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Manifestantes fecharam Ponte da Amizade e Paraguai está suspenso do Mercosul


Manifestantes fizeram uma manifestação pacífica pró Lugo (foto: Silvia Sosa - ABC Color)

    Aproximadamente 2.500 pessoas obstruíram a passagem pela Ponte da Amizade, que une Ciudad del Este (Paraguai) com Foz de Iguaçu (Brasil). A manifestação foi em apoio ao ex-presidente paraguaio Fernando Lugo. Os manifestantes regressarão ao ponto de partida, que es a Plaza de la Paz, localizada em frente a prefeitura de Ciudad del Este, informou Silvia Sosa, do jornal ABC Color.  Aproximadamente às dez horas da manhã, cerca de 2.500 pessoas marcharam  em direção à ponte, contando com o apoio de outras organizações sociais do lado brasileiro, que bloquearam a passagem também em apoio a Fernando Lugo. Os protestos na capital do Alto Paraná se intensificaram nos últimos dias. Fernando Lugo foi destituído pela Câmara de Senadores por suposto mal desempenho de suas funções. O atual presidente paraguaio é Federico Franco. Por volta do meio-dia a ponte estava desobstruída.
     Venezuela será incorporada ao Mercosul em 31 de julho
A manifestação tomou conta do centro de Ciudad del Este (foto: Silvia Sosa - ABC Color)
A Venezuela será incorporada ao Mercosul em reunião especial que será realizada em 31 de julho no Rio de Janeiro, anunciou nesta sexta-feira a presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, no âmbito da Cúpula de chefes de Estado do bloco. O acordo tem a assinatura dos líderes de Brasil, Uruguai e Argentina (membros plenos do Mercosul). O Paraguai, que não havia ratificado essa decisão em seu Parlamento, está suspenso do bloco devido à deposição do ex-presidente Fernando Lugo.
O país governado por Hugo Chávez pediu para entrar no Mercosul em 2005, em uma cúpula de presidentes realizada em Caracas. Desde então, Brasil, Argentina e Uruguai aprovaram a incorporação nos poderes Executivo e Legislativo. A aprovação pelo Paraguai estava pendente desde 2009. A presidente também anunciou a suspensão do Paraguai dos órgãos do bloco até que se celebrem as eleições nesse país em abril de 2013, mas não serão aplicadas sanções econômicas. "O Mercosul suspendeu temporariamente o Paraguai até que seja realizado o processo democrático que novamente instale a soberania popular nesse país", disse Kirchner ao encerrar a reunião.
     ABERTURA
Cristina Kirchner (à esq.), presidente Dilma Rousseff e
José Mujica, presidente do Uruguai, durante cúpula
(foto: Leo La Valle - EFE)
No discurso de abertura da cúpula, Cristina afirmou lamentar "os fatos de conhecimento público" no Paraguai --ou seja, a destituição do presidente Fernando Lugo na sexta-feira da semana passada--, e a consequente ausência do país do encontro de hoje. Por outro lado, disse que precisava esclarecer a posição de seu governo sobre a questão paraguaia, segundo ela, "para evitar qualquer tipo de distorção e manipulação". "De nenhum modo propiciaremos nem aceitaremos sanções econômicas contra o Paraguai", disse Cristina. "As sanções econômicas nunca são pagas pelo governo, mas pelo povo." Nos dias anteriores à cúpula, bastidores indicavam que a presidente argentina pressionava pela aplicação de sanções econômicas contra o Paraguai. Já Brasil e Uruguai defendiam a imposição de punições apenas políticas. A recomendação dos chanceleres, adotada após reunião ontem, é que a suspensão do país do Mercosul seja prorrogada, possivelmente até a realização de novas eleições, em 2013. Daí o "esclarecimento" de Cristina.
     PILARES DA CIVILIZAÇÃO
A presidente argentina, porém, não poupou críticas ao processo de impeachment que derrubou o ex-presidente paraguaio. "Não há no mundo um julgamento político que dure dois dias e que ademais não ofereça possibilidade de defesa", afirmou. "A garantia do devido processo é um dos pilares da civilização ocidental." A presidente disse ainda que, apesar das várias diferenças entre os países do Mercosul e da Unasul, a posição dos blocos foi unânime quando se tratou de rupturas democráticas na região. "Estamos defendendo que não se instalem os golpes suaves, de movimentos que, sob a pátina de certa institucionalidade, nada mais são que uma quebra da ordem constitucional", afirmou, citando por fim o escritor Jorge Luis Borges: "Não nos une o amor, mas o espanto" (em tradução livre).
     REUNIÃO DE LÍDERES
Participam da cúpula, além da anfitriã, os presidentes do Brasil, Dilma Rousseff, e do Uruguai, José Mujica, como membros do Mercosul; participam ainda os presidentes Rafael Correa (Equador), Evo Morales (Bolívia), Ollanta Humala (Peru) e Sebastián Piñera (Chile). A Venezuela está sendo representada pelo chanceler Nicolás Maduro. A imprensa acompanhou o discurso por telões instalados em uma tenda montada ao lado do Hotel Intercontinental, onde ocorre o evento. Ao terminar, Cristina ordenou o corte do vídeo e do áudio do encontro, que ocorre agora privadamente.
     Com informações de CAROLINA VILA-NOVA – da Folha de São Paulo - e SÍLVIA SOSA – do jornal ABC Color, do Paraguai.