Prefeitos denunciados por corrupção
Enquanto alguns poucos
procuradores e juízes se dedicam a revelar os meandros da corrupção no Brasil,
pessoas se digladiam nas redes sociais defendendo o seu corrupto favorito ou
difundindo ideias de algum populista de plantão. Ao lado dessa guerra verbal,
reveladora de um país doente, os vilões tentam continuar no comando, enquanto
uns poucos tiram leite de pedras para transformar uma realidade que parece
querer se eternizar. Por aqui, distante de tudo, no Brasil que aparece vez ou
outra na série “Brasil que eu quero”, da Rede Globo, parece que nada vai mudar
tão cedo. A política ainda é um grande negócio, mais parecida com o enredo de
uma mega série “Onde os corruptos nascem fortes”.
Foi isso que, entre tantos outros
casos, revelou o Ministério Público este ano. Calma! Não foi o de Cícero
Dantas. Trata-se do Ministério Público Federal (MPF) de Bom Jesus da Lapa, no
oeste da Bahia, que ajuizou 17 ações contra atos de improbidade administrativa.
O órgão aponta que, somados, os recursos tratados nas ações, contabilizam mais
de R$ 7,5 milhões em prejuízo, nas áreas de Educação e Saúde, por desvios de
verbas e danos aos cofres públicos em nove municípios baianos. Entre os
acionados, estão os atuais prefeitos de Correntina, Macaúbas, Morpará e
Paratinga. A lavra é de autoria do procurador da República Adnilson Gonçalves
da Silva.
A pedido do MPF, a Justiça
Federal determinou o bloqueio de bens no valor de R$ 30.409,84 da coordenadora
do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) no município de Lapa, Flávia
Carvalho Garcia, por desvio de recursos federais do programa. A ré é acusada de
se apropriar de todos os itens adquiridos com a emissão dos cheques, em
detrimento dos alunos e das escolas em Bom Jesus da Lapa, com o uso indevido de
pelo menos 21 cheques, no ano de 2013, colocando assinaturas falsificadas ou
preenchendo de maneira abusiva os cheques que lhe foram confiados em branco e
já assinados por presidentes ou tesoureiros dos colegiados escolares do
município.
Em outro caso, o MPF requereu a
indisponibilidade de bens e a Justiça Federal determinou integralmente o
bloqueio de até R$ 308.869,94 da Farmácia Graça e do seu representante,
Vinícius Dias da Rocha. Os réus foram denunciados por desvio de recursos
federais do Programa Farmácia Popular do Brasil (PFPB), atuando na simulação da
venda de medicamentos, no ano de 2012. De acordo com as investigações, foram
constatadas dispensas de medicamentos que não foram adquiridos pelo
estabelecimento ou em quantidades superiores às aquisições, como também foram
realizadas dispensas de medicamentos em nome de pessoas já falecidas, gerando
enriquecimento ilícito dos acionados.
No município de Boquira, o MPF
acionou o ex-prefeito do município Edmilson Rocha de Oliveira e mais 10 por
danos ao erário e desvios de recursos do Fundeb - Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação, durante a gestão de 2009 a 2012. As investigações apontaram que
Oliveira participou de fraudes na licitação do Pregão Presencial nº 001/2009 e
Pregão Presencial nº 006/2011 para a contratação da cooperativa de fachada
Transcops. A empresa seria encarregada de prestar serviço de transporte escolar
no município. Além do direcionamento da licitação, houve o superfaturamento de
preços no pagamento por quilometragem – superior ao que realmente era
percorrido pelos veículos escolares –, como também lucros injustificados,
revertidos para os dirigentes da entidade e para agentes públicos.
Na cidade de Morpará, o MPF acionou
o atual prefeito Sirley Novaes Barreto (Lelei) e a ex-prefeita do município
Edinalva Pereira de Almeida pela não prestação de contas de gastos com a
construção de uma creche. Segundo o órgão, a prefeitura recebeu R$ 948.168,75
em verbas federais, no entanto, executou apenas 54,13% das obras até a data de
expiração do convênio, e não prestou contas ao FNDE - Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação. O prazo final para o registro dos dados da
prestação de contas foi encerrado em janeiro de 2017.
Em Paratinga, o MPF acionou o
atual prefeito Marcel José Carneiro de Carvalho por contratação irregular de
funcionários e desvio de finalidade com recursos do Fundeb, na sua gestão de
2009 a 2012. Segundo as investigações, os funcionários foram contratados pela
prefeitura para prestar serviços de limpeza dos órgãos municipais. No entanto,
o prefeito utilizava verbas da educação para pagá-los, simulando a contratação
de professores para justificar os pagamentos. Durante o ano de 2011, foram
pagos aos funcionários o total de R$117.154,40, dos quais pelo menos R$
16.340,40 eram recursos do Fundeb. Também a pedido do MPF, a Justiça Federal
determinou integralmente o bloqueio de bens de até R$ 983.940,00 de Carvalho e
mais três pessoas por danos ao erário e desvios de recursos federais da Funasa
- Fundação Nacional de Saúde, na gestão de 2009 a 2012. A ação refere-se ao
Convênio nº 0796/2009, firmado entre a prefeitura e a Construtora Marfim Ltda,
que tinha por objeto a execução de 28 melhorias habitacionais para o controle da
doença de chagas. No entanto, embora o Município de Paratinga tenha recebido
todo o valor conveniado - R$ 400.000,00 - e pagado R$ 415.518,35 à contratada,
foram concluídas apenas 14 unidades habitacionais. Além disso, o prefeito
atestou, falsamente, a execução integral da obra perante a Funasa, por meio da
declaração de “Alcance dos Objetivos” e do “Termo de Aceitação Definitiva da
Obra”.
Em Correntina, a Justiça Federal
determinou o bloqueio de bens de até R$ 64.323,04 do atual prefeito Nilson José
Rodrigues (Maguila) e mais quatro por danos ao erário e desvios de recursos
federais referentes ao Plano Nacional de Implantação de Unidades Básicas de
Saúde para Equipes de Saúde da Família, na gestão de 2009 a 2012. De acordo com
o MPF, houve fraude em licitação para a construção de uma Unidade Básica de
Saúde (UBS) no município (Tomada de Preços nº 005/2010), com superfaturamento
de preços e vícios na construção. A licitação foi simulada e direcionada para a
contratação de uma empresa que não possuía nenhum empregado registrado em seus
quadros até 2016 – cinco anos após a ordem de serviço que autorizou o início da
execução das obras.
O MPF acionou também o atual
prefeito de Macaúbas, Amélio Costa Júnior (Amelinho), e mais cinco, por danos
ao erário, desvios de verbas federais da Educação e por fraude a licitação,
durante a gestão de 2009 a 2012. Segundo o MPF, os réus direcionaram a
licitação Tomada de Preços nº 032/2009 para a construção de uma creche, com
recursos repassados integralmente pelo FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento
da Educação, totalizando R$ 940.500,00. No entanto, o Município contratou,
irregularmente, a empresa Adepres - Agência de Desenvolvimento e Prestação de
Serviços Ltda, simulando e direcionando o procedimento licitatório. A pedido do
MPF, em outras três ações de improbidade, a Justiça Federal determinou o
bloqueio de bens de Costa Júnior e mais cinco no valor de até R$ 6.157.366,66
por fraude a licitação, danos ao erário e desvios de recursos federais do
Fundeb na gestão de 2009 a 2012. Segundo o MPF, os réus fraudaram o Pregão
Presencial nº 053/2011, a Carta Convite nº 047/2010, o Pregão Presencial nº
063/2010 e o Pregão Presencial nº 076/2010, todos destinados à aquisição de
materiais de papelaria e impressão. De acordo com as investigações, houve
superfaturamento nos preços e os pagamentos foram realizados sem a devida
verificação da prestação dos serviços ou entrega dos produtos.
O MPF acionou ainda o ex-prefeito
de Serra Dourada Enilson Fagundes Melo, e mais dez, por danos ao erário e
desvios de recursos públicos do FNDE. O Município selecionou e contratou a
empresa Oliveira Machado Comércio de Peças e Serviços Ltda – Epp, por meio da
licitação Tomada de Preços nº 017/2011 para a construção de uma creche. No
entanto, de acordo com as investigações, houve fraude a licitação, além de
pagamentos indevidos, com base em boletins de medição da obra ideologicamente
falsos, que não refletiam os serviços realmente executados. O Município
repassou à contratada mais de 80% dos recursos - R$ 1.068.912,47 -, entretanto
foram executados apenas 54,96% das obras, permanecendo paralisadas e inacabadas
desde 2012.
Também foi acionado pelo MPF o
ex-prefeito de Serra do Ramalho Carlos Caraíbas de Souza, e mais onze pessoas,
por fraude a licitação, danos ao erário e desvios de recursos do Fundeb. A ação
refere-se à fraude nos procedimentos licitatórios Carta Convite nº 005/2008 e
Carta Convite 006/2008, no ano de 2008, destinados à contratação de mão de obra
para reforma de escolas e construção de quadra poliesportiva no município,
respectivamente. Segundo o MPF, os três licitantes preencheram de maneira
idêntica o formulário padrão disponibilizado e a empresa contratada não possuiu
nenhum empregado registrado em seus quadros até o ano de 2015. O órgão requer o
bloqueio de bens dos réus em até R$ 346.839,21. As ações referem-se a fraudes a
licitações do Pregão Presencial nº 007/2008 e do Pregão Presencial nº 028/2010,
destinados à aquisição de materiais elétricos, hidráulicos, de construção e
ferragens com recursos da educação. Segundo o MPF, a empresa Pôr do Sol
Materiais de Construção foi contratada através de licitação direcionada, sem a
competitividade prevista em lei. Ainda segundo as investigações, a empresa
contratada é do ramo de comércio varejista de artigos de papelaria e não presta
os serviços solicitados na licitação. Em vista disso, os réus não comprovaram a
entrega dos produtos.
Por fim, a pedido também do MPF,
a Justiça Federal determinou o bloqueio de bens do ex-prefeito de Sítio do Mato
Danilson dos Santos Silva, e mais cinco pessoas, em até R$ 1.351.006,77 por
fraude a licitação, danos ao erário e desvios de recursos federais da Funasa.
Segundo as investigações, a licitação Tomada de Preços nº 013/2009 foi
direcionada, sem a devida competitividade, na qual as verbas, referentes ao
TC/PAC nº 0670/07, eram destinadas à execução de ação de melhoria habitacional
para o controle da doença de chagas, por meio da (re)construção de 51 casas. No
entanto, foi constatado que, embora o município tenha recebido todo o valor
conveniado - R$ 750.000,00 -, apenas 31 unidades habitacionais foram
concluídas.
Ou seja, o mecanismo parece se
repetir. A forma de roubar é repetitiva. E olhem que tudo isso envolve o
trabalho de um procurador federal numa dada região da Bahia. Se isso se repetir
no mesmo nível nas outras regiões, não há como não dizer que estamos diante de
um quadro de corrupção quase incurável. Só vislumbro o fim disso com apoio maciço
da população. Entretanto, quando vejo jovens estudantes, professores,
magistrados, filósofos, desembargadores, ministros, por interesses, ideologias
questionáveis ou inocência inútil, argumentar defesa a favor de determinados corruptos
ilustres, minha esperança de um país democrático, justo e progressista jaz no
túmulo da desilusão.
(Com a colaboração dos portais
Bahia Notícias, Blog do Paulo Nunes, Macaubense Life, Correio do Oeste, Sertão
Hoje e Zump)
Sergipe é o estado mais violento do Brasil
Sergipe lidera como o mais violento estado brasileiro, em dados de 2016 (foto: G1) |
O Brasil atingiu a taxa de 30
assassinatos para cada 100 mil habitantes, em 2016, um feito inédito na nossa
história. Segundo o Atlas da Violência 2018, com base em dados do Ministério da
Saúde de 2016, chegamos aos 62.517 homicídios. A taxa chegou a exatos 30,3, que
corresponde a 30 vezes a da Europa. Antes de 2016, a maior taxa havia sido
registrada em 2014, com 29,8 por 100 mil habitantes. Desta vez, dois estados do
Nordeste se destacam: Sergipe, com a maior taxa de violência, que chega a 64,7,
e o Rio Grande do Norte, com o maior crescimento percentual (alta de 256,9%, de
2006 para 2016).
Se a taxa que mais cresceu foi no
Rio Grande do Norte, a que a mais caiu foi a do estado de São Paulo (queda de
46,10%). A variação é grande entre os estados. Apenas sete unidades da
federação conseguiram reduzir o índice: São Paulo, Espírito Santo, Rio de
Janeiro, Mato Grosso, Pernambuco, Paraná e Distrito Federal. Outros quatro
estados tiveram altas acima de 100%: Tocantins, Maranhão, Sergipe e Rio Grande
do Norte. Depois de Sergipe, a maior taxa está com Alagoas, 54,2 e Rio Grande
do Norte, 53,4. No Nordeste ainda merecem destaques Pernambuco, 47,6, Bahia
46,9, e Ceará, com 40,6 por cada 100 mil. Já São Paulo tem taxa de 10,9, Santa
Catarina, 14,2, e Piauí, com 21,8.
Segundo o estudo, elaborado pelo
Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, nos últimos dez anos, 553
mil pessoas perderam a vida vítimas de violência no Brasil. Em 2016, 71,1% dos
homicídios foram praticados com armas de fogo. Fazendo coro com o surto de
violência dos últimos dias, em especial no Nordeste, o Ipea acaba de divulgar
que os 62.517 homicídios representam 171 mortes violentas por dia. Só numa
guerra isto acontece. Ou seja, é como se derrubassem por dia um Boeing 737. Os
assassinatos respondem por 56% das mortes de jovens do sexo masculino entre 15
e 19 anos. De 20 a 24 anos, esse índice é de 46%. A proporção cai para menos de
5% da população masculina a partir dos 45 anos de idade. O documento diz ainda
que, nos últimos 10 anos, a taxa de homicídios de negros aumentou 40,2% e a de
não negros caiu 6,8%.
Os 17 pontos do ‘manifesto’ em defesa de uma candidatura única de centro
O ‘manifesto’ encabeçado pelo
PSDB em defesa de uma candidatura única de centro foi publicado no portal O
Antagonista e traz 17 “pontos essenciais
que podem gerar consensos progressivos em torno da agenda nacional e dos
avanços necessários, a partir de uma perspectiva democrática e reformista”.
A ideia é unir partidos como PSB, PDT, REDE, DEM, PSD, PTB, PPS, PV, além do
PSDB, e outros que desejarem. Está claro no manifesto o combate aos extremistas
de esquerda e de direita, aos populistas e à irresponsabilidade eleitoral.
Pontos do manifesto:
1) A defesa intransigente da
liberdade e da democracia como caminho para a construção do futuro do país, com
o fortalecimento das instituições republicanas em sua harmonia e independência,
dos direitos individuais e das minorias e da reforma profunda do sistema
político com vistas a recuperar os laços perdidos com a sociedade brasileira,
erguendo um sistema de representação efetivo submetido a controles sociais
eficientes e com suas relações com a população presididas pela transparência e
a participação.
2) A luta contra todas as formas
de corrupção, seja no comportamento de servidores públicos, seja na definição
de prioridades que não reflitam o interesse público. Reafirmamos o compromisso
inflexível com a ética e a honestidade. Tornar cada vez mais público e
transparente o espaço público. E desencadear um processo profundo e
irreversível de avanços institucionais na consolidação dos mecanismos de
controle internos, externos e sociais.
3) Prioridade absoluta para a
transformação inadiável de nosso sistema educacional como elemento central do
desenvolvimento nacional na era do conhecimento e da inovação. Todos os
esforços governamentais devem ser voltados e a mobilização da sociedade deve
ser concentrada no desenvolvimento da educação na primeira infância e na
qualificação do ensino fundamental. Esse é o principal desafio brasileiro. Não
adianta universalizar sem qualidade. É preciso democratizar as oportunidades
garantindo às crianças e aos jovens brasileiros o acesso ao conhecimento e aos
valores necessários para enfrentarem as demandas da vida contemporânea,
preparando-os para a cidadania e para uma inserção inclusiva no mundo da produção.
Devem merecer atenção especial ainda o combate à evasão escolar no ensino
médio, o fortalecimento do ensino técnico e a inserção das Universidades no
esforço de desenvolvimento nacional. Se é verdade que saúde e segurança
defendem a vida, só a educação de qualidade pode transformar a vida, combinada
com estratégias inteligentes, criativas e eficazes de desenvolvimento
científico e tecnológico. Sem isso o Brasil perderá mais uma vez o “bonde da
História”.
4) A busca incansável do
equilíbrio fiscal, sem o que não se sustentarão os atuais baixos patamares de
inflação e da taxa de juros e não serão recuperadas a qualidade e a efetividade
das políticas públicas essenciais. Isto passa inevitavelmente pela Reforma do
Estado, com a diminuição do tamanho da máquina estatal, com ganhos de
eficiência e produtividade, fechando as portas para o clientelismo, o
patrimonialismo e a corrupção. Este esforço deve ser presidido por um grave
sentimento de priorização na alocação dos escassos recursos públicos
privilegiando os setores essenciais da educação, saúde, segurança pública,
moradia, saneamento, inovação científica e tecnológica e combate às
desigualdades regionais e pessoais de renda. O Estado deve cuidar dos trilhos,
liberando as energias da sociedade, da iniciativa privada, dos indivíduos
empreendedores, que devem assumir o comando da locomotiva. O Estado deve ser
menos fazedor e mais indutor, regulador, coordenador, catalizador das energias
da sociedade. O estímulo aos empreendedores da indústria, do agronegócio e do
setor serviços deve se dar dentro de novo marco, onde a intervenção estatal
deva ser seletiva e muito bem calibrada, e sempre calcada em diretrizes
universais, longe da concessão de benesses aos “amigos do Rei”.
5) A reconstrução de nossa
Federação, com uma radical descentralização, fortalecendo o poder local e
regional num país de dimensões continentais. A clara definição dos papéis a
serem desempenhados por cada uma das três esferas de poder é urgente. Assim
como a correta e equilibrada distribuição das receitas oriundas dos impostos
pagos pela população.
6) A mudança estrutural de nosso
sistema tributário tornando-o mais simples, justo, desburocratizado e
eficiente. Não é possível mais conviver com um sistema tributário irracional,
regressivo e inibidor do crescimento econômico. O ajuste fiscal não pode se dar
com o aumento da já alta carga tributária. A reforma tributária deve ser
elemento central na agenda do aumento da competitividade e da produtividade
nacional.
7) Reformar nosso sistema
previdenciário injusto e insustentável. Precisamos de um sistema único que
elimine privilégios e assegure o equilíbrio atuarial, sob pena de colocarmos em
risco o pagamento de aposentadorias e pensões no curto prazo e impedir o
necessário equilíbrio das contas públicas.
8) Incentivo radical à promoção
da ciência e tecnologia, fazendo o Brasil caminhar para ser um país líder
nessas áreas, utilizando-se o potencial das universidades e centros de
pesquisas públicos e privados.
9) O combate a todas as formas
de autoritarismo e populismo. A demagogia e atitudes hostis à vida democrática
devem definitivamente ser afastadas do cenário nacional. À direita, se esboça o
surgimento de um inédito movimento com claras inspirações antirrepublicanas e
antidemocráticas. À esquerda, uma visão anacrônica alimenta utopias regressivas
de um socialismo autoritário e antidemocrático e de um Estado intervencionista
e onipresente. A união das forças do polo democrático e reformista é essencial
para que o futuro do país não seja espelhado em experiências desastrosas como a
vivenciada pelo povo venezuelano ou projetos que pareciam já arquivados de
inspiração protofacista.
10) A defesa de um alinhamento
internacional que resgate, como vem sendo feito recentemente, as melhores
tradições do Itamaraty, com uma política externa que privilegie os verdadeiros
interesses nacionais, e não ultrapassadas e equivocadas identidades
ideológicas. As ações multilaterais e bilaterais têm que ser dosadas com o
necessário pragmatismo e com vistas a resultados concretos para o
desenvolvimento nacional, mas tendo como pano de fundo o inarredável
compromisso com a democracia, aqui e lá fora. É inadiável e inevitável a
abertura externa de nossa economia.
11) Uma postura firme no setor
de segurança pública baseada no princípio de tolerância zero com o crime
organizado. Ações de inteligência, prevenção, repressão, mobilização social e
integração no âmbito do recém-criado Sistema Único de Segurança Pública, devem
devolver a paz às cidades e ao campo e garantir a cada cidadão os seus direitos
fundamentais de ampla convivência na sociedade.
12) Aprofundar o esforço de
qualificação do Sistema Único de Saúde, assegurando os direitos constitucionais
de cidadania ao acesso a uma saúde de qualidade, avançando na reestruturação do
padrão de financiamento, aprimorando o pacto federativo setorial, definindo
claramente a carteira de serviços e o padrão de integralidade a serem ofertados
à população, o uso intensivo de ferramentas tecnológicas na gestão e regulação
do sistema, o aumento da resolutividade da atenção primária e a reestruturação
do mercado de trabalho no setor.
13) Adotar soluções criativas e
eficazes na moradia e no saneamento, aprendendo com a experiência acumulada
pelo “Minha Casa, Minha Vida” e democratizando o acesso da população à água
tratada, à coleta de esgoto e lixo e ao tratamento dos resíduos. Os índices de
exclusão social no saneamento básico no Brasil são inaceitáveis em pleno Século
XXI.
14) Empreender esforços para a
concretização de uma profunda reforma política que aproxime a representação
política das bases da sociedade, aumentando a participação e os controles
sociais, barateando seu funcionamento e coibindo a influência do poder
econômico, aumentando a transparência e aprimorando o ambiente para uma governabilidade
centrada em um programa de governo e não na velha e esgotada fórmula de
convivência baseada na troca de cargos e verbas por votos, muitas vezes com
feições nada republicanas.
15) Defesa de uma perspectiva de
desenvolvimento sustentável, com o estímulo à produção de biocombustíveis e
fontes renováveis de energia, paralelo à necessária exploração de nossa vocação
petrolífera. Modernização da atividade de licenciamento ambiental, por um
lado, assegurando rigor na defesa do
meio ambiente, por outro, desburocratizando e dando maior celeridade às
licenças. Defesa de nossos diversos ecossistemas combinando um bom regramento
na sua conservação com as atividades produtivas que garantem a criação de
emprego e renda. Empreender um enorme esforço na educação ambiental e investir
em tecnologias que possibilitem a despoluição de nossos cursos d’água, do ar
que respiramos e da terra onde vivemos e produzimos nossa existência.
16) O fortalecimento da
administração pública, com a modernização de suas estruturas e processos, com
base nos princípios da profissionalização, da eficiência, da transparência e da
meritocracia. A gestão por resultados deve ser permanentemente perseguida e a
qualidade no gasto público, verdadeira obsessão.
17) Por último, o objetivo
central que deve mover-nos no novo ciclo que se iniciará a partir das eleições,
para o qual convergem todas as diretrizes anteriores: o combate sem tréguas à
miséria, à pobreza e às desigualdades sociais e regionais, graças à elevação da
produtividade e à melhoria da distribuição de renda, além da garantia de acesso
aos bens e serviços essenciais a todos que necessitam. Consciência de que tanto
o aumento da produtividade como a distribuição de renda decorrem diretamente da
universalização da educação de qualidade, assegurando a marcha para que, um
dia, os filhos dos mais pobres tenham acesso à escola com a mesma qualidade dos
filhos dos mais ricos brasileiros. As estratégias inclusivas devem sempre visar
à emancipação do cidadão, à promoção de cidadania plena para todos e a mínima
dependência do cidadão em relação à tutela estatal, embora programas de
transferência de renda sejam fundamentais para o combate emergencial à miséria.
Aprimorar programas de assistência social, dando-lhes caráter transformador. Um
exemplo é o Bolsa Família, que deve ser mantido, recuperando seu caráter
educacional de quando foi criado com o nome de Bolsa Escola, reunindo
propósitos de transferência de renda e garantia de acesso de todos à educação
de qualidade.”
Rede da Bahia promove encontro de mulheres
Ampliar a participação feminina na política é um dos
objetivos principais do Elo Mulheres da Rede Sustentabilidade da Bahia. Criado
pela militância feminina para garantir um diálogo, tanto dentro do partido
quanto em outras instâncias, o grupo trabalha em parceria para atualizar a
política do estado, ocupada em sua vasta maioria por homens. Também entra no
debate a violência contra a mulher e as amarras seculares de uma sociedade
patriarcal. Para alcançar esses objetivos, dezenas de mulheres da Rede fizeram
um encontro no sábado, 2 de junho, no salão de reuniões do Centro Empresarial
Iguatemi, em Salvador. Da Rede de Heliópolis foram três representantes: a vereadora
Ana Dalva e as filiadas Camila e Nice Andrade. No encontro marcaram presenças a
pré-candidata ao governo da Rede na Bahia, Célia Sacramento, e a pré-candidata
ao senado Iaraci Dias.
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