma organização criminosa que, ao longo dos últimos anos, cometeu vários crimes contra a Administração Pública, com destaque para a corrupção e lavagem de dinheiro. Ao apresentar os pedidos, Raquel Dodge lembrou que a organização criminosa – que desviou verbas federais e estaduais, inclusive, com a remessa de vultosas quantias para o exterior –, vem sendo desarticulada de forma progressiva, com o avanço das investigações. Enfatizou ainda que Luiz Fernando Pezão foi secretário de Obras e vice governador de Sérgio Cabral, entre 2007 e 2014, período em que já foram comprovadas práticas criminosas como a cobrança de um percentual do valor dos contratos firmados pelo Executivo com grandes construtoras, a título de propina.
 “A novidade é que ficou demostrado ainda que, apesar de ter sido homem de confiança de Sérgio Cabral e assumido papel fundamental naquela organização criminosa, inclusive sucedendo-o na sua liderança, Luiz Fernando Pezão operou esquema de corrupção próprio, com seus próprios operadores financeiros”, afirma Raquel Dodge. Neste caso específico – a origem das investigações – foram informações decorrentes de uma colaboração premiada homologada no Supremo Tribunal Federal e documentos apreendidos na residência de um dos investigados na Operação Calicute. A partir daí foram realizadas diligências que permitiram aos investigadores complementarem as provas. Foram analisadas provas documentais como dados bancários, telefônicos e fiscais. Na petição enviada ao STJ, a procuradora-geral explicou que a análise do material revelou que o governador Pezão e assessores integraram a operação da organização criminosa de Sérgio Cabral (preso há mais de dois anos e já condenado judicialmente) e que o atual governador sucedeu Cabral na liderança do esquema criminoso.
 Cabia a Pezão dar suporte político aos demais membros da organização que estão abaixo dele na estrutura do poder público e, para tanto, recebeu valores vultosos, desviados dos cofres públicos e que foram objeto de posterior lavagem”, destacou a PGR, em um dos trechos do documento, ao descrever o papel do governador no grupo. Além de apresentar a existência de provas, segundo as quais o esquema criminoso estruturado pelo ex-governador Sérgio Cabral continua ativo, o Ministério Público Federal sustentou na petição que, solto, Luiz Fernando Pezão poderia dificultar ainda mais a recuperação dos valores, além de dissipar o patrimônio adquirido em decorrência da prática criminosa.
Há registros documentais, nos autos, do pagamento em espécie a Pezão de mais de R$ 25 milhões no período 2007 e 2015. Valor absolutamente incompatível com o patrimônio declarado pelo emedebista à Receita Federal. Em valores atualizados, o montante equivale a pouco mais de R$ 39 milhões (R$ 39.105.292,42) e corresponde ao total que é objeto de sequestro determinado pelo ministro relator. Sobre a importância do sequestro de bens, a procuradora-geral destacou que “é dever do titular da ação penal postular pela indisponibilidade de bens móveis e imóveis para resguardar o interesse público de ressarcimento ao Erário e também aplacar os proventos dos crimes”. Destacou ainda a existência de materialidade e indícios de autoria, conforme revelaram provas obtidas por meio de quebras de sigilos, colaborações premiadas, interceptações telefônicas, entre outras. “Existe uma verdadeira vocação profissional ao crime, com estrutura complexa, tracejando um estilo de vida criminoso dos investigados, que merece resposta efetiva por parte do sistema de defesa social”, pontua um dos trechos da petição. (Estadão)

Mais de 100 mm de chuva até dia 6.12


O portal do Tempo Agora está fazendo uma previsão de chuva para nossa região que pode significar o fim do período de estiagem. O maior quantitativo de milímetros é para cidade de Poço Verde, em Sergipe, que deve receber de 27 de novembro a 6 de dezembro aproximadamente 110 mm de chuva. É muita água. O bom é que ela virá suavemente, sem ser uma trovoada de 8 a 10 horas. Haverá seis dias chuvosos que acumulará toda esta água.
Em Heliópolis, a chuvarada deve render 102 milímetros a partir desta terça-feira (27), que terá apenas 2 mm. Dia 28, na quarta, poderá chegar a 11 mm, e quinta-feira – 8 mm. O dia mais chuvoso na nossa região será dia 2 de dezembro. Em Heliópolis será 28 mm e em Poço Verde – 29 mm. Dias 3, 4, 5 e 6 de dezembro, a média será de 15 mm por dia nos municípios de nossa região. Na região de Jeremoabo, Carira e Coronel João Sá, a chuva será um pouco menor, algo superior a 60 mm. Não é pouca coisa para quem perdeu as últimas quatro safras.
As previsões mudam a todo instante, mas todos os portais na Internet preveem chuvas generosas para nossa região até dia 8 de dezembro. E não são chuvas litorâneas, como estamos acostumados a receber. Aracaju, por exemplo, terá tempo aberto por todo início do próximo mês. São mesmo as esperadas chuvas do Norte ou do Oeste. Que venham pacíficas, abundantes e sem desesperos. Já temos problemas demais.

O Nordeste é vermelho!

No Nordeste, o vermelho da insensatez esconde o vermelho da violência
Não, caro leitor. Não se trata de política, mas pode ser. É verdade que o Nordeste deu números generosos à candidatura de Fernando Haddad. Sem o Nordeste, o candidato do PT estaria menor que Marina Silva em 2014. Mas a cor vermelha não vem da bandeira desbotada do Partido dos Trabalhadores e de sua estrela ofuscada pelos escândalos de corrupção. Vem dos números generosos da violência desenfreada que espalha glóbulos inúteis sobre a aridez da terra.
Em artigo de Giampaolo Morgado Braga, publicado neste sábado (24) na Revista Época, há um grito chamativo para o problema. O articulista chega a dizer que, já rompida a barreira das 30 mortes por cem mil, aqui no Brasil, é necessário lançar mão de outros adjetivos para tentar se aproximar da realidade violenta em que estamos vivendo. Giampaolo diz ser Indecente, imoral, bestial e vergonhosa. 
 O Nordeste é dono do pódio da violência no Brasil. Os três primeiros lugares são nossos! Sergipe, Ceará e Alagoas. Isso mesmo! O menor estado brasileiro é dono da maior taxa de homicídio do país. Quem está acostumado com os filmes de Hollywood, pensa que os Estados Unidos são violentos. O lugar mais violento dos gringos é o estado de Lousiana, que tem taxa de homicídio menor que o nosso estado menos violento, que é São Paulo. Se o maior estado brasileiro ousar baixar a taxa de mortes violentas em 10% ao ano, só daqui a 20 anos chegará aos níveis do menos violento estado dos Estados Unidos, New Hampshire, que tem cerca de um homicídio por cem mil.
Se pegarmos Sergipe como exemplo, e compará-lo com a violência na Europa, não dormiremos. A Áustria é o país com uma taxa de menos de um homicídio por cada cem mil habitantes. No nosso pequenino estado, cinco vezes menor que a Áustria, chega ao catastrófico número de quase 58 mortes em cada 100 mil. Resumindo, Sergipe mata mais que a Europa inteira. E não há perspectiva de melhoras nos três estados mais violentos do país porque não há nada de novo que possa sequer dar esperança de uma transformação. Até mesmo na questão política a coisa degringolou: os três atuais governantes foram reeleitos!
Do meio da desgraça dos números, há o Piauí que tem taxas parecidas com as dos estados do sul. E é só. Até mesmo, se levarmos em conta os números de mortes em cidades, ainda não somos campeões. A cidade que Queimados, no Rio de Janeiro, foi a mais violenta de 2016. Lá morrem quase 135 pessoas por cem mil habitantes. Só que o Nordeste leva o vice-campeonato. No assassiômetro daquele ano, Eunápolis, na Bahia, matou 124 em cada cem mil, taxa que ultrapassa qualquer época de guerra em todo o mundo.
Guardem estes números. Quando estiverem nas redes sociais denegrindo o seu adversário e, muitas das vezes, defendendo o seu corrupto preferido, colocando de lado as discussões em torno das reais necessidades do país; quando a temperatura subir nas discussões inócuas sobre quem é gay, quem é preconceituoso ou quem é machista ou não, lembre-se de que morreram 62.517 pessoas assassinadas em 2016 no Brasil. Lembre-se ainda de que boa parte destas mortes está no Nordeste. Depois de tudo, podem elevar o tom e repetir em alto e bom som: Deus é brasileiro! Cristo nasceu na Bahia! E os sergipanos podem dizer do fundo do peito: Glória a Deus! E todos nós gritemos para o mundo ouvir: O Nordeste é vermelho! Tudo isso para esconder a vergonha da nossa insensatez!