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Poucas & Boas nº 110: Onde está a mudança?

PV não é mais sublegenda do PT






O encontro estadual do Partido Verde – PV – no último sábado, dia 12 de Outubro, no auditório da Faculdade de Arquitetura da UFBA – foi concorridíssimo. Lá estavam todos os protagonistas para definirem se o PV iria de Wagner ou de candidatura própria. O debate foi quente. De um lado, os defensores do apoio ao governador: Juliano Matos – Secretário de Meio Ambiente do Estado da Bahia - Bete Wagner – Diretora do Instituto de Meio Ambiente – IME – e Juca Ferreira – Ministro da Cultura do Governo Lula. Do outro, Edigar Mão Branca, Edson Duarte e Luís Bassuma, todos Deputados Federais, partidários do lançamento de uma chapa verde para concorrer ao governo e dar sustentação à candidatura de Marina Silva à Presidente. No meio do tiroteio estava o presidente estadual do PV, Ivanilson Gomes que, em alguns momentos, teve que falar grosso para controlar os excessos.
Com a contribuição de Juliano Matos, a platéia ficou repleta de militantes, simpatizantes e apoiadores da idéia do não lançamento de chapa própria. Estavam com camisas verdes onde se lia: “PV da Bahia é Marina e Wagner”. Trouxeram ainda inúmeras faixas com os mesmos dizeres relacionados aos diversos municípios que defendem a tese de apoio ao governador. A direção do PV não aceitou porque não se tratava de um candidato a governador do partido. As faixas foram retiradas.
Apesar dos esforços da ala pró-Wagner, e dos discursos de Juliano, Bete Wagner e Juca Ferreira, os membros da executiva e os presidentes das executivas municipais fecharam a questão da candidatura própria. O nome mais cotado para garantir a vaga de candidato a governador é o do deputado federal Luís Bassuma, ex-PT. Para o senado, o nome que se apresenta mais provável é o do deputado Edson Duarte, de Juazeiro. O resultado oficial da mesa foi de 30 votos a favor da chapa própria e apenas 3 contra. O espírito do partido é disputar para valer o governo do estado. A expressão que mais se ouvia era: “Vamos deixar esse negócio de ser sublegenda do PT”.
Após o resultado, a ala contrária à tese vencedora lançou os nomes de Bete Wagner como pré-candidata ao Senado e de Juca Ferreira como pré-candidato ao Governo do Estado. A decisão ficará para a convenção em Junho de 2010. Mas, para os presentes, a chapa está prontíssima: Marina (Presidente), Bassuma (Governador) e Edson Duarte (Senador). O PPS deve apoiar o PV indicando a outra vaga do senado ou o vice. A informação do apoio do PPS foi confirmada pela presidente da Executiva Municipal de Heliópolis, Josefa Andrade, que participou, ao lado da vereadora Ana Dalva, da reunião do diretório Estadual do PPS. Ainda devem entrar no acordo o PMN e o PSL. Embora a nível nacional o PSOL deva fechar com Marina, na Bahia está difícil um acordo com o PV. Hilton Coelho já acenou com um redondo não. Fato é que ainda há muita água a rolar debaixo da ponte até Junho. Mas uma coisa é certa, o PV deu a largada e vai atropelar muita gente grande que estava no caminho atrapalhando o crescimento do partido. No mínimo vai para o 2º turno em condições privilegiadíssimas.
Para nossa região, a surpresa é o nome do professor Landisvalth Lima na lista dos pré-candidatos a deputado estadual ou a deputado Federal. A coisa ainda não está definida. Digamos que a idéia está madura. Falta ficar verde. Quanto mais verde ficar, mais consolidada estará. A estratégia montada pelos dirigentes do PV nacional é eleger 6 a 7 deputados estaduais na Bahia e 5 a 6 deputados federais. Vai indicar todos os nomes a que tem direito. Chapão completo com os aliados. Marina Silva terá militantes e candidatos em todos os 417 municípios da Bahia.

Conhecendo o Brasil de bicicleta


O pernambucano, natural do Recife, Itamar Severino Ribeiro, de 50 anos, estava tomando um senhor banho no Jorrinho, município de Tucano, localizado às margens da BR-116. Próximo a ele estava uma bicicleta com um grande embrulho na garupa. Itamar está fazendo sua 4ª viagem pelo Brasil. Ele diz ter iniciado sua aventura em 1991. Já esteve em Brasília, Fortaleza, Belo Horizonte, Rio de Janeiro. Desta vez, Itamar saiu de São Paulo dia 6 de Novembro. Exatos 1 mês e sete dias depois parou no Jorrinho para descansar. Ele afirma que sua jornada é de, em média, 70 a 80 quilômetros por dia. Até aqui a bicicleta só teve que trocar pneus.
Perguntado sobre como sobrevivia, o pernambucano afirma que recebe patrocínio de postos de gasolina, casas de peças, lojas e da comunidade. “Nunca passei necessidade ou fome, graças a Deus e ao povo brasileiro que é muito bom.”. Itamar afirma ainda que o lado triste da viagem é ter visto mortes em acidentes. Ele inclusive conta que ajudou a tirar pessoas de dentro das ferragens de veículos envolvidos em sinistros. O ciclista solitário é separado e tem dois filhos, Leandro e Bruna, residentes em Guarujá, no Estado de São Paulo, de onde ele saiu para esta etapa da viagem. É avô também de três crianças. O início desta 4ª viagem se deu em Março, quando ele saiu do Recife e foi a São Paulo. Quando as contribuições não são suficientes para seu sustento na viagem, Itamar faz serviços de jardinagem para suprir o necessário. “Aí é só pedalar e viver este país maravilhoso. Moço, hoje eu posso dizer que o Brasil é bom demais!”, finaliza.