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Violência na Bahia: Policiais imploram para não morrer
Três policiais militares são
baleados em tiroteio com bandidos em Cachoeira.Baleados, os policiais tiveram
de pedir aos criminosos que não os matassem. A viatura ficou destruída. Os
bandidos fugiram levando as armas dos policiais, os coletes à prova de balas,
além da munição.
Da Redação do CORREIO
Três policiais militares ficaram
feridos em uma troca de tiros com 12 bandidos na madrugada deste sábado (22) no
município de Cachoeira, a 130 km de Salvador. Baleados, os policiais tiveram de
pedir aos criminosos que não os matassem. Segundo informações da delegacia, os
três PMs faziam uma ronda notura por volta das 2h quando foram fechados por um
veículo com homens armados. Em seguida, outros dois veículos com criminosos
cercaram os policiais. Houve uma intensa troca de tiros. Em menor número e com
armas de menor poder de fogo do que os criminosos, os policiais ficaram no
centro do tiroteio. A viatura ficou destruída. Os três acabaram sendo baleados:
um no braço, outro na virilha e um terceiro foi atingido de raspão na cabeça. Feridos,
os policiais se renderam enquanto os bandidos ameaçavam matá-los. Ainda de
acordo com a Polícia Civil, os bandidos deixaram os PMs no local e fugiram
levando as armas dos policiais, três pistolas e uma metralhadora, os coletes à
prova de balas, além da munição. Os policiais pediram socorro a um veículo que
passava no local do atentado e foram levados para um hospital no município de
São Félix. Eles foram transferidos para o Hospital Emec em Feira de Santana. O
estado de saúde de uma das vítimas é considerado mais grave.
Bahia é vice-líder em assassinato
de policias
Um levantamento realizado pelo
jornal Folha de São Paulo em outubro mostra que um policial é assassinado a
cada 32 horas no Brasil. Na Bahia, 16 policiais já foram mortos este ano o que
coloca o estado em segundo lugar no ranking brasileiro, ao lado do Pará, que
também computou 16 PMs assassinados. O estado brasileiro campeão é São Paulo,
que acumula quase a metade das ocorrências, com 98 policiais mortos, sendo 88
PMs. O Estado concentra 31% do efetivo de policiais civis e militares do país,
mas responde por 43% das mortes desses profissionais em 2012. No total, ao
menos 229 policiais civis e militares foram mortos no mesmo período no Brasil,
a maioria deles, 183 (79%), estava de folga. Muitos dos policiais morrem em
atividades paralelas à da corporação, no chamado “bico”. Em vários Estados, os
policiais reclamam de falta de assistência.
Com informações complementares da
Folha de São Paulo e do portal Fala Barreiras.
Ana Dalva News: Ana Dalva lamenta situação do município e anuncia ...
Ana Dalva News: Ana Dalva lamenta situação do município e anuncia ...: Ana Dalva: luta constante contra a corrupção A vereadora Ana Dalva (PPS) chama atenção para o que está ocorrendo em Salvador com o ...
FEMEM protesta em Bruxelas
Seminuas, ativistas protestam contra presidente russo em
Bruxelas. Militantes do grupo ucraniano Femen foram detidas pela polícia de
choque. Elas protestavam contra visita de Vladimir Putin.
Do G1, da Folha de São Paulo e de agências internacionais
Ativistas do grupo feminista ucraniano Femen foram detidas
nesta sexta-feira (21) pela polícia de choque em frente ao prédio da União Europeia
em Bruxelas, na Bélgica. Seminuas, elas protestavam contra a visita do
presidente da Rússia, Vladimir Putin. Inscrições nos corpos das ativistas
diziam: 'Putin, vá para o inferno'.
Presidente do STF rejeita pedido de prisão de condenados do mensalão
FELIPE SELIGMAN – da Folha de São
Paulo
Presidente do STF Joaquim Babrosa |
O presidente do STF (Supremo
Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, negou nesta sexta-feira (21) o pedido de
prisão dos condenados no mensalão feito quarta-feira pelo procurador-geral da
República, Roberto Gurgel. Segundo Joaquim Barbosa, o plenário do STF já
decidiu ser "incabível o início da execução penal antes do trânsito em
julgado de condenação, ainda que exauridos o primeiro e o segundo grau de
jurisdição". Ele também diz que, em tese, os recursos "embora
atípicos e excepcionalíssimos" ao STF são possíveis de ocorrer e, se bem
sucedidos, poderiam levar à mudança do resultado, "o que a rigor afasta a
conclusão de que o acórdão condenatório proferido pelo Supremo Tribunal federal
em única instância seria definitivo". Em sua decisão de 3 páginas, ele
termina da seguinte forma: "Há que se destacar que, até agora, não há
dados concretos que permitam apontar a necessidade de custódia cautelar dos
réus, os quais, aliás, responderam ao processo em liberdade. A isso se soma o
fato de que já foi determinada a proibição de os condenados se ausentarem do
país, sem prévio conhecimento e autorização do Supremo Tribunal Federal, bem
como a comunicação dessa determinação às autoridades encarregadas de fiscalizar
as saídas do território nacional.
Polícia Federal afirma que vai ao
Congresso prender os condenados
Delegados da Polícia Federal (PF)
afirmaram nesta quinta-feira (21) que, apesar da preocupação com a
possibilidade não negada pelo presidente da Câmara dos deputados, Marco Maia
(PT-RS), de abrigar réus condenados do mensalão dentro do Congresso, o setor operacional
afirma que ordem judicial se cumpre e que, se houver determinação, terá que
entrar na Casa. Reportagem do jornal Folha de S. Paulo, publicada nesta
sexta-feira (21), mostra que equipes de agentes federais ficaram a postos
para cumprir a ordem de prisão dos mensaleiros, diante da possibilidade de o
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, acatar o pedido
da Procuradoria-Geral da República em executar a pena imediatamente, o que não
ocorreu.
Ildinho, Gama e vereadores recebem diplomas
Ildinho e Gama esperando os diplomas |
Dr. Antônio Fernando - Juiz Eleitoral |
Nesta quarta-feira, 19 de Dezembro,
debaixo de um verão de imprevisível fim, foram diplomados os prefeitos,
vice-prefeitos e vereadores dos municípios que compõem a 82ª Zona Eleitoral:
Cícero Dantas, Antas, Fátima, Novo Triunfo e Heliópolis. Num primeiro momento,
já passavam das dez horas da manhã quando o Dr. Antônio Fernando de Oliveira,
Juiz Eleitoral que administrou todo o processo, inclusive como Presidente da 1ª
Junta Eleitoral, abriu a solenidade dedicada à diplomação dos eleitos de Antas,
Novo Triunfo e Heliópolis. Foi um belo discurso, mas chamaríamos de um
providencial desabafo.
Vereadora Ana Dalva (PPS) |
A solenidade foi concorrida |
Dr. Antônio Fernando colocou o
dedo na maior chaga que inferniza o nosso combalido processo democrático: a
compra de mandatos. Foi claro quando disse que era hora de dar um basta nesta
prática. De posse dos cargos, muitos acabam desviando recursos para pagar o que
ficou devendo e isso estava matando a convivência democrática e sacrificando os
municípios. Apelou ainda para a ética na política. Chegou a citar Heliópolis
como um dos que mais trabalho deu à Justiça. Condenou ainda as práticas de
muitos vereadores que, eleitos pela oposição, tem um comportamento combativo,
mas, eleitos pela governança acabam agindo como verdadeiros carneirinhos. Foi
um discurso acima da perfeição, como disse a vereadora Ana Dalva. Ela relatava
todo o discurso do juiz com olhos lacrimejados e como se fosse ela que dissesse
tudo aquilo. Coube a Zé do Sertão, ex-prefeito e ex-deputado, e agora 1º
suplente de vereador, corroborar com as palavras do juiz e representar o
município no evento.
Vereador Ronaldo (DEM) e esposa |
Giomar Evangelista (PCdoB) e esposa |
Depois foram feitas as entregas
dos diplomas. Ildinho Fonseca (PSC) e Gama Neves (DEM), prefeito e vice de
Heliópolis, além dos vereadores Ana Dalva (PPS), Ronaldo (DEM), Zeic Andrade
(PTN), Clóvis Pereira (PSD), Valdelício (PSD), Doriedson (PCdoB), Giomar
Evangelista (PCdoB) e Claudivan (PCdoB) estavam lá. O vereador José Mendonça
não compareceu. Após a solenidade, Ildinho, Gama e os vereadores da coligação
que elegeu o novo prefeito foram recebidos com festa no povoado Tijuco e
seguiram em carreata até Heliópolis, passando pelas principais ruas da cidade.
No meio da alegria havia um punhado de esperança neste novo começo. E é apenas
um começo. A estrada é longa e o trajeto será feito com maior eficiência quando
menores forem os erros. O novo prefeito e seus liderados não podem errar.
Heliópolis não aguenta mais tantos erros.
É uma lixeira só!
Vereador Doriedson (PCdoB) e filha |
Gama Neves (DEM) - Vice-prefeito - e esposa |
Enquanto a carreta saudava o novo
prefeito diplomado, muitos viram o abandono em que está a cidade de Heliópolis.
O lixo está tomando conta do município. Os administradores derrotados estão
deixando o barco antes de chegar ao porto. É de dar tristeza. A exceção de
alguns abnegados funcionários públicos que cumprem o seu dever, quase a
totalidade dos serviços públicos está parada. Muitos dos agentes públicos
desapareceram da cidade. Apenas alguns vereadores estão dando assistência às
pessoas que precisam de tratamento médico ininterrupto. Ildinho e Gama já estão
trabalhando também mesmo antes da posse. Mas o lixo só não está acumulado
porque o povo está fazendo vaquinha para contratar carroças e fazer o trabalho
dos administradores públicos. Heliópolis passa pelo mais vergonhoso fim de
mandato de sua história.
Comissão de Transição
O prefeito Ildinho (PSC) e parte da família |
Começou a fase de visitas para
verificação do patrimônio de várias escolas. Na última terça-feira, Beto
Fonseca, Evanilson e o professor Landisvalth Lima visitaram as escolas Waldir
Pires, Castro Alves e Rui Barbosa, além da Creche Municipal, Biblioteca e o
Infocentro. Diretores e alguns funcionários das instituições fizeram o
levantamento patrimonial e o pessoal da transição fazia a conferência.
Percebeu-se que há muito patrimônio sem ser tombado e necessitando de reparos
ou substituição. De um modo geral, as escolas da cidade estão carentes de
reforma hidráulica, elétrica, pintura e revisão de cobertura para o início das
aulas de 2013. Não houve nas visitas nada que desabonasse o desempenho dos
profissionais envolvidos.
Secretariado ainda indefinido
O lixo toma conta de Heliópolis |
Com o lixo virão várias doenças |
O prefeito eleito Ildinho Fonseca
parece que está enfrentando problemas para formar o seu secretariado. As contas
não fecham e passam pela presidência da Câmara. Promessas anteriores de
campanha começam a povoar o cenário e complicar a aritmética. Por exemplo,
fala-se em 3 secretarias para o PT, 1 para o DEM, 2 para o PDT (incluindo a
chefia de gabinete), 1 para o PSC e a presidência da Câmara para o PTN.
Esqueceram, e tomara que seja só um esquecimento, o PPS. Como Ana Dalva é a
mais cotada para assumir a presidência da Câmara, numa possível composição com
Giomar, Doriedson e Ronaldo, PT, PSD, PSC e PTN, sem o aval do prefeito eleito,
estão trabalhando nos bastidores para isolar a vereadora Ana Dalva. Chegaram
até a propor a ela que, se ficasse com a presidência da Câmara, não poderia
pleitear cargos no primeiro escalão. A vereadora foi taxativa ao dizer: “O cargo
de presidente da Câmara é de escolha dos vereadores. Os secretários são escolha
do prefeito eleito. Misturar as duas coisas é prática de política de coronel.
Nós estamos aqui para evoluir e não para regredir.” Ana Dalva também deixou claro
que só abre mão se, por acaso, Giomar e Doriedson não toparem formar a chapa.
Falta a palavra do futuro prefeito.
O prestígio das ex-vices
Um político que não quis se
identificar soltou uma expressão que parece representar muito bem o atual
momento vivido pelo grupo que tomará posse dia primeiro de janeiro. E pediu
para que colocasse exatamente assim: “A ex-vice do prefeito eleito tem mais
prestígio político que a ex-vice do vice-prefeito eleito. Entre elas há uma
diferença de 479 votos e um mandato!”. Como dizia compadre Esnóbio: “É o
cabrunco!”.
Empréstimo na Caixa
Cuidado quem tomou empréstimo
pela Caixa Econômica Federal. É bom dá uma verificada se o nome não está na
lista negra do Serasa ou do Cadin. É que a prefeitura municipal de Heliópolis
não repassou a parcela de empréstimo descontada nos salários de vários
funcionários por vários meses e o nome que vai para a inadimplência não é o do município,
mas do servidor. Heliópolis pode até estar momentaneamente adimplente, mas que
muitos servidores estão com a vida complicada, ah! isso tá. Foi, decididamente,
um governo inesquecível!!!
Colaboraram: Jorge Sousa - do Jornal Impacto - Beto Moura e Pequeno (fotos).
Colaboraram: Jorge Sousa - do Jornal Impacto - Beto Moura e Pequeno (fotos).
Veja: A 'herança' de Lula que atormenta o segundo ano de Dilma
Assessores envolvidos em
corrupção, ex-dirigentes do PT e políticos aliados condenados pela Justiça,
crescimento econômico modesto. E Dilma ainda teve de sair em defesa do
antecessor, que teve gestões pontuadas por escândalos.
Laryssa Borges e Marcela Mattos –
da revista VEJA
Dilma Rousseff: 'herança maldita' em 2012 (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters) |
Dois anos depois de chegar ao
poder pelas mãos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma
Rousseff encerra 2012 na incômoda situação de ter de sair em defesa e contornar
escândalos herdados do antecessor.
Nos últimos meses, Dilma
acompanhou a condenação em série no julgamento do mensalão de expoentes dos
Anos Lula, como o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente da Câmara João Paulo
Cunha e José Genoino, ex-presidente do PT, que ocupava um cargo de assessor no
Ministério da Defesa até outubro deste ano - deixou o posto um dia depois de
ser condenado. Nos bastidores, a presidente chegou a pedir que seus auxiliares
diretos evitassem dar declarações sobre o julgamento.
Na última semana, entretanto,
coube à própria Dilma o papel de socorrer Lula após a revelação do conteúdo do
depoimento do operador do mensalão, Marcos Valério de Souza, ao Ministério
Público. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, Valério afirmou à
Procuradoria-Geral da República que recursos do mensalão foram usados para
pagar despesas pessoais de Lula. Em viagem à França, a presidente teve de
enfrentar o constrangimento de responder perguntas sobre escândalos que têm
origem nos mandatos do antecessor. “Eu não tolero a corrupção e meu governo
também não. Se há suspeitas fundamentadas sobre a pessoa, ela tem que
sair", afirmou Dilma em entrevista ao jornal francês Le Monde. "O
Ministério Público é independente, a Polícia Federal investiga, prende e
indicia. E aquele que começou esta nova etapa de governança é o antigo
presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, disse.
E não foi só o fantasma do
mensalão que rondou o Palácio do Planalto nos últimos meses. A Operação Porto
Seguro, da Polícia Federal, revelou as articulações políticas e indecorosas de
Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete do escritório da Presidência da
República em São Paulo. Na última sexta-feira, o Ministério Público Federal
denunciou Rosemary, uma das assessoras mais próximas de Lula e de José Dirceu,
por quatro crimes. Além dela, foram denunciadas 23 pessoas, entre elas Paulo
Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), que chegou ao posto no
governo Lula.
“Na medida em que Dilma sai em
defesa de Lula, ela está, de certa maneira, dando cobertura a ele”, avalia o
cientista político João Paulo Peixoto, da Universidade de Brasília (UnB), para
quem as denúncias de Valério podem macular o próprio governo de Dilma. “Essas
sequências de novas denúncias vão fatalmente atingir o governo e a ela própria.
Acredito que começa a gerar uma onda desconfiança em relação à condução do
governo."
O deputado Carlos Sampaio
(PSDB-SP) completa: "Quando defende ferozmente o presidente Lula, como fez
na França, ela passa uma imagem que ele está acima do cidadão comum, como se
pudesse agir dessa forma sem ser investigado."
Em um capítulo que pode ser
classificado como desdobramento do mensalão, episódio que derrubou como peças
de dominó líderes históricos do PT na mais alta corte do país, Dilma, mais do
que um legado duvidoso, pode ainda ter de lidar com a hipótese de o Ministério
Público investigar as relações de Lula com o esquema do valerioduto. Se
consolidada a investigação, como chegou a defender o presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, de herdeira do capital político do
ex-presidente, ela pode ver o próprio padrinho passar a ser formalmente investigado
por irregularidades.
Congresso – A herança repassada
do presidente Lula à sua sucessora extrapola os aspectos de uma crise moral e
também inclui uma conturbada relação com o Congresso Nacional e, mais
recentemente, as dificuldades de garantir crescimento econômico. Ao longo de
oito anos, Lula, sempre que podia, regava parlamentares aliados com emendas
parlamentares. Ao menor sinal de insatisfação, os próprios parlamentares também
provocaram um sem-número de rebeliões no Congresso Nacional. Com pouca
habilidade para negociações no Legislativo, Dilma travou embates diretos, por
exemplo, nas discussões sobre o Código Florestal e na apreciação de nomes de
autoridades.
Economia – Além dos arranhões
políticos, a "herança maldita" de Lula inclui também o recente fiasco
de baixo crescimento econômico e os altos níveis de inadimplência dos
consumidores.
Com as medidas de fortalecimento
do mercado interno para fazer frente à crise financeira mundial, parte da
população foi estimulada a manter um alto nível de consumo. O problema é que
esse consumo já não é mais capaz de manter o mercado aquecido. No terceiro
trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) registrou o pífio patamar de 0,6%. A
inadimplência, segundo o Banco Central, se manteve em níveis históricos
elevados, sem dar sinais de arrefecimento - em parte, devido à combinação de
expansão de crédito e calote nos financiamentos de automóveis.
Mesmo com críticas diretas ao
ministro da Fazenda, Guido Mantega, que tinha expectativas maiores para o PIB
do trimestre, interlocutores da presidente dizem que ainda não é o caso de
fazer um mea-culpa sobre a situação econômica e tampouco retirar o chefe da
equipe econômica do cargo. “Demitir Mantega significa fazer uma autocrítica
muito grande da economia. Esse 'pibinho' é o momento atual, é transitório”,
disse um ministro próximo da presidente.
Época revela como a quadrilha de Rose tentou tumultuar o julgamento do mensalão
Documentos exclusivos mostram
como turma de Rosemary Noronha e dos irmãos Vieira tentou influenciar juízes e
atenuar as penas dos mensaleiros
DIEGO ESCOSTEGUY, MARCELO
ROCHA, MURILO RAMOS, FLÁVIA TAVARES E LEANDRO LOYOLA – da revista ÉPOCA
Às 9h47 do dia 12 de novembro
deste ano, a chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo,
Rosemary Noronha, ou Rose, ligou para Paulo Vieira, diretor da Agência Nacional
de Águas, espécie de operador jurídico da quadrilha descoberta pela Polícia
Federal na Operação Porto Seguro. No telefonema de 11 minutos, interceptado
pela PF e a que ÉPOCA teve acesso, os dois não discutem como vender facilidades
a empresários interessados em canetadas do governo – nem a distribuição do
butim da quadrilha, conforme já se revelou. Ambos discutem o julgamento do
mensalão. Naquele dia, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como já
se esperava, viriam a definir as penas dos principais integrantes do núcleo
político do mensalão: os petistas José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares.
Na conversa, Paulo Vieira pede a Rose que consiga o apoio de Dirceu para as
articulações secretas que ele, Paulo, fazia em Brasília. Elas tinham um
objetivo claro: tumultuar o julgamento. Ou, ao menos, impedir que os mensaleiros
cumprissem suas penas.
“Eu vou protocolar amanhã ou
quarta aquela outra questão que eu queria que você mostrasse para o JD (José
Dirceu). Você lembra qual é, né?”, diz Paulo Vieira no diálogo. Embora ele não
tenha especificado a que “questão” se referia, naquele momento integrantes da
quadrilha dos pareceres – Paulo Vieira, o deputado Valdemar Costa Neto,
condenado pelo mensalão, e o empresário e ex-senador Gilberto Miranda –
movimentavam-se nos bastidores para pressionar os ministros do Supremo a mudar
votos, aliviar nas penas ou acatar futuros recursos dos advogados dos réus.
Queriam até nomear um amigo para o STF, na vaga aberta pela aposentadoria do
ministro Carlos Ayres Britto. Contavam com a proximidade de Rose com o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com Dirceu, como demonstram as provas
reunidas pela PF. Os delegados miravam na quadrilha dos pareceres. Acabaram
acertando numa operação para melar o julgamento do mensalão.
Istoé mostra como o deputado mais rico do país está arruinado
O ocaso do coronel
O usineiro e deputado João Lyra
já foi considerado o parlamentar mais rico do Congresso. Agora, mergulhado em
dívidas que somam R$ 2 bilhões, ele experimenta o declínio
Izabelle Torres – da revista
ISTOÉ
BANCARROTA Depois de dar calotes em série em bancos privados, João Lyra teve a falência de seu conglomerado decretada pela Justiça (foto: Orlando Brito) |
Personagem que ilustrou como
poucos a história de coronelismo do Nordeste brasileiro, o deputado federal
João Lyra (PSD-AL), 82 anos, vive sua decadência empresarial e política. Dono
de um império que inclui imensas extensões de terra, imóveis de luxo, cinco
usinas de cana-de-açúcar, empresas de comunicação, táxi aéreo e até uma fábrica
de adubos, um dos usineiros mais importantes do País está afundado em dívidas e
dá adeus ao título de parlamentar mais rico da Câmara dos Deputados. Antes dono
de um prestígio inabalável, que lhe rendeu dois mandatos em Brasília e poder de
influência na política de seu Estado natal, Alagoas, Lyra vive hoje sua ruína
sob o fantasma da falência e do ostracismo. Para traçar o caminho da decadência
do coronel, ISTOÉ percorreu a sede das empresas do parlamentar. Deparou-se com
portas lacradas e seguranças armados, ouviu funcionários demitidos, advogados e
representantes do Judiciário ligados ao processo de recuperação judicial do
Grupo João Lyra.
Em valores atualizados, o
deputado deve R$ 2 bilhões, dez vezes o patrimônio pessoal declarado por ele à
Justiça Eleitoral há dois anos. Em setembro, o juiz Marcelo Tadeu decretou a
falência de seu conglomerado, entregando o comando de suas empresas a
interventores. “Não dá para fechar os olhos para os débitos e essa situação
vinha se arrastando há anos”, disse o juiz, que alega ter sofrido ameaças de
morte por conta de sua atuação em desfavor de João Lyra. Há apenas dois meses,
cinco auditores fazem uma devassa nas contas das usinas. As primeiras análises
mostram que havia recursos em caixa para cumprir as negociações judiciais dos
débitos, apesar dos argumentos de crise no setor sucroalcooleiro e das
enchentes que atingiram Alagoas nos últimos anos. “A situação parece bem
diferente do que era passado oficialmente nas negociações. Eles vinham dando
calote em todo mundo deliberadamente”, resume um dos credores envolvidos no
processo. Na ação de falência do Grupo João Lyra, que corre em sigilo, seus
advogados não negam os débitos. Entretanto, dizem que não concordam com os
critérios da cobrança. Também apelam para a importância do grupo na geração de
empregos, especialmente em Alagoas e Minas Gerais. São cerca de seis mil
funcionários diretos.
A história da queda de Lyra
começa em 2006, quando o atual deputado gastou parte da sua fortuna em uma
campanha desesperada pelo comando do governo de Alagoas. Documentos obtidos com
exclusividade por ISTOÉ mostram que desde então as dívidas do usineiro
começavam a se acumular e as cobranças judiciais se amontoavam no departamento
jurídico do grupo. Na época, Lyra ainda gozava de prestígio de coronel e,
apesar de ter perdido a eleição e cerca de R$ 60 milhões que gastou com a
campanha, conseguiu usar sua influência para protelar as ações de cobranças, em
vez de negociá-las.
Para continuar mantendo seu alto
padrão de vida, e as empresas em funcionamento, Lyra iniciou uma estratégia de
calotes em série contra bancos privados, tanto estrangeiros como nacionais, e
também entidades públicas. A cada ano e período de entressafra da
cana-de-açúcar, seu grupo entrava com pedidos de empréstimos em diferentes
bancos. Conseguiu abocanhar quase R$ 1 bilhão de pelo menos três instituições
estrangeiras (um banco francês, um belga e um inglês), além do Banco do
Nordeste, Bradesco e até do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social). Mas o usineiro, mesmo com o lucro da safra, deixou de pagar os
empréstimos. Quando pressionado, renegociava a dívida. Fez isso ao menos seis
vezes, segundo o processo de falência do Grupo João Lyra, obtido pela
reportagem. Em 2010, a situação chegou ao limite. Os bancos estrangeiros,
credores rurais e funcionários com salários atrasados decidiram cobrar a dívida
de Lyra.
O calote bilionário se soma à
lista de abusos alimentados pela impunidade. A influência de Lyra no Judiciário
alagoano é conhecida há tempos. Nos anos 1990, ele conseguiu se livrar de
acusações de assassinatos, apesar dos depoimentos e indícios contundentes de
sua participação nos crimes. Em 1991, Lyra foi acusado pelo Ministério Público
de mandar matar o amante da ex-esposa. Cinco anos depois, o parlamentar foi
apontado como o mandante do assassinato do fiscal de renda Sílvio Vianna, que o
cobrava por impostos devidos à União. O deputado, por meio de sua rede de
influência, conseguiu engavetar os processos, que acabaram prescrevendo depois
que ele completou 70 anos.
A última demonstração de poder
veio das mãos do amigo e presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas,
Sebastião Costa Filho, que, durante um plantão de domingo, suspendeu o processo
de falência de Lyra. Alegou que a decisão do juiz Marcelo Tadeu não foi
imparcial. Tadeu é antigo desafeto do deputado. Mas a decisão de Costa Filho
não teve efeito prático. O caso já está no Superior Tribunal de Justiça, por
conta de recurso do próprio Lyra. ISTOÉ ouviu dois ministros do STJ. Apesar de
ainda não conhecerem a fundo o processo, ambos contaram que em casos
semelhantes a corte já decidiu que o dinheiro do dono das empresas deveria ser
usado para quitar as dívidas.
A crise nos negócios deixou o
parlamentar com a saúde debilitada. A convivência conflituosa com a família tem
agravado as doenças. Pai de quatro filhos, entre eles Tereza Collor, a musa do
impeachment, o deputado não fez sucessores. Não treinou herdeiros naturais para
cuidar dos seus negócios e a família não se encontra com frequência. Nas
últimas décadas, suas companhias são assessores muito bem pagos, seguranças e,
recentemente, a nova esposa, quase 30 anos mais jovem. Voa de jatinho
particular entre Brasília e Maceió, e de helicóptero dentro da cidade.
Ao transitar nos corredores do
Congresso, o parlamentar mantém-se distante das discussões e das rodinhas de
políticos. Sempre circula pelas laterais, evitando o centro do plenário, onde
as televisões captam imagens em tempo real e os deputados se digladiam na
disputa por microfones. Isso quando ele aparece na Casa. Além de ser o mais
faltoso, tendo comparecido a menos de 30% das sessões de 2012, o deputado
apresentou este ano apenas quatro projetos. Três eram simples sugestões a
ministérios, e outro foi elaborado sob medida para beneficiar a si mesmo. Pediu
à Secretaria de Patrimônio da União a redução do laudêmio e da taxa de ocupação
cobrados de quem mora em áreas pertencentes à Marinha. Ocorre que Lyra vive em
uma luxuosa cobertura à beira-mar em Maceió e paga cerca de 3% do valor do
imóvel à União. Na justificativa do projeto, o deputado alega que as taxas são
abusivas e que também é preciso rever a dívida das famílias que acumulam
débitos de laudêmio. Ele não paga a taxa há cinco anos. Pelo visto, o coronel
continua o mesmo. Mas a possibilidade de que finalmente seja alcançado pela
Justiça mostra que os tempos mudaram.
Datafolha aponta que Lula ou Dilma venceria no primeiro turno. Marina Silva é a 2ª melhor colocada para 2014
FERNANDO RODRIGUES – da Folha de
São Paulo
Se a eleição presidencial fosse
hoje, o PT teria dois nomes com chance de vencer no primeiro turno. Dilma
Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva têm no momento mais intenções de voto do
que todos os possíveis adversários somados, aponta pesquisa Datafolha feita na
quinta-feira. Dilma vai de 53% a 57%, conforme o cenário. Lula teria 56% se
disputasse a Presidência. No Brasil, vence no primeiro turno o candidato que
tem mais da metade dos votos válidos. O PT ganhou três disputas para o Planalto
(2002, 2006 e 2010), mas só no segundo turno. O Datafolha ouviu 2.588 pessoas
em 160 cidades no dia 13. A margem de erro é de dois pontos percentuais. Embora
os percentuais de Dilma e de Lula sejam equivalentes na pesquisa estimulada
(quando o entrevistado escolhe um nome a partir de uma lista), a situação muda
no levantamento espontâneo. Na pesquisa sem estímulo de nomes, Dilma recebe 26%
das preferências. Com menos da metade, mas isolado em segundo, vem Lula, com
12%. Há também 1% cuja preferência é "PT" ou "vai votar no
PT". O petismo somado recebe 39% de intenções de voto espontâneas segundo
o Datafolha. Os candidatos de oposição têm percentuais modestos no levantamento
espontâneo. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) registra 3%. Os também tucanos José
Serra e Geraldo Alckmin têm 2% e 1%, respectivamente. Marina Silva (sem
partido) aparece com 1%. Outros 46% não responderam. Quando o Datafolha
pergunta sugerindo cenários, os percentuais de todos os possíveis candidatos
aumentam. Foram testadas quatro listas, sendo três com Dilma e uma com Lula. Os
petistas vencem em todas.
JOAQUIM BARBOSA
Uma novidade na pesquisa foi o
nome de Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal, relator do
julgamento do mensalão. Barbosa pontua 9% quando a candidata do PT é Dilma. Ele
empata tecnicamente, na margem de erro, com Aécio Neves, que fica com 11%. Se
Barbosa é testado num cenário no qual Lula é o candidato do PT, o presidente do
STF registra 10% de intenções de voto. Aécio fica com 9%.
AÉCIO NEVES
Principal nome tucano para 2014,
Aécio ainda tem um desempenho tímido. O melhor percentual de Aécio é quando
estão na lista só Dilma, Marina e ele. Aí o senador do PSDB registra 14%. Dilma
lidera nessa hipótese, com 57%. Marina marca 18%. Quando o governador de
Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, aparece também como
candidato, ele subtrai votos de Aécio. Campos fica com 4%. Aécio desce para
12%. Dilma segue liderando, com 54%. Marina não se move e mantém 18%.
MARINA SILVA
Uma surpresa na pesquisa
Datafolha é a resistência de Marina Silva. Ela concorreu a presidente em 2010
pelo PV e teve votação expressiva (19,3%), mas saiu do partido e reduziu sua
presença na mídia nos últimos dois anos. Ainda assim, Marina aparece como segunda
colocada na disputa para 2014, com percentuais variando de 13% a 18%. Manteve
seu patrimônio eleitoral sem ter se dedicado a atividades partidárias.
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