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Poucas & Boas nº 110: Onde está a mudança?

Wagner inaugura 1ª etapa do Águas do Sertão


Solenidade concorrida na inauguração

     As obras da primeira fase do Projeto Águas do Sertão foram concluídas pela Companhia de Engenharia Ambiental e Recursos Hídricos da Bahia (Cerb) e inauguradas neste sábado, em Cícero Dantas, pelo governador Jaques Wagner. O Águas do Sertão aproveita o grande potencial hídrico subterrâneo do Aquífero Tucano. O projeto avança na universalização da oferta de água em nas sedes municipais de Cícero Dantas, Fátima, Heliópolis, Paripiranga e 22 povoados, beneficiando 82 mil 932 habitantes, com investimentos de R$ 78,4 milhões.
O governador inspecionou tudo cuidadosamente

     Nesta fase, foram perfurados quatro poços tubulares profundos e implantados 142,8 km de adutora, mais seis estações elevatórias, duas com equipamentos de alta potência. Também foram concluídos um sistema de tratamento com seis casas de química e quatro de cloração, 100,6 km de rede de distribuição e sistema de reservação, composto de reservatórios de até 3 milhões de litros de água. A adutora será a primeira de uso múltiplo na Bahia, com previsão de utilização para atender ao abastecimento humano, a dessedentação de animais e a oferta para uso agroindustrial, segundo o presidente da Companhia de Engenharia Ambiental e 
Recursos Hídricos da Bahia (Cerb), Bento Ribeiro. 
Wagner anunciou a 2ª etapa do projeto
     A Bacia Sedimentar de Tucano é uma das maiores reservas de água subterrânea de boa qualidade e única alternativa de manancial da região, que concentra 13% da população que não tem acesso à água de qualidade. O governador Jaques Wagner, na cerimônia de inauguração, informou que a segunda fase do projeto deve começar ainda este ano, assim que o governo federal liberar a verba. Wagner disse ainda que esta nova etapa deve estar pronta no final de 2013 ou início de 2014. Na solenidade concorrida, vários prefeitos, vereadores e líderes políticos estavam presentes. Em Cícero Dantas, o governador foi recepcionado pelo prefeito Weldon, pelo vice Gilmar e pela deputada Fátima Nunes.

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ISTOÉ revela que tem Serra na trilha de Cachoeira


     Em reportagem desta semana, a ISTOÉ mostra o esquema de Cachoeira e o governo Serra. CPI e Ministério Público investigam como o grupo do bicheiro Carlinhos Cachoeira atuou em São Paulo através de contratos da construtora Delta com a Prefeitura e o Estado em obras na marginal Tietê
     Pedro Marcondes de Moura – do portal da ISTOÉ.
José Serra
CONEXÃO
Em conversas telefônicas, Cachoeira fala sobre
contratos públicos em São Paulo nas
gestões de Serra e Kassab
Os desdobramentos da Operação Monte Carlo, que investiga as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com governos estaduais e municipais, chegaram ao principal bunker da oposição: o Estado de São Paulo. Em Brasília, parlamentares que compõem a “CPI do Cachoeira” já tiveram acesso a conversas telefônicas gravadas com autorização judicial entre junho do ano passado e janeiro deste ano. Elas apontam que a construtora Delta, braço operacional e financeiro do grupo do contraventor, foi favorecida nas gestões de José Serra (PSDB) e de seu afilhado político Gilberto Kassab (PSD) na prefeitura e também quando o tucano ocupou o governo do Estado. Em 31 de janeiro deste ano, por exemplo, Carlinhos Cachoeira telefona para Cláudio Abreu, o representante da empreiteira na região Centro-Oeste, atualmente preso sob a acusação de fraudar licitações e superfaturar obras. Na ligação (leia quadro na pág. 43), o bicheiro pergunta se Abreu teria conversado com Fernando Cavendish, oficialmente o dono da construtora, sobre “o negócio do Kassab”. Em seguida, diz a Abreu que o prefeito de São Paulo “triplicou o contrato”. Essa conversa, segundo membros da CPI e do Ministério Público de São Paulo, é um dos indícios de que a organização de Cachoeira também teria atuado com os tucanos e seus aliados em São Paulo. “Os depoimentos de Cachoeira e Abreu serão fundamentais para que se descubra o alcance das relações entre a empreiteira e políticos”, diz o relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG).
NOVO INQUÉRITO 
O MP de São Paulo encontrou indícios de
conluio entre agentes públicos e 
construtora Delta para fraudar
licitações em obras realizadas na capital
paulista. O promotor vai investigar
contratos da gestão Kassab (abaixo)

(Clique para ampliar)
A Delta começou a prestar serviços à capital paulista em 2005, quando Serra assumiu o comando do município. Inicialmente, os contratos somavam R$ 11 milhões. A partir de 2006, quando Serra deixou a prefeitura e venceu as eleições para governador, os negócios da empreiteira com o município se multiplicaram, em muitos casos sem licitação. Em 2010, ano em que o tucano disputou a Presidência, os repasses chegaram a R$ 36,4 milhões. Entre 2008 e 2011, os pagamentos da prefeitura para a Delta ultrapassaram R$ 167 milhões. O que chama mais a atenção da CPI e do Ministério Público de São Paulo, porém, é o fato de a Delta ter vencido em outubro do ano passado uma concorrência para limpeza urbana no valor de R$ 1,1 bilhão. O MP abriu um inquérito para apurar se houve fraude na licitação. Há suspeitas de uso de documentos falsos e de edital dirigido. “Se a Delta cometeu essas irregularidades em outros Estados e municípios, precisamos apurar se isso ocorreu também em São Paulo”, diz o promotor Silvio Marques, do Patrimônio Público. Na quarta-feira 2, ele encaminhou ofício à PF, solicitando acesso às investigações da Operação Monte Carlo.
ELE DE NOVO 
Então diretor da Dersa, Paulo Preto, o polêmico
arrecadador tucano em 2010,
foi o responsável por contratar
a construtora Delta para obras
 viárias em São Paulo

(Clique para ampliar)
Entre a papelada, o promotor receberá a transcrição de uma conversa gravada com autorização judicial ocorrida em 4 de agosto do ano passado. No diálogo, a que ISTOÉ teve acesso, um homem identificado como Jorge pergunta para Gleyb Ferreira, segundo a PF uma espécie de “faz-tudo” de Cachoeira, sobre o edital de uma licitação. “E aí, evoluiu aquele negócio?”, pergunta Jorge. “Aguardamos estar com o edital hoje à tarde. O Carlinhos (Cachoeira) quer que a gente converse com o Heraldo (Puccini Neto, representante da Delta na região Sudeste). Já estamos conseguindo uma prorrogação com o secretário para o dia 31 ao invés do dia 15”, responde Gleyb. Para a PF, o diálogo se refere à concorrência de R$ 1,1 bilhão vencida pela empresa ligada ao bicheiro. O Ministério Público já apurou que foram necessários dois editais para a concorrência. No primeiro, a Delta foi desclassificada.
Gilberto Kassab
Se a Delta multiplicou seus contratos com a prefeitura entre 2005 e 2011, um movimento semelhante ocorreu com o governo de São Paulo, quando Serra chegou ao Palácio dos Bandeirantes em janeiro de 2007. Durante o mandato do tucano, a construtora recebeu R$ 664 milhões do governo paulista. O valor corresponde a 83% de todos os 27 convênios firmados pela Delta com o Estado de São Paulo na última década. A obra mais polêmica é a ampliação da Marginal Tietê, um dos cartões de visita da campanha presidencial de Serra em 2010. Além de inúmeros problemas, como atrasos e falta de compensação ambiental, o valor pago ao consórcio Nova Tietê, liderado pela Delta, sofreu um reajuste de 75%. Na quarta-feira 2, o Ministério Público de São Paulo instaurou Inquérito Civil para apurar a existência de irregularidades na licitação, superfaturamento e conluio entre agentes públicos.
Segundo documentos obtidos por ISTOÉ, a obra da Marginal era acompanhada dentro do governo de São Paulo por Delson José Amador e Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, que no PSDB é identificado como um dos arrecadadores das campanhas eleitorais de Serra. Tanto Paulo Preto como Amador são citados na Operação Castelo da Areia, da Polícia Federal, por suposto envolvimento com empreiteiras. Pelo lado da Delta, o responsável pelo gerenciamento da obra era o diretor da empreiteira para a região Sudeste, Heraldo Puccini Neto. Ele está foragido, após ter a prisão preventiva decretada por envolvimento em suposto esquema de fraude em licitações na área de transporte público do Distrito Federal. “A apuração sobre os contratos da Delta com o governo paulista pode levar ao caixa 2 dos tucanos em São Paulo”, afirma o deputado estadual João Paulo Rillo (PT). “Não podemos nos limitar a fazer uma análise política”, diz o líder tucano Álvaro Dias (PR). “Devemos checar todos os contratos da Delta para saber de que forma foram celebrados e se os preços praticados foram justos. Afinal, a empresa foi a principal patrocinadora da relação do bicheiro Cachoeira com os recursos públicos.”
     Colaborou Claudio Dantas Sequeira.

Virou moda: Vazam fotos de Carolina Dieckmann nua


   O caso lembra o da atriz americana Scarlett Johansson. Atriz ainda não se manifestou

    Fotos que seriam da atriz Carolina Dieckmann nua vazaram na internet na tarde desta sexta-feira (4), divulgadas inicialmente em uma comunidade da rede social Orkut. Nas imagens, ela aparece fotografada por si mesma.
   São 36 fotos com uma moça loira que parece ser a atriz. A assessoria de Dieckmann foi procurada pela reportagem do site da revista Veja mas não quis se pronunciar. As fotos já estão circulando em várias redes sociais.
   Em algumas fotos, a atriz aparece mandando beijos. Em outras, ela tirou a fotos de frente para um espelho.
   O caso lembra o da atriz americana Scarlett Johansson, que no começo do ano teve fotos divulgadas por um hacker - as imagens mostravam a atriz nua e estavam em seu celular.
   O assunto já chegou aos mais comentados no Twitter do Brasil. (Retiramos as outras fotos a pedido da assessoria da atriz)
   Com informações complementares do CORREIO.

VEJA mostra a farra entre o público e o privado na CPI do Cachoeira


     Corrupção: Uma CPI para investigar a farra entre o público e o privado. Comissão criada para mapear o crescimento da construtora Delta e seus negócios nebulosos com políticos em todo o país tem a chance de fazer a maior faxina desde o escândalo do mensalão
     Daniel Pereira, Otávio Cabral e Rodrigo Rangel - do portal de VEJA
INTERESSES - Alvo da CPI, Fernando Cavendish, dono da construtora Delta (no centro), é amigo e cliente de muitos políticos.
Na festa acima, em Paris, ele acompanhava o governador Sérgio Cabral, do Rio, onde fatura bilhões em obras
A CPI para investigar as relações do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlos Cachoeira, com políticos e empresas que têm contratos com a administração pública saiu do papel em alta velocidade. A gravidade dos fatos levantados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público — o pagamento de propina a autoridades, a troca de favores entre a máfia do jogo e parlamentares e a assinatura de contratos públicos azeitados à base de tráfico de influência — produziu um fato raríssimo: a instalação da CPI contou com o apoio de governistas e oposicionistas. O Congresso deu mostras de disposição para fiscalizar a aplicação dos recursos públicos, uma de suas mais nobres missões. Se nasceu sem dores, a CPI começou a caminhar com dificuldades. Aprovado na quarta-feira passada, o plano de trabalho da comissão apenas tangencia o epicentro das irregularidades apontadas pelos policiais federais e pelos procuradores. A CPI decidiu ouvir os coadjuvantes das malfeitorias, mas, por enquanto, vacila em chamar para depor deputados e governadores suspeitos de manter relações promíscuas com Cachoeira e a empreiteira Delta, um colosso da construção civil com obras contratadas por governos do PT, do PSDB e do PMDB.
A desenvoltura multipartidária da Delta explica o começo claudicante da CPI que nasceu com o potencial de fazer uma faxina pública como não se via desde que o escândalo do mensalão foi destrinchado, em 2005, com o indiciamento de cerca de uma centena de pessoas. O deputado petista Odair Cunha, relator da CPI, tentou limitar geograficamente as investigações sobre a Delta e suas obras no Centro-Oeste. O ex-diretor da empreiteira para aquela região, Cláudio Abreu, está preso. O plenário da comissão, no entanto, arrancou do relator a promessa de investigar a atuação da Delta em todo o território nacional. Está pronto para votação o requerimento de convocação do dono da Delta, Fernando Cavendish, e de diretores regionais da empresa.
"A base governista foi derrotada. Vamos investigar os aditivos nos contratos da Delta com o Dnit, principalmente aqueles assinados em períodos eleitorais", avisa o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Quando isso será feito — e se realmente será feito, devido às ligações também multipartidárias de Cavendish — ainda não está definido. A comissão ouvirá neste mês os depoimentos de delegados e procuradores envolvidos na investigação, seguidos de Cachoeira e seus comparsas presos. O único político com depoimento marcado é o senador goiano Demóstenes Torres, o, por enquanto, mais notório membro do esquema de Cachoeira. O Senado abriu um processo por quebra de decoro contra ele, que pode comparecer à comissão já na condição de parlamentar cassado (leia a reportagem aqui). Ou seja: tem-se definida apenas a primeira fase da investigação, que tratará de temas e personagens cujos feitos e malfeitos são de conhecimento público. Nada além disso. Segundo o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), a segunda fase aumentará a temperatura dos trabalhos. Nela, será travada a "grande batalha" pela convocação das autoridades de maior calibre. "O vazamento das informações impede a costura de acordões para abafar a investigação ou poupar autoridades", diz Vital.
Além de Fernando Cavendish, os governadores Sérgio Cabral (PMDB-RJ), Marconi Perillo (PSDB-GO) e Agnelo Queiroz (PT-DF) e pelo menos cinco deputados federais ainda não foram convocados para prestar esclarecimentos. Sobre muitos deles há uma fartura de indícios de envolvimento com o esquema. Por enquanto, a CPI vai se concentrar no que já foi revelado. Mas não há garantia de que o universo da apuração fique restrito. O plano de trabalho de Odair Cunha deixa brechas para investir sobre qualquer tema: políticos, procuradores, empreiteiras e até a imprensa. Não está fechada, portanto, a porta aberta pelo PT para desqualificar o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, defensor da condenação dos mensaleiros no Supremo Tribunal Federal, e a parte da imprensa que, segundo o ex-presidente Lula, ajudou a montar a "farsa do mensalão". "Todas as pessoas que foram corrompidas ou cooptadas pela organização criminosa têm de ser investigadas. Não haverá blindagem nem proteção a quem quer que seja", disse Odair.
Hoje, há pelo menos duas ofensivas em marcha para pôr cabresto na CPI. A presidente Dilma Rousseff não quer que a comissão seja usada com os fins estritamente políticos planejados pela falconaria petista. Ela tem dito que teme que a comissão domine a agenda política, paralise o Congresso e prejudique ações do governo. Além disso, afirma não ter receio de que as investigações atinjam seu governo e lembra que, se atingirem, não se furtará a demitir os envolvidos com culpa provada — aliás, como vem agindo desde o início do mandato, o que é um dos motivos de sua expressiva aprovação popular.
Dê um clique para ampliar o infográfico
A Delta tem contratos com governos de todas as cores. Algumas dessas relações já foram reveladas, o que deixou na berlinda políticos de primeira grandeza do PT, PMDB, PSDB e DEM. O campo já era fértil para um acordo velado, que vinha sendo costurado às sombras. Mas a entrada de Sérgio Cabral no palco das investigações tornou as negociações para abafar o escândalo político mais explícitas. Há dez dias, o blog do deputado Anthony Garotinho (PR-RJ), adversário político de Cabral, publica fotos e vídeos de viagens do governador, sua mulher e seus secretários mais próximos com Fernando Cavendish a Paris e Mônaco. Em hotéis e restaurantes de luxo, o grupo comemora aniversários, noivados, casamentos e conquistas políticas e comerciais. Cabral, considerado um estranho no ninho do PMDB, teve de procurar a cúpula do partido na semana passada para pedir socorro. Em conversas com o presidente do Senado, José Sarney, e com os líderes Renan Calheiros e Henrique Eduardo Alves, ele disse não estar preocupado com uma investigação policial, pois os vídeos não comprovam irregularidades. Mas deixou claro que teme o estrago político que uma exibição desse material, seguida de um depoimento à CPI, possa provocar. "Preciso da ajuda do partido. Se eu tiver de depor na CPI, não será bom para ninguém", ponderou Cabral. A cúpula do PMDB aproveitou o pedido do governador para tentar negociar um armistício com o PT e o PSDB.
De olho no Mensalão - Petistas incentivaram a convocação
do procurador-geral da República, Roberto Gurgel,
apenas para tentar constrangê-lo
(foto: Sergio Lima)
Nas conversas, já surgiu até uma manobra jurídica para empastelar as investigações. A tese que será levantada é a de que uma CPI do Congresso não tem poder legal para investigar governadores. Os foros para esse tipo de apuração seriam as assembleias legislativas, não por acaso controladas pelos governadores. É pouco provável que uma argumentação tão frágil prospere se a CPI tiver mesmo disposição de elucidar os fatos denunciados. Muito provavelmente, o fator de diminuição do escopo da CPI virá não da Justiça, mas da política. O senador José Sarney já recomendou ao PT que "controle os radicais", argumentando que "ninguém tem a ganhar se essa CPI começar a sair do controle". O recado tem endereço certo: a turma que vê na CPI uma chance única de desmoralizar o julgamento do mensalão. A primeira ofensiva desse grupo foi dada na sessão da semana passada, com a tentativa de convocação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para depor na CPI. Sob o argumento de que ele deve explicar por que retardou a abertura de uma investigação contra Demóstenes Torres, os petistas querem colocá-lo no banco dos réus da CPI para tentar desmoralizá-lo. A imprensa é outro alvo que, na estratégia dos radicais, precisa sair chamuscada da CPI. O presidente do PT, Rui Falcão, deixou mais uma vez clara essa convicção na sexta-feira quando, em discurso feito em São Paulo, voltou a defender o projeto de regulamentação dos meios de comunicação, um eufemismo para a tentativa de controlar a imprensa idealizado pelo ex-ministro da Comunicação Social Franklin Martins. Para Falcão, "a mídia é um poder que está conjugado ao sistema bancário e financeiro" e "produz matérias e comentários não para polarizar o país, mas para atacar o PT e nossas lideranças".
O cenário inicial da CPI do Cachoeira é muito semelhante ao da CPI dos Correios, instalada em 2005 a partir da gravação na qual Maurício Marinho, diretor da estatal, cobrava 3 000 reais de propina, o que deu origem à descoberta de novos fatos envolvendo dinheiro público e compra de apoios pelo governo. Aquela CPI nasceu com o intuito de blindar os aliados do governo e era controlada por parlamentares fiéis ao Palácio do Planalto. Exatamente como agora. Também tinha o mesmo prazo de atuação: 180 dias. Mas, logo no início dos trabalhos, depoimentos bombásticos, como o do deputado Roberto Jefferson e o do marqueteiro Duda Mendonça, incendiaram a comissão e provocaram uma indignação popular que impediu qualquer tipo de acordo. A atual comissão também tem fios desencapados e personagens que podem contar muita coisa. Cachoeira e Cavendish, por exemplo. Com uma matéria-prima mais modesta do que a produzida pelas operações da PF, a CPI dos Correios produziu a denúncia do mensalão, a cassação de José Dirceu e Roberto Jefferson e a renúncia de meia dúzia de políticos, além de tisnar a imagem imaculada de virgem ética do PT. A CPI do Cachoeira, com seu farto material, tem potencial ainda maior. Basta que não se torne refém de arranjos políticos.

Servidora da Justiça ganha R$ 230 mil “sem motivo”


Agência Estado
Enquanto os professores da Bahia e de Sergipe lutam pelo aumento de 22% em seus magros salários, uma única servidora do Tribunal de Justiça de São Paulo, Ivete Sartorio, recebeu R$ 229.461,49 em apenas 14 meses, a título de pagamentos antecipados, fora os vencimentos. Os desembolsos para Ivete, que é escrevente técnico judiciário, ocorreram entre agosto de 2009 e outubro de 2010, na gestão dos presidentes Roberto Vallim Bellocchi (2008-2009) e Antônio Carlos Vianna Santos (2010).
Expediente intitulado "antecipação de pagamentos a funcionária relacionada ao então presidente Vianna Santos" indica mês a mês todos os procedimentos que resultaram na concessão de créditos a Ivete. Uma planilha revela que todas as solicitações atendidas não foram acompanhadas de justificativa. Anotação "sem motivo" aparece ao lado do "autorizado".
Os créditos concedidos a funcionários são capítulo à parte na crise que atravessa a corte paulista e estão sob inspeção por ordem do presidente do TJ, desembargador Ivan Sartori. São três procedimentos em curso. O primeiro trata dos contracheques milionários a cinco desembargadores; o segundo examina a liberação antecipada de valores a 41 outros magistrados; o terceiro trata dos recursos para servidores. Os valores, destaca o TJ, são devidos porque de natureza alimentar e trabalhista. A inspeção busca identificar como e sob quais critérios houve as antecipações.
Férias
Ivete Sartorio trabalhou no gabinete civil da Presidência, gestão Vianna Santos. Antes, em 2008, ela atuou com Vianna na Presidência da Seção do Direito Público. Naquele ano, Ivete protocolou ofício pedindo recursos referentes a férias dos exercícios 1986, 2002, 2003, 2004 e 2005, "mais os dias de licença-prêmio, com isenção de I.R.". Este pleito foi indeferido por "restrições orçamentárias".
A apuração mostra que depois Ivete recebeu 13 repasses, dos quais 5 relativos a férias não tiradas a seu tempo; 4 a título de licença-prêmio e 4 por Fator de Atualização Monetária (FAM).
"Eles foram pagando, é um direito que a gente tem e pagaram", disse Ivete, por telefone, na semana passada. "Sou servidora há muitos anos. A gente fica feliz quando recebe alguma coisa. É um direito trabalhista. É um dinheiro que há muitos anos a gente recebe. A gente tem que ter alguma compensação. Passa a vida toda sem receber nada." Nesta quinta, não quis se manifestar.
Em outubro de 2010, com salário bruto de R$ 17.297,55, ela foi autorizada a receber mais R$ 40.937,54, equivalentes a 71 dias de licença-prêmio - saldo remanescente do "Bancão", como o financeiro do TJ chama a base de dados relativos aos créditos acumulados de cada juiz ou funcionário.
A concessão dos 71 dias de licença-prêmio, no entanto, causou confusão na Secretaria de Planejamento e Recursos Humanos. Em 14 de outubro de 2010, o desembargador Fábio Monteiro Gouvêa, então integrante da Comissão de Orçamento, autorizou o pagamento solicitado, mas se equivocou ao mencionar "45 dias de licença-prêmio e 26 dias de férias".
Por e-mail, no dia 18 de outubro, Dimilson Cardoso de Olliveira, supervisor, alertou Diva Elena Gatti da Mota Barreto, secretária de gerenciamento de recursos humanos. "Informo que no Bancão consta um saldo de 71 dias de LP (licença-prêmio), não constando saldo de férias."
No mesmo dia, Diva escreveu para Lilian Salvador Paula, secretária de Planejamento do RH. "Lilian, parece ter havido um engano na autorização de pagamento para a Ivete Sartorio, uma vez que ela não tem saldo de férias, somente de LP. Como no despacho não consta que é para pagar ‘férias ou equivalente’, posso esclarecer que é para pagar o saldo de 71 dias de licença-prêmio. Obrigada."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Lula chega abatido e de bengala a evento


Lula chega a evento de comemoração dos 60 anos do BNDES no Rio de Janeiro
Foto: Antonio Lacerda/Efe

DENISE LUNA e LUCAS VETTORAZZO – da Folha de São Paulo
Visivelmente abatido, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou pela primeira vez de um evento do Rio de Janeiro após o início do seu tratamento contra um câncer na laringe. Acompanhado do governador Sérgio Cabral, que teve seu nome anunciado em meio às palmas para o ex-presidente, Lula apareceu apoiado em uma bengala, no seminário "Investindo na África: Oportunidades, desafios e Instrumentos para a Cooperação Econômica", realizado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Também mais magro, o governador Sérgio Cabral evitou pela segunda vez a imprensa ao deixar um evento público depois que foram divulgadas fotos suas na França, na companhia do empresário Fernando Cavendish, dono da Delta, empresa investigada pela CPI do empresário de jogos ilegais Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Ao sair do evento, o governador evitou a reportagem da Folha, que o esperava na porta de uma área privativa das autoridades, saindo por uma porta lateral.O prefeito Eduardo Paes, que estava na mesma sala com Cabral saiu pela porta da frente.
Segundo a assesoria de Lula, o motivo do uso da bengala é a fraqueza provocada pelo tratamento contra o câncer, que fez o ex-presidente perder 18 quilos, parte já recuperados, segundo o assessor. Lula leu seu discurso, uma prática pouco usual, e exaltou a cooperação entre o Brasil e a África, afirmando que o continente e o Brasil estão crescendo em um mesmo momento.
Ele criticou a postura dos países desenvolvidos durante a crise econômica, acusando-os de punir as vítimas da crise (trabalhadores) e distribuir prêmios para os "reais culpados" pela situação econômica mundial que seriam o mercado financeiro e as grandes empresas. "Os países ricos deram para o sistema financeiro todo o apoio, e para os mais pobres nenhum socorro", disse Lula em seu discurso.

Vereadora assume mandato com apenas 1 voto


Constância assumiu com seu próprio voto

Com apenas um voto, o dela mesma, uma professora aposentada de 79 anos tomou posse na Câmara Municipal de Coivaras (88 km de Teresina), cidade de pouco mais de 3.800 habitantes. Constância Melo de Carvalho (PMDB) substituiu Raimunda Costa Santos (PSDB), cassada sob acusação de infidelidade partidária. Evangélica, ela diz que só assumiu o mandato porque "Deus quis". "É como diz a palavra de Deus, nos provérbios de Salomão: 'O homem pode fazer os planos, mas a resposta vem do Senhor.'" Segundo Constância, a performance ruim no pleito se deveu ao fato de ter desistido da campanha para cuidar do filho, que estava doente e morreu meses depois. "O Neto, meu filho, era minha pedra forte. Ele queria que me candidatasse, mas eu não queria. Dizia para meus eleitores que meu nome tinha ficado lá, mas que não era mais candidata."
No dia da votação, Constância diz que resolveu votar em si própria para ajudar o partido. "Pensei: 'Sabe de uma coisa? Vou votar em mim. Não vou ser besta'. Se eu votasse em mim, sustentaria o PMDB, o PSB e o PSDB, [partido] do meu prefeito." O voto acabou lhe rendendo o posto de suplente da coligação. Segundo o presidente da Câmara de Coivaras, Carlos Alberto Araújo (PSB), os outros suplentes não puderam assumir o cargo por terem trocado de partido com a proximidade das eleições. Essa é a quarta vez que Constância assume a vaga na Câmara --a primeira foi em 1992, quando teve o segundo maior número de votos. A posse ocorreu no dia 23 de abril. De lá para cá, só participou de uma reunião, afirma. Entre os projetos, está o de construir uma casa para idosos. "Vou me comportar como simples vereadora que quer trabalhar pelo povo, mas não foi eleita pelo povo. Ainda assim, o povo é meu povo", diz, com discurso político afiado.
Informações da Folha de São Paulo. 

A grande sinuca do Governo


                              Samuel Celestino
Jornalista Samuel Celestino
O Partido dos Trabalhadores nasceu na ditadura, já nos estertores do regime de exceção. Foi gerado e embalado no ninho de um ciclo de greves que surgiu no ABC paulista, à porta das fábricas, comandada pelos metalúrgicos liderados por Lula. Muito diferente dos pelegos sindicais que pontuaram sob o abrigo populista de Getúlio Vargas. Em 1943 Vargas criou a CLT. Getúlio misturava o autoritarismo com tinturas nazi-fascista e o populismo trabalhista no qual se apoiava e alimentava a força política que exibia.
De lá para cá tudo mudou, e mudou muito. Uma dessas mudanças marcantes foi a chegada do PT ao poder e o retorno do populismo nas pregações de Lula, principalmente nos dois período que governou a República, com reconhecido êxito. De Lula o poder petista se espraiou para algumas unidades federativas. Chegou à Bahia numa mudança notável, com a vitória de Jaques Wagner sobre a oligarquia carlista, que dava evidentes sinais de fadiga.
O líder do grupo, ACM, notou o desgaste, mas mantinha o poder com dificuldades, trabalhando com mais denodo no plano nacional como uma das maiores, senão a maior, figura do então PFL, hoje DEM. O governador Jaques Wagner, ameno na forma de governar e já no seu segundo período, está, agora, sob fogo dos seus próprios aliados. Desgasta-se.
Nesse ciclo de fogo observa-se um fato inusitado, mas não totalmente estranho. A oposição ao governador tem pequena visibilidade, como era pequena também no período do poder carlista. O carlismo detinha a maioria da bancada federal do Estado e o controle da Assembléia Legislativa. O governador Wagner, no entanto, nos últimos tempos está sob cerco dos seus próprios aliados a partir de acontecimentos que dificultam a sua gestão. Constatam-se greves sindicais que se sucedem numa cadeia que se entrelaça e contribui para o abatimento político do PT na Bahia, desgaste –é o que dizem- também ramificado no interior, conforme pesquisas dos partidos que lhe oferecem oposição. Como não são consultas oficiais, elas têm valor relativo.
Na sucessão de greves, a que mais marcou e desgastou foi a dos policiais militares, na verdade um motim, que contribuiu, e muito, para a expansão da violência em Salvador e no interior. De repente, de unidade federativa relativamente tranqüila, a Bahia saltou para se situar como a unidade federativa com maior índice de violência no País, sobretudo em Salvador e Região Metropolitana. Sem que eu deseje assumir o papel de corvo, ou de qualquer outra ave do mau agouro, a situação se torna crítica –essa é a verdade- na medida em que se dissemina o medo na população. Aleatoriamente. Qualquer pessoa, por mais pacífica, pode se transformar em vítima. A violência se banaliza.
No ciclo de greve, sem referência àquelas realizadas com violência, eclodiu o fogo amigo do movimento do Sindicato dos Professores, que está a demorar mais do que se esperava ou se presumia. É o aliado PCdoB  atirando da rua para dentro de casa. O secretário de Educação, Oswaldo Barreto, expõe números que impedem a concessão das vantagens reivindicadas. O aumento desejado significaria uma pressão de R$412 milhões nas contas governamentais e o Estado não dispõe deste dinheiro. Na verdade, e isso tem que se colocar de forma explícita, a Bahia passa por dificuldades econômicas crescentes. O Estado está em processo de empobrecimento.
Para ativar a discordância à ação governamental, ressurgiu a antiga rivalidade com Pernambuco, que se imaginava sepultada há 40 anos, justo para comparar a Bahia com o processo de desenvolvimento que a unidade vizinha experimenta. A comparação tornou-se lugar comum. Fala-se que a unidade vizinha acelera o processo de desenvolvimento com “canteiros de obras” em toda parte, conseqüência da ação do governador Eduardo Campos, herdeiro-neto político do ícone da esquerda nordestina, Miguel Arraes. O caminho não é por aí, mas é um dos que a oposição explora. Até porque as mudanças são observadas também na cidade do Recife, uma capital bem administrada, que conserva e protege a materialidade (e imaterialidade) do seu vasto patrimônio cultural. O da Bahia é decadente.
Para completar o ciclo, o flagelo da seca ameaça milhões de baianos que habitam a região do semiárido. A estiagem avança sem sinais de arrefecimento. Ultrapassada a estação das chuvas na região atingida, há de se esperar o próximo ciclo que começa em novembro. Até lá, recorrem-se a medidas paliativas. O sofrimento da população só poderá ser amenizado pela resignação do sertanejo, que ora por chuvas que não chegam e se conformam com os caminhões-pipas. Ressurge, assim, na adversidade do sofrimento, a indústria da seca, onde a corrupção se instala e renasce a política da troca de água por voto.
Enfim, o retrocesso da miséria é determinado pelo fenômeno climático. Mas, também, pela ausência de planejamento e ações de gestão para obter recursos federais, de maneira a construir represas, açudes, perenização dos rios, ora transformados com a seca em caminhos de terra rachada. Enfim, de há muito a Bahia não se prepara para o fenômeno da seca, que se registra em ciclos de 26 anos, segundo os técnicos. Os rios das áreas críticas já deveriam ter sido perenizados com águas do rio São Francisco, através de adutoras. A irrigação com águas do rio só acontece na sua margem esquerda, nunca na direita para atender o semiárido.
Assim posto, observa-se que o governador Jaques Wagner, além de todos os problemas que enfrenta, fica exposto ao fogo amigo disparado por sua aliança, como se observou na votação do projeto dos professores na Assembléia Legislativa, na semana que passou. Aconteceram, naquela sessão noturna da AL, os primeiros sinais de dissidências. A não ser que se considerem as críticas aliadas “normais” em ano eleitoral, de modo a agradar uma categoria presumivelmente politizada como a dos professores.
Texto da Coluna de Samuel Celestino publicada no jornal A Tarde de domingo (29.04).

E a greve dos professores continua


Professores na Assembléia Legislativa


Em assembleia realizada na manhã desta quarta-feira, 2 de maio, no saguão da Assembleia Legislativa, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), os trabalhadores estaduais da educação decidiram manter a greve iniciada em 11 de abril. Além da manutenção da greve, ficou decidido que os trabalhadores colocarão as cruzes – com os nomes dos deputados que votaram os projetos do governo estadual que causam mal à Educação – no gramado em frente à Assembleia Legislativa. Ainda nesta quarta-feira, 2 de maio, haverá reunião das zonais, na Assembleia Legislativa. Além disso, os professores decidiram ministrar aulas públicas diariamente na própria Assembleia Legislativa. A ocupação, iniciada em 18 de abril, continua.
FEIRA PARA O FUNDO DE GREVE
Também ficou decidido que nesta quinta-feira, 3 de maio, a APLB-Sindicato realizará uma feira, na Praça da Piedade, com venda de verduras e outros produtos, para arrecadação de fundos de manutenção da greve. Isto ocorre em consequência do corte dos salários dos professores pelo governo. O corte atingiu aposentados, pensionistas, licenciados e trabalhadores do REDA e até quem não aderiu ao movimento paredista. Um ato de crueldade e fora da lei, que revoltou os trabalhadores.
PRÓXIMA ASSEMBLEIA
Professores no 1º de Maio
A próxima assembleia da categoria será na segunda-feira, 7 de maio, às 9 horas, na Assembleia Legislativa. Junto a essas decisões, foi explicado que a CNTE e a APLB-Sindicato estão tentando marcar uma audiência com o ministro da Educação, Aloísio Mercadante, em Brasília. O sindicato também está na Justiça com ações contra a ilegalidade da greve e o corte de salários. As ações estão tramitando, segundo o departamento jurídico da APLB-Sindicato.
Na última quinta (26), o governador Jaques Wagner sancionou o projeto de lei que reajusta as remunerações da carreira do magistério público estadual do ensino fundamental e médio, sem ampliá-lo para a carreira do magistério, aprovado na terça-feira da semana passada na AL-BA. O petista foi alvo de um protesto debochado dos grevistas, que cantaram durante a manhã "Wagner, traíra, assim você me mata, ai se eu te pego. Traíra, traíra, a greve continua, ai se eu te pego". Com o impasse, a paralisação da categoria já dura 21 dias, período em que mais de 1,2 milhão de alunos seguem sem aulas.
Informações do portal da APLB-Sindicato e do Bahia Notícias.

Um em cada três nordestinos depende de esmola ou do governo


Segundo o IBGE, a cada dois alagoanos, um sobrevive de programas como o Bolsa Família ou arrisca-se a viver de esmolas
ODILON RIOS de Maceió
Segundo o IBGE, a cada dois alagoanos, um sobrevive de programas
como o Bolsa Família ou arrisca-se a viver de esmolas - 
Foto: Odilon Rios
O mais novo retrato dos empregados brasileiros, divulgado na última sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - às vésperas do Dia do Trabalho -, mostra uma realidade assustadora: 32,7% das pessoas sobrevivem de benefícios federais ou simplesmente de esmolas. No Nordeste, a situação piora. São 37,5% dos habitantes dependendo de caridade ou de programas como o Bolsa Família.
Em Alagoas, o terceiro Estado mais pobre do Brasil, atrás de Maranhão e Piauí, são muitos os que tentam a sorte no lixo, catando latas ou garrafas de plástico. Segundo o IBGE, a cada dois alagoanos, um sobrevive dos programas do governo ou à espera de ajuda dos outros.
Com 63 anos, Eliseu dos Santos caminha até 15 quilômetros por dia atrás de sacos de lixo pelas ruas de Maceió. A rotina é a mesma há 30 anos. Juntando latinhas de alumínio, ele tenta ganhar R$ 5 por dia. Diz que não aguenta mais a vida de pedinte. "Isso é uma vida desgraçada, ninguém merece isso. Quando junto muito é R$ 2. Faço isso porque não quero roubar nem matar ninguém. Posso dizer que isso é o suor do meu rosto", afirma.
Perto dali, no bairro de Ponta Verde, o metro quadrado mais caro de Alagoas, a 200 m da cobertura do senador Fernando Collor (PTB), Ana Lins dos Santos, 28 anos, descansa antes de retomar a rotina: catar latinhas de refrigerante. Ela deixou a cidade de Paripueira, a 20 km de Maceió, e foi morar com o marido nas ruas da capital. Debaixo de um coqueiro, estende um colchão e coloca roupas para secar no sol de 30°C. Mora ao lado de um posto policial e sobrevive de esmolas ou dos pratos de sopa distribuídos nas madrugadas por grupos religiosos. "A gente vive como pode. Cata latinha, compra uma cachaça, dorme e acorda", declara.
"Eles sobrevivem como animais"
Para a cientista política Ana Cláudia Laurindo, as estatísticas não mostram o que existe de real: a destruição simbólica e psicológica do ser humano. "Décadas atrás, a pobreza tinha uma característica diferente de hoje. A história parece ter regredido, o indivíduo nas ruas vive em bandos por coação, quando esse estágio já deveria ter sido abolido desde as eras mais primitivas da humanidade. São gerações que não conhecem vizinhos, a conversa na porta. Só a desposse para além do material, além do simbólico, do cultural, do religioso", avalia.
"Seria um problema resolvido se houvesse uma pequena desconcentração de renda na elite, e falo deste caso em Alagoas. Não é uma revolução. Mas a inclusão para se eliminar esse fenômeno da nova barbárie, pessoas que apenas comem para manter o corpo de carne vivo, não tão diferente dos animais que perambulam nas ruas", analisa a cientista social.
No outro extremo deste quadro social, 0,74% dos brasileiros recebem mais de 20 salários mínimos por mês. No Nordeste, essa proporção cai para 0,38%. Em Alagoas, é ainda menor: apenas 0,3% da população pertence à classe dos ricos.
Informações do portal TERRA.

PT de Heliópolis pode ser “obrigado” a apoiar PCdoB


O endereço da fritura de candidaturas

     A notícia foi colhida por Gama Neves e enviada ao Landisvalth Blog. O título é “Alagoinhas no cardápio” e foi publicada no portal Política Livre. Diz lá que “as cúpulas do PT e PCdoB na Bahia almoçaram ontem no Barbacoa. Na mesa, o presidente do PT, Jonas Paulo, o do PCdoB, Daniel Almeida, mais o secretário Ruy Costa (Casa Civil), o deputado Joseildo Ramos, candidato a prefeito pelo PT em Alagoinhas, Pedro Marcelino, Líder do PCdoB no município, junto com vereadores de lá, além da deputada federal Alice Portugal, candidata do PCdoB em Salvador. No cardápio, a união de Joseildo e Pedro Marcelino na campanha deste ano. Em 2008, o PT perdeu lá porque rompeu com o PCdoB. Se vai sair acordo em Alagoinhas, não se sabe, mas as partes dizem que ‘as conversas estão andando bem’. O deputado Daniel Almeida afirma que o diálogo entre os dois partidos faz parte da estratégia que prevê a união na maior parte dos 35 municípios baianos. “Já sinalizamos bem para o PT em 11 desses municípios e até agora não tivemos recíproca em nenhum. Nem em Juazeiro”. (Tempo Presente / A Tarde)”.
     É verdade que eles estão pensando nos 35 maiores municípios da Bahia e Heliópolis é pequeno. Ocorre que há Rui Costa no meio. Foi ele quem forçou a demissão do professor Landisvalth Lima do Colégio José Dantas para acomodar a primeira dama do município de Heliópolis. Rui é do PT pragmático. Se for preciso cortará cabeças para não perder o corpo. Vamos imaginar que Daniel Almeida exija uma compensação e escolha ter o apoio do PT em municípios onde o racha está posto entre os dois partidos. Com a situação do PCdoB em Heliópolis caindo pelas tabelas, não seria bom aceitar a ideia de que o PT será rifado para apoio forçado ao PCdoB por aqui? Será que o PT já virou cardápio do PCdoB em Heliópolis? Esperamos que seja pelo menos carne com osso.
     Gilmar vai fundo
Gilmar
     Em Cícero Dantas a candidatura de Gilmar está crescendo. Segundo um amigo, houve uma reunião do PT com 53 participantes e sua indicação como pré-candidato foi unânime. Ocorre que, nas conversas de bastidores, falam muito que o atual prefeito Weldon não quer apoiá-lo. Há ainda um zunzunzum forte da candidatura de Fátima Nunes como uma solução para a união do grupo da situação. Ocorre que a deputada quer voar mais alto e pretende uma vaga na Câmara Federal em 2014. Gilmar sendo prefeito de Cícero Dantas facilitaria sobremaneira o caminho da deputada estadual.
Nego
     Nego X Roberto da Farmácia – Parte II
Roberto da Farmácia
No município de Fátima, a repetição da disputa da eleição anterior parece estar posta. Roberto da Farmácia luta para ter o apoio do ex-prefeito Sorria. Ocorre que Mário Negromonte mostrou ao ex-alcaide que o candidato que ele apoiou está bem na fita. O que justificaria romper com Nego? Fato é que se Sorria resolver votar novamente em Nego, Roberto da Farmácia vai ter que lutar muito para não perder. Até porque não dá mais para correr do páreo. O empresário encarna hoje o papel de quase único opositor em condições de disputar a eleição deste ano.
     Casamento refeito na Ribeira
Genildo Reis
Marcelo Brito e Manoel do Pio
O ex candidato a deputado estadual pelo PV, Genildo Reis, de Ribeira do Amparo, está desconsolado. Disse ele que o ex-prefeito Marcelo Brito está unido a João do Pio e a coisa envolve até acordo de secretarias e suplentes que vão assumir mandatos. O casamento foi refeito. Agora quem imaginava que a disputa Manoel X Germano vai se repetir? Só que agora Germano está no PT de Marivânia. Qual o cálculo que resolve este enigma? Só para completar, Genildo Reis deve disputar uma cadeira na Câmara Municipal.

Grupo quer criação da Universidade do Sertão


Josoaldo, Maria Andrade, Landisvalth, Ana Dalva e Noedson
na 1ª reunião do grupo. (foto: Uilian Andrade)
     Um grupo formado pela advogada Maria Andrade, pelo ex-vereador de Cruz das Almas Josoaldo Santana, pelo bioquímico Noedson Cruz Lima, pela vereadora de Heliópolis Ana Dalva (PPS) e pelo professor Landisvalth Lima está elaborando um projeto para solicitar ao governo federal a implantação em nossa região da Universidade Federal do Sertão Nordestino – UFSN. O grupo se auto intitula Grupo Idealizador Pró-Universidade do Sertão. A primeira reunião foi feita dia 29, último domingo, no salão de atendimento do Laboratório Exemplar, em Cícero Dantas. Lá foram traçadas as bases da elaboração do Projeto.
Marcos José, Maria Andrade e d. Josefa na 2ª reunião
     Como ação inicial, o grupo elaborará a proposta para entregar à Presidenta Dilma Rousseff quando da visita que fará a Cícero Dantas dia 18 de Maio. A visita estava prevista para dia 4 deste mês, mas foi adiada. Além desse ato, o grupo organizará fóruns de debates para recolher assinaturas de apoio ao intento. Também ficou certa a criação de um portal com notícias sobre toda a movimentação em torno da criação da Universidade do Sertão, bem como uma logística para facilitar a cobertura pelos meios de comunicação de toda região.
O grupo pretende realizar vários fóruns para debater o tema, agregar voluntários e simpatizantes e recolher contribuições diversas. Já estão relacionados oito fóruns. O primeiro será realizado na Cidade de Cícero Dantas em data ainda a ser definida. Em seguida teremos em Heliópolis, Fátima, Ribeira do Pombal, Antas, Jeremoabo, Ribeira do Amparo e Adustina. Outros fóruns estão ainda sendo viabilizados.
     Professor Marcos José adere ao grupo
João Cardoso, Washington Matos, sr. Enoque Xavier, Ana Dalva e Josoaldo
na 2ª reunião na casa do prof. Marcos José.
     A segunda reunião do grupo idealizador foi feita neste 1º de Maio, Dia do Trabalhador, na cidade de Fátima, na residência do professor Marcos José, que aceitou a proposta e está agora agregado ao grupo. O professor vai ajudar na elaboração do Projeto que será entregue à Dilma Rousseff. Nesta reunião ficou marcada a data da próxima. Será dia 12 de Maio em Heliópolis. Nesta 3ª reunião será debatido o texto final que deverá conter a situação dos municípios envolvidos e o pedido de criação da universidade. Além do professor Marcos, também aderiram ao grupo o empresário Washington Andrade Matos, Uilian Souza de Andrade, Josefa Souza Cruz de Menezes, João Cardoso de Menezes e Enoque Xavier da Silva.
     Deputado paraibano quer universidade em Patos-PB
     Em Junho de 2011, o deputado federal Hugo Motta (PMDB-PB) protocolou na Mesa da Câmara Federal o projeto de lei de nº 1496 que autoriza a criação, pelo Poder Executivo, da Universidade Federal do Sertão (UFS-PB), com sede no município de Patos. Conforme Hugo Motta, a UFS-PB é um anseio das comunidades e da sociedade organizada dos municípios paraibanos de Patos, Pombal, Sousa, Cajazeiras e cidades vizinhas. Através dela será possível criar mais oportunidades de ensino para a população e melhorar os índices de educação superior no país, que no último Censo da Educação Superior de 2009 apontou que apenas 14,4% dos jovens da faixa etária de 18 a 24 anos estão inseridos na educação superior. O projeto do deputado paraibano não inviabiliza a criação da Universidade Federal do Sertão Nordestino – UFSN – como quer o grupo idealizador. A universidade pode ser multicampi e pode abranger todo o sertão nordestino.

Candidata do PT de Ilhéus faz duras críticas ao Governador


Professora Carmelita (PT) perdeu a paciência com o governo do seu partido.

     A professora Carmelita Ângela (PT) é candidata a prefeita de Ilhéus e disse que “o Estado tem feito a gente passar vergonha!” A vereadora de Ilhéus e professora, Carmelita Ângela (PT), resolveu sair em defesa dos professores da Rede Estadual de Ensino, em greve há 19 dias, e usou a tribuna da Câmara Municipal, no último dia 24 de abril, para fazer duras críticas à administração estadual e ao governador Jaques Wagner (PT). “O governo do Estado não quer reconhecer a luta dos trabalhadores. O governo do Estado tem mudado o seu discurso. O governo do Estado tem nos feito passar vergonha, porque nós votamos nele. Principalmente nós que somos do Partido dos Trabalhadores”, disparou. A revolta da petista contra a administração petista seria, segundo ela, por conta da "mudança do discurso" quando o assunto é os profissionais da Educação na Bahia. "No momento em que se fala tanto nos discursos sobre valorização profissional, o governador Jaques Wagner teima em não reconhecer a luta dos trabalhadores. E pior ainda. O governador Wagner teima em jogar sua história na lata do lixo”, criticou. O problema é que neste domingo (29), durante a convenção do PT de Ilhéus, a edil venceu a disputa interna para a escolha do nome que disputará o comando da prefeitura nas eleições municipais deste ano. Para lideranças políticas do município do sul baiano, ou os petistas ilheenses desconheciam a insatisfação da prefeiturável, ou comungam da mesma opinião da colega de partido, já que ela desbancou dois fortes nomes dos quadros da legenda, como o do deputado federal Josias Gomes e do atual secretário de Governo de Ilhéus, Alisson Mendonça, que também tinham pretensões em disputar o pleito em outubro próximo. Resta saber, agora, se o “fogo amigo” resultará em punição, com uma possível revogação da vontade da maioria dos petistas ilheenses. Ou se o palanque da petista contará, ou não, com a presença da maior representação do PT no estado. A professora Carmelita conserva na sua atuação o velho PT de guerra, que não esqueceu sua origem e suas propostas. Enquanto isso, pautados num pragmatismo em torno da falácia da governabilidade, o PT de hoje, encastelado no poder, corta salários de professores que estão reivindicando apenas o cumprimento de uma Lei e de um compromisso firmado com o próprio governo.
     Informações complementares do Bahia Notícias.