Istoé mostra insatisfação dos nordestinos com Dilma
Nordeste: a preocupação de Dilma
Campanha petista tenta
consolidar hegemonia em seu histórico reduto eleitoral, mas esbarra no
crescimento da oposição e na insatisfação da população com promessas não
cumpridas
Izabelle Torres – da revista ISTOÉ
– edição 2331.
A CONTA - Produtores rurais e moradores que perderam plantações durante a seca amargaram prejuízos financeiros estimados em R$ 15 bilhões (foto: Eraldo Peres) |
Depois de perder força no
Sudeste, a campanha à reeleição de Dilma Rousseff (PT) preocupa-se agora em não
abrir espaço para a oposição na região onde o PT historicamente registra seus
maiores índices de aprovação. A presidenta lidera as pesquisas na região
Nordeste, mas se vê diante de um cenário bem diferente de 2010, quando a então
candidata conseguiu a adesão de quase 90% dos nordestinos na disputa contra o
tucano José Serra. Agora, quatro anos depois, além de perder eleitores para a
chapa encabeçada pelo pernambucano Eduardo Campos (PSB), Dilma sofre com a
migração de integrantes da sua base aliada para campanhas dos opositores e vê o
senador Aécio Neves (PSDB) celebrar alianças com puxadores de votos em Estados
estratégicos como Rio Grande do Norte, Ceará e Bahia.
No domingo 20, ao participar da
missa pelos 80 anos da morte de Padre Cícero, na cidade de Juazeiro do Norte
(CE), Aécio Neves deu o tom da ofensiva do PSDB na região e anunciou que vai
apresentar este mês um plano estratégico para o Nordeste, incluindo o aumento
de repasses financeiros para municípios de menor Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH). Na prática, atendeu a um pleito dos prefeitos nordestinos, que
reclamam que são tratados de maneira desigual em relação às cidades mais ricas.
“Será um conjunto de ideias que vai permitir o desenvolvimento do Nordeste”,
disse ele. Já Eduardo Campos planeja intensificar a campanha na região na reta
final das eleições. Ele acredita que a divulgação de suas realizações em
Pernambuco, Estado que governou por oito anos, pode gerar uma identificação dos
nordestinos com a candidatura socialista. “A campanha no Nordeste começa mais
tarde. Temos certeza de que, à medida que ela avançar, nós teremos um cenário
semelhante ao que ocorre no Sudeste: a migração de antigos aliados para candidaturas
de oposição”, aposta.
Outra preocupação no PT é com a lista de
pendências do atual governo com a região. O Nordeste viveu a pior seca dos
últimos 50 anos durante o mandato de Dilma Rousseff e o Executivo não conseguiu
cumprir nem metade das promessas que fez a produtores rurais e aos moradores
que perderam plantações, ficaram sem água e amargaram prejuízos financeiros
estimados, por um estudo da Organização Mundial de Meteorologia, em R$ 15
bilhões. O governo do PT também não concluiu obras consideradas essenciais,
como a transposição do rio São Francisco e a ferrovia Transnordestina. A conta
já começou a ser cobrada pelo eleitor
A propaganda governamental e o nosso IDH
Landisvalth Lima
Penso que já deveríamos tomar uma
providência com relação à publicidade institucional pública no Brasil. Parece brincadeira
o que estão fazendo com os recursos para este setor. Quem acompanha o marketing
dos governos deve estar atônito. Se não imaginar que se trata de propaganda
eleitoreira, chega a pensar que vivemos num paraíso. E tudo por causa deste
bendito calendário eleitoral. Emissoras exibiram peças publicitárias quase que pedindo
pelo amor de Deus um voto. Nas inaugurações só faltaram falar no filho do PAC
que o pariu! E para nosso desespero, agora sabemos que era tudo falácia. O Brasil
não está bem. Não piorou, mas está quase no mesmo lugar. Prova é o relatório do
IDH de 187 países. O Brasil subiu uma
posição no novo ranking. O índice, que
vai de 0 a 1, foi de 0,744 em 2013. Quando aplicada a mesma metodologia aos
números do relatório anterior, o IDH do Brasil em 2012 ficou em 0,742. Por esse
cálculo, o Brasil passou do 80º para o 79º lugar, atrás de países como Ilhas
Maurício, Cazaquistão e Líbia. Ocorre que nós somos a 7ª economia do mundo.
Quem disse que país rico é país justo?
A Noruega se manteve no primeiro
lugar da lista, com um IDH de 0,944. Em seguida, aparecem Austrália, Suíça,
Holanda, Estados Unidos, Alemanha, Nova Zelândia, Canadá, Singapura e
Dinamarca. No lado oposto da tabela, a 187ª e última colocação ficou com o
Niger. Os dezoito últimos colocados são africanos. Entre 2000 e 2013, o
crescimento do IDH brasileiro foi de 0,67% ao ano, em média – abaixo da média
mundial, de 0,74%. Entre 1990 e 2000, o índice havia sido de 1,1%. Na década
anterior, de 1,16%. Desde 2008, o Brasil perdeu quatro posições – não porque
teve uma redução no IDH, mas porque outros países cresceram mais rápido: Irã,
Azerbaijão, Sri Lanka e Turquia, especificamente. Na América Latina, o país
ficou atrás de Argentina, Uruguai, Chile e Venezuela. Ou seja, não estamos
fazendo a lição de casa. Mas a propagando diz que somos quase perfeitos.
O cálculo da ONU considera
números da expectativa de vida, de educação e de renda. Os dados avaliados no
caso do Brasil mostram uma renda per capita anual de 14.275 dólares, a
expectativa de vida de 73,9 anos, mortalidade infantil de treze óbitos a cada mil
nascimentos, a escolaridade média de 7,2 anos de estudos, e um índice de 53,6%
da população que, tendo mais de 25 anos de idade, completou pelo menos a
educação secundária. Entre os Brics, o IDH brasileiro é o segundo maior – perde
para a Rússia. Mas, mantido o ritmo atual, a China deve tomar esse posto em
breve. A China, que é a 2ª economia do mundo, aparece em situação ´pior que o
Brasil. O relatório da ONU menciona o Bolsa Família como elemento de melhoria
social, mas o impacto deles pode ser limitado se ainda existe uma
infraestrutura a ser implementada, como no Brasil. "Programas do tipo
precisam ser desenhados para garantir que as capacidades – especialmente
aquelas da próxima geração – sejam protegidas", diz o relatório. Isto quer
dizer, que não adianta só dar o alimento se não há educação de qualidade e
saúde de fácil acesso. A ONU também elaborou rankings temáticos. Em um deles,
que calcula o IDH ajustado à desigualdade de renda, o Brasil perde dezesseis
posições em uma lista na qual constam 145 países. Na tabela que leva em conta a
igualdade entre os gêneros, o país é o 85º dentre 149 nações.
Mas os propagandistas de plantão
já entram em campo para mascarar os resultados. O governo federal questionou
nesta quinta-feira (24) os dados usados pelo Pnud (Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento) no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil,
sob a justificativa de que estão defasados, e disse que, se recalculado, o
Brasil subiria 12 posições, passando do 79º para o 67º lugar no ranking. Segundo
o governo, números mais recentes do IBGE, de 2013, apontam que a expectativa de
vida ao nascer no país, que é levada em conta no IDH, está em 74,8 anos. No
entanto, o escritório da ONU levou em consideração dados de 2010, cujo valor
era de 73,9 anos. É sempre assim: hoje a realidade é outra, dizem. Amanhã, a
realidade será um pouco pior. Diabo é que tenho que me conformar em saber que nós
estamos pagando tudo isso: o fracasso e a propaganda do falso progresso.
Nilmara Publio
Nilmara Publio |
Foi com enorme satisfação que participei
da solenidade de formatura de mais de 70 novos enfermeiros da Faculdade Anísio
Teixeira, em Feria de Santana, no último sábado (19). Assisti a alegria da formanda
e prima Nilmara Publio, filha de Iramá e Nilza. Foi muito divertido. Lá estava
ao lado de minha jovem tia Djanira e da minha prima Perolina. Curti com Heitor,
Perla e Claudio uma noite de muita tosse, mas todos sobreviveram. Depois da
solenidade, com Nete, Demá, Tide, Diogo, Brasilia, parentes e aderentes,
desfrutamos música de qualidade com Marquinhos e danças sensuais com Lila.
Impagável. Agora, a enfermeira quer trabalhar e mostrar o que aprendeu. É uma
outra luta! Mas ela tem talento, beleza e muita vontade. O registro fotográfico
é do meu primo Arivaldo Publio. Parabéns!
Só para me indignar
Acreditem, o PT está tentado
salvar Paulo Maluf da cadeia. Parece que o partido está se especializando na
proteção de malfeitores. Segundo o blog do Fernando Rodrigues, Maluf e seu
advogado procuraram José Eduardo Cardozo para resolver os problemas de Maluf
com a Interpol. O ministro enviou um comunicado para o governo dos Estados
Unidos perguntando a respeito da possibilidade de o deputado federal, aliado da
administração federal do PT, ser ouvido no Brasil sobre um processo no qual
está relacionado na Justiça norte-americana. O deputado está citado num caso de
possível evasão de divisas –o que ele nega– e a Justiça dos EUA o trata como
foragido. Por essa razão, desde 2009, a Interpol exibe em seu site uma foto de
Maluf como “procurado''. O Ministério da Justiça afirmou que o caso de Maluf foi
o único até agora com essas características: um brasileiro, com residência fixa
e com aviso de procurado na Interpol (para ser preso nos EUA) requerendo o
direito de ser ouvido no Brasil. Se outro cidadão nessa condição solicitar
ajuda ao governo, será atendido, segundo o Ministério da Justiça. Ah, Tá! Me
engana que eu gosto, Cardozo!
Beatriz Construções
Vereadora Ana Dalva |
Denúncia da vereadora Ana Dalva
feita ao Ministério Público da 3ª Promotoria de Cícero Dantas, contra a administração
municipal anterior, foi arquivada esta semana. Segundo o promotor, Dr. Hugo
Casciano, toda a documentação referente ao processo licitatório de reforma da
Secretaria de Educação não foi encontrado na prefeitura. Na época, o prefeito
anterior gastou quase 50 mil para “reformar” o prédio. Nunca houve reforma. Só
pintura e retoques. Ocorre que todo mundo sabe que o prefeito anterior estava
com toda documentação em sua casa. É só fazer cruzamento com as informações da
Operação 13 de Maio. A Beatriz Construções e Serviços é uma das empresas de
fachada do município de Fátima no esquema desvendado pela Polícia Federal. Ana
Dalva vai pedir o desarquivamento à promotoria.
Com informações complementares do portal da
Revista Veja, do UOL e do Bahia Notícias.
Pesquisa Ibope/TV Bahia: Paulo Souto em 1º e Lídice em 2º
Pesquisa encomendada pelo CORREIO
trouxe resultado similar em maio. Souto venceria no 1º turno. Candidato do PT é
o único a perder ponto.
Da Redação do CORREIO
Paulo Souto (DEM) |
O ex-governador Paulo Souto seria
eleito para o governo da Bahia no primeiro turno com 42% das intenções de
votos, segundo pesquisa Ibope divulgada nesta quarta-feira (23) pela TV Bahia.
A pesquisa é a primeira com os candidatos já confirmados pelos partidos e tem
margem de erro de 3 pontos percentuais.
Lídice (PSB) aparece em segundo
lugar, com 11% das intenções de voto. O candidato do PT, Rui Costa, tem 8% das
intenções de voto. Da Luz (PRTB), com 2%, Marcos Mendes (PSOL), com 1%, e
Renata Malet (PSTU), com 1%, aparecem em seguida. Brancos e nulos somaram 18% e
indecisos chegam a 17%.
Lídice da Mata (PSB) |
O Ibope também levantou a
rejeição dos candidatos. Da Luz aparece na frente, com 27% dos entrevistados
afirmando que não votariam nele. Lídice é a segunda, com 20%. Paulo Souto e Rui
Costa aparecem empatados com 18%. Marcos Mendes e Renata Malet aparecem com 13%
cada. Não rejeitaram nenhum dos candidatos 11% dos entrevistados. Outros 25%
não souberam ou não opinaram. O Ibope ouviu 1008 eleitores entre 19 e 21 de
julho em 59 municípios baianos. A pesquisa foi registrada no TRE com número
00006/2014 e no TSE com número 00237/2014.
Em maio, pesquisa Ibope
encomendada pelo CORREIO mostrava que o ex-governador Paulo Souto (DEM) venceria
as eleições ainda no primeiro turno, com o mesmo percentual de intenção de
votos - 42%.
Rui Costa (PT) |
Ainda pré-candidato da aliança de
oposição ao governo Jaques Wagner (PT) que reúne, entre outros, DEM, PMDB e PSDB,
Souto largou na frente na pesquisa estimulada, 31 pontos percentuais diante da
senadora Lídice da Mata (PSB) que tem 11% das intenções de votos apuradas. O
então pré-candidato da situação, Rui Costa, seria o terceiro, com 9%. Lídice e
Costa estão tecnicamente empatados. A margem de erro da pesquisa é de três
pontos percentuais para mais ou para menos. Os demais pré-candidatos da época
eram Rogério da Luz (PRTB), com 2%, e Marcos Mendes (PSOL), com 1% das
intenções de votos.
A pesquisa foi realizada entre 15
e 19 de maio com 1.008 entrevistados e margem de erro de três pontos
percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%. A sondagem
foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) com número
BA-0004/2014.
A saga da persistência
Landisvalth Lima
Lideranças de Heliópolis recebidas por Paulo Souto (Veja nota abaixo) |
Na cabeça do leitor desavisado, o
ato de fazer política é um paraíso. Para ele, isto aqui é um mar de
facilidades. Quem está na política tem vida boa, etc. Até aqui não vi nada
disso. Sei que não faço parte do mundo dos privilegiados, onde tudo é mais
fácil, onde o sofrer dói bem menos e o sorrir chega ser um orgasmo. Mesmo
estando num partido muito organizado e com uma equipe que segue rigorosamente a
Lei Eleitoral, minha candidatura este ano começa com muito sofrimento. Estou
numa luta árdua só para validar uma conta bancária eleitoral no Banco do
Brasil. Já fui a todos os lugares que o banco me obrigou a ir e a conta, até
esta data, ainda não foi validada. Consequência: minha campanha perde terreno. Não
posso sequer fazer um santinho porque tudo passa pela bendita conta eleitoral.
Para completar a desgraça, recebo ligação de um inocente da Secretaria de
Educação do Estado de Sergipe afirmando que minha licença para concorrer a
mandato eletivo não foi aceita porque eu concorro em outro estado. Isso me
obriga a, mais uma vez, brigar por um dever/direito expresso na Lei 8.112. Como
Sergipe não tem lei estadual que trata do assunto, esquece que a federal rege a
lacuna. Como se não bastasse, peguei uma gripe de matar. Parece coisa de
adversário. Cinco longas noites de tosse, tosse e mais tosse. Um inferno! E só
para não dizer que o paraíso está próximo, morrem João Ubaldo Ribeiro e Ariano
Suassuna. Ah! Tudo conspira para que eu desista. Mas eu persisto porque o bom
da viagem não é só a chegada, mas o que se pode ver da paisagem.
Lei para os grandes
Há certas coisas que não entendemos.
Os poderosos vivem a burlar leis e não acontece nada. Hoje, o juiz Márcio
Reinaldo Miranda Braga, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), determinou a
retirada de placas de propaganda institucional do governo do Estado no prazo de
48h sob pena de multa diária de R$ 20 mil por peça. Fosse um país sério, já
teria sido decretada a prisão dos responsáveis. A decisão foi deferida
parcialmente, após pedido de liminar impetrado pela defesa da coligação do
candidato ao governo estadual Paulo Souto (DEM). Segundo o entendimento do
magistrado, com base no artigo 73 da Lei nº 9504/87, as placas, quando
associadas à gestão estadual, “acabar por fazer uma divulgação que beneficia o
candidato apoiado pelo atual governo, Rui Costa (PT), que ora se apresenta como
apto a continuar o trabalho que vinha sendo desenvolvido”. Está mais que claro.
E o governo insiste na questão porque sabe da impunidade neste país. Ao fim,
não vai pagar nada e já ganhou o governo oito dias de propaganda gratuita,
financiada com o dinheiro público.
Marcelo Nilo e Josué Telles
Josué Telles |
Marcelo Nilo |
Está completamente errado quem
pensar que o grupo político do prefeito Ildefonso Fonseca ficará com apenas um deputado
estadual. Até mesmo Vando (PSC), candidato do prefeito, sabe que não terá todos
os votos para estadual. Uma parte do grupo estará com Marcelo Nilo (PDT) e a
vereadora Ana Dalva, além do federal Landisvalth Lima, o marido, vai de Josué
Telles (PPS) para estadual. Numa coisa todos concordam: não há disputa acirrada.
Cada um transita no pedaço que lhe cabe.
Comparações
Se compararmos as candidaturas de
2010 com as de 2014 para a Assembleia e para a Câmara dos Deputados, haverá uma
substancial diferença. Para a ALBA o número de pretendentes caiu. Eram 692 em
2010 e agora são 629. Troca sutil da dezena com a unidade. Para os candidatos a
ir a Brasília, eram 280 em 2010 e neste ano concorrem 339, até aqui. São dois
vestibulares difíceis: 10 e 9 candidatos por vaga, respectivamente.
Com Paulo Souto
O vereador Valdelício Dantas da
Gama mostrou que está com Paulo Souto e não abre. Levou para Salvador, a
convite do vice-prefeito Gama Neves, dezoito lideranças do município de
Heliópolis. Foram recebidos pela chapa majoritária do DEM/PMDB/PSDB, pelo
candidato a deputado federal José Carlos Aleluia e pelo estadual Sandro Régis.
Se a eleição ainda não desperta interesse no eleitor, nos políticos ela já está
pegando fogo.
Dilma está ‘morta’: Aécio ou Eduardo Presidente
por Samuel Viana –
Publikador.com
Já está chegando a hora de se
despedir da candidata Dilma, a 3ª pior média de crescimento da história
republicana do país está simplesmente a matando. Tal média, decorrente do fato
de que nenhuma reforma, como a Tributária, ter estado ao menos na pauta do
Governo, vem fazendo o brasileiro ter medo de alguns velhos monstros, como:
– a inflação que está acima do
teto (6,5%); e,
- o fato de a geração de
empregos em junho de 2014 ter sido a pior para o período nos últimos 16 anos.
Datafolha:
Uma pesquisa não deve ser
analisada olhando os resultados de hoje e imaginando que no futuro eles serão
iguais, deve-se entender as tendências e projetá-las no futuro.
Nos gráficos abaixo vemos uma
clara tendência de derretimento da candidata Dilma independente de quem seja o
candidato (Aécio ou Eduardo) no 2º turno. Hoje Dilma e Aécio já estão
tecnicamente empatados, a expectativa é de que em breve tanto Aécio quanto
Eduardo a superem.
Motivos para Aécio e Eduardo
continuarem crescendo:
O principal indicador é o fato
de que 88% dos eleitores conhecem muito bem ou um pouco a candidata Dilma, este
número cai para 43% no caso do Aécio e ‘despenca’ para 26% no caso do Eduardo
Campos. A expectativa é de que quanto mais gente passe a conhecer os outros
candidatos, maior seja suas intenções de votos.
É possível extrapolar que
próximo ao dia 5 de outubro os 3 candidatos tenham entra 20 e 30% das intensões
de voto.
O atual nível de rejeição à
candidata Dilma também é um ponto ‘assustador’ para sua campanha. Quando
perguntados “Em quem desses candidatos você não votaria de jeito nenhum no 1º
turno da eleição?”, os eleitores responderam:
- Dilma (13): 35%
- Aécio (45): 17%
- Eduardo (40): 12%
Dilma, visivelmente desgastada,
aparecerá no mínimo 10 minutos, todos os dias, na sua televisão. Há fortes
dúvidas se isso contribuirá positivamente ou negativamente à sua imagem.
Aécio ou Eduardo Presidente?
Inicialmente imaginava-se que o
candidato Aécio não seria capaz de derrotar Dilma. Apostava-se que Eduardo, por
ser mais forte no Nordeste, faria com que Paulistas e Sulistas estrategicamente
migrassem e se unissem em torno de sua candidatura (40), pois teria uma
probabilidade maior de ganhar.
Atualmente projeta-se que tanto
Aécio quanto Eduardo ganhariam de Dilma no 2º turno, sendo assim, tal migração
(Aécio > Eduardo) faz menos sentido.
Porém agora projeta-se um novo
cenário, sabendo que Dilma não tem mais chances de ganhar e imaginando que
Aécio será exaustivamente propagado como o ‘mal’, uma parcela dos eleitores de
Dilma tende estrategicamente a migrar para o 40 (Eduardo). Nesta situação, o
eleitor dela se indagaria: “Eduardo Campos ou Aécio Neves presidente? ”
O interessante de um 2º turno
entre Eduardo e Aécio é o fato de que tal debate tende a ser muito mais sobre
quais estratégias o país deva ter, ao invés de mera Propaganda do Governo. Como
o eleitor do Aécio também votaria no Eduardo, é possível imaginar uma nova
união popular em torno do Eduardo que tende a gerar um Governo de União. Um
governo em que partidos como o PR, PP e PTB teriam muito menos ‘poder de
barganha’.
Dilma estará no segundo turno?
A legislação diz que:
“§ 2º A substituição poderá ser
requerida até 20 dias antes do pleito, exceto no caso de falecimento, quando
poderá ser solicitada mesmo após esse prazo, observado em qualquer hipótese o
prazo previsto no parágrafo anterior.”
– Capítulo VII da resolução
23405
(tal resolução é 3 de abril de
2014 e o Relator foi o Ministro Dias Toffoli)
Caso seja evidente a derrota da
candidata Dilma, por que não tentar manter o poder e ‘ir de Lula’?
É evidente que Lula tem um
capital político superior ao da ‘criatura’, resta saber se ele conseguiria
desassociar sua imagem à dela (Dilma). Esse seria um grande fator surpresa,
imaginemos que a probabilidade para que isto ocorra é de 50%.
Como extrapolamos que os 3
candidatos (Dilma, Aécio e Eduardo) tenham entre 20 e 30%, vamos considerar que
probabilidade de haver uma migração em massa do 13 para o 40 seja de 1/3.
Então, através destes números é
possível considerar que Dilma tenha 66% de chances de nem chegar ao 2º turno.
Entenda a conta:
- Caso Lula seja o candidato,
Dilma não será candidata, logo, neste cenário, a probabilidade dela não estar
no 2º turno é de 100%. A probabilidade considerada deste cenário ocorrer é de
50%.
- Caso Dilma seja a candidata,
ela tem uma probabilidade de 33,33% de não estar no segundo turno. Este segundo
cenário também tem 50% de chances de ocorrer.
- Então: (1*0,5) + (0,5*0,3333) = 0,6666 > 66,66%
Em resumo:
- Dilma perde a eleição, tendo
66% de chances de não chegar ao 2º turno;
- Eduardo Campos (40) é a melhor
opção para o país, já que ele tende a promover um Governo de União, e não uma
mera União de Poderes (interesses próprios/setoriais), como vem ocorrendo, pelo
menos, desde os anos 80.
De mal a pior
Por Saulo Queiroz*
Saulo Queiroz (foto: o Globo) |
A última pesquisa Datafolha
mostrou a extensão de uma doença que avança pelo País: a rejeição ao PT e a
Dilma. Como são duas entidades diferentes, não é fácil saber qual é depositária
do percentual mais forte, mas há indícios de que a rejeição ao PT é de controle
mais difícil.
Outro aspecto que fica claro é
sua susceptibilidade ao contágio, que aumenta com maior velocidade nos grandes
conglomerados urbanos, mas avança também, mais lentamente, nas pequenas cidades
e até em espaços que pareciam imunes, como o Nordeste, onde a rejeição a Dilma
alcançou incríveis 23%.
Para se ter uma ideia do que isso
significa vale lembrar que na eleição presidencial passada, em pesquisa
Datafolha de 23.07.2010, a rejeição a Dilma em todo o País era de 19%. Nesta
última pesquisa já alcança 35%, quase o dobro de igual período em 2010.
Para uma identificação mais
precisa do depositário da maior taxa de rejeição, se o PT ou Dilma, é preciso
uma rápida caminhada pelo País, começando pelo Sul. O PT tem candidato nos três
Estados, mas apenas no Rio Grande do Sul seu candidato está em segundo lugar
nas pesquisas.
No Paraná e Santa Catarina estão
em terceiro. No Sudeste, o desempenho é pífio em São Paulo com Alexandre
Padilha, sofrível no Rio de Janeiro, com Lindhberg Farias, em quarto lugar, e
sem expressão no Espírito Santo.
Apenas em Minas Gerais, com
Fernando Pimentel, apresenta um desempenho satisfatório, mas a lógica é que ele
não resistirá a máquina de moer carne que o espera, com Aécio Neves crescendo
nas pesquisas para Presidente, um candidato ao governo, Pimenta da Veiga, de
boa história, e um ao Senado, com a qualidade e aprovação de Antonio Anastasia,
o governo do Estado e a maioria de deputados.
No Nordeste seu candidato na
Bahia, maior colégio eleitoral da região está muito atrás do candidato do DEM.
É segundo no Ceará e apenas no Piauí mantém folgada liderança. Nos demais
Estados apoia candidatos de outras legendas, o que significa dizer que nestes
quatro anos não consolidou personagens estaduais para concorrer ao cargo de governador,
o que demonstra fragilidade partidária.
A pergunta que fica é: que culpa
cabe à presidente Dilma por esta fragilidade do PT em seu principal reduto
eleitoral que é o Nordeste. Penso que muito pouca. No Norte, afora o Acre onde
pode reeleger o governador, não tem presença de destaque nos principais
colégios eleitorais, visto que apoia o PMDB no Pará e Amazonas, além de fazer o
mesmo em Tocantins.
No Centro Oeste tem candidato a
reeleição no Distrito Federal com baixa perspectiva, em Goiás sem nenhuma e no
Mato Grosso não tem candidato. Apenas em Mato Grosso do Sul tem perspectivas
concretas de vitória porque seu candidato, o senador Delcídio Amaral, está bem
a frente nas pesquisas e tem baixa rejeição. A questão é saber até onde ele
resistirá ao processo de contaminação, visto que o Estado é vizinho de São
Paulo e Paraná, onde é virulenta a rejeição ao PT – a maior em todo o País. Há
que se vacinar para controlar o contágio.
Finalmente, é quase chocante que
um partido que comanda o País há 12 anos, tenha favoritismo para eleger apenas
três governadores, em Estados de pequena densidade eleitoral e dois senadores.
Cinco em 54 disputas majoritárias. Quase nada. A pergunta, repetitiva, é se foi
Dilma a responsável por uma rejeição que se estendeu por todo o Pais ou se foi
o PT o principal responsável pela rejeição de Dilma. Não vale dizer que as duas
se encontram.
A verdade é que estes últimos
quatro anos de governo da presidente Dilma foram marcados por dificuldades na
economia, não só aqui no Brasil, mas em quase todo mundo. Evidente que o
governante paga uma conta que nem sempre é sua, como aconteceu nas eleições
realizadas na Europa, mas é do jogo da política.
Lula presidente, a economia
bombou, ele soube tirar proveito político disso e se tornou quase um ídolo no
País. E ainda arrastou seu PT para o bom caminho da vitória nas eleições de
2010. Mas será que as dificuldades de Dilma, a baixa avaliação de seu governo,
seria a causa principal para o desgaste do Partido em quase todos os Estados ou
será que a causa é mais além?
Com certeza, mais além. No
período do governo Dilma o País viveu o episódio que representou o maior
massacre pelo qual já passou um partido na história política desse País: o
julgamento do mensalão. Meses e meses de intensa cobertura de televisão, rádios
e jornais de um julgamento onde o principal réu acabou se tornando o PT.
Engana-se quem acha que isto não
teve grande importância. Teve sim e pensar o contrário é um menosprezo à
opinião pública. Evidente que foi determinante para criar esse vírus da
rejeição ao PT, que se espalha pelo País. A bem da verdade, nem Dilma nem seu
governo têm qualquer coisa a ver com o mensalão. Ela, como muitos outros
candidatos petistas, é apenas uma vítima.
Quanto à eleição presidencial
deste ano o quadro caminha para um desfecho trágico para o PT e sua candidata.
Quem estiver olhando para os números atuais das pesquisas e avalia que há um
quadro de indefinição comete um erro básico de julgamento.
Há um status totalmente diferente
entre os competidores, porque enquanto Dilma é conhecida por 99% dos eleitores,
19 e 36% desconhecem Aécio e Eduardo Campos, respectivamente. Todos os dados
das pesquisas atuais mostram apenas a notória rejeição da candidata à
reeleição.
Aécio e Campos são fatos para
após o início do horário eleitoral. Vale que olhemos um pouco para 2010. Em
23.07, havia um empate entre Dilma e Serra, ambos com 36% de preferência. Em
15.09, com 25 dias de horário eleitoral, Dilma tinha 50% e Serra 27%.
Evidente que, agora, em meados de
setembro, quando todos conhecerem melhor Aécio e Campos, os números serão
diferentes e, tudo indica, um deles estará a frente de Dilma e, muito à frente,
ambos, em uma simulação de segundo turno.
Não é provável, mas não
impossível, que nesta data a campanha da presidente esteja com a preocupação
voltada para assegurar sua presença no segundo turno. Apenas isso, porque não
haverá mais nenhuma perspectiva de vitória.
*Secretário – Geral do PSD. Artigo
especialmente escrito para o blog do João Bosco, no Estadão.
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