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Poucas & Boas nº 110: Onde está a mudança?

Senado vai instalar CPI da Petrobrás

Presidente do Senado deve negociar com líderes nesta quinta a data das próximas etapas antes da abertura das investigações; governistas trabalham para senadores retirarem assinaturas
Débora Álvares - O Estado de S. Paulo
Brasília - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que "não há mais o que fazer" sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobrás. "Evidentemente que uma CPI em ano eleitoral mais atrapalha do que facilita a vida do Brasil. Mas agora não há mais o que fazer, porque temos o requerimento, o fato determinado, o pedido, o número de membros da própria comissão. Vamos marcar a data, fazer a conferência dos nomes e instalar a CPI", disse.
Publicamente contra a comissão, Renan reiterou em seguida que ainda precisa negociar com os líderes da Casa a data das próximas etapas anteriores à abertura das investigações. Embora a oposição tenha conseguido uma assinatura a mais do que o necessário - o requerimento recebeu a adesão de 28 senadores; eram necessárias, pelo menos, 27 -, a CPI ainda não está garantida. Isso porque, regimentalmente, os senadores podem retirar seu apoio. Na noite de quarta mesmo, quando se confirmou a coleta da quantidade de nomes necessários, governistas já começaram a trabalhar para convencer adeptos da CPI a retirarem o apoio.
Os próximos passos, a partir de agora, são marcar a data de leitura do requerimento de CPI no Plenário e fazer a conferência de assinaturas. Renan disse que, ainda nesta quinta, vai conversar com as lideranças partidárias para avaliar a melhor data para isso. "Vou conversar por telefone com os líderes e ver com eles do ponto de vista do encaminhamento, da necessidade de nós instalarmos rapidamente como deveremos fazer." O presidente do Senado não garantiu, contudo, que o requerimento siga para plenário já na próxima semana. Isso porque, os líderes da base tentarão atrasar o quanto puderem a instalação.
Até a meia noite do dia em que o pedido de investigação for lido no plenário, os senadores poder retirar assinaturas. Caso a investigação continue contando com o apoio de, no mínimo, 27 parlamentares, a Comissão de Inquérito é instalada. Para isso, contudo, Renan ainda precisará indicar os membros da CPI. Para minimizar os danos ao governo em ano eleitoral, a estratégia será tentar colocar um peemedebista na presidência e um petista a relatoria.
Mais uma de Wagner
Tido como um bom negociador, parece que o governador Jaques Wagner escolheu este ano para fazer todas as besteiras possíveis. Além de escolher seu pupilo impopular para liderar a chapa do governo nas eleições deste ano, colocou um vice que ninguém queria e fez Marcelo Nilo sair do sério. Agora, fez mais uma que intrigou até os Democratas. O governador divulgou esta semana na Rádio Metrópole números de uma pesquisa colocando em foco o potencial de crescimento do petista Rui Costa e minimizando a influência da transferência de votos do prefeito ACM Neto (DEM). Só que a pesquisa não tinha sido registrada e o DEM já entrou com ação na Justiça Eleitoral. Wagner deverá pagar a bagatela de 53 mil, se for condenado.  
Governo Dilma em queda
A parcela da população que considera o governo Dilma Rousseff bom ou ótimo caiu sete pontos percentuais, para 36%, segundo pesquisa CNI/Ibope divulgada na manhã desta quinta-feira (27). A queda foi observada em todos os estratos da população, com destaque para moradores de municípios com menos de 20 mil habitantes, onde a redução foi de 15 pontos, para 44%. O número de pessoas que confia na presidente também caiu, de 52% para 48%. A aprovação pessoal da presidente diminuiu para de 56% para 51%. O número de entrevistados que considera o governo Dilma pior que o de Lula aumentou de 34% para 42%. Os dois governos são considerados iguais por 46% dos entrevistados.
PDT zangado
A reunião da cúpula pedetista na Bahia com o presidente nacional da sigla, o ex-ministro Carlos Lupi, em Brasília, ontem, teria sido um momento de detonação das insatisfações, diante dos últimos episódios em solo baiano, envolvendo a definição do vice da chapa governista. Após ouvir o relato dos deputados federais e estaduais, entre eles o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo, preterido na escolha, o dirigente nacional criticou o processo conduzido pelo governador Jaques Wagner (PT). O líder teria sinalizado que o partido irá reavaliar o suposto apoio à chapa do pré-candidato Rui Costa (PT). Os partidários saíram oficialmente sem definição do encontro, mas a aposta é que até maio haja uma posição fechada sobre a sucessão estadual. Por Marcelo, o rompimento já estaria consolidado. O problema são os que não querem largar o osso e aqueles que tem empresas inseridas na administração estadual em diversas áreas, com contratos altíssimos e muita grana atrasada. Talvez seja por isso que o governador aposte na permanência do PDT na aliança.
STRH: nada foi fácil
Engana-se quem pensou que a assembleia que reelegeu a atual Junta Diretiva do Sindicato dos Trabalhadores Rurais ocorreu de forma fácil e pacífica. O ex-presidente, Juarez Carlos, entrou na Justiça Comum para barrar a realização da reunião. A causa foi encaminhada para o fórum correto, que é a Justiça do Trabalho. Lá, Dra. Tereza Cristina conseguiu derrubar todas as pretensões do opositor e o STRH está livre de problemas, pelo menos por enquanto. Todos apostam que nada mais vai atrapalhar e as eleições serão realizadas em breve. Juarez é carta fora do baralho.

Parlamentares pedem que MP apure papel de Dilma na compra de refinaria pela Petrobras

                                   Gabriel Castro – da revista VEJA
FESTA: Desde o início do governo Lula, em 2003, a Petrobras foi loteada por partidos políticos
(foto: Ricardo Stuckert/PR)

Dilma chefiava o Conselho de Administração da Petrobras na época da compra da refinaria americana pela Petrobras – negócio causou prejuízo bilionário
Um grupo de parlamentares pediu nesta terça-feira que a Procuradoria Geral da República (PGR) investigue se a presidente Dilma Rousseff cometeu crime de prevaricação na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pela Petrobras, em 2006. A transação causou prejuízo de 1,18 bilhão de reais à estatal.
Os parlamentares querem que o procurador-geral, Rodrigo Janot, apure por que Dilma, que era ministra da Casa Civil e presidente do Conselho de Administração da Petrobras na época, nunca tomou providências diante das irregularidades – nem depois de chegar à Presidência da República.
O crime de prevaricação se aplica quando um agente do Estado deixa de cumprir suas atribuições legais – no caso de Dilma, os deputados e senadores que foram à PGR argumentam que, tendo acesso aos documentos sobre a negociação e concluindo que o parecer era “técnica e juridicamente falho”, a presidente deveria ter agido para investigar o caso e punir os responsáveis.
O responsável pelo documento criticado por Dilma em resposta ao jornal O Estado de S. Paulo é Nelson Cerveró, que ocupava o cargo de diretor internacional da Petrobras. Até quatro dias atrás, ele continuava em um cargo de chefia na estatal: era diretor financeiro da BR Distribuidora. Cerveró só foi demitido depois da repercussão causada pelas afirmações da presidente.
Parlamentares de PDT, PP, PSB, PMDB e PSOL estiveram na PGR para pedir a investigação. Na tarde desta terça-feira, deputados e senadores de PSDB, DEM e PPS vão se reunir para tratar dos esforços pela criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigue o assunto.
A sequência de operações de compra e venda da refinaria de Pasadena causou prejuízo de 1,18 bilhão de dólares à Petrobras. Em 2005, a belga Astra Oil havia pago 42,5 milhões de reais pela mesma refinaria. Inicialmente, a Petrobras adquiriu 50% da propriedade; a outra metade ficou nas mãos da Astra Oil. Depois, a companhia brasileira passou a ser proprietária de 100% da refinaria. 
A aquisição total foi fruto de uma das cláusulas controversas do contrato – omitida no relatório de Cerveró – que obrigava uma das partes a adquirir a outra metade caso divergisse da parceira na gestão da refinaria.

Seminário PSB-Rede-PPS em Salvador foi um sucesso

Marina e Eduardo em Salvador (Foto:Rede)
Com as presenças do governador de Pernambuco - Eduardo Campos, da ex-senadora – Marina Silva e do deputado federal Roberto Freire, foi realizado em Salvador, na Arena Fonte Nova, o III Seminário da aliança PSB-Rede-PPS. Além das figuras nacionais, marcaram presença a ex-ministra Eliana Calmon e a senadora Lídice da Mata, além de vários representantes dos três partidos de todo o Nordeste. Da nossa região marcaram presença várias lideranças, destacando do Estado de Sergipe o ex-prefeito Toinho de Dorinha e César Elias. De Heliópolis foram a vereadora Ana Dalva, o professor Landisvalth e os membros do PPS Deivi Ricardo (Neguinho) e Ricardo Neves, vice-presidente do partido.
Marina, Lídice e Eliana Calmon (foto:Rede)
Um grupo de tocadores de berimbau, instrumento típico da cultura baiana, abriu o Encontro Regional Programático da Aliança PSB-REDE-PPS na Arena Fonte Nova, em Salvador, sábado (22). Com a apresentação do Coordenador Executivo da Rede Sustentabilidade, Bazileu Margarido, e do Primeiro Secretário Nacional do PSB, Carlos Siqueira, várias lideranças dos partidos no Nordeste foram convidadas a compor o palco juntamente com a ex-senadora e porta-voz da REDE, Marina Silva, e o Governador de Pernambuco e pré-candidato à presidência pelo PSB, Eduardo Campos. O Nordeste é a terceira região a receber o evento, que já ocorreu em Porto Alegre, representando a região Sul, e no Rio de Janeiro, pelo Sudeste, tendo como objetivo abrir uma discussão colaborativa, aberta e democrática com a população sobre os temas e diretrizes para o Brasil.
Marina Silva: “Governaremos com os bons!”
Ana Mametto cantando o Hino Nacional 
(Foto: Landisvalth Lima)
Após a execução do Hino Nacional pela cantora baiana Ana Mametto, acompanhada de sons de berimbau e violão, um grupo de vozes e percussão vocal cantou a música “Terra, Planeta Água”, composição de Guilherme Arantes, para lembrar o Dia da Água, neste 22 de março. Abrindo o encontro, Marina Silva frisou a importância do evento, que conta com a participação de toda a sociedade na elaboração do Programa de Governo da Aliança. “O meu cansaço físico não chega nem perto do meu vigor espiritual e da minha força que se traduz na esperança desse Brasil melhor que eu, o Eduardo e todo povo brasileiro queremos. A gente teve e tem um intenso debate que mobilizou o país, das universidade às creches, partidos e sociedade, sem militância partidária”, afirmou. Marina enalteceu o empenho de Eduardo Campos e falou da importância de trabalhar em conjunto, com pessoas de todos os partidos que queiram iniciar uma nova política, sem a disputa pelo poder almejando apenas cargos. “Essa governabilidade com distribuição de cargos está vencida, não dá mais pra colocar o destino no povo brasileiro nas mãos de partidos que querem privatizar o Estado, utilizando de forma irresponsável nossos recursos. Começamos um novo movimento nesse país. E virão muitas pessoas para trabalhar conosco, como o senador Pedro Simon, do PMDB, o senador Cristovam Buarque e muitos outros bons de todos os partidos. É preciso dizer isso agora. Na hora que governarmos, precisaremos de união com os melhores de cada partido.  Precisamos chamar a Nova República e sepultar a Velha República. Estou muito feliz de estar nesse movimento, que não pode ser da REDE, do PSB ou do PPS, pois nós somos uma pequena parte dando uma sustentação legal, pois a força mais importante é a da sociedade, do povo”, finalizou e foi ovacionada pelo pública presente.
Eduardo Campos: “um jogo para desvalorizar e vender a Petrobras!”
Eduardo Campos (foto: Landisvalth Lima)
O pré-candidato à presidência da República e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, considerou, durante evento da aliança PSB-PPS-Rede em Salvador. “Vejo nesses setores tão estratégicos uma série de desacertos. Só em São Paulo, 40 usinas de produção de álcool fecharam as portas nesta safra, deixando milhares de pessoas desempregadas. E a Petrobras hoje vale metade do valor de mercado de três anos atrás, devendo quatro vezes mais do que devia na época. Às vezes eu fico sinceramente desconfiado se isso não faz parte de um jogo para desvalorizar a Petrobras e vendê-la. Nós precisamos fazer o jogo correto, republicano e brasileiro, que é proteger a maior empresa pública do Brasil, formada por milhares de trabalhadores de grande qualidade. Não podemos confundir a história dessa empresa com a história de episódios que precisam ser esclarecidos.”, relatou. Durante a plenária dedicada a lideranças e militantes das três siglas no Nordeste, o socialista também afirmou, ao ser questionado por jornalistas, que a saída do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, com a suspeita de superfaturamento na compra de uma refinaria em Pasadena (EUA), não é suficiente para solucionar a crise atual. “A gente não pode achar que saindo uma pessoa vai resolver uma situação como essa”, avaliou. “Achamos que é fundamental que haja esclarecimentos sobre as questões que estão sendo levantadas. Ao mesmo tempo, temos a preocupação com a Petrobras. A Petrobras não pertence a esse governo, pertence ao povo brasileiro”, defendeu o gestor. Segundo o presidente nacional do PSB, a bancada da sigla já subscreveu pedido no Senado para que a presidente da companhia, Maria das Graças Foster, e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, prestem esclarecimentos a parlamentares da Casa e disse ser favorável a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), caso as explicações declaradas pelas autoridades não forem suficientes.
Roberto Freire: “Dilma está de aviso prévio!”
Roberto Freire (foto: Landisvalth Lima)
O presidente do PPS, Roberto Freire, também discursou. Ele enalteceu os debates da Aliança PSB-REDE-PPS e o diálogo aberto com todos os setores da sociedade. Freire também afirmou que a população tem um forte desejo de mudança e a que a presidente Dilma Rousseff está de “aviso prévio”. “Quando digo que a presidente Dilma está de aviso prévio, não falo nos números ou quantidade de votos de agora, pois apenas 30% do eleitorado conhece o Eduardo Campos. O que importa saber é que a sociedade brasileira tem a perspectiva de, na próxima eleição, fazer uma mudança. O debate que estamos iniciando neste país há muito tempo não se via fazer, com estudantes, empresários, população em geral etc. Isso não aconteceu em eleições passadas. Não sei se é somente a junção de dois grandes líderes, Eduardo e Marina, pois é o momento que o Brasil tem que definir seu novo ciclo, seu novo rumo. Essa é a nossa responsabilidade. Nós somos de uma região [Nordeste] que continua tendo os piores indicadores sociais do Brasil. Ainda não fizeram integração que pensamos na década de 50! Quando isso virá? Podemos e vamos buscar e fazer a virada. Precisamos ingressar o país realmente no século XXI”, finalizou.
Eliana Calmon: “Política frágil no combate à corrupção!”
Eliana Calmon (foto: Landisvalth Lima)
Uma grande parceria, com respeito e apoio mútuos. Dessa forma a senadora e pré-candidata ao governo da Bahia, Lídice da Mata, e a ex-ministra e pré-candidata ao senado, Eliana Calmon, ambas concorrendo pelo estado da Bahia, discursaram. As duas candidatas da Aliança PSB-REDE-PPS, se mostraram em sintonia, usando seus espaços no palco, diante de militantes dos partidos, para falar das suas perspectivas sobre a Bahia e da união entre Eduardo e Marina. “A Aliança na Bahia, através de Lídice da Mata e eu, vai tecer uma nova política para ajustar aqueles ideais que foram deixados no meio de caminho, numa política hoje frágil no combate à corrupção e que dilapida os cofres públicos, inviabilizando as condições necessárias para uma melhoria. Estamos no seio desse grande grupo de propostas, com o Campos, a Marina e o Freire”, explicou Eliana Calmon. A ex-ministra também criticou o grave problema enfrentado na segurança pública do país e os altos índices de homicídios. “Lamentavelmente, estamos vivendo com medo, amedrontados com a falta de segurança. Estamos perdendo 142 pessoas por dia no Brasil, onde 80% são jovens com menos de 25 anos.”
Lídice da Mata: “Discutir as Reformas agrária e urbana!”
Lídice da Mata e Ana Dalva (foto: Landisvalth Lima)
A senadora Lídice da Mata, já se colocando na condição de lidera da futura chapa PSB-Rede-PPS, fez uma espécie de resumo daquilo que norteará sua condição de futura governadora da Bahia. “Tenho a alegria de poder receber os nove estados do Nordeste para fazer parte dessa discussão tão aberta e democrática. Essa alegria se dá porque o Eduardo e a Marina tomaram uma decisão muito importante, que é de iniciar uma pré-campanha debatendo o Brasil com o povo brasileiro de Norte a Sul”, disse Lídice da Mata na abertura de seu discurso. A senadora frisou a importância do Nordeste para o país e como é necessária uma política mais enfática para acabar com os problemas que assolam a região, principalmente na questão agrária. “Não é possível pensar o desenvolvimento do Nordeste sem discutir a reforma agrária e a reforma urbana. Não é possível desenvolver o Brasil sem mexer nessa estrutura fundiária que persiste. Precisamos valorizar a agricultura familiar e redistribuir a terra para desenvolver justamente nosso país. Vamos representar nessa eleição de 2014 um novo Brasil que o povo deseja.”
Grupo canta Planeta Água, de Guilherme Arantes
(foto: Landisvalth Lima)
O encontro reuniu militância, filiados, especialistas dos partidos envolvidos e lideranças do PSB, da REDE e do PPS nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, representando toda a região Nordeste do país, numa discussão colaborativa aberta e democrática. Após a abertura, os participantes reuniram-se em seis Grupos de Discussão, divididos entre os cinco temas das Diretrizes e um específico para políticas regionais. As conclusões foram relatadas no encerramento e contribuirão para a continuidade dos debates. O próximo Encontro Regional Programático acontece na região Centro-Oeste, em Brasília – DF.
Ana Dalva e Josué Telles
Heliópolis presente: Ana Dalva, Neguinho (Deivi) e Ricardo
(foto: Landisvalth Lima)
Grupo 5 discutindo questões urbanas
(foto: Landisvalth Lima)
Também no seminário da aliança PPS-Rede-PSB em Salvador, Ana Dalva teve um encontro com o pré-candidato a deputado estadual Josué Telles. Ele pediu a Ana Dalva paciência com os últimos acontecimentos e acha que haverá uma saída honrosa para as duas facções que disputam o controle do PPS na Bahia. Também no local, Ana Dalva chegou a ter uma conversa rápida com o vereador e atual presidente do PPS da Bahia, Joceval Rodrigues. Este se mostrou aberto a um diálogo e até passou o telefone para que Ana Dalva pudesse dialogar com ele. Lá, a vereadora não descartou a possibilidade de sair do PPS assim que a Rede fosse oficializada. Josué pede a ela mais tempo. “Se for para sair, é melhor sair todos juntos”, sugeriu.
A Esquerda Bastarda
Marina Silva e Eduardo Campos receberam das mãos de Landisvalth Lima dois exemplares cada um dos livros publicados pelo professor: A esquerda bastarda e A mulher do pé-de-cabra. O primeiro é dedicado a Marina Silva e desde após as últimas eleições nacionais o professor estava tentando encontrar uma oportunidade para presentear a Líder da Rede, partido em que ele está filiado e é um dos fundadores. Conseguiu e acabou levando também os exemplares do governador de Pernambuco.

Wagner também aprovou compra da refinaria sem conhecer todo o contrato

Wagner aprovou o que não conhecia
Depois de pedir aos assessores um copo d’água na sede da Governadoria, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), o governador Jaques Wagner aceitou comentar, nesta sexta-feira (21), as últimas informações sobre a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, pela Petrobras. Em 2006, ano de concretização do negócio, investigado pelo Tribunal de Contas da União, o Ministério Público do Rio e a Polícia Federal, o petista era membro do conselho da estatal, então presidido por Dilma Rousseff, e votou a favor da aquisição de 50% da unidade, inicialmente orçada em US$ 360 milhões. Uma cláusula denominada “Put Option”, presente no contrato da transação, elevou, em 2012, a bagatela para US$ 820,5 milhões após uma briga judicial com a belga Astra Oil, que determinou, à empresa brasileira, a obtenção das ações remanescentes.
Em entrevista ao Bahia Notícias, o chefe do Executivo baiano afirmou que analisou um “relatório executivo” sobre a compra, baseado em “critérios estratégicos”. “A primeira decisão foi em fevereiro ou março de 2005, quando uma avaliação do crescimento da estatal concluiu que era importante o posicionamento no mercado americano. Até fevereiro de 2006, foram estudadas possibilidades e apareceu essa refinaria. Nós votamos que era importante concretizar a aquisição e, então, foi produzido um contrato de 3 mil páginas, que tem inúmeras clausulas. Eu não conheço todas, nem era para conhecer porque, em uma estrutura como a da Petrobras, há filtros desde as gerências até o conselho de administração”, relatou, antes de acrescentar: "Quem sabe o que é um conselho de administração sabe que ele não vai ler documento de 3 mil páginas. Ele toma uma decisão estratégica".
Se é assim, cabe fazer uma pergunta: Então para que serve um conselho? Ou melhor, para que serve um conselho formado por tantos nomes, considerados “gerentes ilustres” ou “bons administradores”? Então é tudo apenas faz-de-conta? Quer dizer que vale apenas o que os técnicos estrategistas fazem? E os milhões pagos a estes conselheiros ao longo da história da Petrobrás serviram para quê? A resposta é simples: são cargos políticos feitos para abrigar os protegidos do Planalto e aprovar o que for melhor para eles, não para o país. Fomos enganados pelo PT.
Dilma pode ser cassada?
Um grupo de senadores decidiu protocolar uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) para a investigação das contas da Petrobras, que cita a presidente Dilma Rousseff, em menção à época em que era ministra de Minas e Energia. Rodrigo Rollemberg (PSB), Cristovam Buarque (PDT), Randolfe Rodrigues (PSOL), Ana Amélia (PP) tomaram a medida após reunião no gabinete do senador Pedro Simon (PMDB), nesta quinta-feira (20). Segundo a Agência Senado, Buarque informou pedido não exclui a realização de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e que pode assinar um requerimento de criação da CPI, mesma posição de Randolfe. O congressista destacou que a intenção de acionar o MPF é ter a possibilidade de apurar os fatos imediatamente. Os senadores se encontram na próxima terça-feira (25) com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Randolfe considera pode ter havido dolo por parte de Dilma, em relação à aquisição, pela Petrobras, de 50% de uma refinaria em Pasadena, no Texas, e não descarta a ocorrência de crime de responsabilidade e a possibilidade de um impeachment, a depender do resultado.
Também na quinta-feira, Dilma afirmou, em nota pública, que apoiou a aquisição da refinaria porque recebeu “informações incompletas” de um parecer “técnica e juridicamente falho”. À noite, ao Jornal Nacional, da TV Globo, o ex-presidente da petroleira e atual secretário de Planejamento da Bahia, José Sergio Gabrielli, contradisse os argumentos de Dilma, ao considerar que a cláusula “Put Option” é comum em comércio de companhias. "A Put Option é uma cláusula comum nas aquisições de empresas porque ela reflete apenas o direito de quem está vendendo, em determinadas circunstâncias, de vender para o outro. Em geral, em todas as aquisições, quando você compra uma participação acionária, você leva em conta a possibilidade de vender depois. Então, você cria mecanismos para isso, do ponto de vista contratual", explicou o auxiliar de Wagner. Questionado sobre um possível mal estar entre Gabrielli e a gestão petista após as declarações, o governador negou desgastes e uma eventual demissão, já especulada, do dirigente da pasta. “Cada um externa sua opinião. Ele continua até 31 de dezembro”, resumiu. O chefe do Palácio de Ondina defendeu ainda a transação, ao alegar que, na época do acordo, ela atendia a uma demanda da empresa e se ajustava ao contexto econômico. “Você trabalha com cenários. No traçado de 2006, foi uma compra baseada em cima do desenvolvimento estratégico. Veio 2008, cresceu o mercado brasileiro e houve crise no mercado americano. Evidentemente, o cenário mudou”, avaliou. Na noite desta sexta, o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cuñat Cerveró, apontado como um dos responsáveis pela produção do relatório que motivou a compra, foi exonerado do cargo de administrador financeiro da subsidiária BR Distribuidora.
Informações do Bahia Notícias, Folha de São Paulo e Estadão.