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Poucas & Boas nº 110: Onde está a mudança?

Wagner perde na Justiça


     STF não julga liminar do governo, que quer evitar pagamento de professores em greve; PGE vai recorrer. Procuradoria Geral do Estado vai recorrer junto ao STJ. Professores vão apresentar proposta e governador é vaiado em Porto Seguro.
     Da Redação do CORREIO, com informações complementares de José Marques – do Bahia Notícias e do portal da APLB - com Luzio Nunes Namidia Comunicação e Fotos de Bruno Rezende e Danilo Gazzineli.
Professores vaiaram o governador em Porto Seguro
O Supremo Tribunal Federal (STF) negou nesta sexta-feira (8) seguimento à suspensão de liminar da Procuradoria Geral do Estação (PGE) e, com isso, manteve a decisão da desembargadora Lícia Laranjeira que determina o pagamento do salário cortado dos professores da rede estadual, em greve há 59 dias. A decisão foi publicada no site do STF.
Segundo Rui Oliveira, do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), o estado agora tem 72 horas para confirmar o pagamento dos salários, que foram cortados em 18 de abril. Com a decisão do STF de negar seguimento ao pedido, a suspensão de liminar nem chegou a ser votada pelo Supremo. “O pedido foi julgado improcedente e o governo tem 72 horas para devolver os salários dos professores. Não há mais como recorrer da decisão”, afirmou Rui.
De acordo com a PGE, o mérito da liminar não foi julgado pelo STF, que recomendou que o recurso seja direcionado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). O procurador geral do estado, Rui Moraes Cruz, informou que enviará já na manhã de sábado o recurso. A Procuradoria recorreu da decisão do Tribunal de Justiça da Bahia que determinava o pagamento dos salários considerando-a "contraditória", já que a própria Justiça caracterizou a greve dos professores da rede estadual como ilegal, ainda no mês de abril.
Contraproposta
O comando de greve se reúne no sábado (9) para elaborar uma contraproposta  ao governo e tentar dar fim à paralisação. Hoje, eles se reuniram o arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, pedindo que este interfira para que o governo volte à mesa de negociação. O documento será entregue ao governador Jaques Wagner na segunda-feira (11), um dia antes da assembleia que decidirá os rumos do movimento, que já dura  59 dias. No entanto, de acordo com o diretor da entidade de classe, José Lourenço Dias, a confecção da proposta não sinaliza o fim da paralisação. “Nós vamos enviar a contraproposta na segunda-feira ao governador e esperamos que, até terça [12], o governo dê uma resposta positiva a ela. Caso não haja [resposta], a greve continua”, garantiu, em entrevista ao Bahia Notícias. Segundo ele, os docentes esperam que o gestor volte à mesa de negociação com a categoria. “Ele apresentou essa proposta apenas na televisão, não sentou na mesa com a gente. Esperamos que ele destaque alguma representação do governo para sentar e negociar conosco”, pontuou.  
Vaias em Porto Seguro
O esquema se segurança não impediu as vaias ao governador
Jaques Wagner foi a Porto Seguro para inauguração da nova unidade de saúde do município e para inauguração da reforma do aeroporto. No aeroporto, logo na chegada, mesmo com todo aparato da segurança, o governador encontrou um grande protesto, com faixas, cartazes e ate uma charanga. Ainda no saguão do aeroporto, um estudante de 17 anos, que cursa o terceiro ano do ensino médio, a serie mais prejudicada com a paralisação, furou o bloqueio da segurança e conseguiu interpelar Wagner: ”Governador eu preciso estudar, preciso fazer o ENEM, preciso fazer uma faculdade, não posso perder um ano por causa dessa greve”. Jaques Wagner que parou para atender o estudante, respondeu: ‘’Eu sei da sua necessidade, agora vai falar com eles. Existem outras formas de protestar que não seja paralisação, tudo que eu podia fazer foi feito hoje, mas eles estão irredutíveis’’.
No caminho da comitiva, mais protesto, dessa vez dos taxistas, revoltados com a possibilidade da prefeitura de legalizar o transporte alternativo. Na chegada ao posto de saúde não foi diferente, a rua foi isolada para que a comitiva pudesse chegar de carro bem próximo ao portão de acesso, mas mais uma vez muita vaia, apito e protesto foram ouvidos. Após a inauguração, o governador retornou a Salvador com sua comitiva.