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Poucas & Boas nº 110: Onde está a mudança?

Política em Poço Verde indefinida

Thiago Dória
Quem desejar saber quais verdadeiramente serão os candidatos a prefeito de Poço Verde, na eleição deste ano, esbarrará em três nomes: Thiago Dória, Iggor Oliveira e Luís Américo. Se a questão é para saber quais os que comporão as respectivas chapas como vices, aí a coisa fica preta. Ninguém sabe nada, ninguém conversa nada. É a cidade onde os políticos não conversam. Parece que controlam cofres que guardam fortunas e não o patrimônio público. A coisa é tratada como se fosse um patrimônio deles. Há uma certa empáfia e isso dificulta a formação das chapas.
Iggor Oliveira
Numa coisa já se pode quase ter certeza: Rita de Lula não será vice de Thiago Dória. Ela terá dois caminhos. O primeiro, e menos provável, é ser vice de Igor ou de Luiz Américo. O outro é sair candidata a vereadora, com possibilidades concretas de vitória. Mas por qual grupo? Ficar no de Thiago Dória é bater palmas para o fato de ter sido excluída. Por outro lado, não dá nem para conversar com Igor Oliveira, que parece já se considerar eleito.
Luís Américo
Os descaminhos são muitos e incríveis. Há políticos que recebem ajudas importantes e não sabem. Não conseguem enxergar a opinião pública. É o caso da ida de Ina Valéria para apoiar Iggor Oliveira. Não há nome melhor para vice. Daria um prêmio para o eleitorado feminino, mas até agora não se manifestou e insiste nas velhas práticas de Everaldo Oliveira, o pai. Os políticos de Poço Verde, com raras exceções, ainda não perceberam que as coisas estão mudando. A mudança não é por obra e graça deles, mas forçada, pela ação inevitável dos tempos e da nossa falta de paciência. 
Enquanto isso, Luís Américo aguarda um espaço para ocupar. E isso será inevitável se ele agir de forma diferente. Há um eleitorado que quer o novo. Ainda não é hegemônico, mas Poço Verde precisa desta renovação política. Não se trata da idade do candidato, mas da mentalidade. Thiago Dória e Iggor Oliveira são jovens, mas foram a uma espécie de beija-mão em Fátima-Ba, saudar Sorria. Precisa dizer mais alguma coisa?

A educação pública está morrendo – I

Ontem, várias escolas particulares encerraram o semestre letivo. Tudo ocorreu como planejado. Simples. Professores e funcionários estão gozando férias e os seus salários já foram depositados em suas contas bancárias. Muito simples. Na outra ponta, a escola pública se arrasta e caminha para o caos, se é que lá já não está. Complicado. Não quero aqui fazer comparações, mas por que diabos não se consegue cumprir minimamente um calendário escolar na escola pública? Greves, desorganização, falta de investimento e até salários atrasados. Muito complicado.
Depois da chegada do governador Rui Costa a Heliópolis, esperávamos que o Colégio Estadual José Dantas de Souza entrasse numa nova era. A escola top de Heliópolis foi usada por muito tempo como cabide de emprego, marketing político e perseguição a adversários. Jamais houve preocupação com o futuro da escola e dos seus alunos, notadamente entre 2009 a 2015. A administração da ex primeira dama do município deixou marcas difíceis de serem sanadas. Com a nova diretoria e a boa vontade de alunos e professores, vários problemas estão sendo resolvidos, mas alguns vícios insistem em não acabar.
O CEJDS está há mais de 30 dias sem Internet. Fiquei horas ao telefone para, junto com os técnicos, descobrirmos o defeito. Vem um técnico da Oi e afirma que o modem estava com problema. Ele nos oferecia um modem por 140 reais. Instalava tudo na hora e ainda regulava a velocidade. Perfeito, mas a escola estava sem grana. Os diretores fizemos uma vaquinha. Pagamos e a internet voltou. Quinze dias após houve nova pane. Mais horas ao telefone. Veio um técnico da OI e disse que tudo estava certo e condenou o modem novo que compramos. Depois de muito penar, um técnico da Rede banda Larga nas Escolas pediu para trocar o modem que o problema seria resolvido. Nos deram quatro nomes de modelos aprovados para o programa.
A saga não parou por aí. Nenhum dos modelos indicados são vendidos na região. Em Aracaju, depois de muito andar, encontrei um dos modelos. Apenas 70 reais. Instalamos e falei com Salvador para, via telefone, configurar a rede. O técnico não conseguiu, mas prometeu visitar a escola para solucionar o problema pela tarde da quarta-feira, dia 15, aniversário de um mês sem a rede mundial de computadores. Não veio. Ligamos novamente e tudo ficou para o dia seguinte. Não veio. Ligamos mais uma vez e tudo ficou para a sexta-feira. Não veio novamente. 
A escola está tentando passar ainda as notas da 1ª unidade, já que tudo está no bendito sistema. Tudo atrasa. As contratações nunca chegam. Estamos contando com a colaboração de pessoas, de alunos e professores, mas tudo esbarra quando depende do estado ou das empresas que prestam serviços ao estado. Duas funcionárias foram aposentadas e não houve substituição. Os funcionários terceirizados foram ameaçados de demissão, mesmo com 3 meses em atraso. Pior, não há perspectiva de melhoras porque o discurso é bonito, mas os vícios continuam. Até o grêmio estudantil ameaçou uma paralisação para protestar contra o descaso. Os alunos não aderiram. Parece que ninguém se importa.

Os cinco nomes da oposição

Oposição tenta união (foto: WhatsApp)
Conversei com o professor Gilberto Jacó a respeito de uma foto em que ele aparece ao lado do grupo oposicionista ao prefeito Ildinho. Bem posicionados estão o ex-prefeito Aroaldo Barbosa, o vice-prefeito Gama Neves, os vereadores José Mendonça Dantas e Giomar Evangelista. Os cinco são pré-candidatos a prefeito de Heliópolis. Segundo Jacó, haverá uma espécie de seminário no dia 2 de julho, feriado da Independência da Bahia, para ajudar a formatar um programa de governo para Heliópolis. O encontro será na Câmara Municipal e serão convocadas três pessoas de cada comunidade. Deste aglomerado sairão os nomes do prefeito e do vice, amarrados ao programa gerado daí. Na foto, marcaram ainda presenças os vereadores Claudivan Alves, Doriedson Oliveira, ladeados por vários políticos, entre eles Mundinho do Tijuco e Antônio Jackson.
Com a experiência de anos na nossa provinciana política, de todos eles só pode dizer algo novo o Gilberto Jacó. Sabemos que ele é peso leve neste jogo e será apenas engolido suavemente pelos experts do agrupamento. Só lamentamos saber que Gilberto virou figura secundária no meio dos conservadores e especialistas em política como negócio. Mas bem que eles poderiam se renovar. Quem sabe não escolheriam o nome de Gilberto para representar o grupo como candidato a prefeito? Bem, a possibilidade é remota. Até porque Mendonça diz que não abre mão e Gama Neves já começou a soltar seus vídeos na Internet chamando todos para debater Heliópolis e, claro, o seu nome para a cabeça de chapa. Dois serão escolhidos apenas. Os três outros estarão prontos para ir buscar algo que acham que perderam em algum lugar.