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Lena morreu!

A saúde de Heliópolis, os “prefeitinhos” e o “prefeitão”

                   Landisvalth Lima
O prefeito Idelfonso Andrade Fonseca não pode se queixar do povo de Heliópolis. Além de permitir a ele governar esta cidade pelos próximos quatro anos, ainda está tendo uma paciência generosa com o alcaide. Completamos 300 dias de administração, o que ainda não posso chamar de governo. Governar é dividir tarefas, estabelecer metas, fazer evoluir o município. A única coisa que evoluiu em Heliópolis nestes dez meses foi o patrimônio dos “prefeitinhos”, que não foram eleitos para isso. Ou melhor, nunca foram eleitos para nada. Além dos problemas relatados neste blog, uma área parece que vai tirar o sossego de Ildinho mais cedo do que se imagina: a saúde.
Não adiantará esperar pelos médicos cubanos. Claro que precisamos de médicos. Todos serão bem-vindos. Ocorre que não há estrutura. Onde resolveremos os problemas dos que precisam de hemodiálise, dos que necessitam de cirurgias, dos que são cancerígenos, dos renais crônicos, dos que necessitam atendimento de urgência? Aqui? Nem pensar. Já navegam pelas redes sociais casos de pessoas aguardando um simples transporte para Aracaju há dois meses e não conseguem. Há casos de pacientes que tiveram consultas marcadas e não puderam chegar a tempo por falta de transporte. E o transporte é por conta do município. Ou seja, Heliópolis não está fazendo sua parte. E nós elegemos um prefeito para fazer funcionar, pelo menos aquilo que é tarefa do município.
Relato aqui o caso do personagem Zequinha. Ele usa marca-passo e precisou trocar na última sexta-feira(25). Todos sabem que ele não possui as mínimas condições. Somente na quinta-feira pela noite foi comunicado que não haveria transporte para Aracaju no dia seguinte. O procedimento já estava marcado e não era possível adiar. Faltou apenas transporte. A vereadora Ana Dalva resolveu a questão e parte da viagem o paciente teve que fazer em transporte alternativo. Qual o motivo de tanto sofrimento? Desorganização, falta de planejamento. E não me venham aqui dizer que a culpa é do secretário de saúde. Também não adianta demitir o secretário. Nenhum outro faria melhor porque o problema é de gestão. Não havia efetivamente carros e o secretário não iria, porque não é sua obrigação, pagar do próprio bolso.
O leitor mais revoltado poderia dizer que a culpa é dos dois “prefeitinhos”, que continuam fazendo das suas e atrapalhando o “prefeitão”. Não é verdade. Ildefonso Andrade Fonseca foi eleito prefeito e não quer assumir o mandato. Preferiu entregá-lo aos seus pupilos de confiança. Ele só aparece na prefeitura para assinar papeis. É o prefeito de direito e não de fato. Quando ele me ofereceu em sua casa o cargo de secretário de educação, eu ofereci a ele ajudar sua administração sem precisar assumir cargos. Ana Dalva vive batendo na mesma tecla o tempo todo, que está disponível para ajudar no que for preciso, e nem mesmo convidada para reuniões administrativas ou políticas ela foi. Dizem até que ele a considera de oposição. Para ser justo, nem mesmo os vereadores da oposição estão azedando o caldo. Digo, verdadeiramente, que estão colaborando com a administração como nunca se viu antes em Heliópolis.
Se é assim, por que se renega tanta ajuda? Vou mais além: por que Gama Neves foi completamente afastado da prefeitura? Quais os males que Gama fez a Ildinho até hoje? É fato que o que Gama fez, se errado ou certo, foi para beneficiar o grupo vencedor das eleições. Por que afastaram o vice-prefeito? Que poder Gama tem para prejudicar Ildinho, numa atuação político-administrativa na prefeitura? Este blogueiro, Ana Dalva, Gama Neves e até os vereadores da oposição querem o melhor para Heliópolis. Todos temos interesses políticos, mas eles não podem e não devem estar acima dos interesses do povo. É preciso saber separar a política administrativa da política partidária. Já pedimos várias vezes uma reunião com todos os que apoiaram o prefeito para corrigir rumos, mas parece que estão brincando com coisa séria.
Pior é saber que continuam fazendo as mesmas coisas. Reclamam deste blog quando denunciamos os erros e acham que temos a obrigação da prática do puxa-saquismo. Continuam pagando fornecedores e prestadores de serviços em pontas de rua e ninguém assina nada. Ninguém pode sequer comprovar que prestou o serviço. E continuam os descontos para o Senhor 20%. Esses pagamentos são ilegais e todos sabem disso. Quem recebe não quer denunciar para não perder e assim caminharemos na marcha de ilegalidade, como caminham os chefões do jogo do bicho. Será que eles não imaginam que os vereadores da oposição, se quisessem dar dores de cabeça ao prefeito, já não o tinham feito? Os “prefeitinhos” estão tão certos da impunidade que deixam rastros visíveis a olho nu. Criança se engasga até com água. 
Então o que está ocorrendo com a saúde é fruto da administração que Ildinho ainda não assumiu. Gostaríamos que ele se dedicasse com afinco, como ele consegue fazer ficando horas e horas numa mesa de jogo. Que ele comece a reunir seus apoiadores e sente para planejar um governo sério, aberto, democrático, lícito. Quando um governo assim funciona, até na hora de dizer “não” todos respeitam. Sim, porque todos nós sabemos que a prefeitura não vai resolver todos os problemas, mas ela precisa urgentemente parar de resolver só os problemas pessoais e particulares de alguns eleitos e de uns poucos não-eleitos. E é bom alertar porque tem gente que só está esperando o primeiro cadáver fruto da falta de atendimento na saúde pública de Heliópolis. Aí, o Ministério Público vai ter que entrar na área e o senhor prefeito de direito vai sentir o que é ter povo, aliados, opositores e a Lei contra ele. O povo já o abandonou, mas povo bem tratado é picolé de frutas, sem aquele palito.