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Poucas & Boas nº 110: Onde está a mudança?

Vereador Pardal do PT pode apoiar deputados do DEM

Não vou dizer que é uma derrocada porque ainda se trata de conversas, mas está confirmadíssimo que os vereadores Renilson Alves e Clóvis Pereira estão dialogando profundamente com os deputados Gildásio Penedo e José Nunes. Com isso, perdem Álvaro Gomes e Fátima Nunes. O prejuízo maior é para Fátima. O vereador Renilson é o único do PT. Esperava-se o apoio à deputada, que, além dele, só contava com o vice-prefeito Zé Guerra. Mantendo-se os dois, Fátima Nunes poderia sonhar aí com a metade dos votos que teve na última eleição. Agora, sem Renilson, se tudo for confirmado, terá apenas Zé Guerra. É muito pouco. Prejuízo menor terá Álvaro Gomes. Clóvis Pereira foi eleito pela coligação do ex-prefeito Zé do Sertão. Aderiu ao prefeito Walter Rosário, mas nunca foi um comunista do B. É verdade que Waltinho também não, mas este está no controle. Clóvis Pereira fez uma visita a Paulo Souto em Fátima, mas desapareceu quando o ex-governador esteve em Heliópolis e, na mesma semana, fez rasgados elogios a Mendonça, inclusive pedindo desculpas por ofensas do passado. Portanto, nunca foi verdadeiramente do grupo. O prejuízo está em revelar que, na hora da eleição, cada Pardal quer cantar de galo no seu próprio terreiro. A única coisa que os une é o poder.
As negociações de Renilson e Clóvis com José Nunes e Gildásio Penedo aconteceram num encontro em Ribeira do Pombal, ciceroneado por Roberto da Farmácia. A coisa só não foi ainda concluída porque eles queriam a participação de Gama Neves. A proposta era afastar a candidatura de José Carlos Aleluia e todos fecharem com José Nunes e Gildásio, já que Gama apóia Aleluia e Penedo. O presidente do DEM até que toparia, mas exigia que os dois vereadores rompessem com o prefeito e viessem para a oposição, apoiando a chapa completa. Percebeu que eles queriam um pé lá no governo e outro na oposição para se beneficiarem qualquer que fosse o resultado do pleito de 3 de Outubro vindouro. Por outro lado, a pergunta que não quer calar é: qual o dividendo político do vereador do PT, Renilson Alves? Primeiro, é de se imaginar que, embora esteja no PT, Renilson nunca deixou de ser Renilson. Nunca foi ideólogo da política, vê sempre a atividade como um negócio, como sobrevivência. Por outro lado, deve estar com o gosto amargo de não ter sido o presidente da Câmara. Mendonça o tirou de uma eleição certa. O vereador Clóvis seria o voto que lhe falta para chegar à presidência no final do ano. Se houver resistência por parte dos seus companheiros Pardais, espera contar com os três votos da oposição. O problema é a subserviência do vereador ao prefeito. Ele votou até em projetos com erros para agradar ao alcaide. Será que a oposição confiaria num presidente assim?
Fato é que a política heliopolitana não muda. Ela é pelo poder, para o poder e com o poder. A vítima principal: o povo. E só o povo pode mudar isso. O PT pode até punir Renilson. Se o fizer, fará injustamente porque nunca se importou com o vereador. O PT está com os olhos voltados para Brasília e Salvador. O partido de Clóvis, o PTN, deve dar graças a Deus por tê-lo como vereador. Duvido que alguma coisa mude. Só o povo pode mudar com o voto purificador da transformação.