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Poucas & Boas nº 110: Onde está a mudança?

Álvaro Gomes chama opositores de "pistoleiros" e Ana Dalva rebate

Vereadora Ana Dalva (PPS) rebate Álvaro Gomes (PC do B)

A vereadora Ana Dalva, do PPS de Heliópolis, lamentou o pronunciamento feito pelo Deputado Álvaro Gomes, do PC do B, na última quinta-feira na Assembleia Legislativa da Bahia. Segunda a vereadora, o deputado está jogando na lata do lixo todo o histórico de lutas do parlamentar, tido por ela como um dos mais combativos e coerentes da Bahia. “Acredito que o deputado Álvaro Gomes perdeu o rumo da história quando aceitou filiar ao PC do B os mais ferrenhos defensores oportunistas do ex-senador ACM. Agora quer mascarar uma realidade com discursos repletos de desinformação.”
A vereadora ficou revoltada quando leu no blog Por Escrito, do jornalista Luís Augusto Gomes, postagem relacionada a Heliópolis. Lá diz, sobre a questão da violência nas eleições municipais: “Também em pronunciamento na tribuna, o deputado Álvaro Gomes (PCdoB), deu tintas fortes à situação: “Na realidade, estamos vivendo uma onda de violência em muitas cidades do interior”, afirmou, destacando Heliópolis, “contra a candidatura do prefeito Waltinho”. Segundo Álvaro, “a oposição não se conforma com a derrota e vem praticando atos de violência com pessoas armadas”, que ele define como “pistoleiros”, já que “não são policiais”.”
Segundo Ana Dalva, como o deputado pode afirmar que já há um resultado, se a eleição será dia 7 de Outubro? A vereadora desafia o deputado a divulgar na imprensa o resultado de pesquisa patrocinada pelos governistas, e com registro no TRE, que revela uma realidade momentânea completamente diferente da relatada pelo deputado. “Quem está desesperado é o PC do B, que apostou numa administração fracassada, incompetente e que desconsiderou o povo nestes quase quatro anos!”, afirma. Mas a irritação maior da vereadora é com a questão da violência. “Todos sabem o que o nosso militante Lucas sofreu só porque passou com o carro da nossa campanha em frente à casa do prefeito. O município inteiro sabe que um rojão quebrou o para-brisa de um carro da nossa campanha em frente à minha casa. O rojão estava destinado a explodir dentro da minha casa, mas eles erraram o alvo. Durante quase uma semana venho recebendo ameaças em meu celular.... Quem são os violentos?”
A vereadora Ana Dalva afirma que a violência que existe em Heliópolis é fruto de uma quantidade mínima de policiais, que agora, felizmente, recebeu um reforço. “Além da pouca quantidade que tínhamos, havia policiais dando segurança ao prefeito e à primeira dama, deixando os cidadãos desprotegidos. Felizmente está situação melhorou depois de denúncias nossas.”, disse. Ana Dalva deixa claro que os policiais fazem o que podem e as deficiências são de governo, não dos servidores. Por outro lado, Ana Dalva lembra que a cidade está sem Delegado de Polícia. “A violência é consequência da falta de competência da SSP, do governo Wagner e dos administradores municipais. Onde está o deputado que recebeu a maior quantidade de votos do povo de Heliópolis? Por que ele não luta para termos Delegado de Polícia e um efetivo maior de policias?”, questiona.
A vereadora afirma que o pronunciamento de Álvaro Gomes é uma tentativa de esconder o desastre da administração do PC do B em Heliópolis. “É o fracasso de um projeto que tinha tudo para não dar certo! Agora vem o deputado e denomina nossos vigilantes, verdadeiros soldados contra a compra de voto, de pistoleiros. Eles realmente estão armados com celulares, para registrar qualquer compra de votos, e com o título de eleitor para combater as administrações incompetentes!”, rebate. Ana Dalva também lembra ao deputado que estes que ele hoje chama de pistoleiros, a maioria deles, são ex-militantes que, no pleito anterior, lutaram para eleger o prefeito que o deputado insiste em defender. Inclusive, militantes do PT, partido que rompeu com a administração atual e que tem o vice-prefeito da cidade.
 Por fim, a vereadora do PPS pede ao deputado que, em respeito ao seu histórico parlamentar, retifique o que disse na Assembleia sobre a oposição e sobre os militantes políticos que combatem democraticamente o prefeito do PC do B. “Um deputado com a história de Álvaro Gomes não pode se comportar dessa forma. Seria inconformismo com uma derrota iminente? Ou desespero pela falência de um projeto?”, pergunta a vereadora. Como exemplo desse desespero incomum, Ana Dalva afirma que tudo isso está afetando a Câmara Municipal. “O presidente da casa, que é do PC do B, não realiza sessão há duas semanas. As instituições não podem parar por causa das eleições. É apenas um dia por semana e ainda não funciona. Se ele não pode por alguma razão, que o vice-presidente, também do PC do B, assuma as funções. Onde estamos? Num lugar onde o legislativo só funciona com a presença do seu presidente, que parece levar a chave da casa no bolso. Isso é um absurdo!”, finaliza.

Eleições 2012: Cinco são baleados em Antas



Aldemário foi espancado em Antas
Um tiroteio entre integrantes de facções políticas rivais causou ferimentos à bala em cinco pessoas na madrugada desta sexta, 28, na localidade conhecida como "Casas Populares", na cidade de Antas. Um dos feridos é sobrinho do presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Marcelo Nilo (PDT). Todos foram medicados e estão fora de perigo. O tiroteio teria começado durante uma passeata de um dos dois grupos que disputam a prefeitura do município. Os candidatos são Valdevino Nunes (PDT) - ligado ao deputado Marcelo Nilo -  e Wanderlei dos Santos Santana (PP), dois partidos da base de apoio do governador Jaques Wagner (PT). Os dois estão disputando voto a voto a eleição.
Três dos feridos são ligados ao candidato Valdevino. O deputado Nilo lamentou o episódio. "É um absurdo que a briga política tenha chegado a esse ponto", disse. Por causa do clima tenso, o próprio Nilo requisitou mais segurança ao governo da Bahia, que enviou nesse sexta para Antas um major e mais 27 soldados. Eles vão se juntar aos cinco policiais da delegacia local que abriu inquérito para investigar o caso. Wagner deve visitar o município no domingo para pedir voto em favor do candidato Valdevino Nunes.
 Histórico
O tiroteio ocorrido está longe de ser o único fato violento desta eleição em Antas. O candidato a vice-prefeito de Antas, Luis Eumar Nilo (PDT), é acusado de espancar, no dia 27 de Agosto, um adversário político na localidade conhecida como Nova Anta. O pedetista, que é irmão do presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, deputado Marcelo Nilo (PDT), integra a chapa do postulante a prefeito Valdivino Nunes, seu correligionário, que disputa com Wanderlei Santana (PP), nome indicado pelo atual gestor, Agnaldo Félix (PP), o comando do município do nordeste baiano. Conforme consta no Boletim de Ocorrências (B.O.), registrado no dia posterior na Delegacia Circunscricional de Antas, Aldemário Alves de Matos, de 53 anos, ouvia em seu carro o jingle do pepista, quando Nilo e mais dois homens, conhecidos como “Carlinhos Nilo”, primo do político, e “Ramirinho”, partiram para cima da vítima, quebraram o retrovisor do veículo e deram início à sessão de pancadaria. De acordo com relatos de testemunhas, anexadas ao B.O., durante a confusão, Ramirinho ainda puxou um revólver e passou a agredir a vítima com coronhadas. “No momento da briga muitos populares curiosos se aproximaram, mas quando Carlinhos sacou o revólver todos fugiram das proximidades”, contou a moradora Vivalda Batista, em seu depoimento.
Com informações do Blog do Joilson Costa, jornal A TARDE (Reporter: Biaggio Talento) e do Tabocas Notícias.

Helânio lidera em Cícero Dantas, segundo Séculos/Bahia Notícias

Helânio está na liderança

     Uma pesquisa eleitoral realizada pelo Instituto Séculus, em parceria com o Bahia Notícias, aponta vantagem do postulante Helanio (PR) em Cícero Dantas. O prefeiturável tem 50,6% das intenções de votos na pesquisa estimulada, quando o nome dos candidatos são divulgados. O seu único oponente, Zelito (PDT), tem 39,27%. Já 6,04% dos entrevistados declararam que não pretendem votar em nenhum dos dois, 2,11% ainda não decidiram e 1,96% não opinaram. O levantamento também questionou em quem os eleitores não votariam. No quesito rejeição, Zelito tem 49,85%, Helanio 36,25%, e 13,9% dos ouvidos não recusaram nenhum postulante ou não opinaram. O instituto ouviu 622 pessoas e a margem de erro estimada é de 3,8 pontos porcentuais para mais ou para menos. A amostragem está registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) sob o protocolo BA-00240/2012.

Quando parir dá sorte!


Norueguesa faz família ganhar na loteria toda vez que ela dá à luz!
Hege, ao lado do marido: parindo com sorte!
Uma jovem moradora da pequena cidade de Austevoll, na Noruega, tem o estranho (e invejável) poder de fazer com que alguém da sua família ganhe na loteria toda vez que ela dá à luz. Em 2008, quando Hege Jeanette Oksnes teve seu primeiro filho, seu pai ganhou 4,2 milhões de coroas (moeda oficial da Noruega). Três anos depois, foi ela mesma quem levou a bolada de 8,2 milhões, dias depois do nascimento do segundo filho. No último fim de semana, foi a vez do irmão de Oksnes: 12,2 milhões de coroas, meses depois do nascimento do terceiro filho da jovem. Ao total, a família acumulou 24,6 milhões de coroas, que equivale a cerca de R$ 8,5 milhões. Mas, para quem pensa que a moça vai continuar tendo filhos, ela afirma: “já temos dinheiro o suficiente”. Oksnes conta que gastou o dinheiro com carros e algumas viagens, mas que grande parte está no banco, pois planeja construir uma nova casa. Aqui entre nós, se isso fosse possível os pobres do Brasil estariam ricos! O IBGE comprova que a taxa de natalidade é maior entre os que menos possuem. Em Heliópolis então, o saudoso Chico de Minininha e sua sagrada esposa teriam um patrimônio financeiro incomum. 
Informações da agência Reuters, via Bahia Notícias.

Candidata a vereadora é assassinada


A candidata a vereadora de Valparaíso de Goiás, Sandremeire Pereira da Silva, 44 anos, foi executada a tiros na noite de segunda-feira (24/9). Ela saía da casa de uma amiga, quando dois homens se aproximaram e dispararam diversas vezes. Pelo menos sete disparos atingiram o carro da vítima, que estava acompanhada da filha de 12 anos e da nora. A garota foi atingida na perna e a nora que foi atingida de raspão nas costas. Sandremeire foi baleada e perdeu o controle do carro, batendo em um poste perto de uma escola da região. A delegada responsável pelo caso, Karina Duarte, descarta a hipótese de crime político, mas afirmou que está trabalhando também com a possibilidade de envolvimento com drogas, já que o irmão e o marido foram mortos por causa deste crime. A polícia não confirmou o número de disparos efetuados na ação, entretanto testemunhas que acompanharam a cena relataram que foram realizados no mínimo 17 disparos.
Informações do Correio Braziliense.

Garota de 8 anos é atropelada diante dos pais em Aracaju

Isabela chegou a ser socorrida, mas não resistiu.

Uma menina de 8 anos de idade, Isabela  Santos das Neves, morreu ao ser atropelada por uma caminhonete no momento que atravessava de bicicleta a Rodovia José Sarney, na praia do Robalo. Ela foi atingida pelo veículo e caiu 15 metros depois numa poça de água na margem da rodovia. Isabela era filha de José Wilson das Neves, conhecido pelo apelido de Tigrão, natural do município de Heliópolis, com residência fixa em Aracaju. Tigrão é filho de Leonilde Neves, moradora do povoado Angico, na divisa de Fátima com Heliópolis.
Câmeras de segurança de uma residência registraram o momento do acidente que ocorreu no fim da tarde da sexta-feira (21) quando os pais da menina voltavam para casa. Eles passavam de motoneta por uma rua e a filha vinha logo atrás de bicicleta. Os pais pararam a motoneta na esquina da Rodovia José Sarney, mas a vítima tentou atravessar a pista, ao avistar o farol do carro, ocorreu o atropelamento. A cena foi assistida pelos pais, que ficaram aterrorizados.
O flagrante foi feito pelos policiais da Delegacia de Delitos de Trânsito. O motorista pagou fiança de aproximadamente 10 salários mínimos e vai responder a justiça em liberdade. No inquérito os policiais registraram que o motorista freou ao perceber a presença da menina. Na medição dos policiais foram 37 metros de frenagem até o momento em que o carro parou.
No IML foi constatado que a menina recebeu uma forte pancada no tórax e ao cair bateu a cabeça e não resistiu. O velório foi na casa dos pais, no povoado Robalo. Na despedida da criança muita tristeza dos parentes. Antes de sepultamento o Samu foi chamado porque a mãe da vítima grávida de cinco meses passou mal durante o velório.
Informações do G1. Veja o video do acidente clicando aqui.

Baixo investimento público em saúde contribui para desigualdade no Brasil


CFM analisa relatórios internacionais e mostra preocupação com subfinanciamento da saúde, que tem afetado indicadores que avaliam a qualidade de vida e de bem-estar
O fortalecimento e a eficácia do Sistema Único de Saúde (SUS), com impacto direto na redução das desigualdades na assistência e na melhora dos indicadores sanitários e de qualidade de vida, estão ameaçados pelo baixo financiamento público. A análise é do Conselho Federal de Medicina (CFM) com base em levantamentos realizados por organismos internacionais que confirmam a timidez do investimento público em saúde no Brasil, além do consequente reflexo nos resultados alcançados pelo modelo de atenção nos campos do cuidado, prevenção e promoção.
Esse entendimento dialoga com conclusões do Relatório “Saúde nas Américas 2012”, lançado essa semana pela Organização Pan-Americana da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS). Este trabalho indica que, no Brasil, apesar dos avanços alcançados ao longo das últimas décadas, permanece um cenário de desigualdade que afeta a população. Aponta ainda para a realidade das doenças crônicas não transmissíveis, as causas externas e a tuberculose.
Para o presidente do CFM, Roberto Luiz d’Avila, a necessidade de acabar com o subfinanciamento da saúde no país se impõe. “Se aumentamos a expectativa de vida e reduzimos a mortalidade infantil, poderíamos ter ido ainda mais longe. No entanto, sem aportes que garantam as políticas públicas necessárias e uma gestão que entenda a relevância das medidas estruturantes em lugar das de apelo midiático, problemas graves poderão comprometer todas as nossas conquistas”.
Comparação internacional - De acordo com o CFM, dados da OMS (Estatísticas Sanitárias 2012) mostram que o Governo brasileiro tem uma participação aquém das suas necessidades e possibilidades no financiamento. Do grupo de países com modelos públicos de atendimento de acesso universal, o Brasil é o que tem a menor participação do Estado (União, Estados e Municípios). Esse percentual fica em 44%, pouco mais que a metade do investido pelo Reino Unido (84%), Suécia (81%), França (78%), Alemanha (77%), Espanha (74%), Canadá (71%) e Austrália (68%). Até a vizinha Argentina tem desempenho melhor (66%). Confira a Tabela I.
O mapa da OMS revela que os países com melhor performance na razão médico-habitante e em outros indicadores são aqueles com sistemas universais de saúde, com forte participação do Estado no financiamento, na gestão e na prestação de serviços. Países com maior gasto público do que privado em saúde – como Alemanha, França, Itália, Espanha, Inglaterra e outros – têm mais médicos por habitante e melhores índices em saúde. São também os governos que mais gastam em saúde proporcionalmente aos seus orçamentos totais, e cujas despesas nessa área representam a mais alta porcentagem do PIB.
No Brasil, levantamento do CFM aponta um número de médicos suficiente para atender as demandas nacionais (em torno de 373 mil profissionais). No entanto, com a falta de políticas de recursos humanos, que valorizem a Medicina, e o subfinanciamento público da saúde, não há políticas que estimulem a desconcentração dos médicos, evitando a desigualdade no acesso à assistência.
Sem esses parâmetros, os médicos permanecem nos grandes centros e áreas desenvolvidas e fora do SUS. Com isso, a falta dos profissionais se faz notar, sobretudo, nos municípios pobres da Amazônia e do Nordeste e nos serviços públicos. Para o CFM, o país precisa de uma ação do Estado que contribua para a fixação do médico nas zonas de difícil provimento e seu ingresso no Sistema Único.
Impacto no IDH - No entanto, o impacto negativo do baixo investimento público em saúde transparece ainda em outros dados. O mesmo Brasil, no qual a participação estatal é tímida na assistência, perde posições importantes no ranking internacional que mede o comportamento dos Indicadores do Desenvolvimento Humano (IDH), promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU). Entre 187 países, o Brasil fica na 84ª posição.
“Trata-se de uma posição nada lisonjeira para quem se coloca entre os 10 mais ricos do mundo, com pretensões de ser a sexta economia do mundo”, ressaltou o 1º vice-presidente do CFM, Carlos Vital. Não por coincidência, a frente do Brasil aparecem nações nos quais a participação do Estado no financiamento em saúde é proporcionalmente maior. Além disso, estes mesmos países também apresentam uma relação médico x paciente maior que a brasileira.
“Todos sabem que um médico, apenas com estetoscópio no pescoço, por mais bem intencionado que seja não terá condições plenas de tratar e salvar vidas. É preciso entender a necessidade de ampliar o financiamento da saúde no Brasil. Alemanha, França, Espanha, Uruguai, Argentina e Inglaterra – que possuem uma razão médico x habitantes superior a do Brasil - já aprenderam a lição. Ou seja, entende-se que essa relação entre o número de profissionais e o tamanho da população não é bastante para garantir bom atendimento, sendo necessário também mais recursos e melhor gestão para manter de pé os programas e as políticas assistenciais”, apontou Carlos Vital.
Outros indicadores – Confrontado com a necessidade de mais recursos públicos para o SUS e com uma demanda crescente em saúde, o Brasil também patina na melhora de indicadores que poderiam ter avançado mais, se a realidade do financiamento e da gestão fosse diferente. “Em países com uma maior proporção médico x habitante, invariavelmente a presença do Estado no financiamento da saúde tem se mostrado maior. Além disso, os indicadores que avaliam a qualidade de vida e o bem-estar da população destes países tendem a refletir esse esforço do setor público em participar mais do financiamento”, avalia Aloísio Tibiriça, 2º vice-presidente do CFM e coordenador da Comissão Nacional Pró-SUS.
Dois exemplos são citados pelo CFM. Todos os países que investem mais em saúde, além de terem mais médicos por mil habitantes e estarem melhor posicionados no ranking do IDH, ainda contam com uma maior expectativa média de vida em anos e menores taxas de mortalidade neonatal (primeiros 28 dias de vida), conforme o mesmo estudo Estatísticas Sanitárias 2012. Para o CFM, o esforço público brasileiro existe, mas poderia ser maior ou melhor orientado se o país contasse com uma visão estruturante na gestão da saúde e os anunciados avanços na esfera econômica fossem estendidos ao campo das políticas sociais, como o SUS.
Com exceção apenas da África do Sul, onde a peculiaridade social e o descaso com doenças como a Aids mantém baixa a expectativa da população (55 anos), os demais países onde o setor público participa mais do que o setor privado no financiamento da saúde apresentam maior expectativa de vida que o Brasil (75). É o caso, por exemplo, da Argentina (75), México (76), Chile (79), Portugal (79), Canadá (81), Reino Unido (80), França (81) e muitos outros.
No que diz respeito à taxa de mortalidade neonatal, a tendência é a mesma. A exceção novamente da África do Sul e outras poucas nações, a taxa parece cair à medida que o setor público participa mais do financiamento. Com base nos dados da OMS, o CFM mostra que, no Brasil, a proporção é de 12 mortes por 1.000 nascidos vivos. No topo aparece a Dinamarca, cujo estado se responsabiliza por 85% do gasto total em saúde, essa taxa fica em apenas 2. Na América do Sul, Uruguai (6), Argentina (7) e Chile (5) também apresentam melhores resultados. Confira os demais países na Tabela II.
“Embora essa correlação entre o gasto por habitante e estes indicadores não seja facilmente mensurável – já que aumentar o gasto não significa necessariamente ampliar o acesso da população –, os dados sugerem que o Brasil ainda precisa investir muito mais na saúde pública para se igualar aos países que oferecem um sistema universal de assistência”, completa Tibiriça.
Informações do portal do Conselho Federal de Medicina.

Professores brasileiros abandonam Timor-Leste por falta de pagamento


Grupo de 30 pessoas viajou há sete meses para o país do Sudeste Asiático por meio de um programa de cooperação acadêmica; amanhã, sexto integrante retornará ao Brasil antes do prazo acertado por estar sem receber salário desde o mês de junho
BRUNO DEIRO - de O Estado de S.Paulo
Sede da UNTL em Dili - capital do Timor Leste
Um grupo de professores brasileiros que há quase sete meses foi para o Timor-Leste para participar de um programa de cooperação acadêmica acusa a única universidade do país asiático de não cumprir o acordo. O acordo está previsto para durar até novembro, mas amanhã o sexto dos 30 docentes do projeto retornará ao País antes do prazo por causa do atraso nos salários, que não são pagos desde junho.
De acordo com os professores, há dificuldades para obter informações sobre os atrasos na Universidade Nacional do Timor-Leste (UNTL). "O reitor se recusa a nos receber e está fora do país", diz Flávio Tonnetti, que faz parte do grupo. Segundo ele, a maioria tem recorrido à ajuda de amigos e familiares, além de empréstimos em banco, para se manter no Timor-Leste.
Depois de uma seleção feita no final do ano passado pela Universidade Mackenzie, em São Paulo, os professores viajaram em fevereiro para dar aula de português, biologia e química e receber um salário mensal de US$ 3,5 mil, que seria bancado pela universidade timorense. "Recebemos o primeiro pagamento somente em maio", diz Carlos Gontijo, de 29 anos, que deu aulas de língua portuguesa e retornou em junho. "Ficávamos em um hotel cujo dono aceitou receber depois as diárias de hospedagem e alimentação. Mas teve gente que não aguentou e voltou antes."
É o caso de Alexandre Marques, de 33 anos, que retornou no início de maio, graças à ajuda de um grupo de professores de uma escola portuguesa em Dili. "Eles juntaram dinheiro e pagaram os cerca de US$ 300 para a remarcação da passagem", diz o professor de português, que mora em Cotia e abriu mão de dois empregos para viajar. "Sustento minha família e achei que conseguiria juntar algum dinheiro, mas tive de voltar porque estava acumulando dívidas lá e aqui."
O Timor-Leste é uma ex-colônia portuguesa que foi ocupada pela Indonésia entre 1975 e 2002, período no qual o uso do português foi proscrito. Com a independência, em 2002, o português voltou a ser uma das línguas oficiais, mas faltam professores para ensiná-lo aos jovens.
Atrasos. Sem contrato assinado, os professores entraram no país com um visto provisório de turista, que expirou em 30 dias. O contrato foi modificado duas vezes até ser consolidado.
A UNTL alegou uma questão burocrática para o primeiro atraso no pagamento e a demora na assinatura do contrato: o estatuto da entidade não permite que o valor seja repassado diretamente aos professores estrangeiros. A gestão dos recursos ficou por conta da Fundação das Universidades Portuguesas (FUP), que efetuou o primeiro pagamento no fim de maio.
O Mackenzie, que segundo os professores teria garantido informalmente que o acordo seria cumprido, lembra que o edital previa responsabilidade total da universidade timorense pelo pagamento. "A única atribuição do Mackenzie é monitorar o desenvolvimento das atividades acadêmicas, nada interferindo no pagamento dos salários dos docentes. Mesmo com o problema do atraso de salários, as atividades acadêmicas transcorrem dentro dos prazos previstos", defende-se a entidade.
A principal queixa do grupo que continua no Timor-Leste sobre o novo atraso é de que desta vez não há esclarecimentos. "O cenário é pior, pois as relações estão desgastadas e não temos qualquer previsão de resolução", afirma Tonnetti. O Itamaraty afirma que o governo brasileiro não tem relação com o convênio firmado entre o Mackenzie e a UNTL, mas está tentado ajudar informalmente. No último dia 7, durante um evento na embaixada em Dili, os professores cobraram ações de autoridades timorenses, mas não tiveram resposta.
O Mackenzie diz ter recebido um comunicado da FUP que garante que o pagamento será feito ainda nesta semana. O Estado tentou entrar em contato com a entidade portuguesa, mas não obteve resposta.

Violência nas escolas: polícia registra uma ocorrência por dia em Salvador


As razões para os conflitos entre estudantes dentro das escolas vão desde brigas provocadas por disputa por namorados, cortes de cabelo e times de futebol até facadas por questões ligadas ao tráfico de drogas
Jorge Gauthier e Luana Ribeiro – da redação do CORREIO
Familiares não quiseram falar durante sepultamento do
corpo de Thailson, morto em frente à escola.
(Foto: Almiro Lopes)
Diariamente, estudantes trocam as carteiras escolares pelos bancos da Delegacia para o Adolescente Infrator (DAI), em Brotas. Em 136 dias letivos de 2012 –, excluindo o recesso junino, os feriados e quatro dias de paralisações nacionais -, foram registradas 138 ocorrências policiais envolvendo estudantes em escolas das redes estadual, municipal e particular.
As razões para os conflitos entre estudantes dentro das escolas vão desde brigas – com lesões corporais – provocadas por disputa por namorados, cortes de cabelo e times de futebol até facadas por questões ligadas ao tráfico de drogas.
Das 138 ocorrências registradas este ano, 103 aconteceram dentro de escolas da rede estadual de ensino, segundo a delegada Claudenice Mayo, titular da DAI - e durante 115 dias os professores estaduais estiveram em greve, o que afetou o funcionamento da maioria das escolas de Salvador. “São fatos que aconteceram dentro ou na porta das escolas. Todo dia tem um registro policial envolvendo aluno de alguma escola aqui na delegacia”, pontua.
Na quinta-feira (20), o estudante Thailson da Silva Paranhos, 17, foi morto a facadas em frente à Escola Estadual Teodoro Sampaio, em Pirajá. Ele vestia a farda da Escola Estadual Alberto Santos Dumont. Segundo a polícia, ele teria ameaçado um aluno da Teodoro Sampaio.
O corpo do estudante foi sepultado ontem à tarde no Cemitério Municipal de Pirajá. Além dos familiares, colegas da escola compareceram fardados à cerimônia. A família de Thailson não quis falar com a imprensa. Até ontem, ninguém tinha sido detido.
E esse foi o segundo caso na mesma semana. Na segunda-feira, Emile Raiana Barbosa  dos Santos, 14, foi morta a facadas em Periperi, depois de uma briga em que sua irmã se envolveu na Escola Estadual Felipe Busquet. O principal suspeito é um homem de prenome Cleidson.
A Secretaria da Educação do Estado (SEC), através da assessoria, disse desconhecer a quantidade elevada de ocorrências registradas na DAI, informou que vai solicitar dados oficiais à Polícia Civil e que só então se pronunciará sobre as medidas que toma. A SEC pontua que é feito um acompanhamento diário dos casos de agressão que acontecem dentro das escolas junto com a Ronda Escolar da PM.
Motivações 
Dos registros de ocorrências feitos este ano, há atos infracionais ocorridos em escolas de mais de 70 bairros. “Eles discutem por tudo dentro da sala. Às vezes por um corte de cabelo que um acha feio começa o bullying e quando vemos a situação já é de confronto físico entre os alunos”, conta uma professora de Português que trabalha há 15 anos na rede estadual.
“Em anos anteriores já tivemos casos de estupro e de homicídios até dentro da sala de aula. Esses atos são resultado da violência que os estudantes já carregam da vida externa para as escolas”, diz Mayo.
A entrada de armas, principalmente brancas, dentro das escolas, é questão complicadora da segurança. A falha de segurança, segundo a delegada, só pode ser resolvida com trabalho conjunto de pais e professores. “As escolas são inseguras. Já se pensou até em colocar detector de metais, mas não foi viável. É fundamental que os pais observem os pertences dos seus filhos e que as escolas façam vigilância constante”, diz Mayo.
Ontem, a delegada Claudenice Mayo realizou uma palestra no Colégio Estadual Brigadeiro Eduardo Gomes, em Brotas. Falou sobre os direitos e deveres dos adolescentes. Na exibição, os alunos sabiam responder de imediato questões relacionado a crimes. “Eles convivem com a criminalidade e acaba sendo uma rotina falar dessas coisas”, diz a delegada.
Município
Segundo os dados da DAI, 26 agressões ocorreram em escolas da rede municipal de Salvador. A Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer (Secult) informou que  não utiliza equipamentos como câmeras ou detectores de metais.
“É uma questão muito delicada, pois apesar de oferecerem defesa contra a violência, (os equipamentos) criam um clima pesado no ambiente escolar”, diz a coordenadora de ensino da Secult, Gilmária Cunha. Ela destaca, entre as ações da secretaria, o projeto Mediando Conflitos nas Escolas, realizado em 47 instituições da rede com turmas do 6º ao 9º ano (5ª à 8ª série), que promove ciclos de palestras com psicólogos e personalidades do esporte.