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Poucas & Boas nº 110: Onde está a mudança?

Baterista da banda cover Beyonce morre em acidente de trânsito

Evelyn Leite Silva, de 20 anos, morreu na rodovia José Sarney
Evelyn Leite Silva 
Evelyn Leite Silva, de 20 anos, é vítima fatal de um acidente de trânsito. O fato ocorreu na madrugada deste sábado, 14, na rodovia José Sarney. De acordo com informações de amigos de Evelyn Leite Silva estava em uma moto quando foi atingida por um carro de marca Focus. Ela tinha terminado de fazer um show no Mosqueiro e seguia para um outro, quando foi atingida pelo carro que vinha na contramão. “O motorista do carro fugiu e deixou o Focus no local sem prestar atendimento a minha amiga”. O choque foi tão violento que decepou o braço da vítima.  
A jovem que tinha como grande paixão a música, era baterista e participava do Festival de bandas cover em Aracaju e disputaria a final neste sábado ao lado de mais nove bandas no Iate Clube de Aracaju. A banda era um cover de Beyonce. A organização do festival Coverama divulgou nota lamentando o ocorrido. “É com infinita tristeza que informamos o falecimento precoce de nossa querida Evelyn. Uma tragédia nos tirou uma grande amiga, muito querida, além de um gigantesco talento como artista. Nós que fazemos parte do Coverama, não só da produção, mas todos os músicos e o público, tivemos o prazer e a honra de conviver, apreciar e aprender muito com essa jovem linda, inteligente, mais do que gente fina, com um coração gigantesco. Seu sorriso e as batidas em sua bateria ficarão para sempre em nossas melhores lembranças. Desejamos força para sua família e amigos para tentarem ser um conforto uns para os outros. Para todos seus parceiros de bandas, que sua energia e alegria continue com todos e assim ela ficará viva para sempre”, diz a nota publicada no Facebook.
Integrantes da banda que Evelyn fazia parte também falaram sobre a tragédia e anunciaram o cancelamento de um show. “Devido a tragédia que abalou a todos nós, em comunicado oficial, a banda Cover da Beyonce informou e solicitou que fosse divulgado que não irá se apresentar neste sábado no Iate Clube. Um momento de tristeza. Mais uma vez reforçamos nossas mais sinceras condolências a todos os amigos e familiares de Evelyn”, escreveram no Facebook.

Com a colaboração de Kátia Susanna – do portal Infonet.

Povoado Riacho: esquecido pelos políticos

O povoado Riacho começou a partir da construção deste imóvel
O povoado Riacho nasceu da construção de uma bodega. Sua primeira casa foi construída entre 1958 e 1959 por um senhor conhecido pelo alcunha de Zeinha. No local funcionava um bar, ou bodega, onde todos os finais de semana as pessoas iam para se divertir. Com o passar dos tempos, algumas casas foram sendo construídas e também surgiu à necessidade de uma escola. Foi Ivo Carleon, político ligado ao município de Ribeira do Amparo, município-mãe de Heliópolis, quem fundou a primeira escola em 1970. Hoje, a Escola Jorge Amado é sede de Polo Educacional e responsável pelo desenvolvimento do povoado. Entre 1975 e 1976, o Sr. Maurício, também político de Ribeira do Amparo, com a colaboração de Joãozinho Preto, Ana Maria Nunes e João de Carrinho, fundaram a Igreja Matriz da localidade. Várias histórias do povoado são contadas pelos moradores Pedro Queirão, Zé Cardoso da Silva e dona Maria do Carmo.
Dão: "Os políticos nos abandonaram."

Igreja matriz
O povoado Riacho é o maior em concentração de eleitores do município de Heliópolis, embora sua sede não seja urbanamente a maior. O povoado chegou a ter um prefeito administrando Heliópolis. Em 1992, Genival Nunes Santos disputou como vice-prefeito na chapa liderada por José Emídio (Zé do Sertão). Após vitória, Zé do Sertão optou por assumir mandato de deputado estadual e renunciou ao cargo de prefeito. Genival assumiu a prefeitura em fevereiro de 1993 até finais de 1996. Segundo João Alves de Souza, conhecido popularmente por Dão, morador no povoado há 38 anos, o Riacho evoluiu bastante. Tem quadra esportiva, escola e posto de saúde. Porém, precisa melhorar muito em outros aspectos. “Há 15 anos nenhum político tem mais interesse em melhor a qualidade de vida dos moradores deste lugar.”, revelou queixoso. Verdade seja dita, o povoado Riacho precisa mesmo de mais atenção política, por que há anos o mesmo não progride. Parece estar estagnado no tempo, sem perspectiva. A única coisa que não mudou foi a exportação de trabalhadores para São Paulo, coisa que tem aumentado frequentemente nos últimos anos.

         Reportagem realizada por Terezinha Santana, Maria Aparecida, Marciela Batista, Daniela Nascimento e Daniel Matos, como avaliação de Redação e Expressão, ministrada pelo Professor Landisvalth Lima, na turma 3º A, do Colégio Estadual José Dantas de Souza.

Câmara de Heliópolis fará concurso público

Câmara Municipal de Heliópolis fará concurso.
A Câmara Municipal de Heliópolis encerrou o ano legislativo com a aprovação de dois projetos de Lei, ambos de autoria coletiva da Câmara. O primeiro trata da proibição de festas privadas, com caráter lucrativo, em escolas públicas municipais. O objetivo é acabar com a exploração de espaços públicos por parte de empresários que, na maioria das vezes, depredam o patrimônio público e não pagam sequer gastos com energia, água e limpeza. O outro projeto é o da realização do 1º Concurso Público da Câmara Municipal de Heliópolis. A presidenta da casa faz questão de dizer. “Não estou fazendo o concurso por imposição da Justiça. Conversei com todos os vereadores e mostrei a necessidade de ter um quadro de servidores efetivos da casa. O projeto está assinado por todos.” O concurso terá seis vagas: Diretor Administrativo (01), Auxiliar de Segurança (01), Auxiliar de Serviços Gerais (02) e Arquivista/Digitador (01) e Motorista B (01). Os salários variam de 750,00 (Auxiliar de Serviços Gerais) a 1.000,00 (Diretor Administrativo), que é o único a exigir nível superior em quaisquer áreas. Ana Dalva comunicou que haverá ainda a licitação para a escolha da empresa e que espera realizar a prova entre fevereiro ou março, se tudo ocorrer normalmente.
Eleições no STRH
Parece que o entrave na eleição do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Heliópolis não destravará tão cedo. O Juiz do trabalho encarregado de julgar o caso, quis ouvir as partes e ainda não decidiu nada. Como a eleição seria dia 15 próximo, não há mais saída. Certo é que a atual comissão diretora já convocou Assembleia para dia 21.12, na Câmara Municipal de Heliópolis, para a eleição de uma nova comissão diretora. Tudo vai recomeçar. Já são cinco meses do imbróglio e os candidatos e associados não aguentam mais. Como o maior problema era mesmo Juarez e seu advogado, a chapa liderada por Mundinho do Tijuco resolveu fazer uma associação com a chapa liderada por Edmeia Torres para garantir a realização da eleição. Vão indicar os nomes da futura diretoria administrativa e Juarez será afastado definitivamente do STRH. Todos esperam que agora vai. A nova comissão diretiva deverá tomar posse dia 7 de Janeiro de 2014. Eleições em fevereiro ou março.
Ildinho na fita
O prefeito Ildefonso Andrade Fonseca não deve guardar boas recordações deste fim de ano. Seu primeiro ano de administração foi um verdadeiro desastre. Além dos problemas já aqui relatados no blog, Ildinho amarga um desqualificado 9º lugar entre os piores prefeitos da Bahia, em enquete realizada no Facebook no mês de novembro. Ele começou entre os cem menos avaliados e foi ficando cada vez pior na fita. Quem merece o troféu de “Como enterrar um político” é o seu filho Beto Fonseca. Enquanto o pai provou o seu amor ao filho, num nepotismo tupiniquim, o filho retribuiu à altura. Viva o amor em família!
Brigas internas
Não andam muito boas as relações entre Antônio Jackson/Maria Zizélia com Beto Fonseca/Leila. A palavra que define a interação entre os casais é fingimento. Ainda não chegaram ao barraco, como o de Beto e Roberto, mas nos cantos, ou em off, vivem a soltar petardos indelicados.
Quando será a CPI?
Se as denúncias feitas pelo vereador Doriedson forem levadas corretamente à justiça, só restará uma pergunta a fazer: “Quando será a CPI?”. É que a oposição não pode recuar. Ou faz a CPI ou entra com denúncia no Ministério Público. A acusação é gravíssima, com provas concretas. A salvação de Ildinho é ele mesmo abrir sindicância interna e punir os responsáveis. Se não o fizer, ele será o responsável e a cassação será inevitável. Num país de Justiça célere, Ildinho já não estava mais prefeito. Falam nos bastidores que um inteligente da administração está tentando colocar o ônibus e Kombi para rodarem. Se fizerem isso, só vão acelerar o processo de concretização de mais provas.
Procurador não apareceu
E por falar nisso, o Dr. Adelmo, Procurador do município, que prometeu na sessão do dia 2 de dezembro retornar na sessão do dia 9 com uma explicação plausível aos vereadores sobre o combustível usado nos carros sucatas, não apareceu. Deixou os governistas mudos. A justificativa usada pelos vereadores para votar contra o Requerimento de convocação do prefeito foi exatamente a garantia de que o procurador traria uma explicação. Como não se pode explicar o inexplicável, Dr. Adelmo caiu fora. Seria uma derrocada em massa dos “protetores” do prefeito?
Transporte escolar
Os alunos que estudam em Heliópolis estão passando pelo pior final de ano das suas vidas, principalmente os que moram em Arrozal, Itapororoca, Bendó e Tanque Novo. O ônibus está transportando cerca de 80 alunos empilhados como sardinhas em lata e a viagem é lenta e desconfortável. Na segunda-feira os alunos chegaram em Heliópolis às 2 e meia da tarde. Nesta terça, chegaram mais cedo 1 e 50.  O carro saiu do primeiro ponto ao meio dia. Ou seja, está sendo mais rápido viajar para Aracaju.
Merenda escolar 
Acreditem, o Colégio Estadual José Dantas de Souza, além do atraso no pagamento dos salários dos terceirizados e PST´s, há duas semanas não oferece merenda aos alunos. Não é por falta de dinheiro. É que a diretora entrou em período de férias e só ela assina a licitação de compra da merenda. Não há mais ninguém, em toda a instituição, habilitado para substituí-la. Isso só acontece na Bahia, na terra de todos nós! Como esta semana é de avaliações, merenda este ano....

Viuveira foi iniciado por sobreviventes da Guerra de Canudos

Igreja Matriz da Viuveira (foto: John Kennedy)

O povoado teve como primeiros habitantes uma família que seguia Antônio Conselheiro e desertou da Guerra de Canudos.


A história do povoado teve início quando José Francisco dos Santos - Seu Chico – com sua família, seguidores de Antônio Conselheiro, fugiam da Guerra de Canudos. Chegaram onde hoje é o povoado em 1898. Segundo Francisco Marcelino dos Santos - Seu Chiquinho – um dos mais velhos moradores e figura lendária da Viuveira, neto de Seu Chico, o avô se instalou em uma fazenda e passou a festejar o dia 3 de maio, Dia de Santa Cruz, atraindo assim a chegada de moradores para a região. Os novos moradores foram povoando o local com construção de casas e bodegas. A partir daí, tendo a necessidade de um nome para o povoado, colocaram Viuveira, inspirados numa árvore existente no local.

Com o passar do tempo, o vilarejo foi evoluindo. Somente um século depois, por volta do ano 2000, o ex-prefeito Aroaldo Barbosa contribuiu para seu desenvolvimento levando uma antena de televisão. Somente há pouco mais de dois anos, na gestão de Walter Rosário, fez-se a pavimentação da Praça Central. Hoje o Povoado é composto de duas associações, uma para os agricultores, e outra para a fabricação de cerâmica oriunda da argila, esta com sua sede em construção. Também conta com uma igreja, uma casa de farinha organizada por Seu Chiquinho e uma escola. Foi nessa escola que Seu Chiquinho ensinou, sendo o seu primeiro professor. Na localidade ainda havia uma capela deixada pelo primeiro habitante. Lá se encontra os corpos de pessoas da família do José Francisco dos Santos, mas há pouco desmoronou. Seu Chiquinho, o mais velho descendente, não quer que a história se perca e diz que pretende reerguê-la, deixando-a como símbolo histórico da Viuveira.

As repórteres do 3º A com "Seu Chiquinho" (foto: John Kennedy)

O dia de Santa Cruz continua sendo festejado no dia 3 de maio, tendo 9 dias de novenário e abertura com cavalgada. A forma de festejar da população é através de danças populares como o reisado, samba de roda e outros. A musicalidade está ligada a instrumentos como zabumba e triângulo. Também é importante ressaltar que a produção cultural dos moradores não se resume apenas a essa festa. O problema é que, além da falta de incentivo do poder público, nem a própria população tem consciência da qualidade cultural produzida por eles.


Reportagem de Alice Ribeiro, John Kennedy, Josefa Valéria e Milena Oliveira, como avaliação da disciplina Redação e Expressão, ministrada pelo professor Landisvalth Lima, no 3º ano A do Colégio Estadual José Dantas de Souza.

Que futuro Heliópolis planeja para os seus jovens?

Em meio às drogas, desemprego e baixa qualidade educacional, as perspectivas para o futuro juvenil em Heliópolis são desalentadoras.

Verônica: a causa está na família
O desenvolvimento de uma cidade se deve em parte pela formação e estrutura de sua sociedade. Em todos os agrupamentos urbanos do mundo há uma oscilação entre pontos positivos e negativos. O objetivo dessa reportagem foi fazer uma pesquisa de campo no quesito das perspectivas de desenvolvimento da juventude em Heliópolis, Estado da Bahia, e os resultados não são dos mais animadores.
As informações documentais colhidas em diversos órgãos da cidade são incompletas, imprecisas e atrasadas. Isso dificultou o nosso caminho ao objetivo final, complicando toda e qualquer análise da verdadeira situação municipal. Não há dados específicos. Em decorrência disso, optamos pelas entrevistas.
Em uma visita ao Conselho Tutelar da cidade no último dia 03 de dezembro, foram levantados alguns questionamentos sobre o trabalho infantil. Um dos funcionários públicos do local, José Neves Santos, nos respondeu que "existe a Lei que proíbe. Todo mundo sabe que tem, que menores não podem trabalhar. Mas se fosse pra a gente intervir, muita gente ficaria com fome, porque algumas pessoas aqui ainda passam fome! Aí tem muitas crianças que trabalham pra ajudar seus pais ainda. A gente sabe que é errado, mas não tem jeito, vai fazer o que?".
É fato que a realidade social de Heliópolis é sofrida e muitos jovens e crianças precisam ajudar os pais na manutenção da renda familiar. Como uma cidade funciona com um órgão em prol do bem comum, que sabe que o problema existe e só sabe questionar o que fazer? O colapso é reflexo da falta de organização da gestão pública, da falta de planejamento e, principalmente, da falta de política pública de gestão. O que crianças e jovens precisam é primordialmente de educação, que consequentemente gerará emprego e renda.
Questionamos sobre o cenário das drogas, e o Conselheiro nos disse: “É muito alto (o uso de drogas), de 10 jovens no mínimo 1 usa drogas ou coisa parecida, álcool ... A maior queixa e números de denúncias que o Conselho recebe é de jovens usuários de maconha. Não tem muito o que fazer não, por que a gente não pode punir, a gente envia um relatório pro promotor e ele manda um oficio pra nós encaminharmos esses jovens pra uma clínica de reabilitação, mas como aqui não tem nenhuma, nunca nenhum jovem foi internado".   
Um descaso descarado e explícito ao que se diz à saúde pública e segurança no município. A falta de comprometimento do estado, faz com que não se enxergue que 10% dos jovens (se não for maior) entrem num estado deplorável, que é o caminho das drogas e do álcool. O planejamento não parece existir, já que as falhas nesses setores são visíveis e praticamente não há atuação em benefício dos atingidos pelos vícios, enquanto as portas da marginalidade estão todas abertas para eles. Está claro que o governo pouco se importa com a sociedade, principalmente quando se trata de programas com retorno social a médio e longo prazos. Parece que a única coisa que planejam é um conjunto de cartas para usá-las no período de 4 em 4 anos.
Quelton: necessidade de atenção
Quando questionada sobre as causas dos jovens de Heliópolis que se encontram dispersos, desorientados socialmente e ingressos no mundo das drogas e da criminalidade, a Psicóloga do CRAS - Centro de Referência de Assistência Social - Verônica Andrade, apontou que o principal motivo dessa desordem juvenil que assola o município são as famílias desestruturadas.   Analisando o quadro que Heliópolis se encontra, a desestruturação dessas famílias não é a principal causa dessas desordens, mas consequência de um problema ainda maior que a antecede. Fatores como emprego, educação, saúde, lazer, cultura são imprescindíveis para a formação de uma boa base familiar. Essas obrigações são de competência dos governos e é nítido que há uma falha enorme desse órgão em suas atuações no município, visto que a organização político social é precária e as famílias são descrentes de um futuro melhor. A junção dessas arbitrariedades públicas geram condutas cada vez mais banalizadas e frustradas nos respectivos jovens.
José Quelton Almeida, Secretário de Educação, nos disse o seguinte, em um depoimento: "Muitos jovens de Heliópolis, hoje, apesar das poucas oportunidades, têm a possibilidade de terem um futuro promissor. Mas temos uma parcela menor de jovens com acesso à universidade, e uma parcela enorme de jovens dispersos, no caminho do desinteresse, das drogas, alguns até na prostituição, banalizando mesmo suas vidas. E tudo isso requer uma atenção maior da educação, da saúde, da assistência social, das famílias...
Atenção? Isto não é ação! Se há possibilidades por que não explorá-las? Por que não promover as oportunidades necessárias? A teoria é a coexistência de uma hipótese, mas uma hipótese não comprovada e não aproveitada é só teoria, e teoria não testada não gera resultado! Falta na secretaria de educação do município alguém que vá além das teorias.
Se na educação só encontramos atenção, continuamos nossa ação em busca do objetivo delineado e ouvimos as palavras pronunciadas pela secretária de Ação Social, Maria Zizélia Alves de Souza Maranduba: “A justiça obriga que o município faça concurso, então cada dia que passa o nosso município está limitado em relação a emprego. A partir do momento que vem esse concurso aí, o trabalho aqui vai ficar complicado (...) Concurso não é uma coisa boa não minha amiga, eu falo como mãe, não é fácil ter que ver seus filhos saírem daqui porque chega uma certa idade e eles tem que arrumar trabalho e como aqui não vai ter, eles terão que sair da cidade. Existe essa questão partidária e nem isso vai ter mais. (...). Então essa questão de concurso eu não acho vantagem não”.
Zélia: contra o Concurso Público
Nas palavras da secretaria Zélia, podemos ver bastante descrença na capacidade intelectual de seus conterrâneos quando ela diz: “O trabalho aqui vai ficar complicado”. Será mesmo que os Heliopolenses não obterão cargos concursados exigidos pela Justiça? E nos concursos feitos em várias cidades da nossa região, e também no estado vizinho de Sergipe, conseguimos ter alguém aprovado? Ou será que a nossa secretária é adepta do coronelismo que impera, quando ela cita a futura inexistência partidária, e consequentemente o não benefício para os despreparados que ocupam cargos de tamanha importância na prefeitura?  Todos sabemos que só estão ali por interesses políticos e não por competência. É com uma ideologia assim que Heliópolis vive cada vez mais imersa no declínio. Seria ela a pessoa adequada para exercer o cargo de secretária municipal de ação social?
Alguns dias depois da entrevista realizada com dona Zélia, ela nos enviou um relatório com o programa que a Secretaria Municipal de Assistência Social tem para oferecer aos jovens da cidade. O programa é o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para Crianças e Adolescentes (S.C.V.F). Mas o intuito da desta reportagem é retratar os programas que O MUNICÍPIO oferece em benefício de seus adolescentes. O S.C.F.V é um programa do governo federal, que é implantado em todas as cidades do Brasil. Sendo assim, fica nítido o descaradamente do órgão municipal que não faz nada em prol da causa, mas tenta se engrandecer com projetos de outros governos.
Infelizmente, o que se tem visto é um comodismo por parte da gestão pública. A falta de infraestrutura, incentivos fiscais para que grandes empresas possam vir, e consequentemente gerar mais empregos, criar recursos para a área de saúde, segurança e projetos educacionais. Em suma, valorização da inteligência, do saber. A viabilização dessas bases com certeza alavancaria o desenvolvimento da cidade e diminuiria drasticamente esses péssimos índices sociais. Porém, o quadro que se vê é de uma Heliópolis que não é somente aprisionada pelo poder dos coronéis políticos, que acorrentam a população e limitam seu desenvolvimento, como ocorre desde sua emancipação, mas uma cidade onde os índices de desenvolvimento e estatísticas são desanimadores. A educação continua estagnada, beirando o retrocesso, à medida que cresce a criminalidade e aumenta o alcoolismo e o consumo de drogas. Uma mudança de roteiro é capaz de mudar o cenário e consequentemente a história de seus personagens. Uma Heliópolis diferente é possível, mas competência política é essencial para tudo acontecer!

               Reportagem de Juliana Silva Oliveira, Naiane dos Santos Ribeiro, Pedro Igo Souza Santos e Wallas Almeida Vital, como avaliação da disciplina Redação e Expressão, ministrada pelo professor Landisvalth Lima, no 3º ano A do Colégio Estadual José Dantas de Souza.