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Poucas & Boas nº 110: Onde está a mudança?

>>>Cheio de Arte: Capitães da Areia, o filme, é obra superior

>>>Cheio de Arte: Capitães da Areia, o filme, é obra superior: Capitães da Areia, o filme, estreou no dia 7 de outubro de 2011, dirigido por Cecília Amado, tem como tema principal a vida de meninos d...

Violência na Bahia: Policiais imploram para não morrer


Três policiais militares são baleados em tiroteio com bandidos em Cachoeira.Baleados, os policiais tiveram de pedir aos criminosos que não os matassem. A viatura ficou destruída. Os bandidos fugiram levando as armas dos policiais, os coletes à prova de balas, além da munição.
Da Redação do CORREIO
Três policiais militares ficaram feridos em uma troca de tiros com 12 bandidos na madrugada deste sábado (22) no município de Cachoeira, a 130 km de Salvador. Baleados, os policiais tiveram de pedir aos criminosos que não os matassem. Segundo informações da delegacia, os três PMs faziam uma ronda notura por volta das 2h quando foram fechados por um veículo com homens armados. Em seguida, outros dois veículos com criminosos cercaram os policiais. Houve uma intensa troca de tiros. Em menor número e com armas de menor poder de fogo do que os criminosos, os policiais ficaram no centro do tiroteio. A viatura ficou destruída. Os três acabaram sendo baleados: um no braço, outro na virilha e um terceiro foi atingido de raspão na cabeça. Feridos, os policiais se renderam enquanto os bandidos ameaçavam matá-los. Ainda de acordo com a Polícia Civil, os bandidos deixaram os PMs no local e fugiram levando as armas dos policiais, três pistolas e uma metralhadora, os coletes à prova de balas, além da munição. Os policiais pediram socorro a um veículo que passava no local do atentado e foram levados para um hospital no município de São Félix. Eles foram transferidos para o Hospital Emec em Feira de Santana. O estado de saúde de uma das vítimas é considerado mais grave.
Bahia é vice-líder em assassinato de policias
Um levantamento realizado pelo jornal Folha de São Paulo em outubro mostra que um policial é assassinado a cada 32 horas no Brasil. Na Bahia, 16 policiais já foram mortos este ano o que coloca o estado em segundo lugar no ranking brasileiro, ao lado do Pará, que também computou 16 PMs assassinados. O estado brasileiro campeão é São Paulo, que acumula quase a metade das ocorrências, com 98 policiais mortos, sendo 88 PMs. O Estado concentra 31% do efetivo de policiais civis e militares do país, mas responde por 43% das mortes desses profissionais em 2012. No total, ao menos 229 policiais civis e militares foram mortos no mesmo período no Brasil, a maioria deles, 183 (79%), estava de folga. Muitos dos policiais morrem em atividades paralelas à da corporação, no chamado “bico”. Em vários Estados, os policiais reclamam de falta de assistência.
Com informações complementares da Folha de São Paulo e do portal Fala Barreiras.

Ana Dalva News: Ana Dalva lamenta situação do município e anuncia ...

Ana Dalva News: Ana Dalva lamenta situação do município e anuncia ...: Ana Dalva: luta constante contra a corrupção A vereadora Ana Dalva (PPS) chama atenção para o que está ocorrendo em Salvador com o ...

FEMEM protesta em Bruxelas


     Seminuas, ativistas protestam contra presidente russo em Bruxelas. Militantes do grupo ucraniano Femen foram detidas pela polícia de choque. Elas protestavam contra visita de Vladimir Putin.
     Do G1, da Folha de São Paulo e de agências internacionais
     Ativistas do grupo feminista ucraniano Femen foram detidas nesta sexta-feira (21) pela polícia de choque em frente ao prédio da União Europeia em Bruxelas, na Bélgica. Seminuas, elas protestavam contra a visita do presidente da Rússia, Vladimir Putin. Inscrições nos corpos das ativistas diziam: 'Putin, vá para o inferno'.

Presidente do STF rejeita pedido de prisão de condenados do mensalão


FELIPE SELIGMAN – da Folha de São Paulo
Presidente do STF Joaquim Babrosa
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, negou nesta sexta-feira (21) o pedido de prisão dos condenados no mensalão feito quarta-feira pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Segundo Joaquim Barbosa, o plenário do STF já decidiu ser "incabível o início da execução penal antes do trânsito em julgado de condenação, ainda que exauridos o primeiro e o segundo grau de jurisdição". Ele também diz que, em tese, os recursos "embora atípicos e excepcionalíssimos" ao STF são possíveis de ocorrer e, se bem sucedidos, poderiam levar à mudança do resultado, "o que a rigor afasta a conclusão de que o acórdão condenatório proferido pelo Supremo Tribunal federal em única instância seria definitivo". Em sua decisão de 3 páginas, ele termina da seguinte forma: "Há que se destacar que, até agora, não há dados concretos que permitam apontar a necessidade de custódia cautelar dos réus, os quais, aliás, responderam ao processo em liberdade. A isso se soma o fato de que já foi determinada a proibição de os condenados se ausentarem do país, sem prévio conhecimento e autorização do Supremo Tribunal Federal, bem como a comunicação dessa determinação às autoridades encarregadas de fiscalizar as saídas do território nacional.
Polícia Federal afirma que vai ao Congresso prender os condenados
Delegados da Polícia Federal (PF) afirmaram nesta quinta-feira (21) que, apesar da preocupação com a possibilidade não negada pelo presidente da Câmara dos deputados, Marco Maia (PT-RS), de abrigar réus condenados do mensalão dentro do Congresso, o setor operacional afirma que ordem judicial se cumpre e que, se houver determinação, terá que entrar na Casa. Reportagem do jornal Folha de S. Paulo, publicada nesta sexta-feira (21), mostra que equipes de agentes federais ficaram a postos para cumprir a ordem de prisão dos mensaleiros, diante da possibilidade de o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, acatar o pedido da Procuradoria-Geral da República em executar a pena imediatamente, o que não ocorreu.

Ildinho, Gama e vereadores recebem diplomas

Ildinho e Gama esperando os diplomas


Dr. Antônio Fernando - Juiz Eleitoral
Nesta quarta-feira, 19 de Dezembro, debaixo de um verão de imprevisível fim, foram diplomados os prefeitos, vice-prefeitos e vereadores dos municípios que compõem a 82ª Zona Eleitoral: Cícero Dantas, Antas, Fátima, Novo Triunfo e Heliópolis. Num primeiro momento, já passavam das dez horas da manhã quando o Dr. Antônio Fernando de Oliveira, Juiz Eleitoral que administrou todo o processo, inclusive como Presidente da 1ª Junta Eleitoral, abriu a solenidade dedicada à diplomação dos eleitos de Antas, Novo Triunfo e Heliópolis. Foi um belo discurso, mas chamaríamos de um providencial desabafo.
Vereadora Ana Dalva (PPS)

A solenidade foi concorrida
Dr. Antônio Fernando colocou o dedo na maior chaga que inferniza o nosso combalido processo democrático: a compra de mandatos. Foi claro quando disse que era hora de dar um basta nesta prática. De posse dos cargos, muitos acabam desviando recursos para pagar o que ficou devendo e isso estava matando a convivência democrática e sacrificando os municípios. Apelou ainda para a ética na política. Chegou a citar Heliópolis como um dos que mais trabalho deu à Justiça. Condenou ainda as práticas de muitos vereadores que, eleitos pela oposição, tem um comportamento combativo, mas, eleitos pela governança acabam agindo como verdadeiros carneirinhos. Foi um discurso acima da perfeição, como disse a vereadora Ana Dalva. Ela relatava todo o discurso do juiz com olhos lacrimejados e como se fosse ela que dissesse tudo aquilo. Coube a Zé do Sertão, ex-prefeito e ex-deputado, e agora 1º suplente de vereador, corroborar com as palavras do juiz e representar o município no evento.
Vereador Ronaldo (DEM) e esposa

Giomar Evangelista (PCdoB) e esposa
Depois foram feitas as entregas dos diplomas. Ildinho Fonseca (PSC) e Gama Neves (DEM), prefeito e vice de Heliópolis, além dos vereadores Ana Dalva (PPS), Ronaldo (DEM), Zeic Andrade (PTN), Clóvis Pereira (PSD), Valdelício (PSD), Doriedson (PCdoB), Giomar Evangelista (PCdoB) e Claudivan (PCdoB) estavam lá. O vereador José Mendonça não compareceu. Após a solenidade, Ildinho, Gama e os vereadores da coligação que elegeu o novo prefeito foram recebidos com festa no povoado Tijuco e seguiram em carreata até Heliópolis, passando pelas principais ruas da cidade. No meio da alegria havia um punhado de esperança neste novo começo. E é apenas um começo. A estrada é longa e o trajeto será feito com maior eficiência quando menores forem os erros. O novo prefeito e seus liderados não podem errar. Heliópolis não aguenta mais tantos erros.
É uma lixeira só!
Vereador Doriedson (PCdoB) e filha

Gama Neves (DEM) - Vice-prefeito - e esposa
Enquanto a carreta saudava o novo prefeito diplomado, muitos viram o abandono em que está a cidade de Heliópolis. O lixo está tomando conta do município. Os administradores derrotados estão deixando o barco antes de chegar ao porto. É de dar tristeza. A exceção de alguns abnegados funcionários públicos que cumprem o seu dever, quase a totalidade dos serviços públicos está parada. Muitos dos agentes públicos desapareceram da cidade. Apenas alguns vereadores estão dando assistência às pessoas que precisam de tratamento médico ininterrupto. Ildinho e Gama já estão trabalhando também mesmo antes da posse. Mas o lixo só não está acumulado porque o povo está fazendo vaquinha para contratar carroças e fazer o trabalho dos administradores públicos. Heliópolis passa pelo mais vergonhoso fim de mandato de sua história.
Comissão de Transição
O prefeito Ildinho (PSC) e parte da família
Começou a fase de visitas para verificação do patrimônio de várias escolas. Na última terça-feira, Beto Fonseca, Evanilson e o professor Landisvalth Lima visitaram as escolas Waldir Pires, Castro Alves e Rui Barbosa, além da Creche Municipal, Biblioteca e o Infocentro. Diretores e alguns funcionários das instituições fizeram o levantamento patrimonial e o pessoal da transição fazia a conferência. Percebeu-se que há muito patrimônio sem ser tombado e necessitando de reparos ou substituição. De um modo geral, as escolas da cidade estão carentes de reforma hidráulica, elétrica, pintura e revisão de cobertura para o início das aulas de 2013. Não houve nas visitas nada que desabonasse o desempenho dos profissionais envolvidos.
Secretariado ainda indefinido
O lixo toma conta de Heliópolis

Com o lixo virão várias doenças
O prefeito eleito Ildinho Fonseca parece que está enfrentando problemas para formar o seu secretariado. As contas não fecham e passam pela presidência da Câmara. Promessas anteriores de campanha começam a povoar o cenário e complicar a aritmética. Por exemplo, fala-se em 3 secretarias para o PT, 1 para o DEM, 2 para o PDT (incluindo a chefia de gabinete), 1 para o PSC e a presidência da Câmara para o PTN. Esqueceram, e tomara que seja só um esquecimento, o PPS. Como Ana Dalva é a mais cotada para assumir a presidência da Câmara, numa possível composição com Giomar, Doriedson e Ronaldo, PT, PSD, PSC e PTN, sem o aval do prefeito eleito, estão trabalhando nos bastidores para isolar a vereadora Ana Dalva. Chegaram até a propor a ela que, se ficasse com a presidência da Câmara, não poderia pleitear cargos no primeiro escalão. A vereadora foi taxativa ao dizer: “O cargo de presidente da Câmara é de escolha dos vereadores. Os secretários são escolha do prefeito eleito. Misturar as duas coisas é prática de política de coronel. Nós estamos aqui para evoluir e não para regredir.” Ana Dalva também deixou claro que só abre mão se, por acaso, Giomar e Doriedson não toparem formar a chapa. Falta a palavra do futuro prefeito.
O prestígio das ex-vices
Um político que não quis se identificar soltou uma expressão que parece representar muito bem o atual momento vivido pelo grupo que tomará posse dia primeiro de janeiro. E pediu para que colocasse exatamente assim: “A ex-vice do prefeito eleito tem mais prestígio político que a ex-vice do vice-prefeito eleito. Entre elas há uma diferença de 479 votos e um mandato!”. Como dizia compadre Esnóbio: “É o cabrunco!”.
Empréstimo na Caixa
Cuidado quem tomou empréstimo pela Caixa Econômica Federal. É bom dá uma verificada se o nome não está na lista negra do Serasa ou do Cadin. É que a prefeitura municipal de Heliópolis não repassou a parcela de empréstimo descontada nos salários de vários funcionários por vários meses e o nome que vai para a inadimplência não é o do município, mas do servidor. Heliópolis pode até estar momentaneamente adimplente, mas que muitos servidores estão com a vida complicada, ah! isso tá. Foi, decididamente, um governo inesquecível!!! 
Colaboraram: Jorge Sousa - do Jornal Impacto - Beto Moura e Pequeno (fotos).

Veja: A 'herança' de Lula que atormenta o segundo ano de Dilma


Assessores envolvidos em corrupção, ex-dirigentes do PT e políticos aliados condenados pela Justiça, crescimento econômico modesto. E Dilma ainda teve de sair em defesa do antecessor, que teve gestões pontuadas por escândalos.
Laryssa Borges e Marcela Mattos – da revista VEJA
Dilma Rousseff: 'herança maldita' em 2012 (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)
Dois anos depois de chegar ao poder pelas mãos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma Rousseff encerra 2012 na incômoda situação de ter de sair em defesa e contornar escândalos herdados do antecessor.
Nos últimos meses, Dilma acompanhou a condenação em série no julgamento do mensalão de expoentes dos Anos Lula, como o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha e José Genoino, ex-presidente do PT, que ocupava um cargo de assessor no Ministério da Defesa até outubro deste ano - deixou o posto um dia depois de ser condenado. Nos bastidores, a presidente chegou a pedir que seus auxiliares diretos evitassem dar declarações sobre o julgamento.
Na última semana, entretanto, coube à própria Dilma o papel de socorrer Lula após a revelação do conteúdo do depoimento do operador do mensalão, Marcos Valério de Souza, ao Ministério Público. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, Valério afirmou à Procuradoria-Geral da República que recursos do mensalão foram usados para pagar despesas pessoais de Lula. Em viagem à França, a presidente teve de enfrentar o constrangimento de responder perguntas sobre escândalos que têm origem nos mandatos do antecessor. “Eu não tolero a corrupção e meu governo também não. Se há suspeitas fundamentadas sobre a pessoa, ela tem que sair", afirmou Dilma em entrevista ao jornal francês Le Monde. "O Ministério Público é independente, a Polícia Federal investiga, prende e indicia. E aquele que começou esta nova etapa de governança é o antigo presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, disse.
E não foi só o fantasma do mensalão que rondou o Palácio do Planalto nos últimos meses. A Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, revelou as articulações políticas e indecorosas de Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete do escritório da Presidência da República em São Paulo. Na última sexta-feira, o Ministério Público Federal denunciou Rosemary, uma das assessoras mais próximas de Lula e de José Dirceu, por quatro crimes. Além dela, foram denunciadas 23 pessoas, entre elas Paulo Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), que chegou ao posto no governo Lula.
“Na medida em que Dilma sai em defesa de Lula, ela está, de certa maneira, dando cobertura a ele”, avalia o cientista político João Paulo Peixoto, da Universidade de Brasília (UnB), para quem as denúncias de Valério podem macular o próprio governo de Dilma. “Essas sequências de novas denúncias vão fatalmente atingir o governo e a ela própria. Acredito que começa a gerar uma onda desconfiança em relação à condução do governo."
O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) completa: "Quando defende ferozmente o presidente Lula, como fez na França, ela passa uma imagem que ele está acima do cidadão comum, como se pudesse agir dessa forma sem ser investigado."
Em um capítulo que pode ser classificado como desdobramento do mensalão, episódio que derrubou como peças de dominó líderes históricos do PT na mais alta corte do país, Dilma, mais do que um legado duvidoso, pode ainda ter de lidar com a hipótese de o Ministério Público investigar as relações de Lula com o esquema do valerioduto. Se consolidada a investigação, como chegou a defender o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, de herdeira do capital político do ex-presidente, ela pode ver o próprio padrinho passar a ser formalmente investigado por irregularidades.
Congresso – A herança repassada do presidente Lula à sua sucessora extrapola os aspectos de uma crise moral e também inclui uma conturbada relação com o Congresso Nacional e, mais recentemente, as dificuldades de garantir crescimento econômico. Ao longo de oito anos, Lula, sempre que podia, regava parlamentares aliados com emendas parlamentares. Ao menor sinal de insatisfação, os próprios parlamentares também provocaram um sem-número de rebeliões no Congresso Nacional. Com pouca habilidade para negociações no Legislativo, Dilma travou embates diretos, por exemplo, nas discussões sobre o Código Florestal e na apreciação de nomes de autoridades.
Economia – Além dos arranhões políticos, a "herança maldita" de Lula inclui também o recente fiasco de baixo crescimento econômico e os altos níveis de inadimplência dos consumidores.
Com as medidas de fortalecimento do mercado interno para fazer frente à crise financeira mundial, parte da população foi estimulada a manter um alto nível de consumo. O problema é que esse consumo já não é mais capaz de manter o mercado aquecido. No terceiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) registrou o pífio patamar de 0,6%. A inadimplência, segundo o Banco Central, se manteve em níveis históricos elevados, sem dar sinais de arrefecimento - em parte, devido à combinação de expansão de crédito e calote nos financiamentos de automóveis.
Mesmo com críticas diretas ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, que tinha expectativas maiores para o PIB do trimestre, interlocutores da presidente dizem que ainda não é o caso de fazer um mea-culpa sobre a situação econômica e tampouco retirar o chefe da equipe econômica do cargo. “Demitir Mantega significa fazer uma autocrítica muito grande da economia. Esse 'pibinho' é o momento atual, é transitório”, disse um ministro próximo da presidente.

Época revela como a quadrilha de Rose tentou tumultuar o julgamento do mensalão


Documentos exclusivos mostram como turma de Rosemary Noronha e dos irmãos Vieira tentou influenciar juízes e atenuar as penas dos mensaleiros
DIEGO ESCOSTEGUY, MARCELO ROCHA, MURILO RAMOS, FLÁVIA TAVARES E LEANDRO LOYOLA – da revista ÉPOCA
Às 9h47 do dia 12 de novembro deste ano, a chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, ou Rose, ligou para Paulo Vieira, diretor da Agência Nacional de Águas, espécie de operador jurídico da quadrilha descoberta pela Polícia Federal na Operação Porto Seguro. No telefonema de 11 minutos, interceptado pela PF e a que ÉPOCA teve acesso, os dois não discutem como vender facilidades a empresários interessados em canetadas do governo – nem a distribuição do butim da quadrilha, conforme já se revelou. Ambos discutem o julgamento do mensalão. Naquele dia, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como já se esperava, viriam a definir as penas dos principais integrantes do núcleo político do mensalão: os petistas José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares. Na conversa, Paulo Vieira pede a Rose que consiga o apoio de Dirceu para as articulações secretas que ele, Paulo, fazia em Brasília. Elas tinham um objetivo claro: tumultuar o julgamento. Ou, ao menos, impedir que os mensaleiros cumprissem suas penas.
“Eu vou protocolar amanhã ou quarta aquela outra questão que eu queria que você mostrasse para o JD (José Dirceu). Você lembra qual é, né?”, diz Paulo Vieira no diálogo. Embora ele não tenha especificado a que “questão” se referia, naquele momento integrantes da quadrilha dos pareceres – Paulo Vieira, o deputado Valdemar Costa Neto, condenado pelo mensalão, e o empresário e ex-senador Gilberto Miranda – movimentavam-se nos bastidores para pressionar os ministros do Supremo a mudar votos, aliviar nas penas ou acatar futuros recursos dos advogados dos réus. Queriam até nomear um amigo para o STF, na vaga aberta pela aposentadoria do ministro Carlos Ayres Britto. Contavam com a proximidade de Rose com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com Dirceu, como demonstram as provas reunidas pela PF. Os delegados miravam na quadrilha dos pareceres. Acabaram acertando numa operação para melar o julgamento do mensalão.

Istoé mostra como o deputado mais rico do país está arruinado


O ocaso do coronel
O usineiro e deputado João Lyra já foi considerado o parlamentar mais rico do Congresso. Agora, mergulhado em dívidas que somam R$ 2 bilhões, ele experimenta o declínio
Izabelle Torres – da revista ISTOÉ
BANCARROTA
Depois de dar calotes em série em bancos privados, João Lyra
teve a falência de seu conglomerado decretada pela Justiça
(foto: Orlando Brito)
Personagem que ilustrou como poucos a história de coronelismo do Nordeste brasileiro, o deputado federal João Lyra (PSD-AL), 82 anos, vive sua decadência empresarial e política. Dono de um império que inclui imensas extensões de terra, imóveis de luxo, cinco usinas de cana-de-açúcar, empresas de comunicação, táxi aéreo e até uma fábrica de adubos, um dos usineiros mais importantes do País está afundado em dívidas e dá adeus ao título de parlamentar mais rico da Câmara dos Deputados. Antes dono de um prestígio inabalável, que lhe rendeu dois mandatos em Brasília e poder de influência na política de seu Estado natal, Alagoas, Lyra vive hoje sua ruína sob o fantasma da falência e do ostracismo. Para traçar o caminho da decadência do coronel, ISTOÉ percorreu a sede das empresas do parlamentar. Deparou-se com portas lacradas e seguranças armados, ouviu funcionários demitidos, advogados e representantes do Judiciário ligados ao processo de recuperação judicial do Grupo João Lyra.
Em valores atualizados, o deputado deve R$ 2 bilhões, dez vezes o patrimônio pessoal declarado por ele à Justiça Eleitoral há dois anos. Em setembro, o juiz Marcelo Tadeu decretou a falência de seu conglomerado, entregando o comando de suas empresas a interventores. “Não dá para fechar os olhos para os débitos e essa situação vinha se arrastando há anos”, disse o juiz, que alega ter sofrido ameaças de morte por conta de sua atuação em desfavor de João Lyra. Há apenas dois meses, cinco auditores fazem uma devassa nas contas das usinas. As primeiras análises mostram que havia recursos em caixa para cumprir as negociações judiciais dos débitos, apesar dos argumentos de crise no setor sucroalcooleiro e das enchentes que atingiram Alagoas nos últimos anos. “A situação parece bem diferente do que era passado oficialmente nas negociações. Eles vinham dando calote em todo mundo deliberadamente”, resume um dos credores envolvidos no processo. Na ação de falência do Grupo João Lyra, que corre em sigilo, seus advogados não negam os débitos. Entretanto, dizem que não concordam com os critérios da cobrança. Também apelam para a importância do grupo na geração de empregos, especialmente em Alagoas e Minas Gerais. São cerca de seis mil funcionários diretos.
A história da queda de Lyra começa em 2006, quando o atual deputado gastou parte da sua fortuna em uma campanha desesperada pelo comando do governo de Alagoas. Documentos obtidos com exclusividade por ISTOÉ mostram que desde então as dívidas do usineiro começavam a se acumular e as cobranças judiciais se amontoavam no departamento jurídico do grupo. Na época, Lyra ainda gozava de prestígio de coronel e, apesar de ter perdido a eleição e cerca de R$ 60 milhões que gastou com a campanha, conseguiu usar sua influência para protelar as ações de cobranças, em vez de negociá-las.
Para continuar mantendo seu alto padrão de vida, e as empresas em funcionamento, Lyra iniciou uma estratégia de calotes em série contra bancos privados, tanto estrangeiros como nacionais, e também entidades públicas. A cada ano e período de entressafra da cana-de-açúcar, seu grupo entrava com pedidos de empréstimos em diferentes bancos. Conseguiu abocanhar quase R$ 1 bilhão de pelo menos três instituições estrangeiras (um banco francês, um belga e um inglês), além do Banco do Nordeste, Bradesco e até do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Mas o usineiro, mesmo com o lucro da safra, deixou de pagar os empréstimos. Quando pressionado, renegociava a dívida. Fez isso ao menos seis vezes, segundo o processo de falência do Grupo João Lyra, obtido pela reportagem. Em 2010, a situação chegou ao limite. Os bancos estrangeiros, credores rurais e funcionários com salários atrasados decidiram cobrar a dívida de Lyra.
O calote bilionário se soma à lista de abusos alimentados pela impunidade. A influência de Lyra no Judiciário alagoano é conhecida há tempos. Nos anos 1990, ele conseguiu se livrar de acusações de assassinatos, apesar dos depoimentos e indícios contundentes de sua participação nos crimes. Em 1991, Lyra foi acusado pelo Ministério Público de mandar matar o amante da ex-esposa. Cinco anos depois, o parlamentar foi apontado como o mandante do assassinato do fiscal de renda Sílvio Vianna, que o cobrava por impostos devidos à União. O deputado, por meio de sua rede de influência, conseguiu engavetar os processos, que acabaram prescrevendo depois que ele completou 70 anos.
A última demonstração de poder veio das mãos do amigo e presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, Sebastião Costa Filho, que, durante um plantão de domingo, suspendeu o processo de falência de Lyra. Alegou que a decisão do juiz Marcelo Tadeu não foi imparcial. Tadeu é antigo desafeto do deputado. Mas a decisão de Costa Filho não teve efeito prático. O caso já está no Superior Tribunal de Justiça, por conta de recurso do próprio Lyra. ISTOÉ ouviu dois ministros do STJ. Apesar de ainda não conhecerem a fundo o processo, ambos contaram que em casos semelhantes a corte já decidiu que o dinheiro do dono das empresas deveria ser usado para quitar as dívidas.
A crise nos negócios deixou o parlamentar com a saúde debilitada. A convivência conflituosa com a família tem agravado as doenças. Pai de quatro filhos, entre eles Tereza Collor, a musa do impeachment, o deputado não fez sucessores. Não treinou herdeiros naturais para cuidar dos seus negócios e a família não se encontra com frequência. Nas últimas décadas, suas companhias são assessores muito bem pagos, seguranças e, recentemente, a nova esposa, quase 30 anos mais jovem. Voa de jatinho particular entre Brasília e Maceió, e de helicóptero dentro da cidade.
Ao transitar nos corredores do Congresso, o parlamentar mantém-se distante das discussões e das rodinhas de políticos. Sempre circula pelas laterais, evitando o centro do plenário, onde as televisões captam imagens em tempo real e os deputados se digladiam na disputa por microfones. Isso quando ele aparece na Casa. Além de ser o mais faltoso, tendo comparecido a menos de 30% das sessões de 2012, o deputado apresentou este ano apenas quatro projetos. Três eram simples sugestões a ministérios, e outro foi elaborado sob medida para beneficiar a si mesmo. Pediu à Secretaria de Patrimônio da União a redução do laudêmio e da taxa de ocupação cobrados de quem mora em áreas pertencentes à Marinha. Ocorre que Lyra vive em uma luxuosa cobertura à beira-mar em Maceió e paga cerca de 3% do valor do imóvel à União. Na justificativa do projeto, o deputado alega que as taxas são abusivas e que também é preciso rever a dívida das famílias que acumulam débitos de laudêmio. Ele não paga a taxa há cinco anos. Pelo visto, o coronel continua o mesmo. Mas a possibilidade de que finalmente seja alcançado pela Justiça mostra que os tempos mudaram.

Datafolha aponta que Lula ou Dilma venceria no primeiro turno. Marina Silva é a 2ª melhor colocada para 2014


FERNANDO RODRIGUES – da Folha de São Paulo
Se a eleição presidencial fosse hoje, o PT teria dois nomes com chance de vencer no primeiro turno. Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva têm no momento mais intenções de voto do que todos os possíveis adversários somados, aponta pesquisa Datafolha feita na quinta-feira. Dilma vai de 53% a 57%, conforme o cenário. Lula teria 56% se disputasse a Presidência. No Brasil, vence no primeiro turno o candidato que tem mais da metade dos votos válidos. O PT ganhou três disputas para o Planalto (2002, 2006 e 2010), mas só no segundo turno. O Datafolha ouviu 2.588 pessoas em 160 cidades no dia 13. A margem de erro é de dois pontos percentuais. Embora os percentuais de Dilma e de Lula sejam equivalentes na pesquisa estimulada (quando o entrevistado escolhe um nome a partir de uma lista), a situação muda no levantamento espontâneo. Na pesquisa sem estímulo de nomes, Dilma recebe 26% das preferências. Com menos da metade, mas isolado em segundo, vem Lula, com 12%. Há também 1% cuja preferência é "PT" ou "vai votar no PT". O petismo somado recebe 39% de intenções de voto espontâneas segundo o Datafolha. Os candidatos de oposição têm percentuais modestos no levantamento espontâneo. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) registra 3%. Os também tucanos José Serra e Geraldo Alckmin têm 2% e 1%, respectivamente. Marina Silva (sem partido) aparece com 1%. Outros 46% não responderam. Quando o Datafolha pergunta sugerindo cenários, os percentuais de todos os possíveis candidatos aumentam. Foram testadas quatro listas, sendo três com Dilma e uma com Lula. Os petistas vencem em todas.

JOAQUIM BARBOSA

Uma novidade na pesquisa foi o nome de Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal, relator do julgamento do mensalão. Barbosa pontua 9% quando a candidata do PT é Dilma. Ele empata tecnicamente, na margem de erro, com Aécio Neves, que fica com 11%. Se Barbosa é testado num cenário no qual Lula é o candidato do PT, o presidente do STF registra 10% de intenções de voto. Aécio fica com 9%.

AÉCIO NEVES

Principal nome tucano para 2014, Aécio ainda tem um desempenho tímido. O melhor percentual de Aécio é quando estão na lista só Dilma, Marina e ele. Aí o senador do PSDB registra 14%. Dilma lidera nessa hipótese, com 57%. Marina marca 18%. Quando o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, aparece também como candidato, ele subtrai votos de Aécio. Campos fica com 4%. Aécio desce para 12%. Dilma segue liderando, com 54%. Marina não se move e mantém 18%.

MARINA SILVA

Uma surpresa na pesquisa Datafolha é a resistência de Marina Silva. Ela concorreu a presidente em 2010 pelo PV e teve votação expressiva (19,3%), mas saiu do partido e reduziu sua presença na mídia nos últimos dois anos. Ainda assim, Marina aparece como segunda colocada na disputa para 2014, com percentuais variando de 13% a 18%. Manteve seu patrimônio eleitoral sem ter se dedicado a atividades partidárias.