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Poucas & Boas nº 110: Onde está a mudança?

Câmara de Heliópolis inicia período legislativo

A Câmara Municipal de Heliópolis iniciou o período legislativo de 2009. A sessão começou com um atraso de 45 minutos e foi iniciada pelo vereador José Mendonça Dantas. O que chamou atenção foi a ausência do Prefeito Municipal ou de um representante. Sequer foi enviada alguma mensagem do Poder Executivo desejando, como de praxe, boa sorte ao poder fiscalizador. O presidente logo se defendeu dizendo que havia dito ao prefeito que ele deveria estar lá. Mendonça informou ainda que o prefeito estava numa audiência em Salvador. Por fim, o vereador Mendonça informou que a vereadora Josefa Naudija (Naudinha) apresentou atestado médico. Está em tratamento de saúde. O vereador José Dantas de Santana (Gaminha) se recupera de problemas cardíacos. Este chegou inclusive a ser socorrido, recolhido ao hospital Santa Teresa, em Ribeira do Pombal, e levado posteriormente a Salvador. Segundo familiares, Gaminha já se encontra em Heliópolis e passa bem.
A sessão foi aberta e foram lidas três indicações: uma do vereador Claudivan pedindo instalação de uma torre de telefone celular em Heliópolis. As outras duas são da vereadora Ana Dalva: uma solicitando instalação de poço artesiano na localidade de Tanquinho, para beneficiar 36 famílias, e outra pedindo ajuda do prefeito para agilizar calçamento da rua Isaías Ribeiro, recurso já empenhado, fruto de uma emenda do Deputado Colbert Martins, no valor de 100 mil reais, pedido da vereadora.
Além do presidente, três vereadores usaram da palavra: José Clóvis (PTC), Giomar do Laboratório (PC do B) e Ana Dalva (PPS). Clóvis desejou boas vindas a todos e disse que o seu mandato estava a serviço do povo. Giomar do Laboratório disse estar empenhado em fazer um bom mandato e exaltou sua luta em prol dos agentes de saúde. A vereadora Ana Dalva deu boas vindas a todos e falou da violência que está deixando a sociedade intranqüila. Segundo ela, tudo isso fruto dos erros cometidos pela falta de estrutura na família, pelo sectarismo das religiões, pela incompetência dos políticos e pelos números decadentes da educação.
Por fim, o presidente comunicou a mudança do horário das sessões. Agora as reuniões ocorrerão às segundas-feiras, às 19 horas. O horário nasceu de um acordo entre todos os vereadores. O presidente comunicou ainda que a vereadora Ana Dalva apresentou quatro projetos de lei que foram incluídos no expediente da sessão seguinte.
Os bastidores – O que o público não viu é que a vereadora Ana Dalva pediu que os colegas pensassem na possibilidade de haver duas sessões por semana. Ninguém aceitou.&. Quem estava presente na sessão foi o assessor do bom deputado Álvaro Gomes, o Irandi. Ele informou da liberação de uma emenda de Daniel Almeida, no valor de 500 mil, para melhorar as ruas de acesso à Ba 393, a partir do posto Andrade, em direção a Poço Verde, como havia anunciado o prefeito Valter Rosário. As obras ficarão a cargo da CONDER, a mesma empresa que fará o calçamento da Isaías Ribeiro.&. Irandi disse ainda que esta semana haverá uma reunião do PC do B para fazer um levantamento dos primeiros meses da administração Valtinho. Se depender do partido, o povo de Heliópolis não vai poder reclamar.&.A explicação de Irandi sobre a falta de médicos, reclamada pela vereadora Ana Dalva, é que os médicos não querem clinicar em municípios pequenos. Lembrete: o salário é de 8 mil reais.&. Conversando com Ana Dalva, Irandi disse que não a via como uma vereadora de oposição porque sabe que quando o prefeito precisar dela para melhorar Heliópolis, ela jamais dirá não.&. Ana Dalva retribuiu a gentileza e disse que só deve ter medo dela os que querem meter a mão na coisa pública.&. Para sanar curiosidades, os quatro projetos de Ana Dalva são de denominações de logradouros. Ela prestará homenagem aos pioneiros do povoado de Farmácia, onde ela nasceu. Vicença de João Maia, João Virgílio, João Pequeno e Manoel Caetano serão os lembrados. Veja maiores detalhes no especial “História do Povoado Farmácia”, neste blog.

História do povoado Farmácia

O povoado Farmácia - município de Heliópolis - nasceu nos anos iniciais da década de cinqüenta no século XX. Por volta de 1952, com a abertura da estrada, hoje BA-393, uma senhora de nome Vicença, acompanhada de seu filho Venâncio e de sua mãe Alexandrina, comprou uma pequena propriedade onde hoje é a rua dos Vieira. Nas margens da estrada construiu um Boteco de Palha vendendo cachaça com cascas de pau. Logo para o local acorreram vários agricultores e tropeiros. Não demorou muito e o boteco foi apelidado de Farmácia da Vicença. Quando alguém desejava curar-se de algum mal, dirigia-se à Farmácia. Vicença também gostava de beber. Era, segundo moradores mais antigos, muito valente, principalmente quando alcoolizada. Com a viuvez de um senhor chamado João Maia, Vicença virou companheira dele e passou a ser conhecida por Vicença de João Maia. Nesta época já havia novos moradores no local. O primeiro a construir uma casa de alvenaria foi o sr. João Pequeno, que não chegou a morar no local. Vendeu a casa para João Virgínio, o 2º morador do povoado que nascia. A 2ª casa de alvenaria foi construída por Manoel Caetano. Ali constitui família casando-se com Dalva Batista e só saiu do local em 1956, indo para a cidade de Ilhéus. Daí em diante o povoado cresceu e seus moradores iniciais tiveram destinos diversos. Venâncio, filho de Vicença, saiu da Farmácia e tem paradeiro desconhecido. A mãe de Vicença logo foi embora e não se sabe onde viveu. Manoel Caetano morreu em Salvador, depois de viver muitos anos em Ilhéus. Fim trágico foi o de Vicença de João Maia. Numa briga de bêbados, foi atingida por uma estaca na cabeça. Já afetada pelo álcool e sem se preocupar muito com a saúde, morreu em conseqüência disso. Dizem que a infecção foi tão violenta que, durante o velório, bichos saiam do orifício aberto em sua cabeça. A última morada de Vicença foi no centro da principal avenida do povoado.
Em homenagem a estes pioneiros, a veradora Ana Dalva, do PPS, está apresentando projetos de Lei para denominar ruas do povoado com os nomes de Vicença de João Maia, João Virgílio, João Pequeno e Manoel Caetano.