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Poucas & Boas nº 110: Onde está a mudança?

Fichas-sujas e bandidos de toga, tudo a ver


Da coluna TRÁGICO E CÔMICO – de Diogo Salles – Jornal da Tarde.

Finalmente o Ficha Limpa passará a valer nas eleições municipais desse ano. Na teoria, apenas, pois quem acha que essa briga acabou, está enganado. A prática, como sabemos, é outra. Nesse momento, os fichas-sujas já se movimentam nos bastidores para encontrar um advogado que encontre uma brecha na lei e um bandido de toga de sua confiança, que valide a candidatura. É assim que a banda toca por aqui, não sabiam? Com a candidatura do ficha-suja garantida juridicamente, o que resta é o eleitorado e as urnas. E, nesse jogo, o ficha-suja joga em casa — e pelo empate…

Salário de professor no Brasil é o 3º pior do mundo


                                                     Antônio Gois                                                                                                                       
O salário médio do professor brasileiro em início de carreira é o terceiro mais baixo em um total de 38 países desenvolvidos e em desenvolvimento comparados em um estudo da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) divulgado no sábado em Paris.
Segundo o estudo, apenas Peru e Indonésia pagam salários menores a seus professores no ensino primário - que equivale a 1ª à 6ª série do ensino fundamental - do que o Brasil. O salário anual médio de um professor na Indonésia é US$ 1.624. No Peru, esse valor chega a US$ 4.752. No Brasil é de US$ 4.818 (média entre escola pública – federal, estadual e municipal – e escola particular). O valor no Brasil é metade do encontrado nos vizinhos Uruguai (US$ 9.842) e Argentina (US$ 9.857) e muito abaixo da média dos países desenvolvidos, onde o maior salário nesse nível de ensino foi encontrado na Suíça (US$ 33.209).
O resultado do Brasil melhora um pouco quando se compara os salários no topo da escala de professores do ensino médio. Nesse nível de ensino, há sete países que pagam salários mais baixos do que o Brasil, em um total de 38.
Para chegar a esses valores, a Unesco usou 99 como ano para comparação. Os valores em dólares foram calculados considerando o PPP (sigla em inglês para poder de paridade de compra). Esse indicador leva em conta o custo de vida em cada país. Por isso, o salário em dólar de um professor, segundo o estudo, não pode simplesmente ser convertido para real com base na cotação oficial.
"A formação dos educadores é praticamente feita por eles mesmos. Quem ganha tem de assumir até três empregos e não pode se dedicar. Há relação direta entre salário do professor e desempenho dos alunos", diz Juçara Dutra Vieira, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação. Em São Paulo, o acúmulo de aulas em escolas públicas chega a 64 aulas semanais.
Os autores do estudo citam como um problema comum em quase todos os países o aumento da relação de alunos/professor em sala de aula. Esse e outros fatores, segundo a Unesco, contribuem para a decadência das condições de trabalho e desencorajam novos professores.
Será por isso que temos muitos ditadores disfarçados de democratas,
socialistas ou comunistas? 
Segundo a Unesco, o estudo deixa claro que em países em que as condições de trabalho dos professores são boas, a qualidade da educação tende a ser melhor. No caso da relação de alunos/ professor, o estudo citou também dados de países muito pobres. Em alguns deles, como Congo, Moçambique e Senegal, a relação chega a 70 alunos/professor.
Na comparação entre nações desenvolvidas e em desenvolvimento - o que deixa de fora a maioria dos países da África e os mais pobres da Ásia - o Brasil também tem um resultado muito inferior à média das demais.  De um total de 43 países onde foi possível comparar o indicador, o Brasil apresentou a sexta maior média de alunos/professor no ensino primário: 28,9.
No ensino médio, o Brasil tem a maior relação (38,6) na comparação com 33 nações desenvolvidas e em desenvolvimento. O número total de países comparados varia conforme o indicador porque alguns deles não têm estatísticas para comparação.
Segundo o diretor do Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério), Ulysses Cidade Semeghini, o MEC tem tentado fazer com que seja adotado um aumento efetivo nos salários. O fundo redistribui recursos a Estados e municípios de acordo com o número matrículas. Por lei, 60% da verba deve ser gasta com remuneração de professores. De acordo com o Fundef, de 98 a 2000, o salário médio nacional aumentou 30% (no Nordeste, 60%). "Os salários sem dúvida são baixos. É uma lástima. Mas houve uma melhora significativa", disse o diretor do fundo.
Informações: Folha de S. Paulo / ANDES-SN.

Estudante pinta cabelo de azul e é impedida de frequentar escola


DARIO DE NEGREIROS – para FOLHA DE SÃO PAULO.
Isabella foi proibida ir à aula do seu colégio em Uberaba (MG)
Por ter pintado seu cabelo de azul, a adolescente Isabella Diamantino foi impedida de assistir às aulas e retirada de sua escola por um funcionário. É o que afirma o advogado Guilherme Diamantino, pai de estudante. O fato aconteceu no Colégio Cenecista Dr. José Ferreira, em Uberaba (MG). "Ela chegou a entrar na escola na quarta-feira (15), mas antes de entrar na aula o funcionário a chamou e pediu que saísse", disse Diamantino. Segundo o pai, o funcionário da escola teria dito: "Ei, menina do cabelo azul, você não pode ficar na escola. Ordens do diretor".
Diamantino afirmou que na segunda (13) a menina já havia sido chamada pelo diretor, que teria lhe dito que "ou ela se enquadrava ou não poderia entrar mais na escola". Em seguida, o pai afirma ter acordado com a direção que, caso Isabella decidisse continuar com o cabelo azul, eles esperariam a família encontrar uma nova escola. Ainda de acordo com o pai, o regulamento da escola diz que o cabelo dos alunos "deve estar dentro de uma normalidade racional". Diamantino, que disse não saber se irá tomar alguma medida judicial, afirmou que Isabella já está matriculada em outra escola.
OUTRO LADO 
A professora Átila Rodrigues, presidente do Sinepe/TM (Sindicato de Escolas do Triângulo Mineiro), disse que a escola particular é uma "opção do pai" e afirmou ser a favor da decisão. "Um grande número de pais e alunos pode não considerar normal o cabelo azul da criança", disse. "E eu acho que a gente tem de ir pela maioria." Procurado pela reportagem, o Colégio Cenecista Dr. José Ferreira, em que Isabella estudava, afirmou que não iria se manifestar sobre o assunto.

Revista ÉPOCA revela os recursos da PETROBRAS para campanha do PT na Bahia


A herança de Sergio Gabrielli para Maria das Graças Foster, na Petrobras, inclui denúncias de desvios de dinheiro da estatal para campanhas do PT na Bahia
                HUDSON CORRÊA - da Revista ÉPOCA.
EM CAMPANHA
Uma baiana vestida a caráter faz festa para Gabrielli, na volta do ex-presidente da Petrobras à Bahia.
Ele quer ser candidato a governador do Estado (Foto: Fernando Amorim/Ag. Tarde )
Na Bahia, acarajé quente é sinônimo de bastante apimentado. Chamada de “Graciosa” pela presidente Dilma Rousseff na cerimônia de posse na última segunda-feira, a mineira radicada no Rio de Janeiro Maria das Graças Foster assumiu a presidência da Petrobras diante de um cardápio de problemas que inclui dois acarajés quentíssimos. Eles foram deixados sobre sua mesa por seu antecessor direto, o petista José Sergio Gabrielli, e referem-se a duas denúncias de desvio de recursos da empresa para irrigar campanhas do PT na Bahia, terra natal de Gabrielli. E é justamente lá onde o mais longevo presidente da Petrobras retomará a carreira política. Após seis anos e sete meses no comando da maior empresa da América Latina, Gabrielli fará parte do governo de Jaques Wagner (PT), onde pretende pavimentar sua candidatura ao governo do Estado em 2014.
Não há elementos que envolvam diretamente Gabrielli com as duas denúncias narradas a seguir. Mas os dois episódios ocorreram em sua gestão, e ele pouco ou nada fez para saná-los. O primeiro caso passa pela ONG Pangea – Centro de Estudos Socioambientais, sediada em Salvador. De acordo com documentos da Controladoria-Geral da União (CGU), a que ÉPOCA teve acesso com exclusividade, boa parte do dinheiro repassado pela Petrobras à Pangea foi desviada. A CGU suspeita de que parte desses recursos tenha ido parar no caixa dois de campanha do PT na Bahia. Indo aos valores exatos: entre junho de 2004 e dezembro de 2006, a Pangea recebeu R$ 7,7 milhões da Petrobras para dar assistência e organizar catadores de lixo em dez municípios baianos. Um pente-fino da CGU, órgão do governo encarregado de fiscalizar o uso de verbas federais, concluiu que não há comprovação de gastos para mais de R$ 2,2 milhões.
A HERDEIRA
Maria das Graças Foster em sua posse,
com Dilma Rousseff. Na ocasião,
ela foi chamada de “Graciosa” pela presidente

(Foto: Marcelo Carnaval/Ag. O Globo)
Na ocasião do repasse, a Pangea era presidida por seu fundador, Sérgio Veiga de Santana, um ex-deputado estadual do PMDB baiano, partido que teve papel fundamental na eleição de Jaques Wagner em 2006. Ao investigar o destino que a Pangea deu ao dinheiro, a equipe da CGU identificou um cheque de R$ 25 mil pago a Ademilson Cosme Santos de Souza, irmão e tesoureiro de campanha de Antonio Magno de Souza. Conhecido como Magno do PT, Antonio concorria à prefeitura da cidade baiana de Vera Cruz. O depósito foi feito em setembro de 2004, às vésperas das eleições municipais. Naquele ano, Magno do PT informou à Justiça Eleitoral ter arrecadado apenas R$ 21.600 para a campanha, sem mencionar o tal cheque. Isso reforça a suspeita de caixa dois. No relatório da CGU, os técnicos afirmam que a legislação impede que ONGs façam doações a políticos.
O cheque de Magno do PT é apenas um dos indícios do desvio da verba da Petrobras. O dinheiro do patrocínio à Pangea deveria ter sido depositado numa conta bancária específica, registrada em contrato, mas a CGU descobriu que pelo menos R$ 1,9 milhão foram transferidos para outras contas bancárias da ONG, com altos saques na boca do caixa. Em meio a essas transações, apareceu o cheque de R$ 25 mil. Magno do PT nega ter recebido o dinheiro e afirma que Ademilson, seu irmão, se afastou da campanha e do PT, passando ao grupo adversário. Na data do cheque, de acordo com a CGU, Ademilson ainda era tesoureiro de Magno do PT. A CGU constatou outros problemas. O próprio fundador da ONG, Sérgio Santana, recebeu R$ 11.500, atribuídos à venda de um carro usado à Pangea, mas a CGU não encontrou recibos da transação. Procurado e questionado sobre o uso dos recursos, Santana disse: “Não me lembro, deixei a ONG em 2007”.
O primeiro contrato da Pangea com a Petrobras foi fechado em 2004, quando o presidente da Petrobras era o também petista José Eduardo Dutra. Na gestão seguinte, de Gabrielli, foram assinados mais cinco contratos com a ONG, totalizando R$ 11 milhões. A fiscalização sobre o dinheiro repassado à Pangea começou em setembro de 2008. E, mesmo com os indícios de desvios detectados pela CGU nos contratos fechados entre 2004 e 2006, a Petrobras aprovou mais dois patrocínios para a Pangea em 2010: um de R$ 2 milhões, para um projeto envolvendo catadores de lixo, e outro de R$ 1,4 milhão, voltado à geração de renda para pescadores. O projeto milionário da Pangea registrava, segundo a própria ONG, 748 cooperados até março do ano passado.
Um dos primeiros passos da equipe da CGU ao iniciar a investigação foi tentar localizar cinco empresas contratadas pela ONG com dinheiro da Petrobras. Juntas, as firmas receberam cerca de R$ 2 milhões. O endereço atribuído a elas fica no município de Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador. No local onde deveria estar a Estrada Construções, responsável pela construção de galpões para as cooperativas dos catadores de material reciclável, os fiscais se viram diante de um consultório odontológico com uma enorme placa onde se lia “Volte a sorrir”. No andar de cima, os letreiros informavam que ali era a sede da Igreja Missionária Pentecostal.
Os funcionários do consultório desconheciam a Estrada Construções. Logo que a investigação dos auditores começou, as empresas comunicaram à Receita Federal mudança de endereço das sedes, uma possível estratégia para despistar os auditores. Curiosamente, o novo endereço da Estrada era, segundo a CGU, o mesmo de outras duas empresas procuradas: a Acap Construções e a Vac-All do Brasil Serviços Industriais. À primeira também se atribuía a construção de galpões e à segunda a fabricação de contêineres. No novo endereço, os auditores não encontraram nenhuma das três empresas. O andar de cima era uma residência. O de baixo estava reservado a cultos evangélicos.
A Vac-All foi localizada a 12 quilômetros de distância, num pequeno galpão, com instalações modestas para uma empresa que, segundo a Pangea, fornecera cinco esteiras transportadoras mecânicas, 140 carrinhos para o transporte de materiais e nove compactadoras de lixo, entre outros equipamentos, a um custo de R$ 904 mil. Como a Vac-All não tinha inscrição estadual para vender máquinas, emitiu notas fiscais de prestação de serviços indevidamente. Os fiscais também não localizaram nem a Engenho Serviços, tida como fabricante de bonés e camisetas para catadores da cooperativa, nem a JR 2 Comunicação, responsável pelo material de divulgação do projeto. O empresário Wellington Oliveira Rangel, dono da Vac-All e cuja família aparecia como gestora da Estrada Construções e da JR 2, negou a ÉPOCA que as empresas sejam de fachada. Ele disse que os serviços e equipamentos foram efetivamente entregues à Pangea.
A CGU enviou o relatório de fiscalização com todas as irregularidades para o Tribunal de Contas da União (TCU). O processo, dentro do Tribunal, ainda não foi concluído. No final do ano passado, o TCU solicitou à CGU informações sobre as providências adotadas no caso Pangea. A Controladoria cobrou da Petrobras explicações sobre o dinheiro desviado. Em casos semelhantes, o TCU determinou que a própria companhia fiscalize a aplicação do dinheiro.
A Petrobras afirmou que, nos casos de contratos de patrocínio, não verifica o destino dos recursos repassados às entidades. A única fiscalização feita tem o objetivo de verificar se o projeto foi executado conforme o contrato e se houve a contrapartida para a imagem da empresa, enquanto patrocinadora. No caso da Pangea, essa fiscalização ocorreu, segundo a Petrobras, com visita in loco e análises de relatórios. “O projeto cumpriu todas as metas” e ainda recebeu prêmios, afirmou a companhia. A Petrobras disse também que os contratos não tiveram motivação política. A companhia não comentou a suspeita de caixa dois. A Pangea também negou desvios. Disse que o relatório da CGU é preliminar e inconclusivo. Afirmou que as empresas não localizadas pela Controladoria prestaram os serviços contratados e que todos os recursos da Petrobras foram aplicados.
O outro acarajé quente para Maria das Graças Foster se chama Geovane de Morais, ex-gerente de comunicação da área de Abastecimento da Petrobras demitido por justa causa pela companhia no dia 3 de abril de 2009. Ligado ao grupo político de Gabrielli e do governador Jaques Wagner, o baiano Morais cometeu uma série de irregularidades. Ele extrapolou o orçamento de sua gerência. Sem licitação ou autorização formal, gastou cinco vezes o previsto em 2008, ano de eleições municipais. Seu orçamento era de R$ 31 milhões, e a despesa chegou a R$ 151 milhões. Houve pagamentos sequenciais e sem o amparo legal de contratos. Entre as empresas beneficiadas estavam duas produtoras de vídeo baianas que trabalharam para a campanha de Wagner em 2006 e para duas prefeituras petistas.
Passados quase três anos, a demissão de Morais, de 45 anos de idade, não foi efetivada. Ele continua recebendo todo mês o mesmo que ganhava como funcionário de carreira da Petrobras. A despesa é bancada pela companhia e pela Previdência Social (auxílio-doença). Segundo a estatal, a demissão não foi efetivada porque o ex-gerente permanece de licença médica. Qual seu salário e que doença afinal ele tem? “São informações pessoais e não podem ser divulgadas”, diz a Petrobras.
     A estatal afirma que todos os procedimentos internos para formalizar a demissão foram adotados. Não respondeu se caberia alguma decisão judicial e disse que já comunicou a demissão a Morais. Ele parece não ter se incomodado. É outro acarajé para Maria das Graças Foster digerir.

Lei da Ficha Limpa já está valendo!


NÁDIA GUERLENDA e FELIPE SELIGMAN – da Folha de São Paulo. 
Ministro Ayres Britto durante o julgamento da Lei da Ficha Limpa;
maioria do Supremo votou pela validade da regra (foto: Nelson Jr.)
A maioria dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) votou, na tarde desta quinta-feira (16), pela constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa, que determina a inelegibilidade, por oito anos, de políticos condenados em segunda instância, cassados ou que tenham renunciado para evitar a cassação, entre outros. Virtualmente, a lei já está aprovada e vale para as eleições municipais desse ano. Os ministros podem, porém, alterar seu voto até o fim da sessão, o que é muito raro. O ministro Ayres Britto foi segundo a votar na sessão de hoje, depois de Ricardo Lewandowski, que abriu a sessão. Ambos acompanharam Joaquim Barbosa, que julgou a lei completamente constitucional. Também seguiu o entendimento de Joaquim a ministra Rosa Weber. Britto elogiou a lei, que nasceu da assinatura de mais de 1,3 milhão de eleitores. "A iniciativa popular plenifica a democracia, o que confere à lei, se não a hierarquia maior, um tônus de legitimidade ainda maior, ainda mais denso. Essa lei é fruto do cansaço, da saturação do povo com os maus tratos infligidos à coisa pública." Ayres Britto ainda foi feliz ao chamar a atenção para a diferença entre "gente" e "agente", afirmando que aquele que se dispõe a ser agente público tem que estar qualificado para administrar e representar o que é público.
Os ministros Luis Fux e Cármen Lúcia completam a conta dos favoráveis à lei, apesar de terem feito uma pequena ressalva quanto ao tempo de inelegibilidade no caso de condenação criminal. A tese de que a Lei da Ficha Limpa ofende o princípio da presunção da inocência --por tornar inelegível o candidato condenado por decisão da qual ainda pode recorrer-- foi refutada pelos ministros. "Estamos diante de uma ponderação entre dois valores constitucionais de mesmo nível [a presunção de inocência e a vida pregressa do candidato]. A Lei da Ficha Limpa busca proteger os valores de moralidade e probidade na política. É uma opção legislativa legítima que foi feita pelo Congresso Nacional", afirmou Lewandowski.
Ainda faltam os votos de três ministros: Marco Aurélio, Celso de Mello e Cezar Peluso. Dias Toffoli e Gilmar Mendes, por enquanto, são os únicos que votaram contra a constitucionalidade da lei. A Lei da Ficha Limpa, de 2010, é de iniciativa popular e foi apresentada ao Congresso após a assinatura de mais de 1,3 milhão de eleitores.

Morreu Edvaldo Nilo, ex-prefeito de Antas e pai de Marcelo Nilo


Marcelo Nilo (foto: Tiago Melo)

O deputado Álvaro Gomes (PCdoB) anunciou a morte do pai do presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, deputado Marcelo Nilo (PDT), na manhã desta quinta-feira (16). Os deputados estaduais se reuniram no plenário da Casa para votarem o projeto do governo que reajusta o salário dos policiais militares e normatiza o pagamento de gratificações (GAP 4 e GAP 5). “Neste momento, desejo que ele continue cada vez mais forte, para enfrentar essa dificuldade”, disse Gomes. Em seguida, foi feito um minuto de silêncio. Segundo o líder da bancada de governo, deputado Zé Neto (PT), Nilo recebeu uma ligação e foi informado do falecimento do pai. Em função do que aconteceu, foi sugerido pelos deputados o cancelamento da sessão. “Marcelo, em uma atitude extremamente grandiosa, teve um posicionamento que honra os homens públicos. Ele me falou que tentássemos votar pelos menos os requerimentos de urgência”, declarou o petista. Ainda não há definição sobre a votação. Edvaldo Nilo, 91, pai do deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Marcelo Nilo, faleceu nesta manhã de quinta-feira (16) em Salvador, após vários dias internado no Hospital Espanhol. Edvaldo foi prefeito de Antas. Nilo soube da notícia ainda no plenária da Assembleia.
Informações do Bahia Notícias e do portal Pimenta.  

Ricardo Teixeira está enrolado

     Cheques de R$ 10 mil ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira, emitidos por Vanessa Precht, uma das sócias da Ailanto, empresa suspeita de ter superfaturado um amistoso da seleção, foram encontrados pela Polícia Civil em Brasília. É o que informa a reportagem de Filipe Coutinho, Julio Wiziack e Rodrigo Mattos, publicada nesta quinta-feira. A íntegra do texto está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha. Um contrato entre Vanessa e Teixeira, de março de 2009, estabelece um arrendamento da fazenda dele, em Piraí, a cerca de 80 km do Rio, para a sócia da Ailanto. Com a descoberta dos cheques nominais emitidos por Vanessa, a polícia concluiu que há um vínculo entre Teixeira e a Ailanto, que organizou o amistoso da seleção contra Portugal, em 2008. O jogo foi bancado por R$ 8,5 milhões em dinheiro público. 
     OUTRO LADO 
     Por meio de sua assessoria de imprensa, Ricardo Teixeira afirmou que o contrato de arrendamento de suas terras para Vanessa não tem vínculo com o amistoso entre a seleção brasileira e Portugal. Questionada sobre os cheques dela para o dirigente, a assessoria afirmou que todo negócio da cessão de terras foi "legal e declarado no Imposto de Renda". Segundo a assessoria, a CBF não tem relação com o amistoso de Portugal porque este havia sido cedido à Ambev, patrocinadora da entidade que tem direito a uma partida anual. A Ambev recebeu R$ 1,5 milhão dos organizadores da partida, segundo a CBF, em janeiro de 2009."A confederação não recebeu um centavo pela partida", afirmou a assessoria. Por meio de sua secretária, o advogado de Vanessa Precht, Demian Guedes, voltou a dizer que sua cliente não se pronunciaria sobre questões sobre o amistoso. Mais uma vez, ninguém atendeu os telefones da Ailanto, com sede na Barra da Tijuca, no Rio.

Joilson Costa entrega diplomas aos destaques de 2011 em Ribeira do Pombal


     Evento aconteceu no Mona Pizza e a vereadora Ana Dalva, do PPS de Heliópolis, foi o destaque político regional.
Joilson Costa ao lado de Ana Dalva, ladeados por Bernadete, Jorge Souza, Augusto e Héstia Raissa
Prof. Landisvalth, Zé Grilo e Ana Dalva
Júnior Banzaê, Landisvalth e Dr. Jairo
     Com as presenças do prefeito de Ribeira do Pombal José Lourenço Júnior (Zé Grilo), do vice-prefeito Dr. Jairo Monteiro, dos vereadores Elias Brasil, Nathan Brito, Ricardo Maia e Berguinho, de jornalistas, radialistas, empresários, artistas, num concorrido evento ocorrido nesta segunda-feira, 13, o radialista Joilson Costa homenageou dez personalidades como Destaques do ano de 2011 na região de Ribeira do Pombal. O objetivo do comunicador, como disse na abertura do evento no Mona Pizza, foi homenagear personalidades que se destacaram em suas respectivas áreas de atuação.
     Os destaques regionais foram:
1- Fábio Gama (Fabinho), atleta pombalense do Bahia, pelo sucesso em 2011 e por sua ascensão ao time principal.
Apolo, Joilson Costa e Dory Casa Nova
2- Dory Casa Nova, cantor e compositor, pela qualidade do seu segundo CD.
Joilson Costa entrega o diploma a Misael
3- Misael Antônio de Souza, benfeitor da comunidade em que nasceu, povoado Pedra, com a criação, entre outras, de uma biblioteca na localidade.
Joilson Costa e Dona Fátima
4- Dona Fátima Bitencurtte, Fundação Nossa Senhora de Fátima, FUNSEF, pela construção da sede da entidade.
5- Vereadora Ana Dalva Reis, de Heliópolis, pelo dedicado cumprimento do papel de legisladora e fiscalizadora. No seu discurso de agradecimento a Joilson Costa, aproveitou a oportunidade para lançar sua pré-candidatura a prefeita do município de Heliópolis.
6- Nobre Delicatessen, pela coragem e grandeza do investimento recém-inaugurado.
Marcos Planta recebe diploma pela luta contra alcoolismo
7- Marcos Planta, pela dedicação à frente da Casa dos Alcoólicos Anônimos, em Tucano, frequentada por inúmeros pombalenses que tentam se livrar do alcoolismo.  
Dr. Alexandre Nobre e Joilson Costa
8- Dr. Alexandre Nobre, médico, pela implantação da moderna Clinica Viva.
Júnior (Presidente do SISMUB) e Joilson Costa
9- José Alfredo Junior, presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Banzaê, SISMUB, pela luta em busca dos direitos dos servidores do município.
10- Renilson Conceição, da RC Box, pelo sucesso profissional com a inauguração recente da sua sede própria.
Trio de Albertino reviveu Gonzaga

     O evento teve início por volta das 21 horas e contou com apresentação teatral e trio de forró pé-de-serra. O intuito era também prestar uma homenagem a Luís Gonzaga que, se estivesse vivo, faria 100 anos. Para isso, Zé Dudu e o cantor Albertino Gonzaga só cantaram sucessos de Rei do Baião. Joilson Costa é atualmente um dos principais profissionais da imprensa regional, e realizou o evento como parte das comemorações de 24 anos de trabalho e dedicação ao rádio pombalense. Todas as manhãs, na Pombal FM, é o apresentador do Programa Rádio Revista, líder de audiência no horário. Ainda no evento, Joilson Costa entregou ao prefeito de Ribeira do Pombal alguns exemplares do livro A esquerda bastarda, do professor Landisvalth Lima, como doação para a biblioteca municipal.
     Com informações complementares da Folha Pombalense e do jornalista Jorge Souza, do jornal Impacto Notícias. 

Confira os concursos com inscrições abertas na Bahia


     Prefeituras do interior tem o maior número de oportunidades
                Da Redação do CORREIO
     Para quem deseja ingressar no serviço público, a semana começa com diversas oportunidades na Bahia. São 12 concursos com inscrições abertas, que oferecem 1026 vagas para todo o estado. A prefeitura de Cabaceiros do Paraguaçu, no Recôncavo baiano, abriu 168 vagas para diversos cargos de nível fundamental, médio e superior. A remuneração básica chega à R$ 3 mil. Em Juazeiro, a prefeitura oferece 475 oportunidades com salários de até R$ 7688,35. Os interessados podem se inscrever até o dia 20 de fevereiro através do site www.aocp.com.br. As vagas são destinadas para cargos de nível médio e superior. Em termos de salário, a melhor oportunidade é o concurso do Tribunal de Justiça. Para participar é preciso ter nível superior em Direito. A remuneração pode chegar a R$ 18.335,82. As instituições de ensino também merecem destaque. A Universidade Federal da Bahia (UFBA), abriu 53 vagas para cargos de nível fundamental, médio e superior. A remuneração, a depender do cargo, pode chegar à R$ 2.989,83. As incrições seguem abertas até o dia 13 de março. As provas devem acontecer em abril.
Instituição
Prazo
Vagas   
Salário
Escolaridade
Edital
Tribunal de Justiça
    24/02
        99
até 
R$ 18.335,82
Superior em Direito

Prefeitura de Juazeiro
    20/02
       475
até
R$ 7688,35
Médio / Superior

Prefeitura de Crisópolis
    28/02
         42
até 
R$ 8.300,00
Médio / Superior

Câmara de Mulungu do Morro
    19/02
          7
até 

R$650,00
Fundamental/Médio

Câmara de Itororó
    26/02
          7
até

R$ 712,18
Fundamental / Médio 

Prefeitura de Jacobina
    14/02
        36
até
R$1.869,00
Médio/ Superior

UNEB - Universidade do Estado da Bahia
    15/02
-

até
R$ 7.400,00
Professores-Superior

Câmara de Cruz das Almas
    19/02
        12
até
R$ 2014,60
Fundamental / Médio

Prefeitura de Cabaceiros do Paraguaçu
    15/02
      168
até
R$ 765,00
Fundamental/ Médio/ Superior

UFRB - Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
    29/02
         7
até
R$ 7333,67
Professores - Superior

UFBA - Universidade Federal da Bahia
   12/03
       53
até
R$ 2.989,83
Fundamental/Médio/Superior

A Bahia é o quase paraíso dos corruptos. Só 17 condenados!


A impunidade na Bahia é um mistério!

     A Bahia ocupa a 24ª posição no ranking nacional de penalidades impostas a políticos e servidores por conta de desvio ou mau uso do dinheiro público no Cadastro Condenações por Improbidade Administrativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A Bahia tem apenas 17 condenações definitivas por improbidade administrativa em vigor, que corresponde a 0,37% de mais de 4,5 mil condenações deste tipo em todo país, mesmo sendo o 4º estado brasileiro com maior número de funcionários públicos. São Paulo lidera o ranking com 1.725 penalidades, representando 37% do total de punições vigentes. O Conselho Nacional de Justiça cobra cerca de R$ 690 milhões em decorrência das penas aplicadas nas ações de improbidade. O CNJ vai analisar se o pequeno número de condenações no estado tem como causa problemas de ineficiência do Ministério Público ou do Judiciário. A ideia é que com o diagnóstico o conselho possa atuar ao lado do Conselho Nacional do Ministério Público para solucionar as deficiências nos estados com baixo índice de penalidades no cadastro. O banco de dados foi criado para permitir que órgãos públicos possam ter acesso à informação de quais servidores cumprem pena por irregularidades, como perda do cargo, proibição de concorrer a mandatos ou contratar com a administração pública, devolução do dinheiro desviado ou pagamento das multas, em conformidade com a Lei de Improbidade Administrativa. Um caso só chega ao cadastro quando transitou em julgado, sem possibilidade de recurso.
     Informações do Bahia Notícias.

Greve da PM: Revista ÉPOCA traz reportagens sobre tema


      Como chegamos a este ponto?
      É inaceitável que policiais militares transformem os cidadãos em reféns. A anarquia nos quartéis deve ser combatida com firmeza pelas autoridades
TERRORISMO
Policiais militares exibem armas em salvador
depois de sequestrar ônibus e fechar avenida.
A delinquência dos PMs não pode ficar impune
(Foto: Almiro Lopes/Correio-BA)
Às vésperas do Carnaval, estabeleceu-se um ambiente de anarquia nos quartéis das polícias militares, mais adequado a blocos que invadem as ruas do que a corporações onde o respeito à lei, à ordem e à hierarquia deve ser a norma. Até o fechamento desta edição, greves de policiais militares estavam em curso na Bahia e no Rio de Janeiro. Também havia sinais de que o movimento poderia se alastrar para Alagoas, Distrito Federal e Espírito Santo. Em 2010 e no começo do ano, já houvera paralisações de PMs no Maranhão, no Ceará, em Rondônia e no Piauí. Agora, foi necessário chamar o Exército porque a baderna transbordou dos quartéis. Em Salvador, o número de homicídios triplicou em uma semana.
Repete-se, assim, um cenário que tem ocorrido desde, pelo menos, 1997. Naquele ano, uma greve selvagem começou em Minas Gerais, cuja polícia era vista como modelo, e espraiou-se por vários Estados. O texto da Constituição é cristalino na proibição à “sindicalização” e à “greve” entre os militares. Por que então esse tipo de movimento – que só pode ser qualificado como motim – vem se repetindo com frequência preocupante?
Há três motivos centrais para isso. O primeiro é o comportamento delinquente de alguns policiais, constatado agora na Bahia. Palavras de incitação ao vandalismo foram flagradas na boca do líder do movimento da PM baiana, Marco Prisco. Policiais sequestraram e incendiaram ônibus, interromperam o trânsito e aterrorizaram a população. A Polícia Federal descobriu a articulação de vários grevistas para estender o movimento ao Estado do Rio de Janeiro e, felizmente, líderes foram presos antes que o terror se espalhasse mais.
O segundo motivo é a politicagem em torno da questão. A presidente Dilma Rousseff acertou ao dizer que não deve haver anistia para “crimes contra a pessoa e a ordem pública”. Mas o governo Lula, de que ela fez parte, sancionou uma anistia a policiais militares e bombeiros insubordinados. O próprio ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a declarar, nas greves de 2001: “A Polícia Militar pode fazer greve. Todas as categorias de trabalhadores consideradas atividades essenciais só podem ser proibidas de fazer greve se tiverem também salário essencial”. Trata-se de um absurdo evidente – e Lula está longe de ter sido o único a explorar politicamente as greves policiais. A principal consequência do desleixo dos políticos é a falta de uma lei para regular as greves no setor público, quase 24 anos depois da promulgação da Constituição.
O terceiro motivo, que se soma à delinquência policial e à irresponsabilidade eleitoreira, é a leniência e a negligência com que os políticos brasileiros têm tratado a questão da segurança pública. Sucessivos governos foram incapazes de formular uma política nacional de segurança, que articulasse a ação da União e dos Estados – da qual as PMs e as polícias civis seriam importantes braços operacionais. No vácuo de uma política nacional, vicejam as propostas populistas e irrealistas, como a Proposta de Emenda Constitucional 300, a PEC, que tem galvanizado os grevistas por propor um piso salarial único para as PMs em todos os Estados. Todos estão de acordo que oficiais, sargentos, cabos e soldados devem ter uma remuneração adequada a uma profissão que implica cotidianamente riscos à vida. Mas a PEC 300, se aprovada, não seria a solução. Ela trata desiguais como iguais e arrebentaria as finanças estaduais.
As PMs são instituições com raízes na história do Brasil. Para funcionar bem, devem estar submetidas ao controle democrático da sociedade civil. Elas estão por trás de avanços recentes importantes na área de segurança pública, como as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), no Rio de Janeiro, cujo sucesso se tornou motivo de celebração. Seria uma pena que tais iniciativas fossem contaminadas por policiais que apelam para a deliquência para que suas reivindicações sejam ouvidas. Para isolar esses maus policiais, é preciso que as autoridades ajam com severidade. Assim, não haverá espaço nos quartéis para a anarquia. Nos dias de Carnaval, a algazarra deve se limitar apenas ao ambiente alegre das escolas de samba e dos blocos de rua.