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Poucas & Boas nº 110: Onde está a mudança?

Servidor de Fátima sofre no 1º ano de Sorria

Os servidores de Fátima estão insatisfeitos com o prefeito Sorria (foto: SóFátina.Net)

O ano de 2017 ficará na história moderna do funcionalismo municipal da cidade de Fátima como aquele que jamais poderá ser lembrado. Dez entre dez funcionários da Prefeitura Municipal afirmam ter sido o pior ano de suas carreiras. O responsável por esse dissabor é o atual prefeito de Fátima, Manoel Messias Vieira, o Sorria, do PP – Partido Popular, que completa agora, no final de fevereiro, 14 meses na administração do município.
Quando perguntamos às pessoas o que fez o prefeito nestes tempos à frente da prefeitura, muitos adotam um discurso meio comum: “Não está fazenda nada, mas ninguém está!”. É sim o mesmo tema das conversas dos eleitores de Paripiranga, quando falamos que o blog está fazendo uma reportagem sobre o primeiro ano da administração do prefeito. Já com o funcionalismo público, a coisa pega. Os adjetivos são depreciativos e a popularidade do prefeito está em baixa.
Mas a história vem logo do início da sua administração. Depois da posse, Manoel Messias baixou um decreto incrível. O documento editado cancelava alguns atos da administração anterior, até mesmo Leis aprovadas pela Câmara Municipal. Isso sem a menor cerimônia. Talvez o prefeito tenha esquecido que ele foi eleito para quatro anos e não para ser rei, imperador ou ditador. Mas a coisa não ficou só por aí. Sorria chegou a praticar coisa que já estava quase esquecida em Fátima: transferência de local de trabalho por perseguição política. Neste caso, o servidor reagiu e foi a questão parar na Justiça. O prefeito amargou resultados negativos e, em 2018, até agora, não perseguiu ninguém neste quesito.
Na área da educação, Sorria coleciona muitos desafetos. Começa com a questão da merenda escolar, que nunca aparece no início do ano letivo. Mas isso ninguém pode condenar apenas o prefeito. Até o Estado da Bahia realiza esta proeza. Pura falta de planejamento. Se fosse só isso, o prefeito viraria santo. A lista de atitudes contra os funcionários da educação passa pelo corte das gratificações para quem tem Mestrado no Mercosul. O prefeito anterior, José Idelfonso (Nego), havia feito um acordo judicial com os professores de pagar a gratificação, em meados de 2016. Foi só assumir e Sorria passou a tesoura.
Manoel Messias - o Sorria
O prefeito Manoel Messias não está cumprindo nem mesmo a Lei do Piso. Assumiu a prefeitura em janeiro e não mandou para a Câmara Municipal o projeto para readequação dos salários ao novo Piso Nacional daquele ano de 2017. No meio do ano, finalmente, resolveu cumprir a lei, mas não deu a retroatividade. Tentamos falar sobre a questão com a presidente do SINDFA – Sindicato dos Servidores Públicos de Fátima – Maria Elany, mas não retornou as nossas ligações e sms. Soubemos depois que ela não queria dar entrevista. Este ano, os professores continuam amargando a falta de reajuste. Mas não pensem que o prefeito enfrentou uma categoria pacífica. Os professores entraram em greve por alguns dias e Sorria dialogou cortando salários e dizendo cobras e lagartos dos servidores.  
Mas ainda há muita coisa a ser contada para um só ano de administração. Para quem não sabe, Fátima foi agraciada com 12 milhões de Reais, dos precatórios do FUNDEF. Desse dinheiro, o ex-prefeito Nego gastou pouco mais da metade. Sorria foi um dos poucos prefeitos a assumir com grana em caixa. Estavam em conta mais de 5 milhões. Como a folha de pagamento da educação gira em torno de 800 mil, isso daria ao prefeito uma folga no orçamento de meio ano de recursos. Além de não pagar o Piso devidamente, cortar vantagens dos servidores, como triênio de professores antigos, cabe perguntar onde está o dinheiro. Ninguém sabe, ninguém viu. Alguns dizem que ele afirmou ter gasto no complemento da folha salarial. Para aumentar a dúvida, nenhuma obra foi feita com este dinheiro. Até as escolas que foram iniciadas na administração de Nego, com recursos do MEC, ainda não foram concluídas. É um mistério!
Acabou! Não. Estamos falando do velho Sorria de guerra. Na campanha, chegou a dizer ao povo que tinha cometido muitos erros quando foi prefeito de Fátima. Pediu perdão e prometeu ser um novo homem. Qual nada! É o mesmo Manoel Messias que, depois de elaborar o Plano de Carreira do Magistério, em 2008, com vigência a partir de 2009, se nega a cumprir a Lei de sua lavra, com aprovação do Legislativo. Não quer pagar, por exemplo, a mudança de classe, ou mudança de nível. Foi um dos motivos da paralisação dos professores no ano passado.
Mas não é só os professores que vivem o seu calvário com o prefeito Sorria. Os agentes de Endemias e os Agentes de Saúde não estão tendo o sabor de receber os seus salários devidos. A diferença entre o que eles recebem e o que deveriam receber é de algo em torno de 400 reais, quase 5 mil a menos, por ano, na conta de cada servidor. Mas, para fazer um leque maior de desesperados, fechamos com os Conselheiros Tutelares. Eles também reclamam que não recebem o salário estabelecido pela Lei.
Por fim, cabe uma pergunta: será que o prefeito não está fazendo nada mesmo? Seus defensores dizem que a crise é a maior culpada, mas ele está calçando ruas e inaugurou um PSF – Posto de Saúde da Família -  este último com recursos do Ministério da Saúde. Pesquisando no Portal da Transparência, encontramos algo que talvez seja uma pista da falta de recursos no município de Fátima. Uma empresa foi contratada como especializada em educação pela cifra de 100 mil por mês. Assim que o blog entrar em contato com o prefeito, vamos tentar descobrir a necessidade desta empresa para contratar funcionários para a educação. Talvez esteja aí a chave do enigma. Agora, é impressionante a fé dos servidores fatimenses. Eles acreditam que este ano não sofrerão tanto ou o sofrimento será menor. A passagem pelo inferno ficou em 2017. Será?

RESUMÃO ANTAGONISTA: A intervenção nas células

CEJDS entrega Certificados

Parte dos alunos do 3º ano A - Matutino - e professores do CEJDS
     O Colégio Estadual José Dantas de Souza entregou na tarde desta quarta-feira (21) os Certificados de Conclusão do Ensino Médio aos alunos dos terceiros anos de 2017. A entrega foi no encerramento da reunião com toda a comunidade escolar, inclusive com a presença dos pais e professores. Agora, os certificados seguirão rumo à universidade em busca de novos conhecimentos.

Câmara abre trabalhos em novo cenário

Cenário novo, prática corriqueira (foto: Landisvalth Lima)

Numa sessão nesta segunda-feira (19) a Câmara Municipal de Heliópolis abriu o ano legislativo do ano de 2018. O ambiente foi todo reformado, dando um certo ar de elegância. Na abertura da sessão inaugural, nada mais que a banda Cordas & Sons de Poço Verde-Se, projeto musical do professor Josafá e alunos do Colégio Estadual Professor João de Oliveira. No início da sessão, a banda tocou o Hino Nacional Brasileiro.
Presidindo os trabalhos o vereador Valdelício Dantas da Gama. Além da presença dos funcionários da casa, estava o secretário de administração e finanças da Prefeitura Municipal de Heliópolis, representando o prefeito Ildelfonso Andrade Fonseca, que não pode mais uma vez comparecer. Na mensagem enviada, lida por Beto, Ildinho se coloca à disposição e prega o diálogo para se chegar mais rápido ao que necessita o povo. Por lá também estava o oficial de justiça Thiago Andrade, pescando em mar calmo.
Antes, falou o vice-prefeito José Emídio. Inevitável não tratar do roubo do seu carro. Daí para a falta de segurança foi um pulo. Também falou a vereadora Ana Dalva, que disse ser a Câmara Municipal um local de debates, que deveria colocar questões pessoais de lado para, com diálogo, tentar melhorar a vida das pessoas. Também falou o vereador Giomar Evangelista que questionou onde estava o diálogo pregado pelo prefeito. Também usou a palavra o vereador Doriedson Oliveira que espera que as relações entre situação e oposição sejam mais institucionais. Já a vereadora Maria Andrade foi mais rápida, desejou sorte para todos neste ano e parabenizou o presidente.
Enfim, foi mais um início. O público é que parece não acreditar muito porque a casa não estava lotada. Ou a política em Heliópolis se distanciou do povo ou o povo está se cansando da mesmice. Embora num novo cenário, o bolodoro foi o mesmo, como fez o vereador Ronaldo que, pela enésima vez, defende o poder executivo como líder da bancada. Tudo igual. Tudo no mesmo. Enquanto isso, os urubus voam sobre os girassóis.