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Poucas & Boas nº 110: Onde está a mudança?

Ela gastou 36 milhões e teve apenas 29 votos!

Helena Ventura - 29 votos e 36 milhões gastos
Eu sei que você está de saco cheio de tanto ver postagens sobre corrupção aqui neste blog, e muitas envolvendo o PT. Mas esta aqui é inédita. Uma senhora simples, Helena Maria de Souza, ou Helena Ventura, enfermeira, sindicalista e filiada ao PT, disputou três eleições. Foi candidata a deputada federal em 2010, a vereadora em 2012 e, no ano passado, tentou uma vaga na Assembleia Legislativa de Minas. Somando o resultado das três eleições, ela teve incríveis 29 votos. Mas o que chamou atenção foi o custo de sua última campanha. Dona de um salário de 2 000 reais, Helena declarou ter gasto 36 280 000 reais com a candidatura. E o mais interessante é que praticamente todo o dinheiro foi pago a um único fornecedor - a Gráfica Brasil, cujo proprietário é Benedito de Oliveira. É evidente que existe algo muito estranho nessa história, que tem uma outra personagem chamada Carolina de Oliveira. Ela é jornalista, cresceu na periferia de Brasília e hoje é a primeira-dama de Minas Gerais. Apesar das trajetórias aparentemente distintas, as duas são suspeitas de envolvimento no mais recente escândalo de corrupção investigado pela Polícia Federal. Ambas, cada uma à sua maneira, estão conectadas a Benedito de Oliveira Neto, o Bené, empresário de Brasília que, na última década, fez fortuna como parceiro do governo federal, teve como cliente a campanha da presidente Dilma Rousseff, foi preso e está indiciado por formação de quadrilha. Veja esta história fantástica, que envolve mais uma vez o Partido dos Trabalhadores, clicando aqui.

Lula é hostilizado e vaiado

Crise atinge o principal nome do PT (foto: Canal Gama)
A situação do PT (Partido dos Trabalhadores) e dos petistas em geral não é nada boa em qualquer parte do Brasil. A desilusão com o PT e com os petistas toma conta da população de todas as classes sociais. E não há ninguém no PT que esteja imune à revolta popular com o petismo. Até mesmo o até bem pouco tempo, idolatrado Salve, Salve, Luiz Inácio Lula da Silva, já não é mais o mesmo e nem recebe aquele tratamento de “quase santo”, com o qual o mandatário máximo do PT estava acostumado. A realidade do petismo hoje em todo o Brasil é duríssima até mesmo para Luiz Inácio Lula da Silva. Lula foi sonoramente vaiado nesta segunda-feira, 01/06, ao embarcar em voo de carreira. As pessoas ao saberem da presença de Lula, o recepcionaram com uma sonora vaia que deixou o ex-presidente totalmente constrangido. A saia justa foi tão constrangedora que no interior da aeronave as informações são de que a solução encontrada foi colocar o ex-presidente na cabine dos pilotos. Acompanhe o vídeo onde Lula é vaiado no aeroporto! (do Canal Gama)
Bebê encontrado
Bebê encontrado está bem (foto: Bahia Notícias)
Um recém-nascido foi encontrado dentro de um saco na manhã desta quinta-feira (4) na Rua Maceió, no bairro Phoc 2, em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Segundo policiais do 12° Batalhão, o bebê estava enrolado em uma toalha e ainda tinha o cordão umbilical preso ao corpo. Ele tinha sido encontrado por uma mulher, Edvalmira dos Santos, que solicitou o apoio da polícia para encaminhar a criança, que foi levada até o Hospital Geral de Camaçari (HGC). Ainda segundo a Polícia, o menino recebeu os primeiros cuidados e passa bem. (Bahia Notícias)
Moema Gramacho
Deputada Moema Gramacho
Foi publicado no portal Bahia notícias que a deputada federal e ex-prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho (PT), usou R$27 mil da Cota de Exercício da Atividade Parlamentar para pagar aluguel de imóvel que deveria ser usado como gabinete parlamentar, mas que se encontra fechado. A cota é destinada à indenização por despesas como transporte, propaganda, alimentação, aluguel de imóveis, durante o mandato, entretanto, de acordo com informações do blog de Pablo Reis, as duas salas no oitavo andar do edifício Hangar Business Park, em Salvador, apresentam um custo mensal de R$ 9 mil, mas ambas estão sem funcionamento e não há indício algum de que fariam parte de um gabinete parlamentar.
PSB X PPS
Parece que a união PSB com PPS está adiada. Na Bahia, inclusive, seria um problema. A corrente ligada ao vereador por Salvador, Joceval, é a única do PPS da Bahia que não aceita a fusão. Lídice seria a líder natural e é adversária histórica do carlismo. Joceval é líder do governo de ACM Neto na Câmara Municipal de Salvador. Como política na Bahia ainda está centrada em pessoas e não em projetos ou programas, a fusão não se concretizará. Também outra coisa que contribuiu foi a manutenção das coligações proporcionais. Como nada mudou, nada acontecerá.
Lição para a Dakota
Imaginem um empresário que, reconhecendo a luta e o esforço de seus funcionários, resolvesse premiá-los no aniversário do chefe? Mas isso ocorreu ... na Itália! O chefe celebra seu aniversário de 80 anos e quem ganha o presente são seus funcionários. O italiano Leonardo Del Vecchio, dono da Luxottica, das marcas Ray-Ban e Oakley, distribuiu cerca de 9 milhões de euros (R$ 31,9 milhões) em ações da empresa aos seus empregados. Já pensou se a Dakota adotasse um pouquinho só dessa ideia? Não custa sonhar, né gente?
Greve em Sergipe continua
Os professores de Sergipe, da rede estadual, continuam em greve. Diante do impasse entre o governo e o sindicato, no início da tarde de terça-feira (02), o desembargador José dos Anjos recebeu em audiência representantes do SINTESE e da Secretaria de Estado da Educação com o objetivo de abrir um canal de diálogo. O desembargador foi o mesmo que julgou procedente o pedido do Governo do Estado pela ilegalidade da greve. Há aí uma luz no fim do túnel. Embora a greve seja justa, nem todos os professores aderiram ao movimento em Poço Verde. No Colégio João de Oliveira, a greve parece não ter sensibilizado 4 ou 5 profissionais e também o alunado.
Eleições 2015 em Poço Verde
A vice-prefeita Rita de Lula
Seguindo a leitura de alguns blogs, é certo que Rita de Lula não mais será a vice de Tiago Dória. Ocorre que isso não quer dizer um rompimento da administração municipal com o PT, tanto que o partido ainda faz parte da administração. O grande teste é o final de setembro. Será que a oposição receberá adesões oportunas, ou oportunistas em outubro? Duvido. Poço Verde sempre teve vários candidatos a prefeito. Resta saber se o PT teria coragem, com todo o desgaste que vem sofrendo, de lançar Rita de Lula ou Caduda como cabeça de chapa.
Eleições 2015 em Heliópolis
O número de candidatos a vereador na oposição ao prefeito Ildinho será maior ou menor conforme a escolha de quem será o cabeça da chapa. Será maior com Gama Neves, mediano com José Mendonça e menor com Giomar Evangelista. Do lado do prefeito, o problema será acomodar o grande número de pretendentes. Certo é que poderá haver duas ou três coligações governistas: uma liderada por Zé do Sertão, outra por Ivan de Ildinho e uma última por Ana Dalva. Mas são só boatos ou ideias jogadas ao léu. Em outubro tudo ficará mais claro.

Veredas de um novo amanhã para a educação de Heliópolis-Ba

                                                                     Prof. Eraldo Neves
Eraldo Neves
Que a educação em Heliópolis enfrenta sérios problemas ao longo da história desse município é um fato inconteste.  Cada gestão que por aqui passou deixou uma lacuna significativa na oferta de uma educação de qualidade para nossa juventude. Umas mais outras menos contribuíram para o quadro “cinzento” do nosso combalido sistema de ensino. A realidade educacional de Heliópolis, assim como de boa parte dos Estados e Munícipios brasileiros, é de causar ânsia de morte no mais otimista Educador. Os fatores são velhos conhecidos: Baixos salários, condições precárias de trabalho, má formação profissional, vícios do serviço público, corporativismo, empreguismo, dentre outros. Esses fatores associados aos graves problemas sociais e, sobretudo, ao mais terrível câncer do Brasil, a corrupção, provoca uma realidade desoladora da educação brasileira e, consequentemente, de Heliópolis.
Entretanto, nem tudo está perdido e algumas ações ajudam a manter viva a esperança de que algum dia as coisas podem ser melhores no setor educacional de Heliópolis. Cito abaixo, como exemplo, algumas ações da atual administração do município que ajudaram a minimizar os graves problemas enfrentados nessa importante área.
O primeiro fator que merece destaque foi à realização com lisura, no ano de 2014, de concurso público para provimento de cargos em todas as áreas do serviço público municipal. Tal iniciativa contribuiu significativamente para a inserção de um quadro profissional qualificado tanto na esfera educacional como nas mais diversas áreas. O prefeito cumpriu uma prerrogativa constitucional que há muito tempo vinha sendo desrespeitada no município.  Mesmo com a assinatura de termo de ajuste de conduta no Ministério Público, o gestor anterior teimava em desrespeitar à lei, não realizando o certame.
Outro fator a merecer elogios sinceros é o cumprimento rigoroso de pagamento do piso salarial dos professores. Como se sabe, embora seja uma lei criada há sete anos, fruto de anos de luta da classe, gestores estaduais e municipais teimam em desrespeitá-la. Todos os anos assiste-se a uma série de manifestações e greves no Brasil para que os educadores tenham esse direito respeitado. No caso de Heliópolis, a gestão atual toma a iniciativa de encaminhar o projeto à Câmara, respeitando rigorosamente o reajuste definido. Essa medida evita à necessidade de desgaste dos nossos abnegados professores com lutas e greves.
Merece destaque também a implementação do Projeto que instituiu Ações e metas trianuais para a Educação do Município no período de 2014-2016 (lei mun. 04/2014). O PAMEH (Plano de Ações e Metas da Educação de Heliópolis) visa definir, em cooperação com os profissionais da educação, padrões básicos de atendimento da educação infantil ao 9º ano do fundamental II.  As bases do programa passam pela criação do Currículo Único, Avaliação Bimestral Simultânea e outras intervenções, com o objetivo de dar um novo rumo à combalida educação do município. O projeto também apresenta ações concretas de melhoria da estrutura das escolas e da implantação gradual do chamado Turno Único, ou Escolas em Tempo Integral, isso num espaço temporal que vai até 2016.
Outro fator a ser salientado é a qualidade da merenda ofertada na rede Municipal de ensino. O cardápio nutritivo e variado (sopa, cuscuz, salada de frutas, arroz...) oferecido bem como a preparação deste é acompanhado rigorosamente por uma competente nutricionista, aprovada no último concurso do munícipio. Num país onde muitas crianças têm a merenda escolar como sua principal refeição, não medir esforços para melhorar cada vez mais esse item do sistema educacional é o mínimo que se pode esperar de um administrador e ser humano comprometido minimamente com o social.
A oferta de fardamento Escolar a todos os alunos, professores e demais profissionais da educação é outro aspecto que deve ser realçado. Em Heliópolis, a distribuição desse artigo do sistema educacional é uma realidade que não se pode negar.
Outro aspecto que merece destaque na educação de Heliópolis atualmente é o respeito rigoroso ao que é preconizado pela LDB (Lei de diretrizes e bases da Educação) acerca da carga horária docente. Um terço da carga horária é destinada a preparação de aula, elaboração e correção de provas e demais atividades extraclasse. Neste sentido grande parte dos professores da rede municipal de educação de Heliópolis passa  16 horas semanais em sala de aula e, aqueles que, por necessidade de adequação de horários, ultrapassa essa carga horária, recebe hora extra. A carga horária básica em Heliópolis é de 25 horas/aulas.
A implantação de laboratórios de informática nas escolas do município é outra ação merecedora de reconhecimento. Estamos num começo de um século que é o século do conhecimento onde nenhuma civilização será prospera se ficar à margem do mundo digital.
Outro aspecto a ser destacado no sistema educacional de Heliópolis atualmente é a formação continuada de professores por área de atuação, uma iniciativa que contribui de maneira decisiva para o aperfeiçoamento dos docentes e, consequentemente, tem reflexos positivos nas aulas ministradas para a classe estudantil desta municipalidade.
Prova maior da veracidade dos avanços que aqui escrevo pode ser observada a partir da relação ordeira entre a Gestão e o SINDHELI (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais). Acredito que essa postura seja um reconhecimento da classe ao esforço feito pelo gestor em atender demandas históricas. Sejam aquelas que se perpetuavam em intermináveis processos judiciais e o prefeito preferiu o caminho do acordo, seja pela não perseguição a adversários políticos tão costumeiras em terras heliopolenses ou pelo diálogo respeitoso mantido com os servidores.
Some-se as ações acima citadas à construção de duas quadras poliesportivas ( comunidades de Cajazeiras e Serra dos Correias), finalização e funcionamento da creche modelo pro-infância, aquisição de máquina de Xerox altamente potente  e mobiliário para a Secretaria de Educação  e escolas municipais, reforma das Escolas, aquisição de transporte escolar, adesão a diversos programas nacionais e estaduais (Mais Educação, Programa de Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), PBE, PBA, Formação para Escola, PDDE, PDDE INTERATIVO, PDDE CAMPO, ESCOLAS SUSTENTÁVEIS, ACCESSÍVEIS, etc. Não se pode deixar de destacar também que muitas crianças não precisam “meter o pé na lama” para ir à escola porque as ruas onde moram estão devidamente pavimentadas ou em fase final de pavimentação (a prefeitura municipal  pavimentou ou está pavimentando cerca de uma dúzia de ruas da cidade de Heliópolis).
A educação de Heliópolis hoje enfrenta problemas? Óbvio! Se eu fosse escrever sobre eles, acredito que 10x10 artigos desses não fosse suficiente para expressá-los, tamanha é a carência e a necessidade da rede municipal de educação. Porém, negar que em dois anos e meio da gestão de Ildefonso Fonseca (ILDINHO) não tivemos uma significativa melhora é sofrer de miopia política ou cegueira de bom senso mesmo. 
É preciso urgentemente compreender que a tarefa de reconstruir a educação do Município é muito maior que a vaidade de um gestor para perseguir adversário ou a besteira deste ou daquele servidor que não quer colaborar e fica na torcida do quanto pior melhor, sonhando em um dia ocupar momentaneamente um cargo na administração pública municipal. A educação de nossas crianças é muito mais importante que o egoísmo nocivo da vida pessoal e dramaticamente ruim da vida coletiva. Quem ensina isso é a História.

Goteiras da política heliopolitana

                                          Landisvalth Lima
As goteiras da sala da professora Daniela
(foto: Bocão News)
Não sei como vai agir o prefeito Ildefonso Andrade Fonseca com a denúncia promovida pela professora Daniela, esposa do ex-secretário de administração e finanças da Prefeitura Municipal de Heliópolis, professor José Mário Nunes. Com o patrocínio tácito e visível do presidente da Câmara Municipal de Heliópolis, vereador Giomar Evangelista, foi feita uma denúncia que chegou ao portal do Bocão News, que mostra a situação enfrentada por alunos do Colégio Waldir Pires, aqui em Heliópolis.
No vídeo feito para os devidos fins, a professora faz questão de aparecer e mostrar as goteiras na sala de aula. As filmagens são verdadeiras e as goteiras idem. O vídeo também mostra de fato que a escola foi reformada. Pouco se ouve a professora porque o barulho dos alunos toma conta do áudio. Quase uma bagunça. Na reportagem também, o vereador Giomar diz que foram gastos 75 mil na reforma da escola, dando a entender que houve superfaturamento. Disse ainda o edil na reportagem que "Os vereadores aprovaram ontem (1º de junho) um requerimento por 5 votos a 4 para pedir o processo licitatório e os documentos de pagamentos". E ainda completou afirmando que a Casa Legislativa quer acompanhar de perto os processos licitatórios.  
Numa postagem posterior, sobre o mesmo assunto no Bocão News, o secretário municipal de educação, professor José Quelton, disse que o problema foi pontual e que a falha já foi corrigida. Alegou que tudo foi motivado pelas fortes chuvas, mas que também a denúncia tem objetivos políticos. É verdade também. E o principal, a professora não manifestou o problema com o diretor da unidade, professor Marizan, que certamente tomaria as providências cabíveis. A denúncia foi mais para causar escândalo que vontade da professora de resolver os sérios problemas enfrentados pela educação de Heliópolis. Quelton só errou quando disse que não sabia os motivos que fizeram a professora e os alunos promoveram o fato. O motivo é um só: a velha política da vingança que querem ressuscitar por aqui.
O fato também prova que Giomar Evangelista quer ganhar uma briga. Cansado de perder para a vereadora Ana Dalva, agora ele vai mirar no prefeito Ildinho. Para isso conta com o seu escudeiro, e meu colega de PSB, professor José Mário. Eu sei a raiva de Giomar. Com já alguns processos contra sua equivocada administração na Câmara Municipal, que ele sonhava como a mola propulsora de sua chegada à prefeitura de Heliópolis, elegeu como seus inimigos a vereadora Ana Dalva e, agora, o prefeito Ildinho. Cabe aqui uma afirmação pessoal: ainda acho que Giomar é o melhor candidato para o grupo dos Pardais. Muito melhor que Gama Neves e melhor ainda que José Mendonça, mas parece que ele ainda não percebeu isso e quer estragar tudo. Vai jogar farinha no ventilador, para não dizer outra coisa.
Agora, o que não entendo é: o que ganha Zé Mário com isso? Seria vingança? Mas de quê? Ele sempre foi muito bem tratado pela administração de Ildinho. Chegou inclusive a ser convidado para ser o secretário de administração e não aceitou. Será que ele quer passar a perna em Giomar e virar uma alternativa real como candidato a prefeito? Se for isso, é uma boa jogada. Seria um bom nome. E eu não estou aqui jogando conversa fora. É realmente um enigma. Porque não me venham com essa história de que, de repente, do nada, Giomar e Zé Mário se transformaram em paladinos da moralidade pública. Onde estavam quando a administração do PC do B assaltava os cofres do município, causa inclusive da Operação 13 de Maio? Eles estavam no próprio governo. Podem até não ser os agentes das falcatruas. E acredito que não o são, mas silenciaram. Fingiram não ter visto nada!
Para concluir minha sentença, é bom saber que Giomar Evangelista é vereador. Tem acesso a todos os documentos que desejar da administração, via Tribunal de Contas. Não há uma denúncia do vereador contra a administração de Ildinho. O que ele está fazendo é jogando para a galera. É puro marketing. Quer apenas fazer Ildinho sangrar. Com isso, Giomar aparece como o homem que vai acabar com a corrupção em Heliópolis. É só falácia. Vejam se há no Ministério Público alguma denúncia de Giomar contra algum prefeito? As únicas denúncias feitas contra um prefeito em Heliópolis são da vereadora Ana Dalva, a maioria já comprovadas e com consequências graves para os denunciados, inclusive com indisponibilidades de bens. Só não posso detalhar mais porque correm em segredo de justiça.
E Ildinho? O que vai fazer? Reagir? Mas como? 
Eu, no lugar dele, encararia tudo isto como natural do jogo político. Qualquer denúncia deve ser apurada e, se for o caso, deve ser imediatamente corrigida devidamente. Ildinho poderá ser o último prefeito reeleito de Heliópolis. Como é um homem simples, pode passar para a história como aquele que fez uma boa administração, sem perseguir adversários, valorizando cada centavo do dinheiro público, e, principalmente, sem transformar o jogo político numa guerra tipo briga de torcidas organizadas. Por fim, é só tomar cuidado com quem se convida para ser secretário e pensar duas vezes em tentar acordão para eleger determinados vereadores como presidente da Câmara Municipal. É sempre melhor a goteira que a enxurrada.

Roberto Cabrini: A indústria da fome em Sergipe

Dilma resolveu atravessar a rua para comprar uma derrota

Revista ÉPOCA revela a central de lavagem do PT

Fernando Pimentel e Carolina Pereira. Corrupção chega ao PT de Minas Gerais
(foto: Época)
Turma do homem forte de Pimentel tinha até contrato com a lobista Erenice Guerra. A Polícia Federal descobre um esquema milionário operado por amigo do governador de Minas Gerais. O Ministério Público acusa a mulher de Pimentel de conivência com os desvios
FILIPE COUTINHO- da revista ÉPOCA
Na manhã desta sexta-feira (29), quando subiram pelas escadas do Bloco B da 114 Sul em Brasília, rumo ao confortável apartamento no 4º andar, os agentes da Polícia Federal sabiam que adentrariam um endereço que guarda alguns dos maiores segredos da República. O apartamento é uma espécie de sede paralela do Palácio das Mangabeiras, residência oficial do petista Fernando Pimentel, governador de Minas Gerais. Está registrado em nome da mulher dele, a jornalista Carolina de Oliveira Pereira (na foto acima com o marido). Durante o primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, quando era o poderoso ministro do Desenvolvimento e Comércio Exterior, Pimentel e sua então namorada Carolina promoviam jantares discretos com políticos, empresários e lobistas, segundo fontes que participavam desses convescotes. A sala ampla acomodava bonitos quadros e uma mesa de jantar para oito pessoas. Uma empregada com uniforme servia sorrisos e boas bebidas. Falava-se muito de negócios, especialmente no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES. Pimentel era presidente do Conselho de Administração do banco. Pimentel morava no apartamento. Guardava suas coisas lá. Agora, os agentes da PF recolheriam, com ordem judicial, o que houvesse no imóvel: dinheiro, computadores, pen drives, papéis.
Ainda no começo do dia, também em Brasília, os agentes estiveram na sede da Oli Comunicação e Imagem, empresa que pertence a Carolina. A operação da PF, batizada de Acrônimo, investiga um esquema de lavagem de dinheiro desviado de contratos com o governo federal. A PF estava na rua – e nos bons apartamentos de Brasília e de outras cidades – para buscar mais provas do esquema. Entre os alvos, além da primeira-dama de Minas, brilhava um empresário que participou da campanha de Pimentel e da primeira eleição da presidente Dilma Rousseff, em 2010: o empresário Benedito Oliveira, o Bené. ÉPOCA obteve acesso ao inquérito da operação. De acordo com o Ministério Público Federal, que fundamentou os pedidos de busca e apreensão em 90 endereços, a Oli “seria uma empresa fantasma, possivelmente utilizada para os fins da ORCRIM (organização criminosa) com a conivência de sua proprietária Carolina de Oliveira Pereira”.
Foi exatamente o que revelou ÉPOCA em novembro passado, numa reportagem. Nela, a revista, com base em entrevistas com a turma de Pimentel e documentos sigilosos, demonstrava que a empresa de Carolina era fantasma. Mostrava também que a ascensão financeira de Bené, dono de gráficas e empresas de eventos com contratos no governo petista, coincidiu com a ascensão política de Pimentel. Bené até indicara assessores e um secretário do Ministério do Desenvolvimento. E fora o dínamo da campanha de Pimentel ao governo de Minas.
A reportagem de ÉPOCA alavancou uma investigação da PF sobre Bené, que começara no mês anterior. Durante a eleição, ele fora detido no aeroporto de Brasília, num King Air de sua propriedade, com R$ 116 mil. Vinha de Minas. Não esclareceu a origem do dinheiro. Como se revelou na reportagem, o prefixo do avião (PR-PEG) trazia as iniciais dos filhos de Bené – daí “Acrônimo”, o nome da operação da PF. De acordo com a investigação que se seguiu, culminando com as batidas na sexta-feira, Bené era o cabeça do esquema. Foi preso, assim como o publicitário Victor Nicolato, parceiro dele, que ajudou a coordenar a campanha de Pimentel no ano passado.
O esquema de Bené, segundo as investigações, não era sofisticado. Ele conseguia contratos superfaturados com o governo do PT, valendo-se de sua influência junto a próceres do partido, lavava o dinheiro por meio de uma vasta rede de empresas – e, após embolsar sua parte, repassava o butim para sua turma. Nas palavras da PF, o amigo de Pimentel “seria o operador de organização criminosa estruturalmente ordenada e com clara divisão de tarefas, a qual teria por atividade o desvio de recursos públicos, por meio de contratos não executados e/ou superfaturados com entes federais, mormente no setor de eventos e gráfico, e a posterior lavagem desses recursos, utilizando para tanto diversas empresas, com abuso da personalidade jurídica e confusão patrimonial, inclusive com interposição de pessoas”.
ÉPOCA obteve um documento, já em poder da PF, que mostra que a investigação esbarrará em outra personagem que também orbitou a campanha e a convivência de Dilma: a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra. Em maio do ano passado, Erenice acertou um contrato de sociedade com a Brasil Século III, de Virgílio Guimarães – era por meio dessa empresa, segundo a investigação, que o petista recebia dinheiro do esquema de Bené. De acordo com a PF, o ex-deputado petista, cuja biografia se notabilizou por ter sido o agente que promoveu o encontro do publicitário Marcos Valério, preso como operador do mensalão, com o PT, era destinatário do “envio frequente de recursos financeiros de Benedito” em benefício próprio e “outras pessoas indicadas”. O contrato entre Erenice e Virgílio visava “promover o desenvolvimento sustentável e competitivo” da FBM Farma, uma indústria farmacêutica pertencente ao grupo Hospfar Indústria e Comércio de Produtos Hospitalares, que mantém em 2015 contratos de R$ 10,6 milhões com o governo federal. Em 2014, a empresa recebeu R$ 61,4 milhões dos cofres públicos, o dobro do ano anterior. A companhia, que já foi alvo de investigação do Tribunal de Contas da União, contratou Erenice Guerra para advogar em seu favor.
A relação próspera entre Bené e o PT resultou numa multiplicação extraordinária da fortuna do empresário. De 2005 para cá, o faturamento de seu grupo formado por cerca de 30 empresas passou de R$ 400 mil para R$ 500 milhões. Esse salto gigantesco foi impulsionado graças a contratos superfaturados fechados com órgãos públicos, segundo a Polícia Federal. As empresas de Bené possuíam contratos de centenas de milhões de reais com os ministérios das Cidades, da Educação e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, entre outros. A Gráfica e Editora Brasil, controlada pela família de Bené, recebeu R$ 294,2 milhões entre 2004 e 2014. Quase um terço desse valor foi desembolsado pelo Ministério da Saúde. O inquérito da PF apontou ao menos 39 contratos com indícios de irregulares encontrados em auditorias realizadas pelo TCU e pela Controladoria-Geral da União. “São várias empresas com sócios entre si, com os mesmos endereços, sendo algumas delas fantasmas. O objetivo disso era realizar a lavagem de valores, provavelmente oriundos de fraudes licitatórias”, diz o procurador da República Ivan Cláudio Marx, do Núcleo de Combate à Corrupção do Ministério Público Federal no Distrito Federal e responsável por conduzir o caso com a Polícia Federal.
Em nota, o advogado Pierpaolo Bottini afirma que Carolina Oliveira “viu com surpresa a operação de busca e apreensão” em sua antiga casa, em Brasília. “Carolina acredita que a própria investigação vai servir para o esclarecimento de quaisquer dúvidas”, diz o texto. O governo de Minas Gerais afirmou, em nota, que não é objeto da investigação. Procurado, o advogado de Bené, Celso Lemos, não retornou as ligações. ÉPOCA também não conseguiu contato com o ex-deputado Virgílio Guimarães e Erenice Guerra. Agora, os investigadores tentarão identificar o destino dos recursos desviados. O delegado do caso, Dennis Cali, deu pistas dos próximos passos. Perguntado se Pimentel era um dos investigados, o delegado dizia que não. E completava: “Até o momento”.
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