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Marcha contra a corrupção ganha força

Convocada via Facebook, a Marcha contra a Corrupção já concentra 400 participantes - muitos vestidos de preto e com narizes de palhaço - em frente ao Museu Nacional. Inicialmente marcada para 28 de agosto, a manifestação foi adiada para hoje (7/9), no mesmo horário do desfile cívico da independência.
O movimento ganhou força depois que a Câmara dos Deputados absolveu a parlamentar Jaqueline Roriz (PMN-DF), em 30 de agosto. Até então, conta a idealizadora da marcha, Luciana Kalil, 5 mil pessoas haviam confirmado presença no evento por meio da página criada no Facebook. Depois disso, 30 mil internautas afirmaram seu comprometimento, e o número de integrantes da  comissão organizadora passou de cinco para 40.
"Criei esse evento nas redes sociais porque já estava farta de tanta corrupção. A absolvição da Jaqueline Roriz foi a gota d'água", comenta a profissional autônoma. Os participantes marcharão na Esplanada, em uma pista paralela à do desfile. Ao chegar à bandeira, na Praça dos Três Poderes, cantarão o Hino Nacional. Eles não pretendem entregar manifestos por escrito à presidente Dilma Rousseff.
"Não queremos atrapalhar o desfile nem causar confusão. Somos pacíficos e apartidários", enfatizou Francisco Zauer, que também integra a organização da marcha. Durante toda a caminhada, eles serão acompanhados por um carro de som cedido pela Associação dos Advogados de Brasília.
Servidores
Antes dessa concentração, já havia chegado à Esplanada um grupo de servidores para protestar contra as mais recentes denúncias envolvendo integrantes do governo federal. Vestidos de laranja, eles participam do núcleo Sérgio Buarque de Hollanda, o qual defende que as corrupções ativa e passiva sejam classificadas como crimes hediondos.
"Defendemos a educação fiscal. Muito dinheiro público vai pelo ralo por conta de desvios", comentou Rita Feliceti, 52 anos,  servidora da Receita Federal. O grupo de que ela participa trouxe ainda 100 camisetas cor de laranja para vender durante o dia de manifestações populares.
Cerca de 20 manifestantes promoveram ainda uma lavagem simbólica da pista em frente ao Museu Nacional, na Esplanada dos Ministérios. Organizados via internet, eles usaram baldes, vassouras e esfregões para protestar contra as recentes acusações de corrupção no governo federal.
"É preciso fortalecer os mecanismos de controle da corrupção e as instituições à frente dessa tarefa, como o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria Geral da União (CGU)", defendeu Charles Guerreiro, presidente da Associação Brasileira de Defesa dos Consumidores de Combustíveis e Derivados, uma das entidades que participam da manifestação.
Os participantes da lavagem também caminharão até o Ministério da Agricultura. O comando da pasta foi trocado em agosto deste ano, depois de denúncias envolvendo Milton Ortolan e Wagner Rossi (então ocupantes dos cargos de secretário-executivo e ministro, respectivamente) e um lobista.
Foto: Breno Fontes. Reportagem: Juliana Braga - do Jornal Correio Braziliense.