Exclusivo!

Poucas & Boas nº 110: Onde está a mudança?

O Brasil do bom futuro possível!

                                                                                     Landisvalth Lima
Sérgio Cabral sendo transferido para Brasília (foto: Giuliano Gomes/Estadão)
A foto de Giuliano Gomes, do Estadão, estampando o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (MDB), algemado nos braços e nas pernas, deve entrar para a história como a mais importante. Acredito que só perderá uma destas com Lula como protagonista, coisa que acredito não acontecerá. Lula será preso, mas não farão isso com ele. Esperava que isso acontecesse com o deputado federal Paulo Maluf, mas as fotos foram comedidas e pareciam uma comédia. Ele fingiu tanto estar doente que estragou o flagrante. Sérgio Cabral, não. Estava lúcido, consciente de que sua vida só piorava.
A imagem é importante. E não pensem que é para alimentar meu ódio pessoal contra os corruptos. Não tenho ódio contra eles. Não gastarei meu estado de infelicidade para com estes miseráveis. Eu os desprezo. A imagem não é para o regalo pessoal, mas para uma importante simbologia de uma mudança inaugural da nova fase do país. No jornalismo, estávamos acostumados a ver traficantes, ladrões de galinha, assassinos protagonizarem tais cenas. Agora também vemos no centro os corruptos. Não é pouca coisa. A imagem revela que “todos são iguais perante a Lei!”. Pelo menos nesse ponto a Constituição está sendo cumprida. A representação da imagem é fruto de uma nova lavra de juízes que decretaram intolerância zero aos que se apoderam do dinheiro público. Sei que ainda há muito caminho a percorrer. Ainda há estados intocáveis, com Juízes na folha de pagamento de corruptos ainda desconhecidos. Também temos municípios onde a corrupção reina em silêncio, até mesmo com a assinatura dos opositores. Mas, admito, é um extraordinário começo. 
Quando eu já começava a desistir deste país, quando imaginava que não tinha mais jeito, eis que vejo deputados, ministros, governadores, banqueiros, empresários, doleiros e outros assistindo ao sol nascer quadrado. Eu sei que vão falar das algemas, questionar a sentença, defender os condenados, gritarem que foi golpe e outros lamentos mais. Sei também que alguns poderão até voltar, driblar a lei e falar em candidatura, colocando-se como vítima das elites, como o Collor e o próprio Lula. Sei de tudo isso, mas essa foto é tão arrebatadora que me faz acreditar que o Brasil do futuro, ético, progressista, democrático, educado... não é tão impossível assim.

RESUMÃO ANTAGONISTA: Essa 'forza' estranha a favor da corrupção

A velha jogada política: Marcelo Nilo conversa com Zé Ronaldo

Marcelo Nilo: jogando o jogo que sabe jogar.
Em reportagem de Rodrigo Daniel Silva, publicada no portal da Tribuna da Bahia, o prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo (DEM), mostrou interesse, na última quarta-feira (17), em ter o apoio do ex-presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Marcelo Nilo (PSL), para eleição deste ano. Os dois almoçaram juntos, em um restaurante no Salvador Shopping. Segundo apurou a Tribuna, no encontro, Zé Ronaldo tentou convencer Nilo de que seria positiva a mudança para o lado do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), já que o ex-presidente da Alba estaria desprestigiado no time do governador Rui Costa (PT), desde que deixou o comando da Casa Legislativa no início deste ano para o deputado estadual Ângelo Coronel (PSD).
“Não houve essa conversa de convite para isso ou aquilo, mas houve muita conversa política. Marcelo é um homem experiente e vivido. Disse a ele, em determinando momento, que ele deveria ter cautela. Este é momento de ainda ouvir e de se pensar. Ainda é muito indefinido o quadro político nacional”, afirmou o gestor feirense. Sobre abrir as portas para o ex-presidente da Alba no grupo de ACM Neto, José Ronaldo respondeu: “Não posso falar em nome do grupo, porque ainda não conversei com os companheiros. Mas, de minha parte, eu posso responder que conviver com Marcelo será, para mim, um prazer”.
Marcelo Nilo contou que não recebeu um convite para ingressar na ala da oposição, mas não descartou “pular” para o lado do prefeito soteropolitano, caso ocorra um chamado. “Em 2014, Neto me convidou [para ser senador na chapa de Paulo Souto]. Em 2018, não me convidou. Mas, se tiver convite, eu penso e respondo”, falou. Desde o início do ano passado, Nilo tenta emplacar uma candidatura ao Senado, porém, depois de perder a disputa na Alba, viu o seu sonho ficar mais distante. Sem força política, diz ele, que desistiu e sua nova meta é ser eleito para Câmara dos Deputados na eleição deste ano. Além disso, quer eleger o seu genro, Marcelo Veiga, para Assembleia Legislativa. Nilo apalavrou com a presidente estadual do PSB, a senadora Lídice da Mata, no início deste mês, o seu ingresso na sigla socialista em março, quando abre uma janela partidária que permite ao político trocar de legenda sem sanções.
A situação do deputado é, no mínimo, constrangedora. Está num partido (PSL), que praticamente foi dado a Bolsonaro. Também está num grupo político liderado por um partido que não reconhece os aliados (PT). Já desistiu de ser senador e está vendo a sua candidatura de deputado federal apertada. Não está fácil. Entretanto, nesta política conservadora baiana, sem nenhuma novidade aparente, só o fato de tentar mudar de lado já deixa uma pulga atrás da orelha dos supostos grandes líderes. Marcelo Nilo está jogando o jogo que sabe fazer bem.

Marco Antonio Villa dá aula a Lula sobre Guerra de Canudos

Os ônibus escolares precisam de manutenção, Beto!

                                                  Landisvalth Lima
Ônibus escolares sem manutenção em Heliópolis (foto: Landisvalth Lima)
Quando se proíbe nomeação de parentes próximos para cargos comissionados é com o fim de evitar prejuízos ao serviço público. Nem sempre quem nomeia tem as condições psicológicas e intelectuais de exigir do nomeado parente o máximo de dedicação. O comum é ver o nomeado se aproveitar da situação para ter uma vida difusa no refrigério. Todos sabem da minha posição política em Heliópolis. Sou aliado do prefeito Ildinho, mas não sou subserviente. Como aqui a política mais comum é a do compadrio, da camaradagem, do puxa-saquismo ou do lambe-botas, creio que uns poucos entenderão o que aqui direi: gosto mais de Heliópolis que dos meus aliados!
E é por isso que não me conformo com o estado da frota que faz o transporte escolar. Como explicar que não é feita a manutenção dos ônibus do programa Caminho da Escola? Será que, depois de receber seis veículos bons, úteis e necessários, os mesmos acabarão no fundo de uma garagem cobertos pela ferrugem? Isso é inaceitável! Desde maio do ano passado, dois destes veículos estão neste estado e nenhuma providência foi tomada. Os outros quatro estão carentes de todo tipo de revisão. As aulas começarão dia 19 de fevereiro e os seis veículos não estão em condições para enfrentar os 200 dias letivos. Urge uma atitude!
Para ser justo, as críticas não devem recair sobre o secretário de educação, o professor Dênis Correia. Sei da sua luta para organizar as coisas na problemática secretaria. Ele não me revelou, e se nega a aprofundar a questão, mas todo o problema tem uma pedra no meio do caminho. E tem nome: Beto Fonseca. O secretário de administração parece que não tem nenhum compromisso em preservar o bom nome do pai, que é o prefeito. E não tem nem o que justificar, porque se disser que é falta de dinheiro, vai passar a ideia de que só governa com grana. Isso qualquer pessoa sabe fazer. O bom administrador é aquele que faz o planejamento correto para o tempo das vacas magras e o tempo das vacas gordas. A frota já tem mais de quatro anos e nunca foi feita nenhuma manutenção! Acorda, Filho! 
Beto Fonseca também não pode alegar falta de condições administrativas porque ele é o secretário de administração e finanças. Está tudo centralizado nele. Todas as secretarias dependem da sua secretaria. Além de ser o filho do prefeito. Também não pode culpar o chefe da garagem ou secretario da educação. Ambos já comunicaram, pediram, imploraram estas e outras coisas. O problema é mesmo Beto Fonseca. Não sei se por incompetência, leniência ou falta de interesse. Acho que ele está se esquecendo de que o pai ainda é visto como o melhor prefeito de Heliópolis. Será que ele vai conseguir destruir essa imagem e permitir que os adversários voltem ao poder, não pela competência deles mas por incompetência do principal auxiliar do atual prefeito?

MOMENTO ANTAGONISTA: CORRUPÇÃO E MORTE