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Lena morreu!

ISTOÉ revela a Turquia de hoje


A receita turca de progresso. Como um país que preserva valores seculares se transforma em um caso raro de sucesso econômico e exemplo para o mundo em políticas de bem-estar social.
Por Paulo Moreira Leite, de Istambul – da revista ISTOÉ.
MODERNIDADE
A sociedade turca se formou em torno do pequeno
comércio e do pequeno agricultor,
mas hoje a paisagem muda com o surgimento de
shoppings como o Kanyon Mall
Quem examina a Turquia pela paisagem de Istambul, sua maior cidade, recorda que vivemos num mundo onde geografia é destino, enquanto a história é uma permanente construção de homens e mulheres. Único país do planeta que se divide entre a Europa e a Ásia, a Turquia é um monumento à própria grandeza. Durante seis séculos, foi governada por uma dinastia de sultões que vivia em palácios habitados por dois mil servos para todo tipo de trabalho, inclusive dezenas de mulheres residentes em seus haréns. Seu império se espalhou sobre uma área imensa, que incluía a Argélia e a Áustria, passando pelo Egito, pelo Iraque e pela Bulgária,  para chegar à fronteira da Rússia. Noventa anos depois de uma guerra de independência na qual venceu ingleses e franceses, proclamando assim a República, a Turquia assombra o mundo mais uma vez.
Na última década, seu crescimento econômico atingiu a média de  7% anuais ? a previsão para o ano magro de 2013 é de um avanço de 4%. Depois de passarem um quarto de século pedindo ingresso na União Europeia, sendo rejeitados por exigências descabidas e até humilhantes de Bruxelas, os 75 milhões de turcos só têm motivo para ironizar tamanha arrogância: o país, afinal, está a salvo do desastre pós-2008, que aniquilou tantas economias aparentemente saudáveis do Velho Mundo. Com uma renda per capita de US$ 15 mil, quase 20% superior à brasileira, a Turquia não possui miseráveis naquela quantidade em que eles se tornam visíveis em toda parte. Seus índices de criminalidade são baixos e é possível caminhar pelas ruas das grandes cidades com a sensação de segurança típica de países desenvolvidos. Com um pequeno número de famílias no topo da pirâmide social, que alimentam o mercado milionário de iates de luxo e de palacetes às margens do estreito de Bósforo, o país se beneficia de uma prolongada política de bem-estar social.
A qualidade da saúde pública não inspira protestos muito estridentes e a rede pública de ensino atende os mais pobres e também a classe média. O índice de alfabetização é respeitável: apenas 5% da população não sabe ler nem escrever. Mas até ali se registra a notável diferença entre homens e mulheres, muito menos dramática do que em outros países de cultura muçulmana, mas terrível mesmo assim. Entre os homens, só 1,7% pode ser chamado de analfabeto. Entre as mulheres, o índice é quase cinco vezes maior: 8,4%.
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