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Poucas & Boas nº 110: Onde está a mudança?

III – Quem mais perdeu na eleição em Heliópolis?

 Continuando nossa análise sobre vencedores e vencidos na eleição deste ano em Heliópolis, cabe aqui uma nota. Chamo atenção dos senhores políticos que só querem que nós publiquemos o que eles querem ouvir: isto aqui é um blogue de opinião pessoal. Repito, a opinião é pessoal, mas não tenho nada de pessoal contra quase ninguém. No último artigo sobre o tema, um petista só faltou me chamar de Gregório de Matos. Ao invés de ficar nas redes sociais dizendo cobra e lagartos sobre este blogueiro, pode mandar as contestações para cá. Divulgarei com enorme prazer, desde que não sejam ofensas pessoais. Sou um contestador, mas aceito a opinião alheia. Muitos que se dizem democratas, não aceitam críticas ao seu comportamento político. Isto é um claro sintoma de uma doença chamada Totalitarismo.
Mas vamos aos selecionados de hoje para esta análise. Ficarei no campo dos candidatos a vereadores da oposição. Deixarei de fora hoje as candidatas da coligação A mudança se faz com todas as forças, Gideane, Margarete, Suzana e Aline, porque elas foram apenas complemento da chapa para cumprir a Lei eleitoral. Como lei no Brasil parece brincadeira, qualquer coligação pode lançar irmã, mãe, sogra, esposa candidatas e podem até sair com zero de votos que não há problemas. É o Reino do faz-de-conta ou do Me engana que eu gosto. Mas cabe aqui uma pergunta: com tantas mulheres com alto senso de desenvolvimento crítico nas redes sociais, inclusive defendendo ardentemente o candidato do PCdoB, não aparece nenhuma para ocupar este espaço vazio? A última a fazer oposição mesmo foi a vereadora Ana Dalva. De lá para cá nenhuma mulher quer saber disso.
Rivonei
Como Zé Guerra já foi objeto de análise do texto anterior, começo pelo novato Rivonei. E é bom que se diga que não estou aqui falando de perdedor. É preciso ter muita coragem para se candidatar sem apoiador algum, sem ninguém acreditando e ainda com a família dividida. Os sessenta votos do estreante solitário foram vigorosos. Se ele começar a trabalhar agora, da maneira correta, despersonalizando a campanha política, terá grandes chances no futuro. Para isso, terá que deixar de ser um candidato-complemento para ser um candidato-candidato. Alguns maldosos saíram por aí dizendo ser o candidato de Gama Neves. A não ser que ele negue, o candidato de Gama Neves pode ter sido Giomar Evangelista, jamais Rivonei.
Igor Leonardo
O professor Igor Leonardo é também um estreante em candidaturas e não se pode dizer que começou mal com 272 votos. Estrear como 2º suplente no meio de candidaturas fortíssimas não é certamente uma derrota. O problema de Igor foi se candidatar pensando em ser outra coisa. Ele nunca chegou a dizer isso, mas falam que queria ser o secretário de educação. Se fez isso, fez mal. Só serviu para garantir a vaga de Manoel Rodrigues. É bom dizer que o currículo do professor Igor Leonardo já o credencia para ser secretário de educação sem precisar ser candidato-complemento de uma coligação. Se não pensou nisso, então calculou mal sua candidatura. Em política, mais com menos dá sempre mais. Mas não é só isso, menos com menos também dá mais.
Raul de Ioiô
Raul não é estreante em eleições. Em 2012 teve 226 votos. Em 2016, quase dobrou o número de votos, exatos 449. Sua irmã lutou até o fim para que ele se filiasse num dos partidos da base do prefeito Ildinho. O acordo era simples: ele seria candidato único no povoado Cajazeiras, sua base eleitoral. Não quis ouvir ninguém e deixou passar a janela para novas filiações. Dé Correia saiu candidato pelo PSL de Ildinho. A Cajazeiras não suporta duas candidaturas a vereador da localidade. Mesmo com todo apoio recebido, não deu para Raul. Para consolo dele, se ele tivesse ouvido a irmã, estaria eleito. Teve mais votos que o último eleito da coligação do prefeito, o vereador Valdelício Dantas da Gama. Esta sim é uma derrota de mão cheia.
Doriedson Oliveira
Sai desta eleição da mesma maneira que entrou. Foi o mais votado na outra e repetiu a dose nesta. Seu mandato é morno, sem grandes projetos, sem grandes ideias. Vive quase que amarrado no controle do vereador Mendonça. Poderia tranquilamente liderar a oposição por direito e por competência, mas não arrisca. Poderia ser o próximo nome a prefeito da oposição, mas é improvável. Parece lutar mais para continuar onde está que para crescer. Também é ofuscado pelo nome de Aroaldo Barbosa. Se criar coragem, pode ser o nome para cargos executivos tanto na oposição como no governo. Se continuar fazendo eleição assim, poderá se aposentar na função de vereador.
Claudivan Alves
Foi sua melhor eleição. Segundo mais votado, com 913 votos, Doriedson teve 1017, jamais se envolveu em polêmicas. Vereador que pouco fala, pouco apresenta projetos e evita brigas e confusões. Jamais deixou de prestar serviços ao eleitor. Na cidade de Heliópolis, herdou os votos que eram destinados ao vereador Mendonça. Sempre fiel ao grupo, parece que nunca desejou sair de onde está. Deve findar sua vida política como vereador porque não manifesta interesse em galgar algo mais arriscado. Parece ser adepto da ideia de não se mexer em candidatura que se ganha.
Manoel Rodrigues
É o grande nome da oposição neste momento. Ele saiu de uma suplência de 262 votos em 2012 para um mandato com 692 votos. Isso mesmo, um pulo de 430 votos. É verdade que ele recebeu apoio dos ex eleitores do Tijuco que votavam em Mendonça e ainda de muitos cabos eleitorais, mas foi um crescimento significativo. Com a eleição de Manoel, o Tijuco deixa de amargar o fato de ser o mais populoso povoado de Heliópolis sem ter um representante na Câmara Municipal. Agora é focar na atuação. Vamos ver se Manoel veio para ser mais um ou se quer levar política a sério. Potencial ele tem, mas será que ele deseja algo diferente, algo novo?
Giomar Evangelista

Não. Giomar não perdeu a eleição. Duvido que perdesse. E digo isso pela sua atuação como prestador de serviços ao povo. Isto garante o seu mandato. Agora, a sua atuação política é um desastre. Começou como presidente da Câmara muito mais preocupado com o status que com a administração. Se enrolou todo no primeiro ano e melhorou bastante no segundo, mas sua atuação política continuou um desastre. Quis ser candidato da oposição, depois apoiou Gama Neves, depois disse que Mendonça era um desastre como candidato. No final, depois que todas as suas previsões deram erradas, teve que apoiar Mendonça e fazer discursos hipócritas no palanque. Ganhou pelo seu trabalho assistencial. Como político, deixou marcas que o tempo jamais apagará. Seus colegas o veem com desconfiança e o governo não quer nem mesmo mais dialogar com ele. A única garantia política dele é o assistencialismo. Além disso, Ana Dalva e Zeic Andrade guardam recordações não muito agradáveis.