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Poucas & Boas nº 110: Onde está a mudança?

Prefeito de Poço Verde aumenta o próprio salário

Igor Oliveira aumentou seu próprio salário para 24 mil (foto: TV Atalaia)
O prefeito de Poço Verde, Igor Oliveira, determinou por decreto o aumento do seu próprio salário desde janeiro deste ano. Na mesma canetada também foi reajustado os vencimentos do vice-prefeito Roberto Correia Santana, ou Roberto Barracão. No Portal da Transparência consta que o salário de dezembro de 2017 de Igor Oliveira foi de R$ 19.200,00. Em janeiro passou a 24.960,00. O de Barracão passou de 12.800,00 para 16.640,00.
Todos sabemos que aumento de vencimentos para prefeitos, vereadores e secretários tem que passar pelo crivo da Câmara de Vereadores. No início do ano passado, a população de Poço Verde não aceitou que um vereador ganhasse 7 mil reais. A Câmara Municipal aceitou o apelo popular e os vencimentos dos edis ficaram nos R$ 4.800,00. Sabe-se que este salário é muito maior que a média salarial dos servidores de Poço Verde, mas que, nas mãos de um vereador que presta serviços ao povo é quase nada. Para um edil copa do mundo, que gasta dinheiro só em ano de eleição, 4.800 reais é uma fortuna.
No caso dos vencimentos de um prefeito, beira o absurdo um aumento salarial deste. É que o alcaide tem todas as suas despesas de deslocamento, alimentação e tratamento de saúde pagos pelo erário municipal. Ganhar 24 mil é dar tapas mensais na cara do eleitor, porque pode ser comparado a enriquecimento ilícito, notadamente num período de crise como o que estamos vivendo. Não há justificativa ética ou moral para tal canetada. É a desmoralizante atitude de baixar decretos em benefício próprio.
Como as leis no Brasil são interpretadas ao bel prazer dos poderosos, pode ser até que apareça um advogado matreiro, acostumado a “se colar colou”, para dizer que há um teto aprovado pela Câmara Municipal, que é o salário recebido pelo vereador multiplicado por quatro. Certo. Mas os vereadores não aumentaram os seus salários! Se alguém achar que a medida é legal, precisa entender que ela é, no mínimo, inoportuna. Ou melhor, imoral!
E imaginar que o prefeito é um jovem! Poderia mudar os vícios da velha política de Poço Verde, e da nossa região! Poderia bater o pé e teimar em renovar ideias, mas não adianta. Esta disputa de facções municipais acaba por corromper mentes e perpetuar vícios. São jovens cometendo os mesmos erros políticos dos seus antecessores. Pior, parece que se enraíza pela sociedade, promovendo inversão de valores. Virilizou-se a ideia de que se roubar e for do meu lado é santo, e se for preso, ou perder o mandato, foi um golpe!
Este blog aguarda um pronunciamento do prefeito neste sentido. Publicaremos suas justificativas, mas gostaríamos que fosse um pedido de perdão ao povo de Poço Verde, acompanhado da devolução do que recebeu a mais de janeiro a março deste ano. Um salário de 19.200 reais numa região como a nossa é uma dádiva, senhor prefeito. É quase um prêmio, se não fosse a tarefa de administrar bem um trabalho cansativo. E o que dizer de ganhar mais de 16 mil reais sem função alguma, vivendo em eternas sobra e água fresca? Bem que o povo poderia fazer um barraco, ou melhor, um barracão!

Ana Dalva está no Elo Nacional da Rede

Ana Dalva e Marina Silva no III Congresso da Rede
No III Congresso da Rede Sustentabilidade, realizado de 6 a 8 de abril em Brasília-DF, a Bahia teve 10 indicações para compor a Executiva, o Elo Nacional, o Conselho de Ética e o Conselho Fiscal. O Elo é equivalente ao Diretório Nacional. Para a executiva foram contemplados Júlio Rocha, Coordenador de Relações Internacionais, e Iaraci Dias para suplente. Para o Elo nacional, outros seis baianos foram eleitos, e entre eles uma heliopolense: a vereadora Ana Dalva. Além dela, Iaraci Dias, José Itamário, Júlio Rocha, Lázaro Soares, todos titulares, e Daniela Almeida, como suplente. Enoque Menezes Silva, de Feira de Santana, foi indicado para membro efetivo do Conselho Fiscal Nacional, e Francisco José dos Santos para o Conselho de Ética, também como titular
A Rede Sustentabilidade terá nova coordenação nacional. José Gustavo e Marina Silva serão vogais, ao lado de Miro Teixeira, Heloisa Helena e Chico Leite. A nova coordenação nacional será formada pela dupla Pedro Ivo Batista, de Brasília, e Laís Garcia, do Espírito Santo. A liderança do partido na Câmara dos Deputados ficará a cargo de João Derly, do Rio Grande do Sul. O Senador Randolfe Rodrigues será a voz da Rede no Senado. A vereadora Ana Dalva conversou muito com Marina Silva sobre Heliópolis e nossa região e disse a ela que há muito o que fazer por aqui, caso seja eleita presidente da república em outubro. Sobre sua indicação para o Elo Nacional da Rede, Ana Dalva afirma que vai tentar conciliar o trabalho como vereadora de Heliópolis e ajudar o partido a crescer, inclusive lutando para que Marina Silva guie os destinos do país a partir de 2019. 

Parabéns Heliópolis pelos 33 anos!


Rede promove o 2º encontro do Elo Mulheres

Mulheres de todo o país se unem a Marina Silva para mudar uma realidade (foto: Rede)

Mais de 120 mulheres estiveram reunidas no 2º Encontro Nacional do Elo Mulheres da REDE Sustentabilidade, no Minas Hall, em Brasília (DF). Da ocupação dos espaços à construção de políticas públicas para as mulheres, os debates trouxeram informação, formação e incentivo para a ampliação do protagonismo feminino nas próximas eleições.
Mediado por Muriel Saragoussi, a mesa de abertura Mulheres na política e política para mulheres, contou com a participação da porta-voz nacional da REDE e pré-candidata à presidência da República, Marina Silva, e a psicóloga Mafoane Odara. Nossa região estava representada pelas vereadoras da Rede de Irecê, Meirinha, e da Rede de Heliópolis, Ana Dalva.
Partindo do conceito de empatia, Odara trouxe reflexões para que fossem pensadas estratégias para que as mulheres possam ocupar cada vez mais espaços de poder. Ela defende que o protagonismo das mulheres na política não deve estar limitado a uma questão partidária. “É preciso entender o lugar que se ocupa na sociedade e vislumbrar a transformação a partir dalí. Enquanto não ocuparmos metade dos cargos de representação, não seremos capazes de transformar o país”, disse.
Para Marina, diante da profunda crise civilizatória em que o país se encontra, é fundamental reconhecer que não há democracia sem a participação das mulheres na política. “De 513 deputados, somos apenas 8%. Durante mais de cinco mil anos, fomos tuteladas, tratadas como incapazes e isso tem um peso. Mas, em menos de cem anos, aprendemos a fazer tudo e muito mais que aqueles, que nos julgavam incapazes, são capazes de fazer”, destacou.
Segundo ranking da organização global Inter-Parliamentary Union, divulgado em 2017, de 193 países, o Brasil ocupa o 154º lugar, quanto à representatividade das mulheres na câmara dos deputados. Apesar das mulheres corresponderem a 52% da população brasileira, apenas 10% do Congresso é ocupado por elas, enquanto a média global da representação feminina no parlamento é de 23%.
Além da tímida representatividade feminina no Congresso brasileiro, Marina também lamentou a dicotomia vivida pela sociedade. Em tempos em que são exigidas expansões, a pré candidata acredita ser um retrocesso limitar o pensamento político a duas opções, sem ao menos considerar a possibilidade de não optar e sem estimular que sejam pensadas outras possibilidades. “Se você não fica protegido pelo guarda-chuva vermelho, nem pelo azul, é como se você não tivesse um lugar para poder ser você mesmo. E quando você ousa ser aquilo que é, eles dizem que você não existe, que você sumiu”, pontuou.
Ainda assim, a pré-candidata não se abate e segue com a proposta de um novo jeito de se fazer política. “Porque a política também é arte. A arte de entender as coisas como um processo vivo e não como fórmulas a serem repetidas. E a arte fala para além de seu tempo. Se Duchamp foi capaz de transformar um mictório na obra de arte mais celebrada do mundo, é possível transformarmos essa política suja, que está aí, em algo bom”, finalizou.
A programação seguiu até o final do dia, com debates sobre os avanços na legislação e a diversidade na construção de políticas públicas para mulheres, além da construção de grupos de trabalho do Elo e de apoio às mulheres que desejarem se candidatar este ano. (Portal Rede Sustentabilidade)