Natã Santana lança O Epitáfio
O Epitáfio, de Natã Santana, lançado pelo Clube dos Autores (foto: Divulgação) |
No ano de 2015, um aluno despontava em sala de
aula, no 3º ano matutino do Colégio Estadual José Dantas de Souza. Escrevia com
desenvoltura. Um dia ele me entregou um calhamaço do seu 1º livro. Ao terminar
a leitura, tinha certeza de que nascia ali um escritor. Agora, já quase no
final do seu curso de Letras na Universidade Federal de Sergipe, Natã Santana
brinda os bons leitores com o seu O Epitáfio, lançado pelo Clube do
Autores.
A obra aparece em duas versões:
impressa e digital, ao preço de 42,00 e 15,00 reais, respectivamente. Querem
saber o tema? Está bem delineado no portal do Clube dos Autores, mas posso
adiantar que é um romance cheio de mobilidade, como disse num artigo que
escrevi sobre a obra no portal Cheio de Arte. Há sim uma história central em
torno do personagem Luciano Tavares, mas cada capítulo tem ação e resolução.
Mal comparando, trata-se da união de um filme dramático com uma narrativa de crítica
a costumes, recheado de uma trama policial, sem que o protagonista seja um
detetive ou policial. É também uma história de amor, traição e vingança.
Imaginem um homem ser rejeitado por uma mulher ou uma mulher ser rejeitada por
um homem. E o ódio de ambos! Agora completem o pensamento com um homem sendo
rejeitado por outro homem. Vinganças e chifres moderníssimos! E o melhor, o
livro está bem escrito num cenário mineiríssimo, com um narrador desprovido de
preconceitos. Natã Santana já faz parte do mundo dos escritores.
O meu exemplar já está comprado
para honrar a minha biblioteca. Não é todo dia que temos alunos virando
escritores, muito menos bons escritores. Apesar de ser um epitáfio uma mentira
ou meia verdade, já que as lápides dos túmulos estão cheias deles, a narrativa
de Natã Santana soa tão verdadeira que, no seu primeiro livro, o autor já passa
um encanto de verdade, nas 336 páginas. E tomara que ele não pare por aqui. Heliópolis tem mais
um escritor para o mundo!
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Servidores de Heliópolis realizam assembleia
Servidores querem entender a Lei 01/2018 (foto: Landisvalth Lima) |
O Sindheli – Sindicato dos
Servidores Públicos do Município de Heliópolis – fez assembleia nesta manhã de
sábado (03), na Câmara Municipal de Heliópolis. O objetivo era discutir os
efeitos da Lei nº 01/2018 que reajusta os salários dos servidores municipais.
Se é reajuste, o que então discutir? É que a nova lei praticamente congela os
salários de muitos servidores, exceto aqueles que terão sua equiparação ligada
ao salário mínimo.
O motivo para este congelamento,
ou quase ausência de aumento, já é de todos sabido: a crise, ou podem chamar de
penúria em que vive o país. No quadro permanente, os servidores começam com o
mínimo de 954 reais e, no fim da carreira, pode chegar a 5.232,76. Dos onze
níveis verticais da tabela de salários, a maioria não atinge nem mesmo 10 reais
de aumento. Os agentes de Endemias e Agentes de Saúde, nível VI, começam com 1.312,70,
ou seja, sem aumento algum. Mas bem que não podem se queixarem muito porque
Heliópolis está pagando quase 300 reais a mais que o piso nacional, que é de
1.014,00 reais.
A chiadeira do servidor é que,
se fossem mantidas as condições de uma Lei aprovada em 2014, os salários
estariam bem maiores. E o presidente do Sindheli, professor Gilvândio, deixou bem
claro que, em caso de greve, o sindicato não teria como arcar com as despesas
de uma paralisação considerada ilegal. Também disse que poderia o sindicato
judicializar a questão e aguardar a decisão. Também o sindicato poderia fazer
manifestações para que os servidores mostrassem sua indignação. O professor
Jurandir sugeriu a criação de uma comissão de servidores para, junto ao setor
financeiro da prefeitura, entender os números e a justificativa do Poder Executivo
em dizer que o município não dispõe de recursos para pagar além do que está
nesta nova lei.
Também marcou presença na
assembleia o advogado Gabriel Fontes, que apresentou todas as justificativas elencadas
que detalham a incapacidade do município de honrar pagamentos superiores ao que
estão na Lei nº 01/2018, embora os servidores merecessem receber muito mais. O
professor Gilvândio também tratou da questão do piso dos professores, deixando
claro que não houve nenhum prejuízo. O professor com carga horário de 40 horas
receberá exatos 2.455,35 reais. No nível II este salário pula para 3.314,72, o
nível III vai para 3.683,03 e o nível IV tem 3.928,56. Os professores com carga
horária de 25 horas semanais chegam a 1.534,59 -I, 2.071,70 -II, 2.301,89 -III
e 2.455,34 – IV. Em final de carreira, um professor terá como salário base, com
25 horas, 2.934,36; e com 40 horas, 4.694,99. Mas alguns professores se queixam
do não pagamento adequado de algumas vantagens.
Ao final da assembleia, foi criada
uma comissão de 5 servidores para acompanhar e entender os porquês de salários
congelados. Também trataram da questão das horas extras, que deverão ficar em
torno de 250 reais, quando efetivamente cumpridas. O professor que não desejar
dar aulas além de sua carga horária, terá que comunicar à direção da escola.
Ao final do evento, o que se percebe
é que há muita desinformação. Os servidores querem argumentos para aceitarem a
condição, mas as justificativas são sempre jogadas nas costas da crise. Falta
diálogo, e isso demorará muito para mudar. Os administradores de Heliópolis,
inclusive os atuais, transformaram os números da arrecadação como segredos de
estado. Se abrissem os cofres e mostrassem abertamente os números, não haveria
nem necessidade de sindicatos. No Brasil, o público é tratado como algo
privado.
Prefeito de Fátima contrata delegado da Operação 13 de Maio
Sorria exibindo seus contratados: Dr. Ricardo Marcolin (esq,) e Dr. José Nogueira (dir.) (Foto:Prefeitura de Fátima) |
A Resolução nº 004, do Conselho Superior
da Polícia Federal, publicado em 26 de março de 2015, diz no seu Artigo 7º,
inciso X, que é vedado ao agente público (policial federal) utilizar-se do
cargo, de amizade ou de influência para receber benefícios ou tratamento
diferenciado, para si ou para outrem, em órgão público ou em entidade
particular. Não há necessidade falar da importância dessa medida, mas ela só
serve para o policial federal que está na ativa. Não há nada, pelo menos do
conhecimento comum, que impeça um policial, após sua aposentadoria, prestar
serviços a quem quer que seja.
Entra em cena daí a jogada de
mestre, pouco recomendável, do prefeito de Fátima, Manoel Messias Vieira. É que
ele foi preso na Operação 13 de Maio e isso não mexeu com o seu ego. Pelo
contrário, populares chegam a dizer que ele fazia piada indicando os
companheiros de sela que choravam e tremiam ante os acontecimentos. Mais que
isso, ao se eleger prefeito de Fátima, o popular Sorria foi capaz de contratar
os serviços do advogado, e atual Procurador do município de Esplanada-Ba,
Ricardo Marcolin. Com esse contrato de consultoria, veio junto o que Messias
desejava: o ex-delegado da Polícia Federal, dr. José Nogueira, o mesmo que
comandou a Operação 13 de Maio e autorizou a prisão de Sorria.
Dr. José Nogueira em ação na PF, explicando a Operação 13 de Maio (foto: Roberto Viana) |
Não é demais lembrar que o
prefeito de Fátima gasta cerca de 30 mil por mês com assessoria jurídica e consultorias
na área. São 360 mil por ano. O custo com o ex-delegado chega a 120 mil anuais.
Pode não trazer nenhum benefício ao município de Fátima, mas, certamente,
Sorria será o maior beneficiado. Apesar de não ser uma ilegalidade, o fato de
ter sido José Nogueira o comandante da operação que desbaratou um dos maiores
esquemas de corrupção da nossa região, não será surpresa se o prefeito usar
isso para passar ao eleitor a ideia de que tudo terminará em pizza.
Aliás, como não há ninguém ainda
condenado, nem mesmo preso, já há pessoas informando que a Operação 13 de Maio vai
acabar como tantas outras que não deram em nada nessa Bahia de todos os santos.
A contratação do ex-delegado é um tapa na cara daqueles que acreditam na
instituição Polícia Federal. Está longe de ser algo ético. Pior que Sorria, que
contratou os serviços, foi o dr. José Nogueira aceitar a empreitada. Mesmo que
o advogado faça seu papel e ganhe seu dinheiro de forma honesta, o ato não foi
uma boa ideia. Quem conhece Sorria sabe que ele está usando isso para faturar
politicamente e, qualquer que seja a sentença final, se houver, ficará sempre a
desconfiança.
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