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Poucas & Boas nº 110: Onde está a mudança?

Mega-Sena da Virada: R$ 224,6 milhões

As apostas, iniciadas dia 11 de novembro, arrecadaram o total de R$ 758,218 milhões
Agência Brasil
A Mega-Sena da Virada vai pagar o maior prêmio de 2013 para os acertadores das seis dezenas que serão sorteadas logo mais às 20h25, em São Paulo. Serão distribuídos R$ 224,677 milhões em prêmios, informou a Caixa Econômica Federal, depois do balanço de apostas, encerradas às 14 horas desta terça-feira (31).
As apostas para a Mega da Virada, iniciadas dia 11 de novembro, arrecadaram o total de R$ 758,218 milhões com a venda de 104.165.456 bilhetes. O prêmio fica acima da estimativa inicial de R$ 200 milhões, mas abaixo da Mega da Virada anterior, que pagou R$ 244 bilhões a três apostadores.
O prêmio da Mega da Virada não acumula. Caso não haja ganhador com as seis dezenas sorteadas, o valor será somado ao rateio dos acertadores da quina, e assim sucessivamente. O valor do prêmio da faixa principal, se aplicado na poupança, renderia cerca de R$ 1,3 milhão por mês, aproximadamente R$ 44 mil por dia, de acordo com cálculos da Caixa.
O sorteio, em estúdio de TV, a partir das 20h, terá transmissão ao vivo pelos principais canais da TV aberta. As dezenas mais sorteadas na história da Mega-Sena foram 05 (183 vezes), 04 (180 vezes) e 54 (175 vezes). Quem ganhar sozinho a bolada terá, se aplicado em caderneta de poupança, cerca de 40 mil reais por dia de rendimentos.

Época revela a divina tragédia de Belchior em 4 capítulos

Procurado pela polícia e hospedado de favor na casa de fãs, o compositor de clássicos como “Divina comédia humana” protagoniza uma história de amor e decadência
MARCELO BORTOLOTI – da revista ÉPOCA
Capítulo 1
“No trevo, a 100 por hora”
A FELICIDADE É UMA ARMA QUENTE
Belchior com a mulher, a produtora cultural Edna Prometheu. “Eles juntaram suas
 utopias”, diz o amigo José Roberto Aguilar (Foto: Bruno Alencastro/Ag. RBS)
Edna Prometheu é o pseudônimo da produtora cultural Edna Assunção de Araújo, de 46 anos. Morena, de cabelos encaracolados e baixa estatura, não é uma mulher de beleza estonteante. Militante de organizações de extrema-esquerda, é definida por seus amigos como “idealista utópica”. No começo de 2005, ela estava em São Paulo, no ateliê do artista plástico cearense Aldemir Martins, já morto, quando entrou pela porta o músico Belchior. O cantor de “Paralelas” também pinta quadros e frequenta o ambiente artístico. Edna queria organizar uma exposição de Aldemir no Ceará. Belchior disse que tinha amigos por lá, poderia ajudar. Trocaram telefones. Os dois acabaram organizando juntos a exposição em Fortaleza, naquele mesmo ano. Na volta, Edna ligou para um amigo e contou a novidade: “Estamos namorando”. A partir daí, a vida plácida de Belchior derrapou no trevo a 100 por hora, como diz a letra de “Paralelas”. Para ficar com Edna, ele abandonou a então mulher, Ângela, com quem estava casado havia 35 anos, mãe de dois dos quatro filhos que tem. Afastou-se dos amigos e foi gradativamente deixando de fazer shows, até sumir sem dar explicações, em 2009. “Essa figura nefasta está fazendo uma lavagem cerebral nele”, afirma Jackson Martins, ex-empresário de Belchior. “Depois dela, sua vida só andou para trás”, diz o artista plástico cearense Tota, amigo de Belchior.
O desaparecimento de Belchior, há cinco anos, surpreendeu a todos, família e amigos. Ninguém poderia esperar tal atitude. Ele deixou para trás a agenda de shows e todo o patrimônio, incluindo roupas, documentos, quadros, automóveis e apartamento. O sumiço transformou Belchior  em figura cult. A pergunta “onde está Belchior?” ecoou na internet e teve até repercussão internacional. Surgiram blogs sobre o tema. Campanhas nas redes sociais pediram  a volta do músico. E apareceram montagens cômicas – “memes” – em que Belchior aparece em locais inusitados como a ilha do seriado Lost. Suas músicas no YouTube, que antes tinham 5 mil acessos diários, hoje batem 500 mil. O sucesso no mundo virtual não trouxe nenhum benefício para o Belchior de carne e osso. Aos 67 anos, ele vive escondido com Edna em Porto Alegre. Não pode sair em público, pois é procurado pela polícia. Pesam contra Belchior dois mandados de prisão pelo não pagamento de pensões alimentícias. Uma devida à ex-mulher Ângela, com quem tem dois filhos já maiores de idade, e outra à mãe de uma filha de 19 anos que teve fora do casamento. Além das pensões, Belchior abandonou todos os demais compromissos e é cobrado na Justiça em processos que correm à revelia. O ex-secretário particular de Belchior, Célio Silva, ganhou um processo trabalhista contra ele no valor de R$ 1 milhão. Não há mais como recorrer. As contas de Belchior estão bloqueadas, e os imóveis que tinha comprometidos. Sem dinheiro, ele já se abrigou numa instituição de caridade no Rio Grande do Sul e morou de favor na casa de fãs que nem conhecia.
O mais intrigante na espantosa história de Belchior é que ele aparentemente não agiu movido por depressão, dívidas ou golpe publicitário, como se pensou no princípio. A influência da mulher é apontada pela maioria dos amigos como o motivo do seu comportamento. Ainda assim, não há unanimidade. “Edna não conseguiria sozinha virar a cabeça de alguém inteligente como Belchior. São dois sonhadores, juntaram suas utopias. Deixaram de acreditar neste mundo materialista, objetivo e mesquinho e partiram para um caminho de desapego”, diz o artista plástico José Roberto Aguilar, de 72 anos, amigo do casal.
Belchior nasceu numa família simples no interior do Ceará. Foi o mais bem-sucedido entre 23 irmãos. Estudou medicina na capital. Abandonou o curso depois de quatro anos, para ingressar na carreira artística. Estourou nos festivais na década de 1970 e compôs músicas com letras poderosas, como “A palo seco”. Seus sucessos foram gravados por Elis Regina, Jair Rodrigues e Roberto Carlos. Belchior é um artista com vasta cultura, domina cinco idiomas, conhece filosofia e gosta de física quântica. Até os anos 2000, lançava em média um disco por ano. “Ele era uma máquina, chegava a fazer três shows por noite. Era uma pessoa completamente dedicada à carreira”, diz o parceiro e ex-sócio Jorge Mello. Tudo isso ficou para trás. O sumiço de Belchior lembra o caso do escritor russo Liev Tolstói. Aos 82 anos, ele abandonou tudo para viver como camponês. Tolstói teve um fim trágico – morreu de pneumonia depois de viajar na terceira classe de um trem durante o inverno soviético. Belchior, quanto mais se afasta da vida em sociedade, mais se afunda em dificuldades mundanas.
Capítulo 2
“Onde nada é eterno”
Depois que conheceu Edna, Belchior percorreu uma trajetória descendente em que, aos poucos, se despojou de todos os bens e obrigações. No final de 2006, ainda com a carreira aquecida, pediu que o empresário Jackson Martins parasse de agendar novos shows. Pretendia passar um tempo se dedicando à pintura e à tradução do poema Divina comédia, de Dante Alighieri, para uma linguagem popular. No início do ano seguinte, deixou o apartamento em que vivia com Ângela, mas continuou morando em São Paulo com Edna, num flat alugado. Desde então, a família diz não ter mais notícias dele. Belchior não era um marido muito presente, ficava até dois meses sem aparecer em casa. Teve duas filhas fora do casamento. Uma delas com uma fã que morava em São Carlos, no interior de São Paulo, com quem saiu uma única vez. A outra era fruto de um caso com uma estudante de psicologia no Ceará. Belchior pagava pensão alimentícia para a primeira. A família da segunda menina, hoje com 16 anos, não o acionou na Justiça.
As complicações começaram a aparecer em 2008. Ângela cobrava na Justiça uma pensão mensal de R$ 7 mil. Belchior se recusou a pagar. Na época, deixou de pagar também a outra pensão. Seus amigos notaram uma diferença de comportamento. “Ele parecia estranho. Me ligou perguntando sobre amigos que não vemos há 30 anos, num tom de voz que não era o seu”, diz Jorge Mello. Em outubro daquele ano, abandonou um carro no estacionamento do aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Belchior continuou em São Paulo até março de 2009, quando deixou o flat sem quitar os últimos meses de aluguel. Na garagem, ele largou um segundo carro, e em seu apartamento ficaram roupas, rascunhos de música, cartões de crédito e o passaporte. Belchior também abandonou tudo na casa alugada onde funcionava seu escritório: coleção de quadros, discos, documentos e o computador onde estava parte da tradução da Divina comédia, projeto que lhe consumira três anos. Seu secretário, Célio Silva, continuou abrindo o escritório, na esperança de que retornasse.
Belchior viajara com Edna para o Uruguai, onde descansava num vilarejo. Foi processado por Célio e por todos os credores que ficaram em São Paulo. Não se defendeu. Foi representado por defensores públicos até nos processos de pensão alimentícia. Como consequência, suas contas foram bloqueadas, e apareceram dois mandados de prisão contra ele, já que não pagar pensão é um crime passível de cadeia. “Como não tive contato com ele, a defesa ficou restrita a questões formais”, diz a defensora Claudia Tannuri, escolhida para defendê-lo no processo movido pela ex-mulher Ângela. Belchior nem sequer se importou com o destino de seus pertences. As roupas que estavam no flat foram doadas à caridade. A filha mais velha recolheu os documentos. Os carros foram levados para depósitos públicos. A dívida com os estacionamentos já ultrapassava seu valor. O proprietário do imóvel onde funcionava o escritório lacrou o lugar e recolheu os pertences. Seus quadros se perderam com a umidade.
Como na música “Divina comédia humana”, “em que nada é eterno”, Belchior e Edna perambularam durante todo esse período de hotel em hotel – várias vezes, sem pagar a conta. Amigos culpam Edna pela iniciativa. O primeiro hotel em que isso aconteceu foi o Gran Marquise, em Fortaleza. Os dois ficaram hospedados ali ainda em 2006. Saíram sem pagar dois meses de estadia, no valor de R$ 8 mil. Depois, repetiram a prática em pelo menos quatro locais. No Icaraí Praia Hotel, em Niterói, deixaram uma conta de R$ 4 mil. “Alguns funcionários tiveram de arcar com parte da dívida, já que permitiram que ele ficasse hospedado mais de uma semana sem pagar a conta”, diz o atual gerente, Germano Lopes. No Royal Jardins Boutique, em São Paulo, a conta pendurada foi de R$ 12 mil. “Eles deixaram um cheque caução, mas não tinha fundos”, diz Elly Shimasaki, gerente na ocasião. O caso mais recente foi no hotel Cassino, na cidade de Artigas, no Uruguai, onde o casal se hospedou entre julho de 2011 e novembro de 2012. Os últimos meses ficaram sem pagamento, restando uma dívida de R$ 35 mil. Lá, Belchior deixou para trás roupas e um laptop.  “É uma lástima que um artista brasileiro dessa importância tenha agido assim”, diz o gerente uruguaio Ricardo Rodrigues. O hotel entrou com uma queixa criminal contra o casal.
Capítulo 3
“Sou apenas um rapaz latino-americano sem dinheiro no banco”
CANTOR EM FUGA
À esq., com o advogado Jorge Cabral, que hospedou Belchior em seu sítio em 
Guaíba, Rio Grande do Sul. Acima, à direita, na União Brasileira de Compositores,
 abaixo, em um hotel no Uruguai, de onde saiu sem pagar a conta 
(Foto: Reprodução e arq. pessoal)
Nos últimos anos, Belchior se manteve à distância de qualquer atividade remunerada. Em 2009, quando o desaparecimento ganhou repercussão nacional, a montadora General Motors ofereceu um cachê milionário para ele aparecer num comercial. Belchior deveria dizer que, com o novo carro da GM, até ele voltava. Belchior recusou o convite e ficou bastante chateado com o teor da proposta. O empresário Jackson Martins diz que recebe constantes pedidos para shows, mas não consegue localizá-lo desde 2007. “Pago as dívidas dele se ele voltar”, diz. Outro empresário que trabalhou com Belchior por quase 30 anos, Hélio Rodrigues, diz que o desaparecimento fez aumentar o interesse do público. “Depois do escândalo, ele consegue lotar qualquer casa de espetáculo. Com dois shows em São Paulo, eliminaria as dívidas”, diz.
Hoje, a maior pendência de Belchior é o processo trabalhista ganho pelo secretário Célio, no valor de R$ 1 milhão. A causa está julgada. Um apartamento de propriedade do músico em São Paulo está em execução. A dívida da pensão para a ex-mulher Ângela soma cerca de R$ 300 mil. Mas cresce a cada dia, já que Belchior continua obrigado a pagar R$ 7 mil por mês. “O sumiço só agravou a situação dele. Se não tem dinheiro, deveria enfrentar juridicamente o processo, argumentando que não pode pagar”, diz Paulo Sato, advogado de Ângela. A pensão atrasada da filha que mora em São Carlos gira em torno de R$ 90 mil. As dívidas com hotéis cobradas na Justiça somam R$ 47 mil. Não são impagáveis, desde que Belchior volte a se apresentar. A derradeira fonte de renda de Belchior eram os direitos autorais de suas músicas. Segundo o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), nos últimos cinco anos foram depositados R$ 367 mil referentes à execução pública de suas obras. Parte do dinheiro ficou retida quando as contas bancárias foram bloqueadas. Desde então, Belchior não contou com nenhum outro tipo de renda.
Capítulo 4
“Saia do meu caminho, eu prefiro andar sozinho”
Em janeiro deste ano, Edna e Belchior procuraram a Defensoria Pública em Porto Alegre. A história ganhou ingredientes ainda mais estranhos. Os dois alegavam que o bloqueio das contas e os mandados de prisão impediam que ele trabalhasse e voltasse a ganhar dinheiro para pagar as dívidas. Belchior aparentemente estava disposto a voltar. Mas o comportamento do casal era confuso. Edna falava desbragadamente, enquanto Belchior ficava quase sempre calado. “Durante um mês, me informei sobre os processos que tramitam em São Paulo. Fizemos um pedido judicial para a suspensão da execução, até que ele conseguisse se restabelecer. Nesse meio-tempo, Belchior sumiu”, diz a defensora pública Luciana Kern, que o atendeu.
Nesse mesmo período, Edna ligou para o jornalista gaúcho Juremir Machado, que não conhecia. Disse que Belchior estava escondido na cidade e precisava de ajuda. Ela queria que Juremir os levasse à sede regional da TV Record para fazer uma denúncia delirante. Juremir notou algo de incomum no casal. Eles se escondiam atrás de pilastras e ficavam olhando a movimentação nas ruas antes de entrar em algum lugar, como se fossem seguidos. Na retransmissora da TV, Edna afirmou ter um dossiê contra a TV Globo. O programa Fantástico noticiara o desaparecimento de Belchior em 2009 e a fuga do hotel uruguaio, em 2012. “Ela dizia que Belchior era difamado pela Globo e queria justiça. Falou até que havia uma tentativa de matá-lo”, diz a jornalista Vânia Lain, que recebeu os dois. Eles disseram que voltariam na semana seguinte trazendo os documentos, mas desapareceram.
Em Porto Alegre, Belchior e Edna ficaram inicialmente hospedados num hotel simples no centro, pago com ajuda dos funcionários do Tribunal de Justiça, primeira porta em que o casal bateu quando chegou à capital gaúcha. Depois, foram abrigados no Centro Infantojuvenil Luiz Itamar, instituição de caridade na região metropolitana. Dali, foram levados ao advogado Aramis Nacif, ex-desembargador do Estado, que poderia ajudar Belchior com os processos. “Ele dizia que um agente apareceria, mas nunca apareceu”, diz Nacif. Durante um mês, o casal ficou abrigado na casa de praia do filho dele. “Eles não tinham dinheiro algum. Edna apresentava um sentimento de perseguição muito grande, parecia ter algum distúrbio psicológico”, diz. Foi nesse momento que Belchior conheceu o advogado Jorge Cabral, na casa de quem se hospedou por quatro meses. Cabral tomou um susto ao perceber que um músico importante como Belchior estava ali. E os convidou para ir a um sítio de sua propriedade, em Guaíba, local mais agradável. Belchior e Edna continuavam sem dinheiro. Nesse período, o advogado levou mantimentos, roupas, itens de higiene pessoal e até tintura para Belchior pintar os bigodes de preto.
No sítio de Cabral, Belchior não bebia nem comia carne vermelha. Passava os dias tomando chá, caminhando e cuidando das ovelhas. Fazia muitas anotações em papéis, que escondia numa pasta. Durante esse período, gastou duas canetas inteiras. Leu cerca de 40 livros. Não apresentava sinais de depressão. Parecia, segundo Cabral, alheio aos problemas que o cercavam. “Eu imaginava que ele era apenas um compositor nordestino, mas encontrei um artista plástico, um pensador, um filósofo”, diz Cabral. Ele pretende escrever um livro sobre a experiência. Belchior só não gostava de falar sobre sua situação. Recusava-se a tocar violão e cantar. Edna impedia que ele fosse fotografado. O casal também não tomava nenhuma providência para resolver os problemas jurídicos. “A gente esperava que a situação se resolvesse, mas não acontecia nada. E aquilo não condizia com um homem lúcido, com memória fantástica, que fala várias línguas e tem uma quantidade enorme de músicas gravadas”, diz Jorge Cabral. 
“Esse tempo que ele falou que daria na carreira já está longo demais. Só queremos notícias dele”, diz a irmã, Ângela Belchior. Belchior não apareceu nem no enterro da mãe, que morreu em 2011. Por telefone, a ex-mulher Ângela soa reticente. Não gosta de falar sobre um assunto tão delicado com a imprensa. Ela conta que, desde 2007, Belchior não entra em contato nem com os filhos. “Não entendo. Os empresários dele não entendem”, diz. Em julho deste ano, Cabral pediu que o casal saísse, dado que Belchior e Edna não davam sinal de acabar com aquela situação de total dependência. Ele os deixou na porta da sede regional da União Brasileira de Compositores, com R$ 50 no bolso. Na União, Belchior tentou desbloquear o pagamento de seus direitos autorais, comprometido pelos processos na Justiça. Não conseguiu. Belchior foi visto pela última vez na entrada do prédio, um edifício moderno num bairro de classe média de Porto Alegre, em frente a uma avenida bastante movimentada. Carregava uma pequena mala nas mãos e material de pintura debaixo do braço. Belchior – na belíssima letra de “Comentário a respeito de John”, ele cantava “eu prefiro andar sozinho” – estava, como sempre, ao lado de Edna.

Você acha que paga muito Imposto de Renda? Vai piorar!

Nova tabela do IR reduz poder de compra do trabalhador. Este é o 18º ano seguido que a tabela sofre reajuste abaixo da inflação no país
Começa a valer a partir de 1º de janeiro de 2014 a nova tabela do Imposto de Renda deduzido na fonte. Os valores foram corrigidos em 4,5% em relação aos de 2013. Este é o 18º ano seguido que a tabela sofre reajuste abaixo da inflação no país, o que prejudica o poder de compra dos trabalhadores. A defasagem no período chega a 66%. Em dezembro, o IPCA-15 -prévia da inflação oficial no país- mostrou que a alta acumulada deve ficar em torno de 5,85% em 2013. O valor é bem superior ao centro da meta de inflação estipulada pelo governo, de 4,5%, que é usada como referência para o reajuste da tabela do IR na fonte. Os preços, no entanto, têm subido mais do que esse patamar desde 2010. E, para 2014, as projeções se mantêm elevadas. Segundo o último relatório Focus, do Banco Central, o mercado espera aumento de 5,97% para a inflação no próximo ano.
Na prática, a correção percentual da tabela do IR menor do que o avanço do índice oficial de preços faz com que a inflação sirva de instrumento para ampliar a imensa carga tributária no Brasil. Por conta disso, o Sindifisco (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal) quer apresentar um projeto de lei que pretende diminuir a diferença entre a correção da tabela do IR e a inflação dos últimos anos. “Já temos apoio de quatro deputados que levarão o projeto à votação em 2014”, diz Pedro Delarue, presidente do Sindifisco. De acordo com João Carlos Gonçalves, secretário-geral da Força Sindical, a entidade também vai manter seus esforços em 2014 para que o governo adote uma nova fórmula de correção.
Mudanças
De acordo com a nova tabela do IR, ficam isentos do pagamento os trabalhadores que recebem até R$ 1.787,77 mensais -atualmente ficam liberados da cobrança quem ganha até R$ 1.710,78. Confira a tabela abaixo.
Base de cálculo mensal - em R$
Alíquota -  em %
Parcela a deduzir do imposto -  em R$
Até 1.787,77
Isento
 -
De 1.787,78 a 2.679,29
7,5
134,08
De 2.679,30 a 3.572,43
15
335,03
De 3.572,44 a 4.463,81
22,5
602,96
Acima de 4.463,81
27,5
826,15

 Informações da FOLHAPRESS, via CORREIO.

Dilma que ganhar eleição com Minha Casa, Minha Vida

A foto comprova que o programa é bom onde há fiscalização da aplicação dos
recursos. Ocorre que o seu uso eleitoreiro e a corrupção podem comprometer
sua função social. Em Heliópolis, por exemplo, as primeiras casas do programa
foram inauguradas sem calçamento, sem passeio, sem água e sem luz. Até hoje
nenhuma resposta foi dada ao uso indevido dos recursos.
O governo do PT não está preocupado com o futuro do país, mas com a futura reeleição de Dilma Rousseff. Prova são os programas sociais lançados. Depois do Minha Casa Melhor, é a vez do repaginamento do programa Minha Casa, Minha Vida, uma das apostas de sua campanha à reeleição. Ela planeja ampliar o valor máximo do imóvel financiado - que hoje está em R$ 190 mil - para beneficiar mais uma parcela da classe média.
Na terceira fase do programa, a ser lançada neste ano eleitoral, a ideia é facilitar a compra da casa própria por jovens casais, principalmente em regiões metropolitanas. A meta da nova etapa é construir 3 milhões de moradias até 2017. Até agora, o Minha Casa, Minha Vida já entregou cerca de 1,4 milhão das 3,7 milhões de unidades contratadas desde 2009, quando o programa foi anunciado, ainda no governo Lula.
Dilma procura uma forma de aumentar as faixas de renda dos beneficiários do Minha Casa, Minha Vida - que atualmente vão de R$ 1,6 mil a R$ 5 mil - , reforçando a presença do plano de habitação em centros urbanos, como São Paulo, Rio e Belo Horizonte. Isto pode até contribuir para diminuir o déficit habitacional, mas será mais uma oportunidade para os corruptos de plantão. Já há inúmeros casos de desvios de recursos do programa para o ralo da corrupção.
Disposta a recuperar a popularidade perdida desde os protestos de junho na chamada "nova classe média", a presidente encomendou estudos ao Ministério das Cidades e aos bancos públicos para pôr o programa de pé. Pesquisas em poder do Palácio do Planalto mostram que a imagem da presidente não foi totalmente reabilitada entre eleitores com renda de R$ 1.356 a R$ 3.390 (dois a cinco salários mínimos) nem entre o público jovem, de 16 a 29 anos, e de áreas urbanas. Embora a aprovação de Dilma tenha melhorado na faixa dos menos escolarizados e mais pobres, em especial no Nordeste, a maioria dos entrevistados ainda pede "mudanças" e "coisas diferentes". Ou seja, Dilma pratica o popular “é dando que se recebe”, transformando oficialmente a máquina pública como instrumento da reeleição.
Novos protestos
O Planalto teme novos protestos perto da Copa do Mundo, em junho de 2014, e prepara antídotos para evitar manifestações de rua contra Dilma, nesse ano eleitoral. Além da terceira fase do Minha Casa, Minha Vida estão no radar do governo o reforço do Mais Médicos e do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), pelo qual a presidente disse estar "fissurada". A equipe de Dilma quer evitar que o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e o senador Aécio Neves (PSDB), seus prováveis adversários em 2014, capitalizem as insatisfações com os serviços públicos. Ao slogan da oposição, na linha do "fazer mais e bem feito", ela reage dizendo que é preciso "seguir mudando". "Nós fizemos uma política de transferência de renda, uma de valorização do salário mínimo, uma de aumento de emprego. E o que aconteceu? Criamos uma classe média nova, que hoje quer mais e melhor serviço. Isso ocorre em qualquer país do mundo", afirmou Dilma em café com jornalistas, há onze dias.
Na defesa da terceira etapa de seu "trunfo" habitacional, o governo alega ainda que, a cada R$ 1 milhão investido no Minha Casa, Minha Vida, 32 postos de trabalho são mantidos, provocando uma renda extra de R$ 744 mil na construção civil. Segundo o Ministério das Cidades, o programa sustentou 1,3 milhão de empregos, em 2013. Claro, ela não tratou dos recursos desviados. Na prática, uma das estratégias do governo para consolidar a votação de Dilma é combinar medidas destinadas à "nova classe média" com uma mensagem de ajuste fiscal rigoroso, palatável aos eleitores mais endinheirados. O sinal mais forte de que metas de crescimento e de superávit primário são prioridades será dado em janeiro de 2014, quando Dilma comparecerá ao Fórum Econômico Mundial, em Davos. Será a primeira vez, desde sua eleição, que ela irá ao encontro dos mais importantes líderes políticos e econômicos do planeta, na Suíça.
Com texto básico de Vera Rosa e Murilo Rodrigues Alves, de O Estado de S. Paulo.


Educação: mais da metade dos professores dão aula sem ter formação na disciplina

FLÁVIA FOREQUE, MÁRCIO FALCÃO e FÁBIO TAKAHASHI – da Folha de São Paulo
Pouco mais da metade (55%) dos professores do ensino médio da rede pública do país não tem formação específica na área em que atua. Na Bahia esse número chega a 91,5%. Em números absolutos, o percentual equivale a quase 280 mil docentes do país. Em física, a proporção de especialistas na matéria cai a 17,7%; em química, a 33,3%. Na rede particular, a situação é só um pouco melhor: do total de professores, 47% não possuem a formação ideal.
O levantamento, inédito, foi tabulado pelo Inep (instituto de pesquisas do Ministério da Educação), a pedido da Folha. A base é o Censo Escolar de 2012 (o mais recente). Os últimos dados oficiais divulgados sobre deficit de professores no país referiam-se a uma estimativa da Capes (outro órgão da pasta), com informações de 2005, que englobavam também os anos finais do fundamental. Considerando as redes públicas e privadas juntas, hoje 53,5% dos docentes do ensino médio não têm a formação ideal. Naquele ano, eram 51% (fundamental e médio). A Bahia é o Estado que possui menor proporção de professores com a formação ideal (8,5%) no sistema público.
Fora da Lei
Na outra ponta da lista está o Distrito Federal (71%). São Paulo possui 57% - o Estado afirma que, se o professor não tem a formação específica na matéria, ao menos tem diploma em área correlata (por exemplo, docente de matemática para física). "Não existe uma oferta de profissional no ritmo que [a rede] precisa", reconhece o secretário de educação básica do Ministério da Educação, Romeu Caputo. Ele ressalta, porém, que parte do deficit é proveniente de matérias recentemente incorporadas ao currículo, como sociologia e filosofia.
Para Ana Lúcia Marques, diretora da escola Setor Leste, de Brasília, licenciatura faz diferença no ensino. A escola, referência de ensino público na capital, diz ter todo corpo docente com formação específica. "Uma pessoa que faz engenharia [e dá aula de física] pode ter o domínio do conteúdo, mas não aprendeu o manejo da classe, que também é extremamente necessário", disse a diretora. Para o professor de física no Distrito Federal Paulo Sérgio Alves, 54, a especialização não é um fator determinante, mas é importante. "Na área de física, a maioria dos professores é de matemática porque sabe resolver, mas falta definição do conceito, falta habilidade para passar de onde vem aquilo."
Na tentativa de reverter o quadro, o Ministério da Educação lançou o pacto nacional para o fortalecimento do ensino médio. A medida prevê a realização, a partir do próximo ano, do curso de formação continuada para docentes da rede pública. Serão 90 horas de capacitação, com bolsa mensal de R$ 200. O curso do ministério terá o objetivo não apenas de atualizar o conhecimento dos professores na área de atuação como desenvolver atividades para aproximá-lo dos alunos em sala de aula, afirma o secretário da área.
Escolas privadas preveem apagão de docentes
A rede privada está em situação um pouco melhor do que a pública, mas apresenta percentuais baixos em algumas disciplinas. Em 2012, de um total de 99.795 funções docentes, 52.863 (52,97%) tinham formação específica. As disciplinas mais "deficitárias" são as mesmas que as da pública, mas com indicadores melhores. Em física, por exemplo, pouco mais de um terço tem licenciatura na área, o que representa quase o dobro do percentual dos professores dessa matéria na rede pública.
A presidente da Fenep (Federação das escolas privadas), Amábile Pacios, afirmou que o setor tem dificuldade em preencher vagas em determinadas disciplinas e aponta um "apagão" de mão de obra. Um dos motivos para esse cenário, avalia ela, é a baixa remuneração. "O apagão que a gente está anunciando há algum tempo não vem da falta de formação, mas da falta de incentivo dos professores para trabalhar no ensino médio", afirmou Amábile. "É um problema que todo mundo vai ter, porque os cursos de licenciaturas não são mais procurados", completou a dirigente. 
A Fenep, em parceria com a FGV, está fazendo uma radiografia dessa situação dos docentes. De acordo com o Inep, instituto responsável por apurar os dados do censo da educação básica, não é possível detalhar a formação do contingente de professores que declararam não ter licenciatura na matéria em que atuam. Segundo o Ministério da Educação, os professores sem a formação específica são convocados, normalmente, por meio de contratos temporários.

Filha do prefeito de Cipó recebe Bolsa Família

Romildo Ferreira - prefeito de Cipó-Ba.
Auditorias realizadas este ano pela Controladoria-Geral da União em 60 cidades brasileiras identificaram irregularidades na aplicação dos recursos por parte das prefeituras no Bolsa Família e na construção de creches, pré-escolas e Unidades Básicas de Saúde. As três iniciativas são bancadas pela União, mas executadas em conjunto com as administrações municipais, que recebem a verba federal sob uma série de condições, como a entrega de documentos para o começo de uma obra, a comprovação de que o projeto está em execução ou o envio de uma lista de beneficiários. Entre as ilegalidades apontadas pela CGU, aparece até mesmo a filha de um gestor como beneficiária do Bolsa Família. De acordo com a Folha de S. Paulo, a filha do atual prefeito do município baiano de Cipó, Romildo Ferreira Santos (PSD), recebe dinheiro do programa. Segundo o relatório do órgão – que não cita nomes – ela recebia mensalmente R$ 102 e sua renda per capita familiar era superior ao teto estabelecido pelo programa. O mesmo documento afirma que a prefeitura de Cipó alegou ter cancelado o benefício em 6 de março deste ano. O Município, porém, não apresentou documentos para comprovar a suspensão do pagamento. Cabe aqui uma pergunta: Até tu, Romildo?

Informações da Folha de São Paulo e do Bahia Notícias.

Curtas doces e amargas do Natal

                                            Landisvalth Lima
Unidos no peru
Servidores e vereadores festejam o Natal na Câmara Municipal de Heliópolis (foto: Jorge Souza)
No almoço de confraternização da Câmara Municipal de Heliópolis no restaurante Tempero Nordestino, governo e oposição sentaram à mesma mesa. Não se preocupem, a paz reinou. Afinal, em mesa de comida boa não se fala em política. Antes, pela manhã, houve um Amigo Secreto Legislativo com funcionários e parlamentares. Gama Neves participou pela manhã, mas não pôde ir ao almoço. O prefeito Ildinho só pôde participar do almoço. Mendonça, Giomar e Claudivan mandaram ver. É uma oposição também boa de garfo. Ronaldo, Zeic, José Clóvis, Valdelício e Sabiá não tinham nem tempo para conversar. Ana Dalva resolveu quebrar o regime que nunca fez. Eu tomei apenas 2 uísques: um oferecido por José Clóvis e outro oferecido por Beto Fonseca. Os servidores da Câmara estavam radiantes. Enfim, alegria só. Afinal, é Natal e o rei é o peru.
Sindicato dos Trabalhadores
O Natal dos trabalhadores rurais pode ter sido mais alegre. Juarez e sua trupe renunciaram ao STRH de Heliópolis. Não foi um gesto nobre, mas para tentar tumultuar o que já está tumultuado. Como o Juiz do Trabalho de Euclides da Cunha resolveu não decidir nada, a diretoria provisória convocou nova Assembleia. No último dia 21, na Câmara Municipal de Heliópolis, cerca de 300 associados bateram o martelo e elegeram Maria do Beiju (Presidente), Agostinho Torres e Nalva para compor a nova junta diretiva. A chapa única foi a confirmação da união do grupo de Zé Guerra com o grupo de Edmeia Torres. Também na Assembleia foi decidida a quebra do cadeado que Juarez colocou na grade, impedindo a entrada dos associados. O STR de Heliópolis terá seu funcionamento regular e normal, bem como uma nova convocação de eleições. Será que teremos novamente 3 chapas? Será que tudo correrá sem mais problemas? Esperamos que o espírito do Natal contamine os sindicalistas.
Concurso de Heliópolis
A concorrência para os cargos do concurso de Heliópolis é altíssima. Ao todo, 4.300 estão disputando as pouco mais de 100 vagas. O cargo mais concorrido é de Auxiliar de Serviços Gerais: 1588 concurseiros. Para quem acha que ninguém quer ser mais professor, 1246 vão disputar as 50 vagas oficiais. Agente de Endemias é o terceiro mais disputado, com 383 concorrentes. Para saber a quantidade de concorrentes, dê um clique aqui. As provas serão realizadas dia 5 de Janeiro próximo.
Reprovação em alta
Pensei que era apenas uma questão localizada em Língua Portuguesa. Não é. Fato concreto: nossos alunos não estão levando a sério a educação, na sua esmagadora maioria. Parece que virou uma espécie de serviço burocrático. Ninguém mais encara como o desafio de aprender, mas como o desafio de passar sem aprender. Este foi o ano da reprovação, principalmente no Ensino Médio. Os professores estão arrasados. Os alunos, mais arrasados ainda. Só alguns.
Sem Natal
Quem não tem nada a comemorar neste final de ano são os terceirizados e contratados em regime PST da Secretaria de Educação do Estado da Bahia. Muitos estiveram em Ribeira do Amparo e chamaram a atenção do governador. Este prometeu pagar. Só que até o Natal nada havia sido pago. Nada de peru, nem frango, nem nada. Tem servidor terceirizado espirrando no fogão a lenha para economizar assopro.
Sky problemática 
Não desejo ao pior inimigo necessitar de cancelar contrato com a Sky. Contabilizei quase duas horas ao telefone para conseguir o protocolo de cancelamento. Isso porque eles colocaram o canal HBO no meu pacote, sem que eu autorizasse. É aquela coisa do “se colar colou”. Cheguei a pagar ainda alguns meses, mas descobri o problema em pleno Natal e acionei o “eu Noel”. Na primeira tentativa, a linha caiu. Na segunda, a atendente disse que não estava ouvindo os clientes por problemas no sistema e pediu que ligasse novamente. Na terceira ocorreu o mesmo problema. Na quarta fiquei ouvindo “só um momento, por favor” até ficar 34 minutos sem ouvir mais nada. Na quinta, finalmente, depois de 44 minutos, consegui cancelar minha assinatura. Vale a pena ouvir Gisele dizer na propaganda: “Sky, você na frente sempre!”, mas do telefone.

Chico Mendes ainda divide o Acre

Para alguns seringueiros, manejo da floresta para a exploração de madeira é uma maneira de legalizar o desmatamento; outros afirmam que proposta é uma forma de evitar o predomínio da atividade pecuária
Leonêncio Nossa, Enviado especial de O Estado de São Paulo a Xapuri
Chico Mendes ao lado de Mary Alegretti (foto: G1)
Madeira e carne de boi são os produtos que animam negociantes e aventureiros a percorrer a estrada de terra da Sibéria, região inóspita de floresta em Xapuri, no Acre. As famílias desse lugar isolado da Amazônia têm dificuldades para escoar até o centro do município, a 40 quilômetros, a borracha e a castanha, marcas do modelo de desenvolvimento sustentável defendido pelo líder seringueiro Chico Mendes, morto há exatos 25 anos.
Um jovem casal de seringueiros que era criança quando o ambientalista sofreu emboscada tem perdido o sono com a proposta de manejo florestal. Francisco Diogo da Silva, 39 anos, a mulher Elizângela, 33, e cinco filhos vivem numa "colocação", um pedaço de terra numa área extrativista. Ele é favorável à proposta recebida de uma associação certificada para explorar a madeira. A mulher rejeita a ideia. "O manejo é uma tiração geral de árvores. Nunca achei que seria legal. Se é reserva, tem de proteger", afirma Elizângela. O marido diz acreditar que a retirada de cedros pode ser uma ajuda a mais. "A seringa e a castanha não têm preço bom. Vou participar no primeiro ano. Se não tiver fundamento, não trabalho mais."
O legado de Chico Mendes rende discussões diárias nas terras transformadas em reservas extrativistas ou desapropriadas pelo governo logo após o assassinato. Para uns, o manejo é a legalização do desmatamento. Para outros, uma forma de evitar o predomínio da pecuária. A exploração comercial de madeira divide até aliados do ambientalista que hoje controlam a política do Acre.
Francisco vive na "colocação" desde a adolescência, quando o pai participava dos "empates" - movimentos de resistência organizados por Chico Mendes à entrada de pecuaristas que compravam a preços baixos seringais, expulsando famílias de trabalhadores. Nesses últimos 25 anos, a Sibéria perdeu parte de sua floresta. A caça desapareceu da mata. Quando o Estado chegou à "colocação", o casal estava fora, numa caça. Sani, o filho mais velho, de 13 anos, diz que nos dias anteriores os pais voltaram sem "bicho" nas costas.
Desmate. Desde a noite de 22 de dezembro de 1988, quando caiu na porta dos fundos de sua casa, atingido pelo tiro de escopeta disparado pelo filho de um fazendeiro, Chico Mendes, amigo do pai de Francisco, transformou-se num ícone internacional e expandiu o movimento em defesa do meio ambiente no País. O mito, porém, não evitou que a área desmatada do Acre passasse de 6 mil para 19 mil km². O Estado perdeu um trecho de cobertura vegetal que corresponde a nove vezes a área do município de São Paulo - ainda assim, a floresta cobre mais de 85% do território acriano. Em Xapuri, onde se concentra a agricultura de subsistência e as atividades de extrativismo, o desmatamento atinge 22% das terras.
Francisco e Elizângela afirmam que a vida melhorou "bastante" desde o tempo em que ouviam as conversas dos pais com Chico Mendes. Uma pequena motocicleta no quintal de casa é um bem que orgulha a família. Eles observam, no entanto, que o dia a dia continua duro. Elizângela reclama da dificuldade em garantir os estudos dos filhos.
O motorista contratado pela prefeitura para fazer o transporte escolar na região deixou de aparecer. O filho Sani costuma ir sozinho na motocicleta da família para a escola, localizada a seis quilômetros. "Quando Francisco não está em casa, a gente é obrigada a colocar o Sani em cima da moto. É um crime, mas não tem outro jeito", diz a mãe.
Renda. Em outro ponto da floresta de Xapuri, o seringueiro Silvano Moreira Gomes, 59 anos, da "colocação" Equador, diz que já "manejou" madeira três vezes. "Não arranjei renda. Madeira não dá futuro." Ele ocupa há 27 anos uma área de 300 hectares, com três estradas de seringa, 150 a 180 árvores em cada uma. Ganha R$ 220 por quinzena com a seringa. Ele mostra uma pequena montanha de 20 toras de angelins, árvore de madeira nobre, num descampado perto de sua propriedade. As madeiras foram arrancadas em agosto pela empresa que faz o manejo. Avalia que receberá R$ 8 mil pelos troncos. "Pagam R$ 60 por um metro de madeira, mas demoram para pagar", diz. "No clandestino, vale R$ 800."
Silvano conta que a retirada no manejo não impede que árvores "avós", grandes espécies que servem para garantir sementes, caiam depois com ventos, e estradas de seringas sejam destruídas. "Se eu tivesse outra renda, não deixaria tirarem as árvores", diz. "Se ele (Chico Mendes) estivesse vivo, o manejo não sairia. Está explorando a floresta do mesmo jeito e deixando o seringueiro sem árvore alta dentro."
Ele mora com a família de três filhos numa casa de cinco cômodos. Silvano observa que o pai, Jasson Moreira Gomes, que chegou ao Acre no tempo da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), morreu sem ter uma terra própria. "Agora, moro no que é meu. Com todas as dificuldades que a gente vive, acho que o Chico foi um vencedor. Se não fosse ele, quem estaria aqui agora falando com vocês era fazendeiro." 
Quem percorre a região da Equador e da Sibéria percebe que os planos de manejo garantidos por normas criadas pelo governo federal enfrentam problemas. Na semana passada, o Imaflora, uma entidade que dá certificação ambiental, cancelou o selo de 14 madeireiras do Estado, alegando que foram usadas árvores de reservas ambientais e constatadas fraudes em documentos de cortes. No papel, o manejo corta apenas árvores de mais de 20 anos em áreas delimitadas, garantindo a recuperação da floresta. A fiscalização, porém, é ineficiente.

Ildinho faz reunião para arrumar a casa e quer um governo melhor em 2014

                                                     Landisvalth Lima
Reunião convocada para arrumar a casa (foto: Jorge Souza)
Depois de vivermos um ano que merece ser esquecido, parece que a administração do prefeito Ildefonso Fonseca acordou para o futuro. Nos últimos quinze dias, o prefeito e seu filho Beto Fonseca tentam unir os cacos políticos do vaso que se quebrou e esperam que a emenda fique melhor que o soneto. E parecem determinado a descentralizar toda a administração. Em suma, querem ouvir mais para fazer melhor. Para tanto, neste sábado foi realizada uma grande reunião com várias lideranças na fazenda Vaca Brava, de propriedade do prefeito, no município de Fátima. Compareceram, além do prefeito Ildinho e de Beto Fonseca, o vice-prefeito Gama Neves, os vereadores Zeic Andrade, Ronaldo, Ana Dalva, Valdelício, José Clovis e Raimundo Sabiá. Todos os secretários compareceram: Renilson Alves, José Guerra, José Quelton, Maria Zizélia. Além disso, várias lideranças dos quatro cantos do município.  
Prefeito Ildinho (foto: Jorge Souza)
A reunião foi aberta pelo prefeito Ildinho, explicando os motivos da convocação. Disse que queria ouvir a todos para organizar a casa. Foi, como sempre, muito humilde e cortês. Prometeu corrigir os erros da sua administração em 2014. Em seguida, Beto Fonseca reforçou o que disse o prefeito e pediu que procurassem o pai quando qualquer problema viesse a surgir, do ponto de vista político ao administrativo. Admitiu que algumas coisas acontecem e não chegam ao conhecimento de Ildinho, muitas delas produto da inexperiência de ambos. Beto foi claro ao dizer que em 2014 não poderá haver falhas. Será o ano da afirmação do governo Ildinho.
Beto Fonseca (foto: Jorge Souza)
Durante todo o evento, o clima de harmonia foi a tônica. Todos se esforçavam para que não houvesse atritos. Como a reunião foi para lavar a roupa suja e determinar novos caminhos, algum senão teria que acontecer. Aconteceram apenas dois. O primeiro foi logo no início. Quando eu cheguei ao local com Ana Dalva, o ex-prefeito Zé do Sertão se retirou. Sua esposa, Josefa Naudija, ainda ficou no local até o início do pronunciamento do professor Landisvalth Lima, quando resolveu se retirar. Os leitores entendam: Zé do Sertão foi acusado pelo Ministério Público Federal de Paulo Afonso, ao lado de outros dez ex-prefeitos, de desviar recursos da área de educação e nós publicamos aqui neste blog. A notícia está espalhada em jornais e blogues de toda a Bahia, mas ele resolveu escolher o Landisvalth Blog como seu algoz. Num programa em sua rádio comunitária, a Heliópolis FM, disse cobras e lagartos a meu respeito e me chamou para um debate na própria emissora. Estou aguardando o comunicado oficial da Heliópolis FM para esclarecer o imbróglio. Só que a reunião já serviria para isso. Ele resolveu adiar a peleja. Estarei sempre aberto ao debate e coloco o e-mail deste blog para que ele possa explicar o que eu tenho a ver com o problema e para enviar a convocação para o debate (Landisvalth@oi.com.br). Isto não me tira o sono. Já perdi muitas noites, mas quando participei de inúmeras campanhas para elegê-lo prefeito e deputado.
Ildinho ladeado dos vereadores Sabiá, Zeic Andrade,
Ronaldo Santana e José Clovis
(foto: Jorge Souza)
O segundo senão ocorreu quando o vereador José Clovis Pereira, no seu mais entusiasta discurso de mimos ao prefeito, ao invés de apontar os problemas, aproveitando a oportunidade de ouro para melhorar a administração, num gesto bajulador e submisso, resolveu criticar os críticos do governo Ildinho, inclusive mandando indiretas ao Landisvalth Blog. Claro que não ficaria sem resposta. Na minha vez de falar, apontei pontos positivos do pronunciamento do vereador Ronaldo, que apontaram falhas na administração do trato com os vereadores, e disse ao vereador José Clovis que eu havia votado em Ildinho de graça, por isso estava livre para criticá-lo quando fosse oportuno. O vereador teve direito à réplica e disse que eu havia perdido uma eleição para diretor do José Dantas para mim mesmo. Claro que era uma grande mentira. A eleição foi anulada por falta de quórum, num boicote dos professores ligados ao prefeito e ao vice-prefeito eleitos da época. E eu fui candidato único por ter sido o único a ser aprovado num concurso. Só perderia para a falta de quórum em um dos quatro segmentos, o que aconteceu no segmento professor. Venci com os alunos, funcionários e pais de alunos. Zé Guerra era o vice-prefeito eleito e estava naquela reunião por ter sido vítima da sua própria articulação.
Landisvalth Lima (foto:Jorge Souza)
Fora isto, o clima foi até ameno. Até porque parece que muitos resolveram não colocar na mesa os problemas tão escancaradamente. Alguns até só fizeram elogiar. Em suma, Gil de Lia pediu a união de todos e disse que não se pode consertar os erros de quase trinta anos em uma só administração. Arnóbio comparou o grupo político a uma família, o policial civil Wellington enalteceu o trabalho do Delegado de Polícia, da Polícia Civil, mas disse que era preciso manter a viatura policial em Heliópolis. Aderaldo Nobre apontou problemas nas estradas do município, o que também foi apontado pelo Gildásio do Tanquinho. Zé de Abílio elogiou a iniciativa da reunião e pediu a união de todos. O secretário de Educação José Quelton apontou problemas na questão do transporte escolar e no despreparo de motoristas dos ônibus locados para com o alunado, além de ressaltar um ponto importante da sua pasta: não perseguição aos professores e funcionários. José Hamilton apontou falta de representação do interior do município no governo, José Sales criticou os ocupantes de cargos que se acham donos dos cargos e não contribuem com a administração.
Aparelho de Ultrassonografia e Mamógrafo
Gama Neves - Vice-prefeito (foto: Jorge Souza)
Também usou a palavra o vice-prefeito Gama Neves, que lamentou a ausência de algumas lideranças, fazendo com que a reunião perdesse o caráter político e administrativo. Disse que 2013 foi um ano difícil porque não houve separação entre gestão e política. Pregou a administração correta dos recursos e disse que via o governo Ildinho como uma grande secretaria de assistência social e que o município não suportaria isso por muito tempo. Solicitou que em 2014 se acabassem com as fofocas e intrigas e que era preciso tirar o “eu” da administração. No fim deu uma boa notícia: emenda do Deputado Federal Luís de Deus (DEM) destina a Heliópolis recursos para aquisição de um aparelho de Ultrassonografia e de um Mamógrafo, agora para 2014. Gama encerrou insistindo que não era entrave para a administração de Ildinho e se colocava mais uma vez pronto para ajudar no que fosse preciso, mas que não estava ali para viver um faz-de-conta.
Antonio Jackson, Zélia e Quelton (foto: Jorge Souza)
Ainda usaram a palavra Antônio Jackson, que solicitou o fim das inimizades no grupo e pediu ao prefeito a contratação de assessor de comunicação. Antônio de Ana, da Farmácia, elogiou a iniciativa da reunião. O secretário de agricultura Zé Guerra pediu o fim do egoísmo no grupo e disse que era preciso ir a busca de alternativas para melhorar a vida do povo. Também aproveitou para criticar este blog, alegando falta de espaço para contrapor (o que também não é verdade. O e-mail está nesta postagem). Ieié (José Robson R. Fonseca – que não é parente do prefeito) disse que o trabalho será julgado pelo povo e que era preciso todos trabalharem em equipe. Solicitou mais a presença do governo em eventos.
Coragem para ouvir críticas
Ana Dalva (foto: Jorge Souza)
Em seguida usou a palavra a vereadora Ana Dalva que disse que a maior capacidade de um político é ter a coragem para ouvir críticas. Na eleição, todos estavam unidos no palanque. Depois aconteceu o distanciamento. Ela disse que todos os dias ouve das pessoas só reclamações sobre o governo Ildinho e pediu várias vezes reuniões para ajudar a organizar a casa e que não deveríamos ter medo do atrito porque ele existe em todos os lugares. Ana Dalva foi taxativa ao dizer que não faz política pensando no melhor para si, mas naquilo que é melhor para o município.
Lideranças marcaram presença (foto: Jorge Souza)
Em seguida foi a minha vez. Comecei com uma queixa de Ildinho. “No seu blog só há críticas a mim. Eu não fiz nada de bom?”, disse-me em minha casa numa reunião anterior. Fiz ver a Ildinho que pagar em dia, conseguir recursos e outras coisas da administração são obrigações de qualquer administrador. Isso não pode ser um feito particular. Mas destaquei a não perseguição aos funcionários como o ponto alto de seu governo. Também aqui faço um acréscimo: esta reunião. Ildinho já tem 50 por cento do meu aplauso. O resto vai depender do que ele venha fazer daqui por diante. E apontei caminhos: a educação precisa melhorar, e muito, cortar cargos comissionados inúteis, marcar presença em várias áreas e, principalmente, reconquistar o apoio popular. Dei a ele três opções: continuar do jeito que estava, sem contar com a minha participação; fazer uma administração planejada, começando pela correção dos problemas maiores até chegar aos menores, de forma graduada e constante; e, por fim, fazer uma reformulação radical do governo imediatamente, cortando todo mal pela raiz de forma radical, meu grande sonho distante. 
O debate foi ouvido atentamente (foto: Jorge Souza)
A reunião foi encerrada na paz. Beto Fonseca prometeu melhorias significativas, inclusive com metas para as secretarias. Foi absolutamente aberto à crítica e deixou todos à vontade. Ninguém pode se queixar de não ter tido a oportunidade de apresentar propostas ou apontar falhas. Quem ficou apenas no elogio fácil, perdeu uma grande oportunidade de contribuir com a administração. Fato é que os dados estão lançados e precisamos aproveitar este momento sano da administração de Ildinho para dar a nossa contribuição. Estou aguardando agora o prefeito para confirmar, em atos, os gestos expostos na reunião, a primeira de todas as grandes e que, espero, aconteça mais vezes. Não sou afeito ao elogio fácil e ao puxa-saquismo, mas aqui afirmo que este foi, decididamente, o primeiro passo que o prefeito deu em busca de sua afirmação como prefeito de fato de Heliópolis. Se sua disposição continuar, jamais me arrependerei do voto dado na última eleição. Vamos aguardar.

O Estado da Bahia está com o nome sujo

                               Sandro Freitas – do Bahia Notícias
Wagner com o Secretário da Fazenda: Bahia no CAUC
Um dos maiores problemas enfrentados pela prefeitura desde o ano passado agora terá de ser encarado pelo governo da Bahia, que está no Cadastro Único de Convenientes, o famoso Cauc. Para quem não está familiarizado com o termo, a tradução mais fácil é a de que o Estado está com o "nome sujo na praça" e não pode receber recursos do governo federal, por exemplo, via convênios ou verbas destinadas por emendas parlamentares. Documentos obtidos pelo Bahia Notícias revelam que o governo baiano tem pendências no Tesouro Nacional em relação a contribuições previdenciárias. No registro é possível observar no quesito Tributos e Contribuições – Regularidade quanto a Contribuições Previdenciárias a presença da sigla AC, que significa A Comprovar. O mesmo acontece no Registro de Prestação de Contas de Recursos Federais. As informações foram acessadas nesta quarta-feira (18). Após receber a denúncias, o BN consultou os dados da Bahia no Tesouro Nacional, disponíveis a qualquer cidadão, e comprovou que o Estado está com o nome sujo.
No site do Tesouro Nacional consta uma explicação sobre a Regularidade Quanto a Contribuições Previdenciárias. “Conforme dados da Certidão Negativa de Débito, relativa às contribuições previdenciárias e às contribuições devidas, por lei, a terceiros, incluindo as inscrições em dívidas ativas do INSS”, explica o portal federal. Na consulta aparece o nome da Bahia com os dizeres: “Pedido com restrição”. Sendo assim, fica permitido apenas que o Executivo baiano receba recursos do governo federal através do PAC ou de do Regime Diferenciado de Contratação (RDC). No entanto, o mais utilizado é o convênio. O Estado já começou a sofrer com os problemas de ter o cadastro sujo, como acontece com consumidores inscritos no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) ou Serasa. Por causa do nome no Cauc, o governo foi impedido de receber um empréstimo de R$ 80 milhões do Banco Mundial, através do Prodetur. Além do governo, outras oito cidades baianas aparecem com bloqueios na Receita Federal.
O Bahia Notícias entrou em contato com a Secretaria Estadual da Fazenda e solicitou mais informações sobre as restrições, como valores ou possíveis problemas de documentação que tenham levado ao resultado no cadastro negativo, mas não obteve resposta da pasta. Em contato com o BN, o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB) aproveitou a deixa para disparar contra o governo Jaques Wagner (PT). “Vejo os deputados lutando para conseguir recursos. Colocaram mais de R$ 600 milhões nas emendas, mas não adianta porque o governo não libera para quem está com o nome sujo. É um absurdo isso e termina prejudicando a Bahia e os baianos. O governo tem que zelar pelo bom nome da Bahia e facilitar que os recursos venham. Não adianta dizer que é do mesmo partido da presidente se não faz o dever de casa. Falta capacidade gerencial”, alfinetou o parlamentar, ao lembrar que o aliado – o prefeito ACM Neto (DEM) – decretou um contingenciamento em Salvador para tirar o Município do Cauc.

Deste blog – Isto quer dizer que os cinco meses de atraso do pessoal terceirizado da Secretaria de Educação não serão sanados. Aqui em Heliópolis, o pessoal do Colégio Estadual José Dantas de Souza está vivendo de “vaquinha”. Continuam trabalhando porque são abnegados, mas a situação está difícil. Nada de 13º salário, férias. Vai ser difícil começar o ano letivo de 2014. Parece que estamos aguardando a decretação da falência do estado. Enquanto isso, o governador insiste em colocar o seu pupilo como candidato a substituí-lo. Quem está sorrindo feliz é a oposição. O governo do PT parece que está dando água!